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Cidadão Kane (1941): Considerado o melhor filme já feito, marcou começo de rixa histórica entre Orson Welles e o magnata William Randolph Hearst




Filme com o título original Citizen Kane, de 1941, é sobre o grande magnata da indústria William Randolph Hearst, que no filme é Charles Foster Kane, o "Cidadão Kane". O filme foi a grande obra da vida de Orson Welles, que dirigiu e protagonizou e produziu o filme sozinho, contando com a ajuda no roteiro de Hermam J. Mankiewicz. O filme trata de relatar a vida, a ascensão e queda de um dos grande empresários e magnatas da comunicação americana.  Sendo considerado um dos melhores filmes da história da humanidade e completamente inovador em termos de técnica. A música é de Bernard Herrmann. O filme aborda a vida do magnata da comunicação Charles Foster Kane(na vida real, o magnata William Hearst, interpretado pelo próprio Orson Welles). A cinematografia é de Gregg Toland, a edição de Robert Wise. Sendo indicado para o Oscar em 9 categorias, ganhando por melhor roteiro. 



Orson Welles assinou um contrato com a RKO Pictures em 1939. Apesar de não ser comum um ator ser diretor e produtor, se alguém conseguiria fazer isso em 1941, esse alguém era Orson Welles, ele conseguiu uma influência tão grande quanto de Griffith, mas com um lugar histórico mais prestigiado a posteriori do que ele. Foi dado para ele liberdade criativa total não precedente para desenvolver cada aspecto da história, desde do elenco, até o corte final. Apesar também se ter sido um sucesso de crítica, o filme e seu box office (lucro total) não se pagou completamente no início. 


O filme foi inicialmente boicotado e somente voltou para as atenções do grande público com a publicação do crítico francês André Bazin e do relançamento do filme em 1956. Em setembro de 2011 foi lançada uma versão em Blu-ray, no aniversário de 70 anos da obra. O filme também foi selecionado para preservação na biblioteca do congresso americano pelo seu valor cultural, histórico e estético de carácter significante. 


Em grande mansão chamada de Xanadu, parcialmente palaciana, e localizada no estado da Florida, mora o velho Charles Foster Kane, e o vemos em seu leito de morte. Segurando um globo, ele murmura a palavra “Rosebud” e morre. O obituário do jornal conta a história de vida de Kane, um grande e rico dono de jornais e magnata da indústria. A morte de Kane se torna um grande acontecimento no mundo, e o repórter Jerry Thompson é encarregado com a tarefa de descobrir o significado de "Rosebud" e acaba falhando. Rosebud pode também ser aquilo se era querido na infância, ou em outra época, e que perde o significado, pois valia apenas para a pessoa. 


Thompson faz uma entrevista com os associados e amigos de Kane. Ele tenta se aproximar da segunda esposa, Susan Alexander Kane, que agora é uma alcóolatra que comanda um clube noturno e se recusa falar com ele. Thompson vai até o arquivo pessoal do banqueiro Walter Parks Thatcher. Com ele, o jornalista aprende sobre o passado de Kane e sobre seus problemas financeiros que escondia de todos. 


Em 1871, Mary Kane havia parcela de ganhos em uma mina de ouro de sua propriedade. Ela contratou Thatcher para estabelecer uma poupança para a educação de Kane e tornou ele seu guardião legal, apenas se tornando proprietário de sua fortuna com a idade de 25 anos. Ele comprou os direitos do New York Inquirer e começou na imprensa marrom publicando artigos sensacionalistas que o atacavam de propósito. Em 1929, a grande depressão fez ele vender o jornal para Thatcher. 




Thompson entrevista o gerente pessoal, Mr. Bernstein relembra que Kane contratou os melhores jornalistas para construir a rede de informação do The Inquirer. Kane ascendeu ao poder através de uma campanha bem sucedida de manipulação da opinião pública em relação ao conflito da Guerra Civil Espanhola. Ele se casou com Emily Norton, a sobrinha do presidente dos Estados Unidos da época. 



Susan concorda em dar uma entrevista para Thompson e descreve que depois do fim de sua carreira de opera e de sua tentativa de suicídio, ela abandonou o canto. O mordomo lembra que depois que ele foi abandonado, ele começou a destruir as coisas do quarto dela. Thompson conclui que ele não é capaz de descobrir o mistério do significado de Rosebud. 



De volta em Xanadu, os pertences de Kane são catalogados e divididos pela equipe. Eles acham o trenó que brincava na infância, em sua casa no Colorado. Eles o jogam fora junto com as outras tralhas velhas e queimam em uma grande fogueira. 




A câmera então mostra o nome do trenó, não percebido pelo jornalista e nem pela equipe dos funcionários, estava escrito "Rosebud". O cineasta Steven Spielberg comprou um dos trenós do filme, um dos que não queimaram na cena final. O Jornalista que fazia o perfil de Charles Kane acabou não achando o significado escondido de "Rosebud". Isso permaneceria para sempre um mistério. Alguns dizem que era um apelido que Hearst tinha dado para sua amante, Marion Davis.   





Bastidores e Contexto da Produção do Filme




Esse filme iniciou uma tradição de vários técnicos que começaram com esse filme, como Bernard Herrmann, que depois de fazer a trilha-sonora desse filme, fez grandes trilhas sonoras em filmes clássicos como, Vertigo, Psycho e Taxi Driver.


A repercussão do filme foi imensa, e historicamente, é considerado por muitos, o melhor filme já feito, entre ideia, técnica, ideologia e realização. Foi inspirador para toda uma nova geração do cinema que viria depois dele. Como François Truffaut, que em seu filme Les Quatre Cents Coups, o herói jovem sonha em roubar as imagens do filme Citizen Kane. 


Alguns comentam que Orson Welles estava inspirado no filme de John Ford Stagecoach, que ele disse que assistido "todo noite durante um mês" para se inspirar em fazer um filme, outros comentam que era a inspiração em um romance chamado Heart of Darkness de Joseph Conrad. 


O filme contou com técnicas inovadoras que não eram utilizadas antes, como filmagens em primeira pessoa, narração de Welles em cima, cenários bem elaborados, montados com desenhos e maquetes em forma de miniaturas, como em um grande suspense alemão. RKO tentou acabar com o filme depois de contratar Welles pelo alto custo final do projeto. Procurando um projeto alternativo, Welles se deparou com um roteiro de Herman J. Mankiewicz chamado American. Depois de reescrever parte da ideia, o roteiro virou o que conhecemos como o filme clássico Citizen Kane. Os cortes do filme eram tão bons que raramente eram percebidos. 


O próprio Hearst  tentou tirar o filme de circulação, querendo pagar quase $805,000 para os estúdios da RKO para queimar os negativos do filme , mantendo fora dos teatros e das salas de exibição. Ele tinha certeza que ele era a inspiração principal da película. Ele proibiu a menção em seus jornais. 


Mas o filme sobreviveu e sua linguagem foi inovadora em diversos sentidos. Nos Estados Unidos daquela época, ainda não havia alguém que soubesse unir a forma televisiva, jornalística e documental, como havia, por exemplo, um Vertov na União Soviética, com sua ideia do "homem com uma câmera" inovações que passavam longe do cinema americano, que nos anos de 1940 sofreu os efeitos do escritório de censura (Hays office), produzindo filmes com maior dificuldade de distribuição e com certas regras de storytelling para obedecer. 




Ou seja, parecia que os Estados Unidos não dominava a linguagem da verdade.  Welles não inventou a narração em off, que normalmente ela vinha no começo ou no fim do filme, como algo adjetivando de maneira positiva para a narrativa. No caso de Cidadão Kane, ele inventou um tipo de narrador ao estilo documental intruso que ironiza e contradiz em certos momentos o que ele está falando, com o que está sendo mostrado na cena. 


O cinema de Welles transitava entre a experimentação das novas técnicas possíveis no cinema, com o acréscimo de adição de tecnologias radiofônicas e de teatro, por exemplo, o uso de miniaturas para dar um ar de cinema feito com maquete, como por exemplo, Gabinete do Doutor Galigari, que Welles assistiu para se inspirar a fazer o filme. Nas cenas iniciais onde somos apresentados ao gênio hegemônico de Kane (Hearst), é mostrada fotos da indústria, da construção, para enfatizar o poderio financeiro do magnata, com essas técnicas que sugerem esse senso de realidade. Por outro lado, a veia teatral shakespeariana de Welles foi o que fez ele utilizar de cenários e de diversos efeitos para dar uma sensação de sonho. 


Essa autoria final da ideia é disputada até hoje, porque como foi inspirada em um estilo de narrativa épica megalomaníaca americana, era uma história sobre o Hearst (Kane), como era uma história sobre os Estados Unidos. A associação sindicados escritores (Screen Writers Guild) estimulava na época que um produtor (como Orson Welles) não poderia reclamar créditos do filme se tivesse sido assistido por um profissional roteirista da área. Então o crédito é dividido entre os dois. 


Outro detalhe é que Orson Welles não parou de comer durante as gravações do filme, engordando bastante. Ele teve envenenamento por excesso de ingestão de café, superando as 30 xícaras de café por dia, mudando para chá no fim do filme. 


Para fazer parte dos efeitos especiais no filme para aparentar ser jovem, Welles relembrou que colocou partes de pele de peixe para soar que ele tinha 25 anos. Para os efeitos em Kane velho, Welles recorreu a um contratado de maquiagem pela RKO chamado Maurice Seiderman, ele trabalhou com camadas de rosto feitos de látex para fazer o efeito do envelhecimento no personagem de Orson Welles, coisa com um nos filmes, mas que na época não era tão comum assim.  





A cinematografia também foi considerada de primeira. Com ajuda de Gregg Toland, que pediu para participar do icônico filme para treinar novas técnicas de cinema. Ao ser questionado sobre fazer filmes, ele disse que era interessante fazer um filme sem o uso do saber perito das pessoas que normalmente tinham o clientelismo para fazer um filme. Outra curiosidade é que o estúdio (RKO) realmente mandou espiões para investigar a ideia do filme. Ou seja, o medo de Welles era grande, afinal, como Hearst, ele não fazia nada pequeno. Cidadão Kane foi o debut (primeiro filme) feito por Welles, e que vinha de uma carreira no teatro e no rádio, Welles soube trazer atores que sabiam lidar com a voz e que tinha também a experiência do rádio e do teatro em suas formações.


Minha Leitura do Filme



Até hoje é discutido o nível do impacto social de indivíduos que exercem grande poder, como em forma de monopólio, e como acabam por também possuir uma grande influência junto a opinião pública de um país e de uma nação.  Hearst fazia questão de ser o magnata que era em todos os sentidos. Ele por exemplo, proibia que se falasse de morte em sua frente, era conhecido por diversificar seus investimentos, e possuía uma visão de mundo mais para o lado do conservadorismo, fascismo, apesar de se considerar "um cara muito americano". Muitos dos jornais de William Hearst se chamavam "The American", sendo uma parte importante do seu perfil de personalidade. Ele tinha sido um membro do Partido Democrático (antecessor do Partido Democrata), mas rompeu com Franklin Delano Roosevelt depois de ter sido seu aliado. 


Os muckrakers foram jornalistas, escritores e fotógrafos reformistas na Era Progressista nos Estados Unidos (1890-1920) que expuseram corrupção e irregularidades em instituições estabelecidas. Considerados hoje em dia com um dos pais da checagem de fatos (fact-checking), os jornalistas conhecidos como Muckrakers, que denunciavam grandes monopolistas e mazelas gerais da sociedade, contraditoriamente tiveram a aprovação e o carinho de Hearst. Na verdade, Hearst tinha a intenção de aumentar a circulação através desses jornais como uma "imprensa amarela", de escândalos, crime, entretenimento, denuncias e sensacionalismo. Ou seja, a ideia do muckraking, considerados por muitos uma atividade de socialistas, que surgiu para checar os milionários, se associou a ela. 


Ele era um anticomunista ferrenho, o que também explica a rixa com Welles. Antes da primeira guerra, nos anos de 1904-06 tentou ser presidente, e depois governador de New York, mas não deu certo. Sua campanha na época era associada contraditoriamente com bandeiras da linha progressista de esquerda, até falava em nome da classe trabalhadora. Com o fim da Era Progressista, os antigos caras do discurso monopolista e populista, como o próprio Hearst, passaram a adotar uma postura isolacionista e direitista, que focava em fazer notícias de carácter fraudulento para instigar a opinião pública.





O filme brinca com isso mostrando, por exemplo uma foto dele com Hitler, mostrando esse carácter de montagem de edição que era bem inovador para a época da realização do filme. Para dar a impressão de carácter épico, fotografias e desenhos foram utilizadas extraídas de arquivos e bibliotecas, uma forma barata de dar um carácter grandioso ao filme. O som  é parte importante na forma de contar a história do filme, seu volume é mais alto quando reservado para o fim e para o início das cenas, como uma forma de marcação de capítulo.


A mesma técnica presente no filme Forest Gump se misturar imagens reais com montagens próprias do filme, isso na época também não era muito comum, sendo mais uma inovação do filme. Na época que o filme foi feito, não gostaram muito do excesso de técnicas e efeitos especiais, acharam que dava uma impressão irreal, mas isso mudou com o tempo e a película ganhou status adicional pelas técnicas que emulava na narrativa. 


Orson Welles consegue nesse filme marcar com suas técnicas inovadores uma certa áurea do teatro e do rádio e passa isso para a cultura fílmica, como um clip. Ele também conseguiu dar um senso de profundidade e distância com essas técnicas. O filme documental Welles vs. Hearst: The Story Behind Citizen Kane focaliza nas diferenças e aproximações entre as duas poderosas personalidades. Era calculado o poderio de Hearst se pensarmos que 1/5 lares americanos se informavam com seus jornais. 


Em um documentário da BBC sobre Roberto Marinho, intitulado Muito Além do Cidadão Kane, a BBC ajuda a contar um pouco da história da Rede Globo, que foi ao ar como principal braço da ditadura militar, foi sugerido que ele seria o "Cidadão Kane" do Brasil por sua ligação com o regime autoritário da época, e também o acordo internacional feito pela globo com o grupo de mídia americano Timelife, considerado ilegal na época de acordo com nossas leis sobre comunicação. 


Eles foram trabalhar com bastante liberdade que tanto queriam. Toland modificou o foco das câmeras, e trabalhou na técnica famosa do "deep focus". Uma forma de "raccords de zoom", começando em uma cena, e aos poucos, o zoom iria para uma conversa, ou para uma janela ao fundo. Como na cena do trenó, que ele está brincando ao fundo. Essa ideia da câmera entrar pela janela e os adultos conversam sobre o futuro de Charles Foster Kane, acompanhando o acontecimento como aleatório e histórico ao mesmo tempo. A casa de Xanadu (tinha o nome também de La Cuesta Encantada), e era uma brincadeira com o Palácio Hearst, que fica no oceano pacífico, perto de San Simeon.


Outra cena marcante é quando Kane descobre que Susan (que na vida real tinha o nome de Marion Davis) tentou se matar, foi utilizada de três cenas em conjunto para dar efeito de uma, com a técnica vinda de Linwood Dunn. Welles instalou microfones em cima do cenário para captar o som, como também fez buracos no assoalho para parecer que os ângulos capturados fossem maiores. Welles também se machucou durante as filmagens, ferindo seu tornozelo tão gravemente que ele foi forçado a dirigir algumas cenas de sua cadeira de rodas. Também machucou sua mão em uma das cenas onde Kane quebra o quarto de Susan e começa a socar a parede, ele cortou sua mão esquerda. 

O elenco contava com Joseph Cotten (melhor amigo do The Inquirer) que interpretou Jedediah Leland. Dorothy Comingoew como Susan Alexander Kane, a amante de Kane e segunda esposa. Agnes Moorhead interpreta Mary Kane, a mãe de Kane. Ruth Warrick como Emily Monroe Norton Kane, a primeira esposa de Kane. Ray Collins como Jim. W. Gattys, inimigo político de Kane e rival na candidatura para o governo de New York. Ershine Sanford como Hebert Carter, editor do The Inquirer. Everett Sloane como Mr. Bernstein, amigo de Kane e funcionário no The Inquirer e Geirge Coulouris como Walter Parks Thatcher, um banqueiro que ficou o guardião legal de Kane, Harry Shannon como Jim Kane, o pai de Kane, Sonny Bupp como o filho de Kane, Charles Foster Kane III, Buddy Swan como Charles Foster Kane com a idade de 8 anos.


Nascido em 1915, com a idade de apenas 19 anos já tinha atuado no Gate Theatre na Irlanda em uma montagem de Macbeth com adição de magia negra. Welles também ficou famoso pelo fatídico programa Guerra dos Mundos, com a ideia original homônima do escritor H.G. Wells, em 1938 foi exibido como parte de uma série chamada The Mercury Theatre on the Air, foi apresentado e transmitido pela rede Columbia Broadcasting System e gerou um pânico real na população, que tentou fugir de casa como se realmente existissem os alienígenas invadindo a terra. Em um dos programas, ele fez o formato de jornalismo de reportagem dentro do próprio programa narrativo, e do nada, todos os americanos começaram a achar que realmente os Estados Unidos estava sendo invadido por seres extraterrestres. O Louis B Mayer, um dos produtores fundadores da MGM  queria comprar o negativo do filme para destrui-lo.  Isso porque a MGM fazia parte do grupo político de Hearst. 


O mais contraditório do filme, talvez seja um comunista contando a história de vida de um magnata do ciclo monopolista do capitalismo, sua ascensão e sua queda. E mais: demonstrando que mesmo um magnata todo poderoso, possui um fundo de humanidade perdido e incompreendido, que o marcam com os populares que sempre buscou odiar.


O instigante do filme seria pensar a relação do que seria o "cidadão" dentro do filme, e o que ele quis dizer sobre o poderio de homens ao estilo dele. O enfoque na influência geral e política de Hearst e de seu apoio ao fascismo, e ao mesmo tempo, ao capitalismo, provava para um comunista claro como Welles a ligação entre a mídia capitalista pro progresso, preocupada com a opinião pública com certo respeito antológico a todos os tipos de "imagens na cabeça" das pessoas. As notícias para homens como Hearst eram uma forma de perpetuar a sua opinião de acordo com certo grupo político, como quando ele apoiou o fascismo na Espanha, mas dentro do território americano, ele era um típico nacionalista. 




Orson Welles tinha também 25 anos quando fez o filme, seu primeiro. A mesma idade que Charles Foster Kane começou seu império tomando conta de seus investimentos. Havia com certeza certa polaridade entre os dois. Ambos eram 'workaholics'(viciados em trabalho) e megalomaníacos, preocupados com o sucesso acima de tudo. No afã de brigar entre si, acabaram criaram uma das maiores inimizades da história da indústria do cinema. 


A direção é fantástica, mas o roteiro é a coisa mais perfeita do filme. O som é crucial para o entendimento do estilo e da forma em que Cidadão Kane é construído em relação ao espaço e ao som. De acordo com Evan William Cameron, Kane pegou do drama radiofônico a inspiração para construir um senso de distância espacial entre os objetos, como também foi feito no especial do "Guerra dos Mundos", onde ele fez o seu truque de marketing mais que o deixou mais famoso, e odiado também. Ele também utilizou da técnica de variar o som dos objetos enquanto eles abandonam o espaço, uma das verdadeiras inovações de Cidadão Kane. 


Mesmo antes do lançamento oficial, todos comentavam sobre os rumores da história ser inspirada na vida do barão da comunicação e da mídia William Randolph Hearst, um dos mais poderosos magnatas americanos da época. Como Charles Kane do filme, o magnata da vida real William Randolph Hearst construiu uma casa na Califórnia também e lá ele tinha animais exóticos, como mostrado no filme também, um verdadeiro palácio e enviou diversos animais exóticos lá dentro. Também igual era a história se apaixonar por uma cantora e virar seu patrono. 


Welles disse que a perseguição contra ele era tão grande, que já tinha preparado até uma cena com garotas nuas esperando por ele em seu hotel, ele simplesmente teria ido embora o mais rápido possível. A identificação de Orson Welles pelo papel foi marcante, apesar disso, nunca depois de Cidadão Kane foi indicado ao Oscar. Mas certeza o nome do filme Cidadão Kane (Citizen Kane) está marcado na história do cinema como um dos melhores filmes já realizados, como também questiona a ascensão e queda dos grande impérios de mídia. 




Comentários

  1. Parabens regina guedes! A materia esta muito boa e o trabalho de pesquisa, otimo. Alem da grande ideia de relembrar orson welles e seu magnifico cidadao kane nesses tempos tao pobres. Apenas,
    se voce permite, sugiro uma pequena revisao no texto, pois existem alguns erros factuais - nada que comprometa o resultado final.
    No mais, VIDA ETERNA AO GRANDE (em varios sentidos rs) ORSON WELLES E A CIDADAO KANE!!!!.

    Abraco,
    Carlos a. balista

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