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O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972): Entenda como filme que projetou Coppola desfez visão preconceituosa sobre os italianos e a máfia

Cena foi censurada na exibição da Globo deste último domingo (3/7)

Em 1945, na cidade de Nova York, no casamento de sua filha Connie com Carlo, Vito Corleone ouve pedidos feitos a ele. É um costume italiano realizar pedidos no dia do casamento de sua filha. Seu filho mais novo, Michael, que serviu durante a Segunda Guerra Mundial, apresenta sua namorada, Kay Adams (Diane Keaton), à sua família. Johnny Fontane, um cantor popular e afilhado de Vito, busca a ajuda do padrinho para garantir um papel no cinema. Enquanto isso, Sollozzo um barão da droga, planeja uma empreitada local. Ganhou vários prêmios, incluindo o Oscar de melhor filme e o Oscar de melhor roteiro adaptado para Coppola







Pouco antes do Natal, o barão da droga Sollozzo, conhecido como o "Turco", apoiado pela família criminosa Tattaglia, pede para Vito investimentos em seu negócio de narcóticos e proteção através de suas conexões políticas. Desconfiado do envolvimento em um novo comércio perigoso que corre o risco de controlar os políticos, Vito declina. Desconfiado, o Don manda seu assassino, Luca Brasi, espioná-los. Brasi é garroteado até a morte durante seu primeiro encontro com Bruno Tattaglia e Sollozzo. 



Mais tarde, Sollozzo tenta executar o Don Corleone, e depois sequestra Hagen. Com o primogênito de Corleone no comando, Sonny, Sollozzo pressiona Hagen a convencer Sonny a aceitar o acordo de Sollozzo, e então o liberta. A família recebe peixes embrulhados no colete à prova de balas de Brasi, indicando que Luca "dorme com os peixes". 




Vito sobrevive, e no hospital, Michael frustra outra tentativa contra seu pai, em um evento misterioso por parte da polícia, onde a mandíbula de Michael é quebrada pelo Capitão McCluskey, guarda-costas não oficial de Sollozzo. Michael planeja assassinar Sollozzo e McCluskey; fingindo o desejo de resolver a disputa, Michael os encontra em um restaurante do Bronx, onde depois de recuperar uma arma plantada por Clemenza, um capo Corleone, ele mata os dois homens.



Apesar de uma repressão das autoridades, as cinco famílias entram em guerra aberta, e Vito teme pela segurança de seus filhos. Michael se refugia na Sicília e Fredo é abrigado por Moe Greene em Las Vegas. Sonny ataca Carlo na rua por abusar de Connie e ameaça matá-lo se acontecer de novo. 


Quando isso acontece, Sonny corre para sua casa, mas é emboscado em uma cabine de pedágio da rodovia e violentamente assassinado por gângsteres empunhando submetralhadoras. Enquanto está na Sicília, Michael encontra e se casa com Apolônia, uma morena siciliana, mas um carro-bomba destinado a ele tira sua vida.


Devastado pela morte de Sonny e percebendo que os Tattaglias são controlados pelo agora dominante Don Barzini, Vito tenta acabar com a guerra. Ele garante às Cinco Famílias que vai retirar sua oposição ao seu negócio de heroína e renunciar a vingar o assassinato de Sonny. 







Análise e crítica do filme


Quando o filme se torna muito clássico, fica até difícil para se analisar sem soar pretencioso. Mas acho que, como grande fã da saga posso dar uma visão exclusiva sobre o filme. Me motivei a refazer esse texto pela exibição feita neste último domingo (3/7) na Globo, onde além de parecer que redublaram o filme, cortaram cenas essenciais do filme, como Michael matando seus inimigos no restaurante, parecendo que o filme era meio desconexo como um videoclipe. Mexeram na cor do filme também. Assim, para compensar a censura evidente da Globo por parte do sentido político e ideológico do filme, buscando fazer um certo "embranquecimento" do filme, é necessário sempre reforçar nossa própria interpretação das coisas.


Sempre que revejo o filme certos fatores me despertam a atenção. Primeiro, o poder de síntese de Coppola. No livro, a trama se arrasta e é bem lenta. Quando li o livro a primeira vez, fiquei viciado nele por sua forma descritiva e cultural de representar aquele universo, e por isso li bem rápido. Mas o livro é tijolo e leva certo tempo para se adaptar ao seu estilo. Mas o filme é dinâmico, com um corte e linguagem de câmera que facilitam muito o entendimento da trama. 


A edição e direção do filme é fantástica, trazendo sempre essa noção de contar com o mínimo possível. E a direção de Coppola é genial. Adoro como ele, com pequenos movimentos de câmera e ângulo, muda o sentido e perspectiva de certo diálogos e cenas, como quando vemos Michael aos poucos se mostrar melhor líder do que Sonny, pois maquiavélico, sabe fazer o bem aos poucos e o mal de uma vez só. Ele parece que sabe contar uma história com menos elementos. Ele soube dosar muito bem a intensidade das cenas, o movimento necessário para cada cena entre atuação, movimentos de câmera e o sentido diegético da importância daquela cena para construir um universo em extracampo, apenas imaginado pelo espectador. 


Por exemplo, no livro começa com o julgamento dos agressores da filha de Bonasera. O filme, inteligentemente, pula para o casamento, pois ele já resume tudo que é preciso saber. Mas há uma impressão que muita coisa foi filmada e não foi colocada no filme. Ao mesmo tempo, é incrível como o filme como um todo te envolve para aquele mundo apenas algumas cenas de caras conversando sentados em suas cadeiras. 


O roteiro e principalmente os diálogos são genialmente adaptados, fazendo parecer que o filme está em constante diálogo com o espectador mesmo depois de seu fim. Ficamos por horas discutindo valor e o sentido ético de cada decisão tomada no tabuleiro da guerra das famílias. O filme deixa no ar a ideia de escolhas, e de que escolhas bem feitas podem alterar o destino de todos. Esse caráter, além de representar o mundo do cinema e dos bastidores sujos de fazer um filme; a ligação da política com o crime e a relação da polícia dentro do universo da disputa das famílias; faz parecer que o roteiro é extremamente vivo.



O casamento é cheio de pequenos detalhes sugestivos para mais atentos e fãs do livro. Como Don Barzini tomando o filme e destruindo, de um fotografo do casamento (porque será, não é mesmo?). Luca Brasi falando sozinho na cadeira, foi um improviso do ator que ensaiava e foi filmado de surpresa por Coppola. 


Assim como o tapa de Sr. Corleone em Johnny foi improviso de Brando, e por isso todo mundo está rindo na cena. Outro detalhe é que quando Fredo percebe que Michael já chegou com Kay, ele vai cumprimentar o casal. Mas chega dando um tapa indiscreto na nuca de Michael e, aparentando estar bêbado, enseja beijar Kay na boca, ao que ela fica constrangida, mas termina por beijar no rosto mesmo. A cena entrega e enseja, para quem já viu os outros filmes, a traição de Fredo, logo ali, no inicio do primeiro filme. 



A fotografia é etérea e quase rarefeita, dando a sensação que estamos em algo similar a um sonho ou uma memória distante, contada varias vezes até se tornar rotineira. Os trabalhos de gradação de luz entre as cenas é muito bom, principalmente nas tomadas internas onde há bastante sombras e alguma janela de fundo ao estilo Vermeer, como as da casa dos Corleone ou da sequência do hospital. Ou as cenas externas, onde a luz é explorada com maior exposição para marcar sua intensidade, como na sequência da Sicília. As sombras parecem sempre presentes no filme para dizer que aquele é um "submundo". 



Como uma grande produção da Paramount, é incrível o trabalho de produção, designer, estúdios, objetos, roupas, cenários, maquiagens e cabelos. Os estúdios são muito bem utilizados nas cenas mais necessárias do filme. A representação de Nova York, seja ela real ou feita em estúdio é bem convincente e nostálgica. Esse lado de produção da Paramount sempre impressiona, como em Star Trek, CSI e outras grandes produções do estúdio. 


Os efeitos práticos e de tiro são fantásticos também. O tiro que Moe Greene leva através do olho foi inspirada pela morte do gângster Bugsy Siegel. Para fazer o efeito, os óculos do ator Alex Rocco tinham dois tubos escondidos nas armações. Um tinha sangue falso e o outro uma bala impulsionada por ar comprimido. Quando a arma foi disparada, o ar comprimido atirou a bala pelas lentes, quebrando-as por dentro. O outro tubo então soltou o sangue falso.



A cena do assassinato de McCluskey foi feita fazendo-se uma testa falsa e colocando-a no ator Sterling Hayden. Um buraco foi feito no centro, enchido com sangue falso, e coberto por próteses. Durante as filmagens um botão foi acionado e o buraco apareceu na cabeça de Hayden.



O elenco é impecavelmente escalado. Como membros todos de uma família, é bem inteligente que tenham vários atores bem carismáticos na produção. Brando é tão incrível como Don Corleone, que muitos confundem até mesmo um com o outro, tornando-se para sempre um personagem que o marcou quase completamente. Personificações como essa marcam a História do cinema, entrando para nosso imaginário para sempre.



Existe um certo exagero expressivo nas atuações, principalmente nas mortes, que lembram em muito os filmes de Glauber Rocha, principalmente Terra em Transe por seu teor de intriga política. Também nas cenas do funeral de Vito. Três mortes são incríveis de atuação no filme, a de Luca Brasi, a de Sonny e a de Don Barzini, onde o ator se jogou literalmente pelas escadas.   



James Caan como o explosivo, radical e violento Sonny impressiona demais até hoje. Mesmo que seu personagem não aja da maneira mais inteligente possível, sua atuação tempestuosa é sensacional e impactante como acompanhar os últimos momentos de um César. Tem outros dois filmes onde acredito que o ator já havia se destacado bastante, que foram Faixa Vermelha e El Dorado, mas aqui ele chegou ao auge de seu estilo e técnica de atuação. Al Pacino também está muito bem como Michael, mas seu personagem é mais obscuro, diria até gótico, que o Michael do livro, que era mais heroico. 



Não é seu melhor papel, mas é com certeza uma atuação impressionante por se diferenciar tanto do ator. Robert Duvall é tão bom no papel que construiu para mim um arquétipo do advogado ideal, que qualquer um quer ter ao seu lado. Menos lembrada mas igualmente genial, é a atuação de Diane Keaton, que faz uma Kay perfeita (pena que com pouco destaque no primeiro filme). Ela ser a Kay tira completamente a graça do plot de Apolônia. Também a de John Cazale como Fredo. Como não se impactar com seu choro na hora que o Don sofre o atentado? Richard Castellano é o Clemenza perfeito, sendo impossível imaginar outro no papel. 



Agora, um pouco de História: Logo após a Unificação Italiana, em 1861, a Itália entrou em um gigantesco processo de emigração. Milhões de pessoas abandonaram a Itália e partiram, principalmente, para as Américas: Brasil, Argentina e, sobretudo, os Estados Unidos.


A unificação italiana em 1861 fez com que as condições econômicas piorassem consideravelmente para muitos no antigo Reino das Duas Sicílias. Os principais fatores que contribuíram para o grande êxodo do sul da Itália e da Sicília após a unificação, incluíram: agitação política e social; o fascismo, a alocação do governo de muito mais de seus recursos para a industrialização do Norte do que para a do Sul; uma carga fiscal desigual no Sul; tarifas sobre os produtos do Sul; exaustão do solo e erosão; e recrutamento militar com duração de sete anos. De 1880 a 1915, cerca de 13 milhões de italianos emigraram da Itália, tornando a Itália o local da maior emigração voluntária registrada na História mundial. 



Os Estados Unidos ofereciam empregos que os camponeses italianos não qualificados e sem instrução poderiam ocupar. Os EUA estavam crescendo rapidamente durante o século XIX e muitas vezes havia uma escassez de trabalhadores. Imigrantes de todas as nações preencheram essa demanda, empregando-se na construção de ferrovias e de edifícios, enquanto outros empregavam-se em fábricas que exigiam pouca ou nenhuma habilidade especial. Esse tipo de trabalho era ideal para atender às necessidades dos imigrantes e, apesar de serem mal remunerados, ainda era muito mais do que eles podiam ganhar na Itália.


Entre 1880 e 1978, emigraram para os Estados Unidos 5,3 milhões de italianos. Apenas os alemães e irlandeses chegaram em maior número. A maior parte dos imigrantes eram camponeses oriundos do Sul da Itália, especialmente da Sicília e de Campânia e se instalaram, na sua maioria, no Nordeste do país, sendo a cidade de Nova Iorque o destino preferido. Dominaram bairros específicos (chamados "Little Italy") onde podiam se interagir e encontrar comida típica. Esses bairros eram tipicamente favelas construídas com habitações coletivas, com péssimo ou praticamente inexistência de saneamento básico. 


Os imigrantes italianos chegaram com muito pouco dinheiro e capital, todavia os EUA procuravam a mão-de-obra italiana. Aproximadamente 78% dos emigrados italianos eram do sexo masculino. Os imigrantes do sexo masculino nas "Little Italies" eram mais empregados em trabalhos manuais e estavam fortemente envolvidos em obras públicas, como a construção de estradas, trilhos de trem, esgotos, metrôs, pontes e os primeiros arranha-céus no nordeste dos Estados Unidos. Em 1890, 90% dos trabalhadores nas obras públicas de Nova York eram italianos.


Os imigrantes italianos na América do Norte, por serem católicos, sofreram diversos preconceitos por parte da população norte-americana, majoritariamente protestante. 


Ademais, devido ao fenômeno da máfia ter-se espalhado por parte da população ítalo-americana e ter sido cultuada em filmes do país, muitos americanos ligavam os imigrantes italianos a facções criminosas e demonizada máfia. As mesmas qualidades que conferiram grande fama e carisma aos italianos - lealdade à família, desconfiança de forasteiros, adesão estrita aos códigos de comportamento - também ajudaram a produzir alguns criminosos. A ascendência dos ítalo-americanos no submundo do crime coincidiu, por acidente histórico, com o advento da Lei Seca (eu expliquei melhor a Lei Seca no texto de Scarface, 1932. Sério, recomendo muito a leitura para entender toda a História da máfia). 



Porém, na realidade, apenas uma parcela mínima de ítalo-americanos estavam envolvidos com a máfia. Porém essa associação entre ser italiano e criminoso ainda persistiu por muito tempo, inclusive no Brasil.


O mundo da máfia era e ainda é muito atraente, não apenas para os cineastas, mas também para vários escritores que frequentemente escreviam sobre a máfia e novamente criavam uma imagem negativa em cima dos italianos. Já na década de 1930, bandidos americanos com sobrenomes italianos eram a imagem e o símbolo do crime organizado. 


O sucesso dos filmes de gângsteres Little Caesar e Scarface contribuiu para a visão do público de que o crime nos EUA era dominado por homens com acentuado sotaque italiano. Nas décadas de 1960 e de 1970, tal estereótipo seria, para alguns mas não para mim, reforçado por obras como O Poderoso Chefão. 




Isso por que pode parecer paradoxal, mas nos anos em que o estereótipo ganhou mais força, a própria máfia estava ficando cada vez mais fraca. Não só houve muitas investigações e processos judiciais que penetraram nas estruturas anteriormente impenetráveis, mas também a máfia não conseguia mais atrair novas pessoas: “Nos Estados Unidos, os grupos mafiosos, desde a década de 1960, foram cada vez mais incapazes de atrair pessoas capazes, ítalo-americanos ambiciosos e inteligentes das gerações mais jovens".


A imagem de indivíduos de origens italianas como membros de um único povo inferior, desfrutando de vida gregária, condições de vida precárias e propensos à violência e atividades criminosas era comum na opinião pública americana em geral. 


Porém, essa imagem negativa diminuiu ou deixou de existir nas últimas décadas e, atualmente, a visão que a sociedade americana tem dos italianos é geralmente positiva. A máfia é lembrada inclusive de maneira afetiva, existindo inclusive um museu da máfia em Las Vegas (detalhe para o cartaz de Dean Martin e Jerry Lewis no filme, como se fossem lançamento, genial demais).


Por volta de 1920, as "Little Italies" haviam-se estabilizado e tornaram-se consideravelmente mais prósperas, à medida que os trabalhadores conseguiam empregos mais bem remunerados, muitas vezes em profissões especializadas. 


O inglês era agora a língua mais comumente ouvida nas ruas das "Little Italies". Durante a era da imigração em massa, as famílias rurais na Itália não valorizavam muito a educação formal, pois precisavam que seus filhos ajudassem nas tarefas, assim que tivessem idade suficiente. Para muitos, essa atitude não mudou ao chegar aos Estados Unidos, onde se esperava que as crianças ajudassem a sustentar a família o mais rápido possível. 


O desprezo pela educação formal, fortemente presente entre os imigrantes italianos, mudou a cada geração sucessiva. 


O censo de 1970 revelou que os menores de 45 anos alcançaram um nível de educação comparável à média nacional americana. Após seis décadas do pico imigratório, os americanos de origem italiana haviam se igualado à média nacional, no tocante à educação.


Na segunda geração, aproximadamente 70% dos descendentes de italianos nos Estados Unidos tinham empregos de colarinho azul e a proporção caiu para aproximadamente 50% na terceira geração, de acordo com pesquisas de 1963. 


Em 1987, o nível de renda ítalo-americana excedeu a média nacional e, desde os anos 50, cresceu mais rápido do que qualquer outro grupo étnico branco, exceto os judeus. Em 1990, de acordo com o censo dos EUA, mais de 65% dos americanos de origem italiana estavam empregados como trabalhadores administrativos, profissionais especializados ou de colarinho branco. Em 1999, a renda anual média das famílias ítalo-americanas era de US $ 61.300, enquanto a renda anual média de todas as famílias americanas era de US $ 50.000.


Por isso discordo totalmente que O Poderoso Chefão corrobore o estereótipo do italiano como gangster e mau: na verdade o filme rompe o estereótipo tentando reposicionar os mafiosos não como conservadores, republicanos, foras da lei que só respeitam valores familiares. 


Na verdade, em Poderoso Chefão os Corleone eram super democratas e por isso venciam seus conflitos. Com escândalos como do Watergate e outros que associavam o republicano Nixon de ter ligação com máfia; Coppola escolheu reposicionar os mafiosos do filme culturalmente como ítalo-americanos comuns, perseguidos pela opinião pública e entre os seus, as demais famílias, por serem democratas demais. Filmes como o dele foram responsáveis por substituir paulatinamente esse arquétipo do mafioso como bandido, para, como Coppola, o cinema e as artes. Um clássico da Nova Hollywood que representou uma grande evolução para o cinema moderno.



Sobre o livro


Puzo nasceu em uma família de imigrantes italianos que moravam em Hell's Kitchen, um bairro de Nova Iorque. Criado num bairro pobre e violento de Manhattan, era filho de um ferroviário. Passou a infância entre os comboios e as bibliotecas públicas. Atraído desde cedo pelo jogo, paixão que nunca abandonou, desenvolveu também o gosto pela literatura. 


Quando anunciou à família o projeto de se tornar escritor, acharam que estava louco. Muitos dos seus livros descrevem a herança siciliana. Entrou para a Força Aérea dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial e foi mandado para a Ásia e Alemanha. Regressando aos EUA, foi estudar na New School For Social Research em Nova Iorque, depois esteve na Universidade de Columbia, onde frequentou os cursos de Literatura e Escrita de Criação.



Foi na revista American Vanguard, que Puzo publicou seu primeiro conto, The Last Christmas (O último Natal), em 1950. Cinco anos depois, procurando avidamente o sucesso, lançou The Dark Arena (A Guerra Suja), um vigoroso romance sobre um veterano de guerra, ambientado num país em paz. Mas suas pretensões permaneceram frustradas: muito bem recebido pela crítica, o livro passou despercebido pelo grande público.


Apesar das boas críticas, seu outro livro The Fortunate Pilgrim (“O Peregrino Afortunado”, sem edição brasileira), de 1965, vendeu apenas 4 mil exemplares – o que não bastava para o escritor sustentar sua esposa e cinco filhos. Então seu editor sugeriu que considerasse escrever um livro sobre os mafiosos italianos. Disse que, provavelmente, The Fortunate Pilgrim venderia melhor se tivesse mais crime no enredo. Puzo não gostou da ideia. Considerava-se um artista, era consciente da qualidade literária das frases que saíam da máquina de escrever. Não queria encher suas páginas com o sangue para uma tentativa (talvez malsucedida) de tornar seu trabalho mais comercial. 


Relutou bastante até ceder aos fatos: com mais de 45 anos, devia dinheiro a parentes, bancos, casas de apostas e agiotas. Sabia que, se não arrumasse algo rentável em pouco tempo, podia voltar para casa um dia com os dois braços quebrados. 



Apesar da ascendência italiana e de ter crescido num bairro violento, Hell’s Kitchen (a “cozinha do Diabo”), área de Manhattan dominada, nos anos 1960, por irlandeses de baixa renda, muitos ligados a pequenos grupos, Puzo não tinha nenhuma familiaridade com os negócios da máfia. Tudo o que se refere aos códigos e práticas do crime organizado à italiana foi fruto de pesquisa para escrever o livro. E um pouquinho de inspiração materna.


Sua mãe, nascida em Nápoles, no sul da Itália, foi o modelo para o personagem Vito Corleone, o patriarca que faz ofertas que você não pode recusar. Puzo dizia ouvir a voz dela nos diálogos do mafioso. “Assim como Don [Corleone], ela podia ser extremamente afetuosa e igualmente implacável.”



Embora não conhecesse o universo dos gângsteres por experiência própria, o escritor foi convincente. Seu livro, The Godfather (literalmente, “O Padrinho”), tornou-se um best-seller assim que chegou às livrarias, em março de 1969: ficou 67 semanas nas listas dos mais vendidos nos EUA. Tão convincente que, anos depois, Puzo foi abordado por um assassino da máfia de Chicago, interessado em saber como o escritor tivera acesso aos líderes mafiosos para reproduzir tão bem suas falas e costumes. Mas não. O artista nunca tinha falado com um gângster de verdade para escrever seu livro. (Esse assassino curioso, John Roselli, teria seu cadáver encontrado mais tarde flutuando numa baía da Flórida, dentro de um barril fechado com correntes. Uma violência tão terrível quanto a da ficção.) 


Com o sucesso de The Godfather, Mario Puzo pagou a todos seus credores e ficou rico com os royalties. Ficaria ainda mais quando a Paramount adquiriu os direitos da obra e a transformou num dos filmes mais mencionados como “o melhor da história do cinema”. The Godfather, o filme do diretor Francis Ford Coppola, estreou há 50 anos, completados agora em março, e aqui ganhou título muito sem graça, similar a chanchadas que o Brasil lançava às nos anos 70: O Poderoso Chefão. Até O Padrinho era melhor.


Puzo participaria do roteiro do longa-metragem, que conseguiu unir qualidade cinematográfica com um tremendo sucesso de bilheteria. Algo que, na visão do próprio Mario Puzo, seu livro não atingiu. “‘O Poderoso Chefão’ [o livro] não é tão bom quanto meus romances anteriores”, assumiria o autor, que sentiu falta de mérito artístico na obra que o afastou para sempre das ameaças dos agiotas. “Só escrevi para ganhar dinheiro.” 



História por trás do filme


A Paramount Pictures descobriu originalmente sobre o romance de Puzo em 1967, quando um olheiro literário da empresa entrou em contato com o então vice-presidente de produção da Paramount, Peter Bart, sobre o manuscrito inacabado de 60 páginas de Puzo. Bart acreditava que o trabalho era "muito além de uma história da Máfia" e ofereceu a Puzo uma opção de US$ 12.500 para o trabalho, com uma opção de US$ 80.000 se o trabalho final fosse transformado em filme. Apesar do agente de Puzo dizer a ele para recusar a oferta, Puzo estava desesperado por dinheiro e aceitou o acordo. Robert Evans, da Paramount, relata que, quando se conheceram no início de 1968, ele ofereceu a Puzo o acordo de US$ 12.500 para o manuscrito de 60 páginas intitulado "Máfia", depois que o autor confidenciou a ele que ele precisava urgentemente de US$ 10.000 para pagar dívidas de jogo.


Em março de 1967, a Paramount anunciou que eles apoiaram o próximo trabalho de Puzo na esperança de fazer um filme. Em 1969, a Paramount confirmou suas intenções de fazer um filme com o preço de US$ 80.000, com o objetivo de ter o filme lançado no dia de Natal em 1971. Em 23 de março de 1970, Albert S. Ruddy foi anunciado oficialmente como produtor do filme, em parte porque os executivos do estúdio ficaram impressionados com sua entrevista e porque ele era conhecido por trazer seus filmes sob orçamento.



No entanto, Coppola enfrentou várias dificuldades durante as filmagens de O Poderoso Chefão. Ele não foi a primeira escolha da Paramount para dirigir o filme; O diretor italiano Sergio Leone foi inicialmente oferecido o trabalho, mas recusou-se a dirigir seu próprio opus gangster, Era Uma Vez na América. 


Peter Bogdanovich foi então abordado, mas ele também recusou a oferta porque ele não estava interessado na máfia. Bogdanovich sempre disse que ele teria escalado Edward G. Robinson no papel principal se ele aceitasse o filme. Além disso, Peter Yates, Richard Brooks, Arthur Penn, Costa-Gavras e Otto Preminger foram todos oferecidos o cargo e recusaram. 


O assistente-chefe de Evans, Peter Bart, sugeriu Francis Ford Coppola, como um diretor de ascendência italiana que trabalharia por uma quantia baixa e orçamento após a má recepção de seu último filme The Rain People. Na época, Coppola já havia dirigido oito filmes e vencido um Oscar de Melhor Roteiro Original em 1971 por Patton. Coppola estava em dívida com a Warner Bros. em um valor de 400 000 dólares após os estouros no orçamento do filme THX 1138, de George Lucas que Coppola produziu. Lucas o convenceu a dirigir Godfather para ganhar dinheiro.


Coppola inicialmente recusou o trabalho porque achou o romance de Puzo desprezível e sensacionalista, descrevendo-o como "coisas muito baratas". Na época, o estúdio de Coppola, o Zoetrope, devia mais de US$ 400.000 à Warner Bros. por excesso de orçamento com o filme THX 1138 e, juntamente com sua má posição financeira, juntamente com conselhos de amigos e familiares, Coppola reverteu sua decisão inicial e assumiu o cargo. Coppola foi anunciado oficialmente como diretor do filme em 28 de setembro de 1970. 


Coppola concordou em receber US$ 125 mil e 6% dos aluguéis brutos.  De acordo com Robert Evans, chefe da Paramount Pictures na época, Coppola também não queria dirigir o filme inicialmente porque temia que glorificasse a máfia e a violência e, assim, refletisse mal sobre sua herança siciliana e italiana. 



Evans queria especificamente um ítalo-americano para dirigir o filme porque sua pesquisa havia mostrado que filmes anteriores sobre a Máfia que eram dirigidos por não-italianos tinham se saíram tristemente nas bilheterias. Ele também queria, em suas próprias palavras, "cheirar a espaguete". Quando Coppola se deparou com a ideia de fazer do filme uma metáfora para o capitalismo americano, no entanto, ele concordou ansiosamente em assumir o leme.


Houve discordância entre Paramount e Coppola sobre a questão do elenco; Coppola manteve seu plano de escalar Marlon Brando como Vito Corleone, embora a Paramount quisesse Ernest Borgnine ou Danny Thomas. 


Em certo momento, Coppola foi informado pelo então presidente da Paramount que "Marlon Brando nunca aparecerá neste filme".


 Depois de implorar aos executivos, Coppola foi autorizado a escalar Brando apenas se ele aparecesse no filme por muito menos dinheiro do que seus filmes anteriores, realizasse um teste de tela, e colocasse uma cláusula dizendo que ele não causaria um atraso na produção (como havia feito em sets de filmagem anteriores, principalmente do filme One-Eyed Jacks, 1961, distribuído pela Paramount e que gerou muitas brigas na produção, já analisadas aqui no blog). 


Coppola escolheu Brando em vez de Ernest Borgnine com base no teste de tela de Brando, que também conquistou a liderança da Paramount. 


Brando também apoiava o Movimento Indígena Americano. Na cerimônia do Oscar de 1973, Brando se recusou a receber o Oscar por sua atuação em O Poderoso Chefão.


Sacheen Littlefeather o representou na cerimônia. Ela apareceu em trajes Apache completos e afirmou que, devido ao "mau tratamento dispensado aos nativos americanos na indústria cinematográfica", Brando não aceitaria o prêmio. 





O evento ocorreu na mesma época do Massacre de Wounded KneeFoi a última batalha das Guerras Indígenas. Um destacamento do 7.º Regimento de Cavalaria dos Estados Unidos, comandado pelo Major Samuel M. Whitside, interceptou um grupo composto por índios Miniconjou e 38 Hunkpapa que eram liderados pelo chefe tribal Spotted Elk, perto de Porcupine Butte e os massacrou de forma indiscriminada por todos os lados do local, matando homens, mulheres e crianças, bem como alguns dos seus próprios companheiros soldados. 


Pelo menos 150 homens, mulheres e crianças do povo Lacota tinham sido mortos e 51 feridos (4 homens, 47 mulheres e crianças, alguns dos quais morreram mais tarde); algumas estimativas colocam o número de mortos em 300. Vinte e cinco soldados também morreram e 39 ficaram feridos (seis dos feridos morreram mais tarde). O evento chamou a atenção dos Estados Unidos e da mídia mundial. Este foi considerado um grande evento e uma vitória do movimento por seus apoiadores e participantes. Coppola mais tarde se lembraria:


"O Poderoso Chefão era um filme muito desvalorizado quando estávamos fazendo. Eles estavam muito insatisfeitos com isso. Eles não gostaram do elenco. Eles não gostaram do jeito que eu estava filmando. Eu estava sempre prestes a ser demitido. Então foi uma experiência extremamente noturna. Eu tinha dois filhos pequenos, e o terceiro nasceu durante a filmagem. Morávamos em um pequeno apartamento, e eu estava basicamente com medo que eles não gostassem. Eles tinham tanto quanto dito isso, então quando tudo acabou eu não estava confiante de que seria bem sucedido, e que eu conseguiria outro emprego."



Antes de O Poderoso Chefão estar em produção, a Paramount estava passando por um período sem sucesso. Além do fracasso de The Brotherhood, outros filmes que tinham sido produzidos ou coproduzidos pela Paramount tinham excedido muito seus orçamentos: Darling Lili, Paint Your Wagon, e Waterloo. O orçamento para o filme era originalmente de $2,5 milhões, mas à medida que o livro crescia em popularidade, Coppola defendia e finalmente recebia um orçamento maior. 


Os executivos da Paramount queriam que o filme fosse ambientado no contemporâneo Kansas City e terminado no backlot do estúdio, a fim de reduzir os custos. Coppola se opôs e queria definir o filme no mesmo período de tempo que o romance, as décadas de 1940 e 1950. As razões de Coppola incluíam: a temporada de Michael Corleone no Corpo de Fuzileiros Navais, o surgimento da América corporativa e da América nos anos após a Segunda Guerra Mundial. 


O romance estava se tornando cada vez mais bem sucedido e assim os desejos de Coppola foram eventualmente acordados. Os chefes de estúdio posteriormente deixaram Coppola filmar em locações em Nova York e na Sicília. 


O executivo da Gulf and Western, Charles Bluhdorn, ficou frustrado com Coppola sobre o número de testes de tela que havia realizado sem encontrar uma pessoa para desempenhar os vários papéis. A produção rapidamente ficou para trás por causa da indecisão e conflitos de Coppola com a Paramount, o que levou a custos em torno de $ 40.000 por dia. Com o aumento dos custos, a Paramount fez com que o então vice-presidente Jack Ballard ficasse de olho nas despesas de produção. 


Coppola estava ciente de que Evans havia pedido a Elia Kazan para assumir a direção do filme porque temia que Coppola fosse muito inexperiente para lidar com o aumento do tamanho da produção. Coppola também estava convencido de que o editor de filmes, Aram Avakian, e o diretor assistente, Steve Kestner, estavam conspirando para que ele fosse demitido. 


Avakian reclamou com Evans que ele não poderia editar as cenas corretamente porque Coppola não estava filmando o suficiente. Evans ficou satisfeito com as filmagens enviadas para a Costa Oeste e autorizou Coppola a demitir os dois. Coppola mais tarde explicou: "Como o padrinho, eu demiti as pessoas como um ataque preventivo. As pessoas que estavam mais lutando para me demitir, eu tinha demitido." Ele teve ajuda: Brando ameaçou desistir se Coppola fosse demitido.



A Paramount queria que O Poderoso Chefão atraísse um grande público e ameaçou Coppola com um "treinador de violência" para tornar o filme mais emocionante. Coppola adicionou mais algumas cenas violentas para manter o estúdio feliz. A cena em que Connie quebra louças depois de descobrir que Carlo estava traindo foi adicionada por esta razão (e por isso parece meio forçada).



Em 14 de abril de 1970, foi revelado que Puzo foi contratado pela Paramount por US $ 100.000, juntamente com uma porcentagem dos lucros do filme, para trabalhar no roteiro do filme. Trabalhando a partir do livro, Coppola queria ter os temas de cultura, caráter, poder e família como destaques do filme, enquanto Puzo queria manter aspectos de seu romance e seu rascunho inicial de 150 páginas foi concluído em 10 de agosto de 1970. Depois que Coppola foi contratado como diretor, tanto Puzo quanto Coppola trabalharam no roteiro, mas separadamente. 


Puzo trabalhou em seu rascunho em Los Angeles, enquanto Coppola escreveu sua versão em São Francisco. Coppola criou um livro onde ele rasgou páginas do livro de Puzo e as colou em seu livro. Lá, ele fez anotações sobre cada uma das cinquenta cenas do livro, que se referia a grandes temas predominantes na cena, se a cena deveria ser incluída no filme, juntamente com ideias e conceitos que poderiam ser usados durante as filmagens para tornar o filme fiel à cultura italiana. Os dois mantiveram contato enquanto escreviam seus respectivos roteiros e tomaram decisões sobre o que incluir e o que remover para a versão final. Um segundo rascunho foi concluído em 1º de março de 1971, e tinha 173 páginas. 


O roteiro final foi concluído em 29 de março de 1971 e acabou com 163 páginas, 40 páginas sobre o que a Paramount havia pedido. Ao filmar, Coppola se referiu ao caderno que havia criado sobre o rascunho final do roteiro. O roteirista Robert Towne fez um trabalho não creditado no roteiro, particularmente na cena do jardim de Pacino-Brando. Apesar de terminar o terceiro rascunho, algumas cenas do filme ainda não tinham sido escritas e foram escritas durante a produção.



A Liga Ítalo-Americana de Direitos Civis, liderada pelo mafioso Joseph Colombo, afirmou que o filme enfatizava estereótipos sobre ítalo-americanos, e queria que todos os usos das palavras "máfia" e "Cosa Nostra" fossem removidos do roteiro. A liga também solicitou que todo o dinheiro ganho com a estreia fosse doado ao fundo da liga para a construção de um novo hospital. Coppola alegou que o roteiro de Puzo continha apenas duas instâncias da palavra "máfia" sendo usada, enquanto "Cosa Nostra" não foi usada. Esses dois usos foram removidos e substituídos por outros termos, que Coppola sentiu que não mudaram a história em tudo. A liga eventualmente deu seu apoio para o roteiro.


Puzo foi o primeiro a mostrar interesse em ter Marlon Brando interpretando Don Vito Corleone enviando uma carta para Brando na qual ele afirmou que Brando era o "único ator que pode interpretar o Poderoso Chefão". Apesar da vontade de Puzo, os executivos da Paramount eram contra ter Brando, em parte devido ao fraco desempenho de seus filmes recentes e também ao seu temperamento curto. 


Coppola queria Brando ou Laurence Olivier para o papel, mas o agente de Olivier recusou o papel alegando que Olivier estava doente. No entanto, Olivier passou a estrelar Sleuth no final daquele ano. O estúdio pressionou principalmente para Ernest Borgnine receber o papel. Outros considerados foram George C. Scott, Richard Conte, Anthony Quinn e Orson Welles. 



Após meses de debate entre Coppola e Paramount sobre Brando, os dois finalistas para o papel foram Borgnine e Brando, este último dos quais o presidente da Paramount, Stanley Jaffe, precisou realizar um teste de tela. Coppola não quis ofender Brando e afirmou que precisava testar equipamentos para configurar o teste de tela na residência de Brando na Califórnia. Para maquiagem, Brando enfiou bolas de algodão nas bochechas, colocou graxa de sapato no cabelo para escurecer, e rolou o colarinho. 


Coppola colocou a fita de audição de Brando no meio dos vídeos das fitas de audição enquanto os executivos da Paramount assistiam. Os executivos ficaram impressionados com os esforços de Brando e permitiram que Coppola lançasse Brando para o papel. Brando ganhou US$ 1,6 milhão com um acordo de participação líquida. 


Desde o início da produção, Coppola queria que Robert Duvall interpretasse o papel de Tom Hagen. Após testar vários outros atores, Coppola finalmente conseguiu seu desejo e Duvall foi premiado com o papel. Al Martino, um então famoso cantor em boates, foi notificado do personagem Johnny Fontane por um amigo que leu o romance homônimo e sentiu que ele representava o personagem de Johnny Fontane. Martino então entrou em contato com o produtor Albert S. Ruddy, que lhe deu o papel. 


No entanto, Martino foi destituído do papel depois que Coppola se tornou diretor e, em seguida, concedeu o papel ao cantor Vic Damone. De acordo com Martino, depois de ser destituído do papel, ele foi para Russell Bufalino, seu padrinho e chefe do crime, que então orquestrou a publicação de vários artigos de notícias que alegavam que Coppola não tinha conhecimento sobre o que estava fazendo. Damone eventualmente deixou o papel porque ele não queria provocar a multidão, além de ser pago muito pouco. Em última análise, o papel de Johnny Fontane foi dado a Martino.


Robert De Niro originalmente recebeu o papel de Paulie Gatto. Um problema em The Gang That Couldn't Shoot Straight liberou Al Pacino a sair do projeto em favor de O Poderoso Chefão, o que levou De Niro a fazer um teste para o papel e deixar O Poderoso Chefão após receber o papel. De Niro também tentou para o papel de Sonny Corleone. 


Após a demissão de De Niro, Johnny Martino recebeu o papel de Gatto. Coppola escalou Diane Keaton para o papel de Kay Adams devido à sua reputação de ser excêntrica. John Cazale recebeu o papel de Fredo Corleone depois que Coppola o viu atuar em uma produção off Broadway. Gianni Russo recebeu o papel de Carlo Rizzi depois que ele foi convidado a realizar um teste de tela no qual ele atuou na luta entre Rizzi e Connie. 


Perto do início das filmagens em 29 de março, Michael Corleone ainda não tinha sido escalado. Os executivos da Paramount queriam um ator popular, seja Warren Beatty ou Robert Redford. O produtor Robert Evans queria que Ryan O'Neal recebesse o papel em parte devido ao seu recente sucesso em Love Story. 


Pacino era o favorito de Coppola para o papel, pois ele podia imaginá-lo vagando pelo campo siciliano, e queria um ator desconhecido que se parecesse com um ítalo-americano. No entanto, os executivos da Paramount acharam Pacino muito baixo para interpretar Michael. Dustin Hoffman, Martin Sheen e James Caan também fizeram um teste. 


Burt Reynolds também foi oferecido o papel, mas Marlon Brando estava ameaçando desistir se Reynolds entrasse a bordo, então Reynolds recusou o papel. Jack Nicholson também foi oferecido o papel, mas recusou, pois achava que um ator ítalo-americano deveria interpretar o papel. Caan foi bem recebido pelos executivos da Paramount e recebeu o papel de Michael inicialmente, enquanto o papel de Sonny Corleone foi concedido a Carmine Caridi. Coppola ainda pressionou para Pacino interpretar Michael perante Evans até ele eventualmente admitir, permitindo que Pacino tivesse o papel de Michael enquanto Caan interpretasse Sonny. 


Evans preferiu Caan em vez de Caridi porque Caan era sete centímetros mais baixo que Caridi, que era muito mais próximo da altura de Pacino. Apesar de concordar em interpretar Michael Corleone, Pacino foi contratado para estrelar The Gang That Couldn't Shoot Straight, da MGM, mas os dois estúdios concordaram com um acordo e Pacino foi emprestado para a Paramount três semanas antes do início das filmagens.



Coppola deu vários papéis no filme para os membros da família. Ele deu a sua irmã, Talia Shire, o papel de Connie Corleone. Sua filha Sofia Coppola interpretou Michael Francis Rizzi, filho recém-nascido de Connie e Carlo. Carmine Coppola, seu pai, apareceu no filme como um extra tocando piano durante uma cena. A esposa, a mãe e os dois filhos de Coppola apareceram como figurantes no filme. Vários papéis menores, como Luca Brasi, foram escalados após o início das filmagens.



Antes do início das filmagens, o elenco recebeu um período de duas semanas para o ensaio, que incluiu um jantar onde cada ator e atriz teve que assumir o personagem durante sua duração. As filmagens estavam programadas para começar em 29 de março de 1971, com a cena de Michael Corleone e Kay Adams quando eles saem da Best & Co. em Nova York depois de comprar presentes de Natal. O tempo em 23 de março previu nevascas, o que fez com que Ruddy mudasse a data de filmagem para a frente; neve não se materializou e uma máquina de neve foi usada. 


As filmagens principais em Nova York continuaram até 2 de julho de 1971. Coppola pediu uma pausa de três semanas antes de ir para o exterior para filmar na Sicília. Após a partida da tripulação para a Sicília, a Paramount anunciou que a data de lançamento seria transferida para o início de 1972.


O diretor de fotografia Gordon Willis (All the President's Men, The Parallax View, Annie Hall, The Purple Rose of Cairo) inicialmente recusou a oportunidade de filmar O Poderoso Chefão porque a produção parecia "caótica" para ele. Depois que Willis aceitou a oferta, ele e Coppola concordaram em não usar nenhum dispositivo de filmagem moderno, helicópteros ou lentes de zoom. 


Willis e Coppola optaram por usar um "formato tableau" de filmagem para fazer parecer que se fosse visto como uma pintura. Ele fez uso de sombras e baixos níveis de luz ao longo do filme para mostrar desenvolvimentos psicológicos. Willis e Coppola concordaram em intercalar cenas claras e escuras ao longo do filme. A fotografia Willis é subexposta de proposito para criar um "tom amarelo". As cenas na Sicília, por exemplo, foram filmadas para exibir o campo e "exibir uma terra mais romântica", dando a essas cenas uma sensação "mais suave, mais romântica" do que as cenas de Nova York. Conhecido por sua propensão de fotografar em condições extremamente escuras, por isso, recebeu o apelido de "O Príncipe da Escuridão", atribuído a ele por seu amigo, Conrad Hall.



Outra marca registrada de Gordon Willis é a preferência por filmar no horário mágico, pouco antes do crepúsculo do sol, quando o sol está fraco e cria um fulgor dourado. Willis criou o filtro de cor âmbar, para criar a sensação de imagem envelhecida, para a sequência do jovem Vito, em O Poderoso Chefão: Parte II – vários filmes posteriores, copiaram esta técnica cinematográfica, para demonstrar a época pré-Segunda Guerra Mundial.


Um dos momentos mais chocantes do filme envolveu uma cabeça de cavalo real, decepada. Esta cena foi filmada no Sands Point Preserve, em Long Island. Coppola recebeu algumas críticas pela cena, embora a cabeça tenha sido obtida de uma empresa de ração para cães de um cavalo que seria morto independentemente do filme, mas soa muito ecologicamente incorreta. 


Em 22 de junho, a cena em que Sonny é morto baleado em uma estrada em Mitchel Field, em Uniondale, foi filmada, onde três pedágios foram construídos, juntamente com guard rails, e outdoors para definir a cena. O carro de Sonny era um Lincoln Continental de 1941 com buracos perfurados nele para se assemelhar a buracos de bala. A cena levou três dias para ser filmada e custou mais de US$ 100 mil.



O pedido de Coppola para filmar nos locais corretos foi atendido. Aproximadamente 90% das cenas foram gravadas na cidade de Nova York e seus subúrbios circundantes, usando mais de 120 locais distintos. Várias cenas foram filmadas no Filmways, no East Harlem. As partes restantes foram filmadas na Califórnia, ou no local na Sicília. As cenas ambientadas em Las Vegas não foram filmadas no local porque não havia fundos suficientes. Savoca e Forza d'Agrò foram as cidades sicilianas destaque no filme. 



A cena do casamento de abertura foi filmada em um bairro de Staten Island usando quase 750 moradores como figurantes. A casa usada como a casa Corleone e o local do casamento era na Avenida Longfellow, 110, no bairro de Todt Hill, em Staten Island. A parede ao redor do composto Corleone foi feita de isopor. 


Cenas ambientadas dentro e ao redor do negócio de azeite Corleone foram filmadas na Rua Mott. Além disso, as filmagens contaram também com a mansão de William Hearst, na parte em Los Angeles. 


Projetada por Gordon Kaufmann e originalmente construída para o banqueiro de LA Milton Getz, a tradicional mansão foi Comprado em 1919 pelo magnata da mídia, William Randolph Hearst. A mesma mansão que Hearst e a atriz Marion Davies viveram durante seus mais de 30 anos de casamento, foi onde Jacqueline e John F. Kennedy passaram a lua de mel em 1953.




Após o término das filmagens, em 7 de agosto, os esforços de pós-produção foram focados em reduzir o filme a um comprimento gerenciável. Além disso, produtores e diretores ainda estavam incluindo e removendo diferentes cenas do produto final, juntamente com o corte de certas sequências. 


Em setembro, o primeiro corte bruto do filme foi visto. Muitas das cenas removidas do filme foram centradas em Sonny, o que não avançou a trama. Em novembro, Coppola e Ruddy terminaram a semifinal. Os debates sobre o pessoal envolvido com a edição final permaneceram mesmo 25 anos após o lançamento do filme. O filme foi exibido para a equipe e expositores da Paramount no final de dezembro de 1971 e janeiro de 1972.



Coppola contratou o compositor italiano Nino Rota para criar o sublinhado para o filme, incluindo "Tema de Amor de O Poderoso Chefão". Para a partitura, Rota deveria se relacionar com as situações e personagens do filme. Rota sintetizou novas músicas para o filme e tirou alguns papéis de sua trilha sonora de 1958, a fim de criar um sentimento italiano e evocar a tragédia dentro do filme. O executivo da Paramount Evans achou a pontuação muito "highbrow" e não quis usá-la; no entanto, foi usado depois que Coppola conseguiu fazer Evans concordar. Coppola acreditava que a peça musical de Rota dava ao filme ainda mais uma sensação italiana. O pai de Coppola, Carmine, criou algumas músicas adicionais para o filme, particularmente a música tocada pela banda durante a cena do casamento de abertura. 




A trilha inclui" C'è la luna mezzo mare" e aria de Cherubino, "Non so più cosa son" de Le Nozze di Figaro. Houve uma trilha sonora lançada para o filme em 1972 em forma de vinil pela Paramount Records, em CD em 1991 pela Geffen Records, e digitalmente por Geffen em 18 de agosto de 2005. O álbum contém mais de 31 minutos de música que foi usada no filme, a maioria composta por Rota, juntamente com uma canção de Coppola e uma de Johnny Farrow e Marty Symes. O AllMusic deu ao álbum cinco de cinco estrelas, com o editor Zach Curd dizendo que é uma "trilha sonora sombria, iminente e elegante". Um editor da Filmtracks acreditava que Rota era bem sucedida em relacionar a música com os aspectos centrais do filme.




Gângsteres teriam respondido com entusiasmo ao filme. Salvatore "Sammy, o Touro" Gravano, ex-subchefe da família Gambino, disse: "Eu deixei o filme atordoado ... Quer dizer, eu flutuei para fora do teatro. Talvez fosse ficção, mas para mim, então, essa era a nossa vida. Foi incrível. Lembro-me de falar com uma multidão de caras, homens feitos, que se sentiam exatamente da mesma maneira." De acordo com Anthony Fiato, depois de ver o filme, os membros da família do crime Patriarca Paulie Intiso e Nicky Giso alteraram seus padrões de fala para imitar o de Vito Corleone. Intiso era conhecido por xingar com frequência e usar gramática pobre; mas depois de ver o filme, ele começou a melhorar seu discurso e filosofar mais.



Francis Ford Coppola recebeu uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood em 21 de março de 2022, quase 50 anos após o dia em que "O Poderoso Chefão" chega aos cinemas. Enquanto esse filme lançou sua carreira na estratosfera, Coppola consolidou-se como um grande cineasta graças à sua impressionante produção nos anos seguintes com filmes como "A Conversação", "Apocalypse Now" e, claro, as sequências de "Poderoso Chefão". Quando se expressa surpresa por ainda não ter uma estrela na Calçada da Fama, ele diz: "A maneira como funciona é que quando uma imagem abre, o estúdio que financiou ou distribuiu paga para colocar seu nome na rua. Desde que financiei ou distribuí meus próprios filmes, nunca tive a sorte de ter um estúdio para fazer esse evento."




Foi relatado que Coppola está planejando investir $120 milhões de seu próprio dinheiro, tendo vendido uma parte de seu império de vinho de enorme sucesso. Embora pouco se saiba sobre o enredo do filme, Coppola dirá o seguinte: "Eu vou fazer 'Megalópole' e eu digo a você que as pessoas vão coçar a cabeça dizendo: 'Uau, tem tanta coisa nele que não entendemos no início que entendemos agora.' Essa é a minha esperança. Quanto aos cineastas que ele está animado hoje, ele, é claro, cita sua neta, Gia Coppola, que ele observa que "representa cinco gerações da família no ramo do cinema". Isso começa com seu avô, Agostino Coppola, que construiu o primeiro sistema de som Vitaphone; seu pai, o compositor Carmine Coppola; irmã Talia Shire; sobrinho Nicolas Cage; e a filha Sofia Coppola.



Ele também cita Denis Villeneuve e Cary Joji Fukunaga como "cineastas maravilhosos na escala de filmes de grande orçamento". Ele diz: "Mas eu não acho que eles necessariamente têm a chance de fazer os filmes com seus corações. Acho que estão sendo convidados a fazer filmes que não são contra os grãos. Temos uma abundância de ricos, grande talento e eu lhes daria mais responsabilidade porque eles são capazes disso."


Não que Coppola tenha algo contra entretenimento de grande orçamento: "Eu gostei de 'Deadpool', eu achei incrível", ele observa - mas ele espera que os cineastas daqui para frente continuem a correr riscos. "O cinema deveria iluminar a vida contemporânea, e nos fazer entender o que está acontecendo. Então precisamos que os artistas nos dêem uma visão do que está acontecendo."



Diferenças do livro para o filme


Embora as histórias principais não sejam muito alteradas, há certamente uma série de diferenças entre o romance de 1969 e a adaptação de Francis Ford Coppola para as telonas três anos depois. 


Johnny Fontane tornou-se sinônimo da franquia Godfather. No entanto, sua presença é bastante limitada no filme, com sua parte central sendo um pouco de canto no casamento de Connie. Obviamente Puzo pensou que ele era um pouco mais importante do que Coppola, elaborando sua história maciçamente no romance, o que é realmente fantástico para quem leu o livro. Aprendemos sobre sua família, amigos e vida em Hollywood com mais detalhes do que as interações passageiras do filme. Alguns dizem que esse personagem é inspirado em Frank Sinatra. Embora Sinatra sempre tenha negado estar ligado à máfia, ele interagiu com figuras famosas da máfia, como o chefe da máfia de Chicago, Sam Giancana, de quem era amigo íntimo. Sinatra supostamente apresentou Giancana à campanha de John F. Kennedy em 1960, na tentativa de entregar votos sindicais ao futuro presidente.



O guarda-costas do Michael, Calo, também foi modificado no filme. No filme, ele está vivo e bem no final. Talvez o fato de que já havia tanta morte no filme que Coppola achou bom reduzir ligeiramente as cenas de morte desnecessárias. Puzo escolheu matar o guarda-costas em uma explosão de carro ao lado de Apollonia, sugestionando que eles tinham um caso. Puzo era obviamente ainda mais fã de derramamento de sangue que Coppola.



O outro guarda-costas posicionado ao lado de Calo para proteger Michael Corleone na Sicília, Fabrizio, teve um pouco mais de um tempo em O Poderoso Chefão livro. Ele é conhecido por ser cúmplice no atentado, então ele obviamente tem que ser ensinado uma lição (muito final) por Michael. Enquanto ele pensa que é capaz de se safar por um tempo, ele é encontrado em uma pizzaria e morto a tiros. Isso não acontece no filme, e ele sobrevive até o fim ao lado de Calo, apesar do fato de que sua cena de morte realmente foi filmada.



Um dos vilões mais importantes e óbvios de O Poderoso Chefão é Jack Woltz. Enquanto aprendemos sobre ele como diretor de cinema, os filmes deixam grande parte de sua história de fundo para um jogo de adivinhação. Puzo gosta de entrar em detalhes sobre o passado e as famílias dos bandidos, mas Coppola obviamente não. Uma parte importante da história de Woltz é que ele é literalmente um pedófilo. 


No livro, Tom Hagen vê uma jovem garota, provavelmente uma das estrelas de Woltz, chorando enquanto sai do quarto de Woltz. A cena foi cortada da versão final do filme, porém pode ser encontrada nos extras de DVD. É estranho que Coppola deixe esse detalhe muito odiável, pois isso realmente aumentaria a capacidade do espectador de desprezar o personagem e entender a cena da cabeça de cavalo melhor. 



De alguma forma, apesar de ser uma sequência de um dos filmes mais adorados de todos os tempos, O Poderoso Chefão II conseguiu causar quase tanto impacto quanto seu antecessor. Grande parte de sua história é construída em torno do início da vida de Vito Corleone, como sua emigração, seu papel na ascensão da máfia matando de Don Fanucci. No entanto, há todos os detalhes mencionados no livro, que não aparecem em tudo no primeiro filme do Poderoso Chefão, deixando um grande gap para ser abordado no segundo filme. 



No filme, Connie acredita que Michael é a razão da morte de Carlo, e ela deixa bem claro para ele que é isso que ela pensa. Nos livros, no entanto, ela é facilmente convencida do outro lado. Ela o acusa no início, mas apenas alguns dias depois acaba se desculpando. Ela também parece estar bastante aliviada, vendo sua morte como uma maneira de vingar Sonny.



Nos filmes, não aprendemos muito sobre o passado de Fredo Corleone. Ele tem pouco poder, e nenhuma influência real, então ele silenciosamente se arrasta até ser morto na parte 2. No entanto, os livros (especialmente as sequências, não escritas por Puzo) dão muito mais informações sobre sua vida. Por exemplo, ele é bissexual e acabou apresentando um programa de TV próprio.



Quando você é o patriarca de uma máfia violenta e poderosa, você pode esperar acabar em algumas situações perigosas. O livro nos leva a entender que Vito tinha sido alvo de uma tentativa de assassinato antes, mas escapou ileso. Como sabemos, não muito tempo depois disso, ele não teve tanta sorte. Neste filme, isso pode muito bem ter acontecido canonicamente, mas não é mencionado. Como tal, parece que quando os homens de Virgil atiram em Corleone, esta parece ser a primeira vez que tal tentativa em sua vida foi feita.



Uma das coisas que Coppola deixa de fora do filme quase inteiramente é o racismo. No livro há várias cenas de racismo que buscam ser críticas, mas que foram alteradas no filme para que de certa forma evitasse alguns momentos obviamente ofensivos, mas também suga um pouco da realidade brutal da situação intriga. Há menções muito ocasionais, mas não nos mesmos detalhes corajosos que os livros exploram. Nos livros, vemos pessoas negras perfiladas e segregadas, com o alvo intencional da polícia compõem grandes partes do enredo. Uma visão mais realista do mundo na época.









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