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Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança (1977): Se inspirando na História e na mitologia, filme revolucionou a cultura pop e o cinema, inaugurando a era dos blockbusters


Star Wars (1977) é o primeiro da saga Star Wars, criada por George Lucas. O filme conta a história do jovem Luke Skywalker, que se envolve na guerra entre o Império Galáctico e a Aliança Rebelde, ao lado do contrabandista Han Solo e da princesa Leia Organa. É considerado um marco na história do cinema, um fenômeno cultural e uma obra de arte. Neste artigo, vamos analisar alguns aspectos do filme, como a moral, a ambientação, os efeitos, a direção, a importância e o impacto.


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Crítica do filme 


Star Wars é um dos filmes mais importantes para a história do cinema por sua inovação técnica, sua trilha sonora memorável, seu roteiro envolvente e seus personagens carismáticos. Hoje criticado por seus efeitos visuais datados, alguns diálogos expositivos e infantis, e alguns personagens estereotipados, ele mistura elementos de ficção científica, fantasia, aventura e mitologia, criando um universo rico e original que cativou gerações de fãs. 


O ponto principal do filme é a luta entre o bem e o mal, representados pela Aliança Rebelde e pelo Império Galáctico, respectivamente. O filme é tipicamente marcado pela jornada do herói, que é o arquétipo de Luke Skywalker, um jovem que sai de sua vida comum para se tornar um cavaleiro Jedi e enfrentar o vilão Darth Vader. 



O filme busca simbolizar a diversidade e a riqueza do universo, mostrando diferentes planetas, criaturas e culturas. Para isso, se inspirou em diversas fontes, como a mitologia grega, a religião, a história, a filosofia e a literatura. Por isso mensagem universal e atemporal, que pode ser aplicada a diferentes contextos e situações, sendo uma obra de arte que transcende o gênero da ficção científica e se torna um clássico da cultura pop.


A distinção entre o lado da luz e o lado sombrio da Força também remete à ética de Sócrates, que defendia a busca pela virtude e pelo conhecimento de si mesmo como caminhos para a felicidade. Já a filosofia Jedi, que prega a harmonia, a serenidade e a compaixão, pode ser relacionada à ética de Aristóteles, que propunha o equilíbrio entre os extremos e a busca pelo bem comum.


Na época era importante dizer que era possível resistir à opressão e lutar pela liberdade, mesmo diante de um inimigo poderoso e cruel. O filme queria passar a mensagem de que há uma força maior que une todas as coisas vivas, e que essa força pode ser usada para o bem ou para o mal, dependendo das escolhas de cada um. Os heróis podem surgir dos lugares mais improváveis, e que eles precisam de coragem, fé e esperança para enfrentar seus destinos.


O contexto de lançamento de Star Wars era o de uma época marcada pela Guerra Fria, pela Guerra do Vietnã, pela crise do petróleo, pelo Watergate e pelo desencanto com a política e com os valores tradicionais. 



O filme oferecia uma fuga da realidade, uma aventura fantástica em um universo distante, mas ao mesmo tempo inspirava os espectadores com seus temas universais e atemporais. Também se destacou por sua inovação técnica, sua trilha sonora épica e seu apelo popular, criando um fenômeno cultural que influenciaria gerações de fãs e cineastas.


Star Wars se relaciona com a Guerra Fria de várias formas, mas uma delas é a representação da oposição entre duas forças ideológicas e militares: a Aliança Rebelde e o Império Galáctico. Essas forças podem ser vistas como uma analogia à disputa entre os Estados Unidos e a União Soviética, que se enfrentavam indiretamente por meio de conflitos regionais, corrida armamentista, corrida espacial e propaganda.


Além disso, Star Wars também se relaciona com a Guerra Fria pelo fato de ter inspirado um projeto real de defesa dos Estados Unidos, chamado de Iniciativa Estratégica de Defesa (SDI), mas popularmente conhecido como Guerra nas Estrelas. 


Esse projeto, lançado pelo presidente republicano Ronald Reagan em 1983, tinha como objetivo criar um sistema de satélites equipados com armas laser capazes de interceptar e destruir mísseis nucleares soviéticos antes que eles atingissem o território americano.


No entanto, o projeto nunca foi concretizado, pois enfrentou diversos problemas técnicos, políticos e econômicos. Alguns críticos consideraram o projeto inviável, ineficaz e perigoso, pois poderia provocar uma escalada na corrida armamentista e violar tratados internacionais de desarmamento. Por outro lado, alguns defensores do projeto argumentaram que ele contribuiu para pressionar a União Soviética a negociar o fim da Guerra Fria e a reduzir seu arsenal nuclear.


Uma referência que pode ajudar a aprofundar esse debate é o livro Star Wars and History (2012), organizado por Nancy R. Reagin e Janice Liedl, que explora as conexões entre Star Wars e diversos eventos e temas históricos, incluindo a Guerra Fria. Outra referência é o artigo Star Wars: A Myth for Our Time (1980), de John C. McDowell, que analisa o significado simbólico e cultural de Star Wars no contexto da Guerra Fria.


A ambientação e os efeitos do filme são aspectos que contribuem para a imersão e o encantamento do espectador. Se passando em uma galáxia distante, onde existem diferentes planetas, raças, culturas e tecnologias. Assim, explora esses cenários com criatividade e diversidade, mostrando desde desertos áridos até florestas exuberantes, desde cidades futuristas até bases espaciais. É criado um contraste entre os ambientes do Império e da Resistência, sendo os primeiros mais frios, escuros e opressivos, e os segundos mais quentes, claros e acolhedores.


Os efeitos do filme são um marco na história do cinema, pois foram pioneiros em muitas técnicas e recursos que revolucionaram o gênero da ficção científica. Foram usadas maquetes, miniaturas, animatrônicos, stop-motion, rotoscopia, matte painting e outros métodos para criar as naves, as criaturas, as explosões, os sabres de luz e outros elementos fantásticos. 


Para criar os sabres de luz no filme, foram usadas várias técnicas e recursos, tanto práticos quanto digitais. Os suportes dos sabres foram construídos por John Stears a partir de antigas câmeras fotográficas de flash da Graflex e outras peças de hardware. As lâminas foram criadas usando uma técnica chamada rotoscopia, que consiste em desenhar manualmente os contornos das lâminas sobre os quadros do filme. 


A Industrial Light & Magic criou o sistema de câmera controlada por computador (Dykstraflex), que permitia movimentos precisos e sincronizados das câmeras e das maquetes, dando mais realismo e dinamismo às cenas espaciais. 


A trilha sonora composta por John Williams também contribuiu para criar a atmosfera e a emoção das cenas com sabres de luz.


A ambientação e os efeitos do filme surpreenderam a crítica e o público, que se impressionaram com a qualidade e a originalidade, recebendo vários prêmios por esses aspectos, como o Oscar de Melhores Efeitos Visuais, Melhor Direção de Arte, Melhor Som e Melhor Trilha Sonora. 


O filme também foi relançado em 1997 com algumas alterações e melhorias nos efeitos visuais, usando computação gráfica. Essas mudanças geraram controvérsias entre os fãs, que preferiam a versão original ou achavam que as novas cenas eram desnecessárias ou prejudiciais à história.


A direção do filme é de George Lucas, responsável por criar o universo de Star Wars, conceber a história, escolher o elenco, supervisionar os efeitos visuais, a trilha sonora, a edição e todos os aspectos criativos da obra. Lucas também enfrentou vários desafios e dificuldades para realizar o filme, como problemas de orçamento, prazo, locação, clima, equipamento e até mesmo a descrença de alguns atores e produtores.


A direção de Lucas pode ser elogiada por sua visão original, sua criatividade e sua ousadia. Ele mistura elementos de ficção científica, fantasia, aventura, mitologia e western, com influências de diversas fontes literárias, históricas e culturais. O filme tem cenas de ação empolgantes e personagens carismáticos, se tornando um fenômeno cultural, que influenciou gerações de fãs e cineastas, gerando uma franquia multimilionária e que revolucionou o cinema.


Porém, a direção de Lucas também foi criticada por alguns aspectos, como seu estilo de diálogo, seu ritmo irregular, sua falta de sutileza e sua interferência nas versões posteriores do filme. Alguns críticos acham que o diálogo de Lucas é pobre, clichê ou expositivo demais. Alguns acham que o ritmo do filme é lento ou acelerado demais em algumas partes. Alguns críticos acham que Lucas não deixa espaço para a interpretação ou a ambiguidade do espectador. 


O filme tem alguns problemas de representatividade e diversidade, que podem ser atribuídos ao contexto histórico ou à visão de Lucas. Por exemplo, há poucas personagens femininas no filme, sendo a princesa Leia a única com relevância na trama. Há poucos personagens não-brancos no filme, sendo a maioria alienígenas ou figurantes sem falas. Há também alguns estereótipos e preconceitos em relação a algumas raças ou culturas alienígenas, como os Jawas, os Tusken Raiders ou os Hutts.


Também tem alguns problemas de originalidade e inovação, que podem ser atribuídos à influência de outras obras ou à falta de criatividade de Lucas. Por exemplo, o filme se inspira em vários elementos de filmes anteriores, como Flash Gordon, The Hidden Fortress, The Dam Busters ou The Searchers. Ele também usou vários clichês e arquétipos narrativos, como o herói órfão, o mentor sábio, a donzela em perigo, o vilão mascarado ou a jornada do herói. Obviamente Lucas também bebeu muito em Kurosawa em sua técnica de direção.


É um marco na história do cinema, pois inaugurou a era dos blockbusters, filmes de grande orçamento, efeitos visuais, campanhas de marketing e merchandising. Revolucionou o gênero da ficção científica, criando um universo rico e original, que mistura elementos de fantasia, aventura, mitologia e western.


Star Wars é um fenômeno cultural, pois influenciou gerações de fãs e cineastas, que se identificaram com seus temas universais e atemporais. É incrível como apenas um filme gerou uma franquia multimilionária, que inclui sequências, prequelas, spin-offs, séries, livros, jogos, brinquedos e outros produtos. O filme também criou um vocabulário próprio, que se tornou parte da cultura popular. Geralmente o cinema adapta essas mídias, mas Star Wars foi algo do cinema que gerou outras mídias. 


A trilha sonora, composta por John Williams, é épica e memorável, criando uma atmosfera imersiva incrível. O filme também tem uma mensagem de esperança e liberdade, que inspira e emociona os espectadores. Os efeitos visuais são incríveis, pois foram pioneiros e inovadores na época. 


O filme é um fenômeno cultural, que faz parte de uma franquia gigantesca e influente, que continua a se expandir e a se renovar. O filme tem personagens carismáticos e marcantes, que se tornaram ícones da cultura popular, despertando a imaginação e a curiosidade dos espectadores.


História por trás do filme


Lucas teve a ideia de um filme de fantasia espacial em 1971, depois que ele completou a direção de seu primeiro longa-metragem, THX 1138. Originalmente, Lucas queria adaptar os quadrinhos e seriados de aventura espacial de Flash Gordon em seus próprios filmes, tendo sido fascinado por eles desde que ele era jovem. 


No Festival de Cannes, após a conclusão do THX 1138, Lucas pressionou para comprar os direitos de Flash Gordon, mas eles já estavam com Dino De Laurentiis.


O diretor Francis Ford Coppola, que acompanhou Lucas na tentativa de comprar os direitos de Flash Gordon, contou em 1999: "[George] estava muito deprimido porque ele tinha acabado de voltar e eles não o venderiam Flash Gordon. E ele diz: 'Bem, vou apenas inventar o meu.


Ele garantiu um acordo de desenvolvimento de dois filmes com a United Artists; os dois filmes foram American Graffiti e uma space opera, provisoriamente intitulada "The Star Wars" e inspirada em Flash Gordon. 


Lucas explicou em 1977 que o filme não é "sobre o futuro" e que "é uma fantasia muito mais próxima dos irmãos Grimm do que de 2001". Ele acrescentou: "Minha principal razão para fazer isso foi dar aos jovens uma vida de fantasia honesta e saudável, do tipo que minha geração tinha. Tivemos faroestes, filmes de piratas, todo tipo de coisa boa. Agora eles têm O Homem de Seis Milhões de Dólares e Kojak.


Desde que iniciou seu processo de escrita, em janeiro de 1973, Lucas fez "várias reescritas à noite após o trabalho do dia". Ele escreveria quatro roteiros diferentes para Star Wars, "procurando apenas os ingredientes, personagens e enredo certos. Sempre foi o que se pode chamar de uma boa ideia em busca de uma história."


Ele também afirma ter lido obras escolares como O Herói de Mil Faces, de Joseph Campbell, O Bough de Ouro, de James George Frazer,  e até mesmo Os Usos do Encantamento, de Bruno Bettelheim.  Essas afirmações são duvidadas por Michael Kaminski e Chris Taylor, com Kaminski apontando que o livro de Bettelheim não sairia até depois que Star Wars fosse filmado e acrescentando que "a trilogia original-conexão Campbell é muito exagerada e praticamente inexistente", observando que, de fato, o segundo rascunho é "ainda mais próximo da estrutura de Campbell" do que o terceiro.


De acordo com Lucas, ele escreveu um rascunho de cerca de 250 a 300 páginas, que continha o esboço de toda a trilogia original de Star Wars. Ele percebeu que era muito longo para um único filme, e decidiu subdividi-lo em uma trilogia. 


Durante a escrita do terceiro rascunho, Lucas contratou o artista conceitual Ralph McQuarrie para criar pinturas de certas cenas, várias das quais Lucas incluiu em seu roteiro quando o entregou à 20th Century-Fox.


O diretor Brian De Palma, que estava lá, descreveu: "O rastejo no início parece que foi escrito em uma calçada. Continua para sempre. É uma bobagem."  Lucas contou o que De Palma disse na primeira vez que o viu: "George, você está fora de si! Deixe-me sentar e escrever isso para você". De Palma e Jay Cocks ajudaram a editar o texto na forma usada no filme.


George Lucas recrutou muitos designers conceituais, incluindo Colin Cantwell, que trabalhou em 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), para conceituar os modelos iniciais de espaçonaves; Alex Tavoularis para criar os esboços preliminares de storyboard conceitual dos primeiros roteiros; e Ralph McQuarrie para visualizar os personagens, figurinos, adereços e cenário.


As pinturas de pré-produção de McQuarrie de certas cenas dos primeiros rascunhos de roteiro de Lucas ajudaram a 20th Century-Fox a visualizar o filme, o que influenciou positivamente sua decisão de financiar o projeto. Depois que os desenhos de McQuarrie para os colegas de Lucas, Hal Barwood e Matthew Robbins (que estavam colaborando para um filme) chamaram seu interesse, Lucas se reuniu com McQuarrie para discutir seus planos para o filme de fantasia espacial sem título que ele queria fazer. Dois anos depois, depois de concluir American Graffiti, Lucas se aproximou de McQuarrie e perguntou se ele estaria interessado em "fazer algo para Star Wars".


McQuarrie produziu uma série de obras de arte a partir de esboços simples; estes estabeleceram um tom visual para o filme, e para o resto da trilogia original.


Lucas descreveu um conceito de "futuro usado" para os designers de produção em que todos os dispositivos, navios e edifícios relacionados a Tatooine ou aos Rebeldes pareciam envelhecidos e sujos, 


Lucas tentou "obter uma realidade coesa" para seu longa. Como o filme é um conto de fadas, como ele havia descrito, "eu ainda queria que ele tivesse uma qualidade etérea, mas fosse bem composto e, também, tivesse um visual alienígena". Ele projetou o filme para ter um "visual surreal extremamente bizarro, com cores estranhas superexpostas, muitas sombras, muitas áreas quentes". Lucas queria que Star Wars abraçasse a combinação de "gráficos estranhos de fantasia" e "a sensação de um documentário" para impressionar um visual distinto. Para isso, contratou o diretor de fotografia britânico Gilbert Taylor. 


Originalmente, a primeira escolha de Lucas para o cargo foi Geoffrey Unsworth, que também forneceu a cinematografia para 2001: Uma Odisseia no Espaço. Unsworth estava interessado em trabalhar com o diretor, e inicialmente aceitou o trabalho quando foi oferecido a ele por Lucas e Kurtz. Ele acabou se retirando para trabalhar em A Matter of Time (1976), dirigido por Vincente Minnelli, o que "realmente irritou" Kurtz. Lucas chamou outros diretores de fotografia, e eventualmente escolheu Taylor, baseando sua escolha na cinematografia de Taylor para Dr. Strangelove e A Hard Day's Night (ambos de 1964). Sobre sua decisão, Lucas disse: "Achei que eram fotos boas, excentricamente fotografadas com um forte sabor documental". 


Taylor disse que Lucas, que estava consumido pelos detalhes da complicada produção, "evitou todas as reuniões e contato comigo desde o primeiro dia, então li o roteiro extralongo muitas vezes e tomei minhas próprias decisões sobre como filmaria o filme". Taylor também disse: "Eu me encarreguei de experimentar fotografar os sabres de luz e outras coisas no palco antes de passarmos para nossas duas semanas de trabalho de locação na Tunísia". Taylor estava ciente da "enorme quantidade de trabalho de processo" para seguir a fotografia principal e acreditava que "um resultado nítido ajudaria". 


Durante a produção, Lucas e Taylor - a quem Kurtz chamou de "old-school" e "crotchety" - tiveram disputas sobre as filmagens. Com experiência em cinema independente, Lucas estava acostumado a criar a maioria dos elementos do filme. Suas sugestões de iluminação foram rejeitadas por Taylor, que acreditava que Lucas estava ultrapassando seus limites ao dar instruções específicas, às vezes até movendo luzes e câmeras. Taylor se recusou a usar as lentes de foco suave e gaze que Lucas queria depois que os executivos da Fox reclamaram do visual. Kurtz afirmou que "Em algumas cenas ... em vez de dizer: 'Parece um pouco mais iluminado, você pode consertar isso?', [Lucas] dizia: 'apague essa luz e apague essa luz'. E o Gil falava: 'Não, eu não vou fazer isso, eu iluminei do jeito que eu acho que deveria ser, me diga qual é o efeito que você quer, e eu vou fazer um julgamento sobre o que fazer com as minhas luzes. 


Originalmente, Lucas imaginou o planeta de Tatooine, onde grande parte do filme se passaria, como um planeta de selva. Kurtz viajou para as Filipinas para procurar locais; no entanto, por causa da ideia de passar meses filmando na selva faria Lucas "coçar", o diretor refinou sua visão e fez de Tatooine um planeta desértico. Kurtz então pesquisou todos os desertos americanos, do norte da África e do Oriente Médio, e encontrou a Tunísia, perto do deserto do Saara, como o local ideal. Lucas mais tarde afirmou que ele queria fazer com que parecesse com o espaço sideral.


Quando as filmagens principais começaram em 22 de março de 1976, no deserto da Tunísia para as cenas em Tatooine, o projeto enfrentou vários problemas. Lucas ficou atrasado na primeira semana de filmagens devido a adereços com defeito e panes eletrônicas. Além disso, uma rara tempestade tunisiana atingiu o país, o que interrompeu ainda mais as filmagens. Taylor disse: "Você não podia realmente ver onde a terra terminava e o céu começava. Era tudo uma bagunça cinza, e os robôs eram apenas um borrão." Diante dessa situação, Lucas pediu uma filtragem pesada, o que Taylor rejeitou, que disse: "Eu pensei que o visual do filme deveria ser absolutamente limpo... Mas George viu de forma diferente, então tentamos usar redes e outras difusões. Ele pediu para montar um tiro nos robôs com um 300 mm, e a areia e o céu simplesmente se misturaram. Eu disse a ele que não funcionaria, mas ele disse que era assim que ele queria fazer o filme inteiro, tudo difundido." Essa diferença foi posteriormente resolvida pelos executivos da 20th Century-Fox, que apoiaram a sugestão de Taylor. 


As filmagens começaram em Chott el Djerid, enquanto uma equipe de construção em Tozeur levou oito semanas para transformar o deserto no cenário desejado. Outros locais incluíram as dunas de areia do deserto da Tunísia perto de Nafta, onde uma cena com um esqueleto gigante de uma criatura deitada ao fundo enquanto R2-D2 e C-3PO atravessam as areias foi filmada. Quando Daniels usou a roupa C-3PO pela primeira vez na Tunísia, a peça da perna esquerda quebrou através do plástico que cobria seu pé esquerdo, esfaqueando-o. Ele também não podia ver através dos olhos de seu traje, que estava coberto de ouro para evitar a corrosão. Sinais de rádio anormais causados pelas areias tunisinas fizeram com que os modelos R2-D2 controlados por rádio ficassem fora de controlo. 


Baker disse: "Eu era incrivelmente grato cada vez que um [R2] realmente funcionava direito." Depois que várias cenas foram filmadas contra os cânions vulcânicos fora de Tozeur, a produção mudou-se para Matmata para filmar a casa de Luke em Tatooine. Lucas escolheu o Hotel Sidi Driss, que é maior do que as típicas habitações subterrâneas, para fotografar o interior da propriedade de Luke. Durante as filmagens do Jawa Sandcrawler, o líder líbio Muammar Gaddafi, que não tinha boas relações com a Tunísia na época, supostamente confundiu o rastreador como um veículo militar a ser utilizado contra ele. Quando Khadafi ameaçou o Governo tunisino, Lucas e o Exército tunisino rapidamente transferiram a sua equipa de filmagem para um local mais discreto. Cenas adicionais para Tatooine foram filmadas no Vale da Morte, na América do Norte. 


Depois de duas semanas e meia de filmagens na Tunísia, a produção mudou-se para Elstree Studios, perto de Londres, para filmar cenas interiores. Elstree foi escolhido como um estúdio em vez de outras opções em Hollywood ou em qualquer outro lugar. Star Wars exigia o uso de nove palcos de som diferentes simultaneamente, o que a maioria dos estúdios não conseguia acomodar. Por causa das condições de trabalho mais rígidas, as filmagens na Grã-Bretanha tinham que terminar às 5h30, a menos que Lucas estivesse no meio de uma cena. Ele muitas vezes fez pedidos de mais tempo para filmar, mas eles geralmente eram recusados. 


Apesar dos esforços de Lucas, sua equipe tinha pouco interesse no filme. A maioria da equipe considerou o projeto um "filme infantil", raramente levou seu trabalho a sério, e muitas vezes achou-o involuntariamente bem-humorado. O ator Baker mais tarde confessou que pensou que o filme seria um fracasso. Ford achou estranho que "haja uma princesa com coques estranhos no cabelo" e chamou Chewbacca de "gigante de terno de macaco". 


Os cenários Elstree desenhados por John Barry, de acordo com Gilbert Taylor, "eram como uma mina de carvão". Ele disse que "eram todos pretos e cinzas, sem oportunidades de iluminação". Para resolver o problema, ele trabalhou a iluminação nos cenários, cortando paredes, teto e piso. Isso resultaria em "um sistema 'cut-out' de iluminação de painéis", com lâmpadas de quartzo que poderiam ser colocadas nos buracos nas paredes, teto e pisos. Sua ideia foi apoiada pelo estúdio Fox, que concordou que "não poderíamos ter esse 'buraco negro de Calcutá'. A abordagem de iluminação que Taylor concebeu "permitiu que George filmasse em quase qualquer direção sem reiluminação extensa, o que lhe deu mais liberdade". No total, as filmagens na Grã-Bretanha levaram 14 semanas e meia.


Lucas contratou o programador de computador Larry Cuba para criar os planos animados da Estrela da Morte mostrados na base rebelde de Yavin 4. Este foi escrito com a linguagem de programação GRASS, exportado para um monitor Vector General e filmado em 35 mm para ser projetado retroativamente no set. É a única animação por computador na versão original do filme. As cenas de Yavin foram filmadas nos templos maias em Tikal, Guatemala. Lucas escolheu o local como um potencial local de filmagem depois de ver um pôster dele pendurado em uma agência de viagens enquanto filmava na Grã-Bretanha. Isso o inspirou a enviar uma equipe de filmagem para a Guatemala em março de 1977 para gravar cenas. Durante as filmagens em Tikal, a equipe pagou aos moradores locais com um pacote de seis cervejas para vigiar o equipamento de câmera por vários dias.


Durante as filmagens, Lucas raramente falava com os atores, que acreditavam que ele esperava muito deles, enquanto dava pouca direção. Suas orientações para os atores geralmente consistiam nas palavras "mais rápido" e "mais intenso". Kurtz afirmou que "aconteceu muito onde ele apenas dizia: 'Vamos tentar de novo um pouco mais rápido'. Essa era a única instrução que ele daria a alguém. Muitos atores não se importam – eles não se importam, eles simplesmente se dão bem. Mas alguns atores realmente precisam de muitos mimos e muito feedback, e se não conseguirem, ficam paranoicos de que podem não estar fazendo um bom trabalho." Kurtz disse que Lucas "não era gregário, ele é muito solitário e muito tímido, então ele não gostava de grandes grupos de pessoas, não gostava de trabalhar com uma grande equipe, não gostava de trabalhar com muitos atores". 


Ladd ofereceu a Lucas um pouco do único apoio do estúdio; Ele lidou com o escrutínio dos membros do conselho sobre o orçamento crescente e rascunhos de roteiro complexos. Inicialmente, a Fox aprovou $8 milhões para o projeto; Gary Kurtz disse: "Começamos a escolher um plano de produção e fazer um orçamento mais final com um departamento de arte britânico e procurar locais no norte da África, e meio que juntamos algumas coisas. Então, era óbvio que 8 milhões não iam fazer isso, eles tinham aprovado 8 milhões." Após pedidos da equipe de que "tinha que ser mais", os executivos "ficaram um pouco assustados". 


Durante duas semanas, Lucas e sua equipe "realmente não fizeram nada, exceto meio que reunir novos números orçamentários". Ao mesmo tempo, depois que a produção atrasou, Ladd disse a Lucas que ele tinha que terminar a produção dentro de uma semana ou ele seria forçado a encerrar a produção. Kurtz disse que "saiu para ser como 9.8 ou .9 ou algo assim, e no final eles apenas disseram, 'Sim, tudo bem, vamos em frente. A equipe se dividiu em três unidades, com essas unidades lideradas por Lucas, Kurtz e o supervisor de produção Robert Watts. Sob o novo sistema, o projeto cumpriu o prazo do estúdio. 


Lucas teve que escrever em torno de uma cena com um Jabba humano the Hutt, que foi descartada devido a restrições de orçamento e tempo. Lucas mais tarde afirmaria que queria sobrepor uma criatura em stop-motion sobre o ator - o que ele fez com imagens geradas por computador (CGI) na Edição Especial de 1997. Todos os rascunhos do roteiro original descrevem Jabba como humanoide, com a noção de que ele é um alienígena não chegando até o trabalho no relançamento de 1979. De acordo com o ator de Greedo, Paul Blake, seu próprio personagem foi criado como resultado de Lucas ter que cortar a cena de Jabba.


Durante a produção, o elenco tentou fazer Lucas rir ou sorrir, já que ele muitas vezes parecia deprimido. Em determinado momento, o projeto se tornou tão exigente que Lucas foi diagnosticado com hipertensão e exaustão e foi avisado para reduzir seu nível de estresse. A pós-produção foi igualmente estressante devido à crescente pressão da 20th Century-Fox. Além disso, o acidente de carro de Hamill deixou seu rosto visivelmente marcado, o que restringiu as refilmagens.


Star Wars foi originalmente programado para ser lançado no Natal de 1976; no entanto, seus atrasos de produção empurraram o lançamento do filme para meados de 1977. O editor John Jympson começou a cortar o filme enquanto Lucas ainda estava filmando na Tunísia; como Lucas observou, o editor estava em uma "posição impossível" porque Lucas não havia explicado nenhum material do filme para ele. Quando Lucas assistiu ao corte bruto de Jympson pela primeira vez, ele não gostou do que viu. J. W. Rinzler escreveu que "a seleção de takes de Jympson era questionável, e ele parecia estar tendo problemas para fazer match-cuts". Lucas estava preparado para dar mais tempo a Jympson; Jympson não gostou do estilo de trabalho de Lucas. Como a produção continuou, Lucas ainda desaprovava o corte de Jympson e o demitia no meio da produção do filme. 


Ele comentou: "Infelizmente não deu certo. É muito difícil quando você está contratando pessoas para saber se elas vão se misturar com você e se você vai conseguir o que quer. No final, acho que ele não entendeu totalmente o filme e o que eu estava tentando fazer. Eu tiro de uma maneira muito peculiar, em um estilo documental, e é preciso muita edição para que funcione." Depois de tentar persuadir Jympson a cortar o filme à sua maneira, Lucas o substituiu por Paul Hirsch, Richard Chew e sua então esposa, Marcia Lucas, que também estava cortando o filme New York, New York (1977) com o amigo de Lucas, Martin Scorsese. Richard Chew considerou que o filme foi cortado de uma maneira lenta e sem livros: as cenas foram encenadas em planos mestres que fluíam para a cobertura em close-up. Ele descobriu que o ritmo era ditado pelos atores em vez dos cortes. Hirsch e Chew trabalharam em duas bobinas simultaneamente. 


A montagem original de Jympson continha uma grande quantidade de filmagens que diferiam do corte final do filme, incluindo várias tomadas alternativas e uma série de cenas que foram posteriormente excluídas para melhorar o ritmo narrativo. O corte de material mais significativo foi uma série de cenas da primeira parte do filme que introduziu Luke Skywalker. Essas primeiras cenas, ambientadas em Anchorhead, no planeta Tatooine, apresentaram ao público o cotidiano de Luke entre seus amigos, que é afetado pela batalha espacial acima do planeta; eles também introduziram o personagem Biggs Darklighter, o amigo mais próximo de Luke que parte para se juntar à rebelião. 


Chew explicou a lógica por trás da remoção dessas cenas como uma decisão narrativa: "Nos primeiros cinco minutos, estávamos atingindo todos com mais informações do que eles poderiam lidar. Havia muitas histórias para manter em linha reta: os robôs e a Princesa, Vader, Luke. Então simplificamos tirando Luke e Biggs." 


Em um exame deste corte inicial, que passou a ser chamado de "Lost Cut", David West Reynolds observou que o filme adotou uma abordagem "documental" que enfatizava "clareza, especialmente em relações geográficas e espaciais" sobre "preocupações dramáticas ou artísticas". Como resultado, o filme foi mais "Reynolds estimou que este corte inicial continha "30-40%" de imagens diferentes do corte final, com a maioria das diferenças vindo de cortes estendidos ou tomadas alternativas em vez de cenas excluídas. 


Depois de ver um corte bruto, Alan Ladd comparou as primeiras cenas de Anchorhead a "American Graffiti in outer space". Lucas estava procurando uma maneira de acelerar a narrativa, e remover as primeiras cenas de Luke distinguiria Star Wars de seu drama adolescente anterior e "tiraria aquela sensação de grafite americano disso". Lucas também afirmou que queria mover o foco narrativo para C-3PO e R2-D2: "Na época, ter a primeira meia hora do filme sendo principalmente sobre robôs foi uma ideia ousada." 


Enquanto isso, Industrial Light & Magic lutava para conseguir efeitos especiais sem precedentes. A empresa gastou metade de seu orçamento em quatro tiros que Lucas considerou inaceitáveis. Com centenas de tiros incompletos restantes, o ILM foi forçado a terminar o trabalho de um ano em seis meses. Lucas inspirou o ILM editando juntos lutas aéreas de filmes de guerra antigos, o que melhorou o ritmo das cenas. 


Burtt havia criado uma biblioteca de sons que Lucas chamou de "trilha sonora orgânica". Os sons do blaster eram uma gravação modificada de um cabo de aço, sob tensão, sendo atingido. O efeito sonoro do sabre de luz foi desenvolvido por Burtt como uma combinação do zumbido de motores de intertravamento em marcha lenta em projetores de filmes envelhecidos e interferência causada por um aparelho de televisão em um microfone sem escudo. Burtt descobriu este último acidentalmente enquanto procurava um zumbido e faísca para adicionar ao zumbido do projetor-motor. Para os rosnados de Chewbacca, Burtt gravou e combinou sons feitos por cães, ursos, leões, tigres e morsas para criar frases e frases. Lucas e Burtt criaram a voz robótica de R2-D2 filtrando suas vozes através de um sintetizador eletrônico. A respiração de Darth Vader foi conseguida por Burtt respirando através da máscara de um regulador de mergulho implantado com um microfone, o que deu início à ideia de Vader ter sido vítima de queimadura, o que não havia sido o caso durante a produção. 


Em fevereiro de 1977, Lucas exibiu um corte inicial do filme para executivos da Fox, vários amigos diretores, juntamente com Roy Thomas e Howard Chaykin da Marvel Comics que estavam preparando uma história em quadrinhos de Star Wars. O corte teve um crawl diferente da versão finalizada e usou a voz de Prowse para Darth Vader. Também faltava a maioria dos efeitos especiais; flechas desenhadas à mão tomaram o lugar de vigas de blaster, e quando o Millennium Falcon lutou contra caças TIE, o filme cortou para imagens de lutas de cães da Segunda Guerra Mundial. 


As reações dos diretores presentes, como Brian De Palma, John Milius e Steven Spielberg, decepcionaram Lucas. Spielberg, que disse ter sido a única pessoa na plateia a ter gostado do filme, acreditava que a falta de entusiasmo se devia à ausência de efeitos especiais finalizados. Mais tarde, Lucas disse que o grupo era honesto e parecia perplexo com o filme. Em contraste, Ladd e os outros executivos do estúdio adoraram o filme; Gareth Wigan disse a Lucas: "Este é o melhor filme que já vi" e chorou durante a exibição. Lucas achou a experiência chocante e gratificante, nunca tendo obtido aprovação dos executivos do estúdio antes. Os atrasos aumentaram o orçamento de US$ 8 milhões para US$ 11 milhões.

 

Com o projeto US$ 2 milhões acima do orçamento, Lucas foi forçado a fazer inúmeros compromissos artísticos para completar Star Wars. Ladd relutantemente concordou em liberar um financiamento extra de US $ 20.000 e no início de 1977 as filmagens da segunda unidade completaram uma série de sequências, incluindo cenas externas do deserto para Tatooine no Vale da Morte e China Lake Acres na Califórnia, e cenas externas da selva de Yavin na Guatemala, juntamente com imagens adicionais de estúdio para completar a sequência de Mos Eisley Cantina.


Por recomendação de Spielberg, Lucas contratou John Williams, que havia trabalhado com Spielberg no filme Tubarão, pelo qual ganhou um Oscar. Lucas originalmente contratou Williams para consultar sobre as escolhas de edição de música e para compor a música de origem para a música, dizendo a Williams que ele pretendia usar a música existente. Lucas acreditava que o filme retrataria mundos visualmente estranhos, mas que uma grande trilha sonora daria ao público uma familiaridade emocional. 


Portanto, Lucas reuniu suas peças orquestrais favoritas para a trilha sonora, até que Williams o convenceu de que uma trilha original seria única e mais unificada, tendo visto as escolhas musicais de Lucas como uma faixa temporária. No entanto, algumas das peças eventuais de Williams foram influenciadas pela faixa temporária: o "Main Title Theme" foi inspirado no tema do filme Kings Row, de 1942, com trilha sonora de Erich Wolfgang Korngold e a faixa "Dune Sea of Tatooine" foi extraída da trilha sonora de Bicycle Thieves, com trilha sonora de Alessandro Cicognini. Mais tarde, Lucas negaria ter concebido usando músicas existentes para o filme. 


Em março de 1977, Williams conduziu a Orquestra Sinfônica de Londres para gravar a trilha sonora de Star Wars em 12 dias. A trilha sonora original foi lançada como um LP duplo em 1977 pela 20th Century Records. A 20th Century Records também lançou The Story of Star Wars naquele ano, uma adaptação narrada de audiodrama do filme utilizando algumas de suas músicas originais, diálogos e efeitos sonoros.


Segundo Lucas, diferentes conceitos do filme foram inspirados em inúmeras fontes, como Beowulf e Rei Arthur para as origens do mito e da religião. Lucas tinha originalmente a intenção de refazer os seriados de filmes de Flash Gordon dos anos 1930, mas não conseguiu obter os direitos; assim, ele recorreu ao desenho do filme de Akira Kurosawa de 1958, The Hidden Fortress e, supostamente, The Hero with a Thousand Faces, de Joseph Campbell. Star Wars apresenta muitos elementos derivados de Flash Gordon, como o conflito entre rebeldes e Forças Imperiais, os apagões entre as cenas, a fusão de tecnologia futurista e mitologia tradicional, e o famoso crawl de abertura que começa cada filme. O filme também foi comparado a O Mágico de Oz. 


A influência de The Hidden Fortress pode ser vista na relação entre C-3PO e R2-D2, que evoluiu a partir dos dois camponeses briguentos, Tahei e Matashichi, e um brasão de família japonês visto no filme anterior é semelhante ao Crista Imperial. 


Star Wars também pega muito emprestado de outro filme de Kurosawa, Yojimbo (1961). Em ambos os filmes, vários homens ameaçam o herói, gabando-se de como são procurados pelas autoridades, e têm um braço sendo cortado por uma lâmina; Kuwabatake Sanjuro (interpretado por Toshiro Mifune) é oferecido "vinte e cinco ryo agora, vinte e cinco quando você completar a missão", enquanto Han Solo é oferecido "Dois mil agora, mais quinze quando chegarmos a Alderaan". Sua sequência Sanjuro (1962) também inspirou o truque escondido debaixo do chão apresentado no filme. Outra fonte de influência foi Lawrence da Arábia (1962), que inspirou a abordagem visual do filme, incluindo fotos de lente longa no deserto. Há também paralelos temáticos, incluindo a luta pela liberdade de um exército rebelde contra um império, e políticos que se intrometem nos bastidores.


Tatooine é semelhante ao planeta desértico de Arrakis da série Duna de Frank Herbert. Arrakis é a única fonte conhecida de uma especiaria de longevidade; Star Wars faz referências a especiarias nas "minas de especiarias de Kessel", e um cargueiro de especiarias. Outras semelhanças incluem aquelas entre a Princesa Leia e a Princesa Alia, e truques mentais Jedi e "The Voice", uma habilidade de controle usada pelo Bene Gesserit. Diga-se de passagem, Tio Owen e Tia Beru são "fazendeiros de umidade"; em Duna, coletores de orvalho são usados por Fremen para "fornecer uma fonte pequena, mas confiável, de água". Frank Herbert relatou que "David Lynch, [diretor do filme Duna de 1984] teve problemas com o fato de que Star Wars consumiu muito de Duna". A dupla encontrou "dezesseis pontos de identidade" e calculou que "as chances contra a coincidência produziram um número maior do que o número de estrelas no universo". 


A cena de assalto da Estrela da Morte foi modelada após o filme da Segunda Guerra Mundial The Dam Busters (1955), em que bombardeiros Lancaster da Força Aérea Real voam ao longo de reservatórios fortemente defendidos e apontam bombas saltando em barragens, para paralisar a indústria pesada da região do Ruhr, na Alemanha. Alguns dos diálogos em The Dam Busters são repetidos no clímax de Star Wars; Gilbert Taylor também filmou as sequências de efeitos especiais em The Dam Busters. 


Além disso, a sequência foi parcialmente inspirada no clímax do filme 633 Squadron (1964), dirigido por Walter Grauman, no qual a RAF de Havilland Mosquitos ataca uma planta de água pesada alemã voando por um fiorde estreito para lançar bombas especiais em um ponto preciso, evitando armas antiaéreas e caças alemães. Clipes de ambos os filmes foram incluídos na versão temporária de Lucas da sequência. Há também semelhanças na sequência da trincheira da Estrela da Morte com a cena de ataque à ponte em The Bridges at Toko-Ri. 


A cena de abertura de Star Wars, em que uma nave espacial detalhada preenche a tela por cima, é uma referência à cena que introduz a espaçonave interplanetária Discovery One no filme seminal de Stanley Kubrick, 1968: Uma Odisseia no Espaço, de 2001. O filme de ficção científica de grande orçamento anterior influenciou o visual de Star Wars de muitas outras maneiras, incluindo o uso de cápsulas de EVA e corredores hexagonais. A Estrela da Morte tem uma baía de acoplamento que lembra a da estação espacial orbital em 2001. Embora dourado e masculino, o C-3PO foi inspirado na robô feminina prateada Maria, a Maschinenmensch do filme Metropolis (já analisado aqui) de Fritz Lang de 1927.


Enquanto o filme estava em produção, um logotipo foi encomendado a Dan Perri, um designer de sequência de títulos que havia trabalhado nos títulos de filmes como O Exorcista (1973) e Taxi Driver (já analisado aqui) de 1976. Perri criou um logotipo STAR WARS encurtado que consistia em letras maiúsculas cheias de estrelas e inclinado para um ponto de fuga. Este design de logotipo foi originalmente concebido para seguir a mesma perspectiva da abertura do filme. No final, o logotipo de Perri não foi usado para a sequência do título de abertura do filme, embora tenha sido amplamente usado na publicidade impressa de pré-lançamento e em marquises de cinema. 


O logotipo eventualmente selecionado para uso na tela originou-se em um folheto promocional que foi distribuído pela Fox para proprietários de cinema em 1976. Esta brochura foi desenhada por Suzy Rice, uma jovem diretora de arte da agência de publicidade de Los Angeles Seiniger Advertising. Em uma visita ao ILM em Van Nuys, Rice foi instruído por Lucas a produzir um logotipo que intimidasse o espectador, e ele teria pedido para que o logotipo parecesse "muito fascista" em estilo. 


A resposta de Rice ao seu briefing foi usar uma Helvetica Black delineada e modificada. Depois de algum feedback de Lucas, Rice decidiu se juntar ao S e T do STAR e ao R e S do WARS. Lucas assinou o folheto entre as tomadas enquanto filmava as inserções para a cena de Mos Eisley Cantina. Gary Kurtz ficou impressionado com o logotipo de Rice e o selecionou sobre o design de Perri para os títulos de abertura do filme, depois de modificar a letra W para achatar as pontas pontiagudas originalmente projetadas por Rice. Isso finalizou o design de um dos logotipos mais reconhecíveis no design cinematográfico, embora a contribuição de Rice não tenha sido creditada no filme. 


Para o lançamento nos EUA em 1977, a 20th Century-Fox encomendou um cartaz promocional do filme à agência de publicidade Smolen, Smith e Connolly. Eles usaram o artista freelancer Tom Jung, que recebeu a abreviação de "o bem sobre o mal". Seu pôster, conhecido como Estilo 'A', mostrava Luke Skywalker em pé em uma pose heroica, brandindo um sabre de luz brilhante acima de sua cabeça, com a princesa Leia abaixo dele, e uma grande imagem fantasmagórica do capacete de Darth Vader se aproximando atrás deles. Alguns executivos da Fox consideraram este pôster "muito sombrio" e encomendaram aos irmãos Hildebrandt, uma dupla de artistas de fantasia bem conhecidos, para retrabalhar o pôster para o lançamento no Reino Unido. 


Quando o filme estreou nos cinemas britânicos, o pôster Estilo 'B' de Hildebrandts foi usado em outdoors de cinema. A Fox e a Lucasfilm decidiram posteriormente que queriam promover o novo filme com uma representação menos estilizada e mais realista dos personagens principais. O produtor Gary Kurtz recorreu ao artista de cartazes Tom Chantrell, que já era bem conhecido por seu prolífico trabalho para filmes de terror da Hammer, e encomendou uma nova versão. Dois meses após a estreia de Star Wars, o pôster de Hildebrandts foi substituído pelo pôster Estilo 'C' de Chantrell nos cinemas do Reino Unido.


Charles Lippincott foi o diretor de marketing de Star Wars. Como a 20th Century-Fox deu pouco apoio ao marketing além do licenciamento de camisetas e cartazes, Lippincott foi forçado a procurar outro lugar. Ele conseguiu acordos com a Marvel Comics para uma adaptação de quadrinhos, e com a Del Rey Books para uma novelização. Fã de ficção científica, ele usou seus contatos para promover o filme na San Diego Comic-Con e em outros lugares dentro do fandom de ficção científica.




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