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Não! Não Olhe! (Nope, 2022): Vale a pena assistir? Análise e interpretações do novo filme de Jordan Peele




Em 1998, diante da plateia da sitcom Gordy's Home, o chimpanzé titular ataca e mutila seus colegas humanos depois de ser assustado pelo estouro de balões durante um especial de aniversário. O ator infantil Ricky "Jupe" Park se esconde debaixo de uma mesa e, embora ileso, está traumatizado. Depois de se acalmar, o chimpanzé encontra Jupe e estende sua mão ensanguentada para um cumprimento, antes de ser morto a tiros pela polícia. Nos tempos atuais, o
 dono do rancho hollywoodiano Otis Haywood Sr. e seu filho, "OJ", treinam cavalos para produções cinematográficas. Quando Otis Sr. é morto por um níquel que cai inexplicavelmente do céu, OJ e sua irmã Esmeralda herdam o rancho. OJ tenta manter o negócio e o legado de seu pai, enquanto busca fama e fortuna em Hollywood. 


🌟🌟☆☆☆☆

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Crítica do filme


Com trailers enigmáticos e suspensivos, Jordan Peele criou uma grande expectativa para seu filme. Essa é uma escolha sempre complicada de divulgação pois basta o filme não corresponder as expectativas para todo o castelo promocional ser desmontado. Logo o marketing, se torna um antimarketing na hora. 


Jordan Peele ainda fez questão de abrir a boca e dizer que esse seria sua "master peace", ou seja, seu filme mais maduro. Nope é o terceiro longa do ex-humorista e agora diretor de cinema, Jordan Peele, vindo após "Corra" e "Us". Os dois primeiros filmes, principalmente Corra, foi bem aclamado por conseguir combinar tons formais com uma linguagem dinâmica e televisiva, típica das séries. Além disso, o filme apresentava um debate racial interessante. 


O problema é que desde seu primeiro filme, Peele sempre recusou o totem de "cineasta negro", pois afinal ninguém fala que fulano é um "cineasta branco". Só que sua pauta é muito complexa para a compreensão de muitos e ele continuou sendo categorizado como cineasta que fala do universo negro, quando seus filmes, apesar de abordarem isso vão além, e questionam em muito as teorias raciais acadêmicas. 


Só que apesar de Us seguir a mesma linha e dialogar bastante com o primeiro filme, Não! Não Olhe! dialoga pouco com seus trabalhos anteriores e mais: diria que dialoga pouco com qualquer. O filme é um pastiche, debochado que definitivamente não deve ser levado a sério. 



Não falo isso de maneira pejorativa, mas de maneira técnica: era essa a intenção de Jordan Peele. Ele sempre se apresentou como um cara debochado, e dessa vez o filme é uma obra absoluta de deboche. 


Nope é uma espécie de sátira ao cinema e ambiente televisivo, das séries, contemporâneo. O filme é dividido em cinco capítulos: "Ghost", "Clover", "Gordy", "Lucky" e "Jean Jacket". Muitos filmes dos 80, 90 e principalmente anos 2000, assumiram um tom profético, principalmente nos últimos anos. Assim, existe uma série de referências e sátiras a vários filmes ao longo da trama. 


Os mais claros são a filmes de Steven Spielberg, como E.T., Contato Imediatos de Terceiro Grau e Jurassic Park; porém outros mais de nicho, que poucas pessoas lá foram vão identificar, como ao brasileiro Bacurau (2019). Na verdade, o filme parece um plágio de Bacurau, imitando com um ar soberbo toda a narrativa do filme, só que incluindo um tom crítico para se contrapor ao filme brasileiro. 


A trama do macaco talvez seja a coisa mais original e profunda do filme. Há uma referência aqui a filmes e séries clássicas, como Planeta dos Macacos, Monkey Business ou Friends, que utilizavam macacos para fazer humor na série. Isso é ressaltado nas cenas de cavalos, onde o filme quer mostrar que fazer um faroeste é sempre sínico hoje em dia, pois os cavalos são enjaulados e explorados para tal, uma viagem pseudo ambientalista do filme. Porém a cena é obviamente uma metáfora crítica com o modelo das sitcoms, tão popular nos Estados Unidos. Sempre achei realmente esses shows de humor um pouco esquizofrênicos, já que ensinam a relativizar e rir demais de tudo. Porém o filme levou a crítica a um novo nível. 


Essa parte do filme foi realmente boa, o auge do filme. Entretanto, infelizmente, o plot não tem nada haver com o resto do filme, sendo apenas um background para a trama. Assim, esse elemento se torna só um sensacionalismo, um pânico moral, para atrair a atenção e chocar durante o filme. Mas sua crítica se estende no final disso para os efeitos especiais, assim não sei se é sobre o cinema, a televisão, os efeitos especiais ou algum tipo de metáfora social, e creio que nem Peele saiba. Ele só quer confundir o máximo possível para as pessoas ficarem quebrando cabeça e assim repercutirem seu filme.




Identifico também referências aos filmes "Don't Look Up", no elemento do objeto voador não identificado e no título ser uma negação similar. Também ao filme Ataque dos Cães e seu tom profético e que utilizava versos bíblicos, assim como Nope cita o evangelho de Naum. Isso também lembra bastante ao cinema de Darren Aronofsky, só que seu uso é puramente conservador, com uma moral protestante forte e carregada embutida na mensagem do filme, enquanto Aronofsky utilizava como ironia por ser judeu e não cristão. Peele acha que está distante do que critica, quando só demonstrar ter um pensamento calcado em ideais cristãos conservadores. 



O macaco é obviamente uma metáfora geracional, dos millennials, assim como o garoto que presenciou tudo, já que o macaco o via como igual e buscou sua aprovação com o cumprimento final. De certa forma, Peele está querendo afirmar que esse tipo de show estimula comportamentos violentos, calcados em extravasar estresse reprimido. Porém, me questiono se sua crítica não é demasiado acadêmica, e tudo que a maioria do público vai ver ali é certa glamorização de uma violência extrema.  


Há questão do rancho que marca um antigo seriado, parece uma referência a Chaparral. Mas esse plot é mal desenvolvido, já que o que os protagonistas querem fazer é um rancho de eventos aliens, ou seja, OVNIs, algo meio Arquivo X  que foi tacado do nada. Porém, aqui o filme vira uma metáfora de si, já que para a ideia deles de avistar um fenômeno alien, se torna o próprio acontecimento principal do filme. E de uma mentira, uma enganação, que buscava atrair fãs eles descobrem uma atividade de verdade. Só que, sinceramente, não convence. 




Ficou uma leve impressão ao final do filme que eles pensaram um filme, uma ideia fechada, filmaram, ficou ruim ou a Universal não aprovou e o filme teve que ser resolvido na mesa de edição. Sim, há certa ironia de pensar ali que os aliens são os efeitos especiais, e os efeitos especiais são um evento em si, já que muitas pessoas vão ver filmes apenas para vê-los. Porém, mais uma vez Jordan Peele parece acadêmico e intelectual demais para agradar e gerar uma compreensão do público do que ele está dizendo, ao mesmo tempo que seu uso pastelão e debochado de elementos comerciais, trash e pop; pouco vai agradar os fãs mais intelectualizados e que buscam filmes com alguma mensagem.


O relacionamento dos irmãos no filme também é estranho, já que parece em muito um relacionamento incestuoso. Eles não têm parceiros românticos no filme, e nem pensam nisso, sendo todo o filme sem nenhuma sexualidade, e parecendo que ambos só pensam na própria família e legado. Mas o filme os coloca como heróis até o final. 



O filme é bem estético, com equipamento bom e efeitos bem renderizados e acabados, mas que são totalmente desconexos entre si e com a trama do filme.


Até o elemento de estar em local onde o sistema de GPS não consegue localizar, algo apontado por um motoqueiro forasteiro, foi tirado e plagiado de Bacurau, onde Peele acha que está criticando Bacurau por entregar uma mensagem mais estética do que filosófica, quando é ele que está fazendo isso em reproduzir o filme brasileiro, só que de maneira humorística.



Assim, Não! Não Olhe! Reside em um grande limbo. Não é engraçado, não é divertido, não é emocionante, não é complexo ou filosófico também. Ele apenas busca estabelecer uma crítica pela crítica, baseando-se em uma refutação pseudo acadêmica e científica de propostas audiovisuais das quais ele discorda aos seus sabores. Não demonstra muita complexidade do cinema, além de soar um pouco imaturo em expressar uma visão conservadora latente, baseados em sua educação protestante que ele explora ao mesmo tempo que busca refutar. 


Jordan Peele certa vez já listou Steve Martin e Martin Lawrence como indiscutivelmente suas duas maiores influências. Ou seja, não é sério. Ele é um cara abertamente republicano que se cria com a visão esquerdista das pessoas que buscam ver sentido em tudo por identidade. E por ser puramente um gato por lebre que não busca passar nenhuma mensagem, ainda por cima, rindo da audiência que esperou algo e gastou dinheiro para ver seu filme, não recomendo o filme. Sério, "não olhe", não assista. Vocês só vão perder tempo da vida de vocês com um filme que na verdade é uma pegadinha baseada em marketing.




História por trás do filme


Em 1º de outubro de 2019, a Universal Pictures anunciou uma parceria de produção exclusiva de cinco anos com a Monkeypaw Productions da Peele. Nope, então um projeto sem título, foi anunciado em 9 de novembro de 2020, com Peele definido para escrever, dirigir e produzir.  


Ele disse: "Eu escrevi em uma época em que estávamos um pouco preocupados com o futuro do cinema. Então a primeira coisa que eu sabia é que eu queria criar um espetáculo. Eu queria criar algo que o público teria que vir ver."



Falando à GQ, Peele afirmou: "Muito do que este mundo estava experimentando era essa sobrecarga de espetáculo, e uma espécie de ponto baixo do nosso vício em espetáculo." Ele acrescentou que "escreveu [o filme] preso dentro, e então eu sabia que queria fazer algo que fosse sobre o céu. Eu sabia que o mundo iria querer estar fora e, ao mesmo tempo, eu sabia que tínhamos esse medo recém-descoberto deste trauma, a partir deste momento do que significava ir para fora. Podemos ir lá fora? Então eu escorreguei em algumas dessas coisas de dentro." 



Peele citou publicamente King Kong e Jurassic Park, filmes segundo ele sobre o vício da humanidade no espetáculo, juntamente com Close Encounters of the Third Kind, Signs, e Mágico de Oz como influências em sua escrita. 


Mais tarde, ele identificou os Anjos de Neon Gênesis Evangelion como a principal inspiração para a premissa e monstro do filme nas notas de produção do filme, impressionado com o "hiper minimalismo" e "talento de design biomecânico" de Sahaquiel, o 10º Anjo. 



Ele explicou sua decisão de incluir um grande foco nas nuvens no filme: "A beleza do céu é cativante — os primeiros filmes, de certa forma. De vez em quando você verá uma nuvem que se senta sozinha e é muito baixa, e isso me dá essa vertigem e essa sensação de presença com um P maiúsculo. Eu não posso descrevê-lo, mas eu sabia que se eu pudesse engarrafar isso e colocá-lo em um filme de terror, isso poderia mudar a maneira como as pessoas olham para o céu." 


Também foi preciso fazer várias regravações para Perea convencer Peele e os executivos da Universal a mudar o destino do personagem no clímax do filme de ser morto para sobreviver a toda a provação, dizendo: "Não há como a história acabar na minha cabeça. De jeito nenhum. Por quão heroico tudo parecia no final, eu sou como, não há nenhuma maneira que eles deixam os heróis como este. Este é apenas o começo de algo novo." 


Em fevereiro de 2021, foi relatado que Keke Palmer e Daniel Kaluuya haviam se juntado ao elenco. Peele escreveu o roteiro com Kaluuya em mente para o papel de OJ Haywood. Em março, Steven Yeun foi adicionado ao elenco.


A filmagem principal ocorreu de junho de 2021 a novembro de 2021 no deserto de Água Dulce, no norte do condado de Los Angeles. A produção recebeu um valor estimado de US $ 8.364.000 em créditos fiscais para filmar no estado da Califórnia. O filme foi filmado com um orçamento de US$ 68 milhões após incentivos. Foi o primeiro a empregar estagiários (neste caso, seis) do Universal Film Entertainment Group's California Below-the-Line Traineeship para indivíduos que buscam carreiras atrás das câmeras. 


Nope foi filmado pelo cineasta Hoyte van Hoytema usando o filme Kodak, incluindo filme de 65 mm na IMAX, tornando-se o primeiro filme de terror da história a ser filmado neste formato. 


Em 22 de julho de 2021, Peele revelou o título do filme e compartilhou seu primeiro pôster promocional, e outros elencos foram confirmados. Peele escolheu Nope como título porque queria reconhecer o público do cinema e suas reações esperadas ao filme. Ele disse que considerou chamar o filme de Little Green Men para referenciar um tema no filme da "monetização do espetáculo" da humanidade. 


As filmagens também aconteceram no Burbank, Califórnia, local da Fry's Electronics, que havia fechado junto com todos os locais restantes de Fry várias semanas antes das filmagens. A loja foi recriada em seu estado operacional para filmagens. O co-fundador de Fry, Randy Fry, e sua esposa, a repórter Vicki Liviakis, estavam presentes durante as filmagens na loja de Burbank; eles também tiveram uma aparição especial na cena Star Lasso Experience, que eles filmaram em dois dias. 


O filme faroeste de 1972, Buck and the Preacher, estrelado por Sidney Poitier, é apresentado ao longo do filme. Peele disse que foi "o primeiro filme que eu sei que tinha cowboys negros representados nele. O mito de que os cowboys eram apenas brancos correndo por aí, não é verdade, mas não sabemos disso por causa de Hollywood e da visão romantizada de uma era muito brutalizada. O filme, ele compartilha um espírito. Para sua cena introdutória, que também abre o primeiro trailer do filme, Palmer filmou 14 tomadas do monólogo de Esmeralda sobre a história dela e da família de OJ, que inicialmente não estava no roteiro antes da fotografia principal. Peele descreveu cada tomada como "... muito descontroladamente diferente, indiscutivelmente assim. Mas apenas um tour de force, uma dessas coisas onde você vê alguém como, "Eu vou fazer essa escolha desta vez e ir para ele." Muito do filme foi improviso. 


O professor da CalTech John O. Dabiri colaborou com Peele e sua equipe no projeto da forma de OVNIs da criatura Jean Jacket, e em particular, sua forma final de "anjo bíblico", que foi inspirada nas criaturas do Neon Genesis Evangelion e criaturas marinhas como água-viva, polvo e lula. 


Imaginar um hipotético predador do céu anteriormente extinto, imaginando realisticamente "como algo poderia se esconder nas nuvens", com sua capacidade de "gerar campo elétrico" extraído de enguias elétricas e peixe-faca fantasma, permitindo propulsão elétrica ("Jean Jacket voa rápido sem asas/velas"). 


Guillaume Rocheron, da Moving Picture Company (MPC), também trabalhou com Dabiri e Peele nos efeitos visuais com Jean Jacket, utilizando tanto CGI quanto efeitos práticos, este último particularmente envolvendo o uso de um helicóptero para redemoinho de poeira e sujeira no chão da maneira que a criatura faz ao consumir suas vítimas no filme. O filme realizou seu primeiro teste apenas 12 semanas antes de seu lançamento em 22 de julho, com os efeitos especiais ainda sendo trabalhados.



Interpretações do filme


Richard Brody, do New Yorker, considerou Nope um filme sobre exploração e a história cinematográfica de exploração no cinema.  Gerrick D. Kennedy da GQ, no entanto, pensou que o filme era sobre espetáculo. Kennedy também pensou que "o apagamento das contribuições negras" para a história do cinema desempenha um papel significativo no filme. Brody concordou, escrevendo que achava que a premissa do filme era "reconhecer e estender o legado do cinema, ao mesmo tempo em que reparava suas omissões e deturpações da história".


Brody observou que a ação do filme "gira no poder e na natureza da tecnologia cinematográfica". Ele também pensou que o filme criticava imagens geradas por computador (CGI) através de sua cena de produção comercial de TV, escrevendo "Peele apresenta [CGI] como uma tentação duvidosa e uma forma de poder perigoso". Brody interpretou a escolha de ter as criaturas espaciais como "uma visão sarcástica da universalidade do racismo". 


Jen Yamato, escritor do Los Angeles Times, observou que Ricky "Jupe" Park, de Steven Yeun, tenta lucrar com Jean Jacket com seu programa "Star Lasso Experience", acreditando falsamente que, por ter sobrevivido ao incidente de Gordy, ele compartilha um parentesco semelhante com Jean Jacket. 


Zosha Millman da Polygon argumenta que a crença de Jupe de que Gordy e Jean Jacket são bem-intencionados, apesar de sua capacidade de ser imprevisível e perigoso, contrasta com a experiência de vida do OJ de Daniel Kaluuya, "que cresceu em torno de animais indisciplinados que era seu trabalho domar. Como treinador de cavalos, ele sabe que os animais são dignos do nosso respeito. Mas não faz parte de um grande projeto, ou nasceu de uma relação especial com o cavalo. É um animal, e pode matá-lo — mas pode ser domado e trabalhado, se você sabe o que está fazendo." 


Discutindo o destino de Jupe, o personagem de Michael Wincott, Antlers Holst, faz menção a Siegfried & Roy— uma dupla conhecida por treinar leões brancos e tigres brancos — este último foi atacado e gravemente ferido por um de seus tigres. Jason Faulkner, da GameRevolution, ainda observou "Peele citando Neon Genesis] Evangelion's Angels] como a principal inspiração para o filme e o monstro interior", e do verdadeiro significado da verdadeira semelhança de Jean Jacket com a descrição bíblica dos anjos; ele observa o versículo de Nahum que prevê o filme como um indicativo dos pensamentos de Peele sobre a Bíblia, e como se alguém "pensar sobre a forma como [Jean Jacket] se alimenta e o conceito de pessoas que ascendem ao céu, [pode-se] conectar os pontos [que] a espécie de Jean Jacket [tem] estado com a humanidade por um longo tempo, e um ataque de uma das criaturas poderia [ser] mal interpretado como algo do divino." 


Ao ver Gordy se mover sobre o conjunto destruído de Gordy's Home, Jupe nota um dos sapatos de sua co-estrela inexplicavelmente em pé; como adulto, Jupe tem o sapato em exibição em seu quarto de lembranças de Gordy's Home. 


Millman, juntamente com Cooper Hood da Screen Rant, identificam o sapato misteriosamente em pé como um possível exemplo de um "milagre ruim", um rótulo que OJ usa quando ele e Keke Palmer's Emerald descobrem que eles estão aparentemente lidando com um OVNI. 


Hood escreve que o sapato em pé pode ser visto como um "milagre ruim" devido à "natureza inexplicável do fenômeno e como aconteceu durante uma tragédia. Ele joga no tema do filme de transformar eventos trágicos em um espetáculo, já que Ricky está lucrando com o colecionável apesar do trauma de suas circunstâncias." 


Yamato, no entanto, questiona se Jupe "apenas imaginar o sapato de pé impossivelmente no ar — e ele está se lembrando mal disso pouco antes de ser baleado, Gordy virou-se para ele em amizade?" Yamato afirma que Jupe disfarçou seu trauma do incidente "sob uma faceta de agitação capitalista e humor", e caracteriza a experiência de Jupe como ator infantil como aquele em que ele foi "explorado e depois cuspido pela máquina da fama [...] e isso o coloca para cometer o erro fatal de subestimar uma criatura que é muito perigosa para lutar."


A. O. Scott, do The New York Times, elogiou o "suspense impecavelmente gerenciado do filme, piadas afiadas e uma atmosfera encantadora e irritante de estranheza", e observou que, "Embora este filme possa ser descrito como spielbergiano, ele se transforma em uma desmentimento enfático e explícito do tropo visual mais característico de Spielberg: o olhar ascendente espantado.". Richard Roeper, do Chicago Sun-Times, deu ao filme uma pontuação de quatro de quatro estrelas, chamando-o de "uma emocionante peça de cinema repleta de personagens memoráveis", e "um exemplo clássico de um filme ousado e original que homenageia um fluxo aparentemente interminável de grandes filmes e ainda é mais do que a soma de suas partes". Odie Henderson, escrevendo para RogerEbert.com, deu ao filme três estrelas e meia, elogiando a mistura sonora do filme e chamando-o de "definitivamente o filme mais assustador de Peele", e escrevendo que o próprio Peele "continua sendo um mestre da desorientação".


David Sims, do The Atlantic, escreveu que "Nope é tingido com a sátira ácida que sufocou [Peele] dois filmes anteriores, como Peele examina por que a maneira mais fácil de processar o horror nos dias de hoje é transformá-lo em entretenimento de tirar o fôlego." Da mesma forma, Michael Shindler, do The American Spectator, apontou Holst como uma "caricatura educada" de Werner Herzog, destacando como este último contrasta favoravelmente com os heróis do filme, e observou que Peele "resiste à tentação de distorcer o enredo em uma peça de moralidade hackneyed", em vez de jogar "a história em linha reta" na veia de Starship Troopers de Paul Verhoeven.


Chris Evangelista de /Film escreveu que "Nope pode não ser o melhor filme de Jordan Peele até hoje, mas é o seu mais agradável. Um verdadeiro espetáculo de filme de verão significava ser escrito grande através da tela, dando-nos emoções, calafrios, risadas, e que o mais precioso das coisas: magia do filme." David Ehrlich, do IndieWire, elogiou o filme, dizendo "Não dói que o mais recente de Peele tenha alguns dos mais inspirados design [monstro de cinema] desde que H. R. Giger deixou sua marca no gênero, ou que os olhos de Kaluuya permanecem alguns dos efeitos mais especiais de Hollywood, já que Nope recebe quase tanto quilometragem de seu cansaço quanto Get Out espremido de sua clareza. 


É através deles que Nope busca uma nova maneira de ver, devolve os Haywoods ao seu lugar de direito na história do cinema, e cria o raro espetáculo de Hollywood que não nos deixa procurando mais." Ben Kendrick, da Screen Rant, chamou de "uma carta de amor ao cinema" e chamou a interpretação de Brandon Perea de Angel Torres de "destaque" entre o elenco coadjuvante, enquanto elogiava as performances de Kaluuya e Palmer. 


Richard Lawson da Vanity Fair estava misturado sobre o filme, dizendo: "Como Nope desvia e bobinas, muitas vezes parece distraído por si só, incapaz de manter seu foco em qualquer coisa tempo suficiente para um significado mais profundo, ou sentimento, para coalescer.


 "Alonso Duralde do TheWrap escreveu "Isso finalmente parece quatro filmes muito promissores juntos, com destaques espetaculares esbarrando uns nos outros de uma maneira que é finalmente carente, mesmo que todos eles demonstrem a proeza e bravata do cineasta."


 Peter Bradshaw, do The Guardian, deu ao filme duas de cinco estrelas, escrevendo: "Há algo coagulado e pesado sobre este filme, com infelizmente não o suficiente do humor para o qual Peele justamente se tornou celebrado em seus dias de duplo ato com Keegan-Michael Key."

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