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Jurassic Park - O Parque dos Dinossauros (1993): Spielberg traz dinossauros de volta a vida adaptando obra de autor de Westworld, Michael Crichton



O industrial John Hammond criou um parque temático de dinossauros clonados, o Jurassic Park, em uma ilha tropical. Depois que um funcionário é morto por um Velociraptor, os investidores do parque, exigem uma certificação de segurança. Eles convidam o matemático Ian Malcolm, enquanto Hammond convida o paleontólogo Alan Grant e a paleobotânica Ellie Sattler para a análise. Ao chegar, o grupo fica chocado ao ver os diversos dinossauros vivos em seu parque


Veja aqui onde assistir Jurassic Park (1993)


No centro de visitantes do parque, o grupo descobre que a clonagem foi realizada extraindo DNA de dinossauro de mosquitos pré-históricos preservados em âmbar. 



DNA de sapos foi usado para preencher lacunas no genoma dos dinossauros, e para evitar a reprodução, todos os dinossauros foram feitos fêmeas por manipulação direta do cromossomo. O grupo testemunha a eclosão de um bebê Velociraptor. Durante o almoço, o grupo debate a ética da clonagem e a criação do parque; Malcolm alerta sobre as implicações da engenharia genética e zomba da conceituação do parque, dizendo que ele inevitavelmente falhará.


Os netos de Hammond, Lex e Tim Murphy, se juntam para um tour pelo parque, enquanto Hammond supervisiona da sala de controle. O passeio não sai como planejado, com a maioria dos dinossauros não aparecendo e o grupo encontrando um Triceratops doente; é interrompida à medida que uma tempestade tropical se aproxima. 



A maioria dos funcionários do parque parte para o continente em um barco enquanto os visitantes retornam aos seus veículos de turismo elétrico, exceto Sattler, que fica para trás com o veterinário do parque para estudar os Triceratops.


O descontente programador de computadores de Jurassic Park, Dennis Nedry, foi subornado por Dodgson, um homem que trabalha para o rival corporativo de Hammond, para roubar embriões de dinossauros fertilizados. Nedry desativa o sistema de segurança do parque para ter acesso ao depósito de embriões e armazena os embriões dentro de um recipiente disfarçado de lata de creme de barbear. A sabotagem de Nedry também corta a energia para os veículos turísticos, encalhando-os assim perto do Tyrannosaurus rex do parque. 



Crítica do filme 


Dinossauros sempre foram um pouco populares no audiovisual. Mas nunca tinha se colocado tão no centro de uma narrativa e lançado tanta moda dos dinossauros como o Parque dos Dinossauros. O filme é nostálgico para muitas pessoas que cresceram nos anos 90, sendo exibido inclusive muitas vezes pela Globo na Sessão da Tarde da época.


Neste filme, Spielberg conseguiu tornar os dinossauros em temática, motivo e centro de toda a trama do filme. Mas muito dessa característica já vinha do romance de Michael Crichton e de suas experiências acadêmicas, fato esquecido em muitas análises de Jurassic Park e, principalmente Westworld, sua outra criação. 



O autor do romance, Chrichton, teve um péssima experiência em sua primeira graduação em Letras. Após ser alvo da perseguição de alguns professores devido suas opiniões, largou o curso e mudou para o campo da biomedicina, se formando, mas continuando a escrever contos e romances apesar disso. Fica bem claro aqui, que Chrichton tinha capacidade formal e intelectual, visto as suas obras e o impacto cultural que deve em diversas pessoas, mas ainda assim ele teve problemas acadêmicos, sendo obrigado a mudar de área. É possível levar a sério os critérios acadêmicos que o excluíram? Acho que como Spielberg, representa um dos maiores casos de como a mentalidade acadêmica, como um parque de diversos, está voltada para si e para o seu próprio sistema de publicações.


Se repararmos inclusive, O Parque dos Dinossauros tem muito em comum com Westworld. Ambos são um parque, com princípio de entretenimento e dinheiro utilizando a ciência, que sai do controle pois é difícil de prever e entender o ego humano em torno de temas e assuntos. Em "Jurassic Park", ele estava basicamente atualizando e melhorando a metáfora crítica a como a academia se organiza, colocando algo que já estava na moda nos anos 90: os dinossauros. 



Algo que refleti no texto do filme Westworld, é que quando achamos que o tempo se congelou e a História não avançará ou passará mais é justamente que um elemento importante para os historiadores vem interromper o ciclo eterno de tal jogo, que é a memória. Depósito dos desejos e frustrações dessa sociedade, os robôs Westworld foram programados para responder a aquilo que consideram "verdade". Uma vez que a verdade for "visitantes são bons, não os ataque", se um visitante for mal ele deve ser retaliado para garantir a integridade dos demais? É isso que percorre a mente do Pistoleiro do primeiro filme: A consciência é a materialidade construída no dia-a-dia, não um discurso congelado através de regras gerais.


A mesma coisa vale para os dinossauros de Jurassic Park. Se eles são programados geneticamente para serem como dinossauros predadores que viveram a milhares de anos, é para se surpreender quando eles começam a querer predar humanos e visitantes do parque?



Para além das reflexões éticas e morais sobre a ciência, preciso também entender como essa proposta se relaciona com a própria forma e temática da trama. 



Jurassic Park critica as potencialidades distópicas da ciência. Malcolm é a consciência que lembra John Hammond do caminho imoral e não natural que foi tomado. A condição final do parque é epítomizada pela palavra "inferno", que destaca a natureza da tentativa sacrilégio de Hammond.


O romance de Michael Crichton pode ser visto como uma versão do romance Frankenstein de Mary Shelley de 1818; o "Moderno Prometeu". Henry Wu é incapaz de nomear as coisas que ele cria, o que faz alusão a Victor Frankenstein não saber o que chamar de sua imitação falha dos poderes criativos de Deus. A imoralidade dessas ações leva à destruição humana, ecoando Frankenstein.



Semelhante à forma como seus outros romances representam a ciência e a tecnologia como perigosos e que mudam a vida, o romance de Michael Crichton destaca o complexo de hipocrisia e superioridade da comunidade científica que inspirou John Hammond a recriar dinossauros e tratá-los como mercadorias, que só levam à catástrofe. Os temores semelhantes de poder atômico da Guerra Fria são adaptados por Michael Crichton para as ansiedades evocadas pela manipulação genética. 


Assim, se Westworld era uma crítica ao meio acadêmico e a forma "faroeste" como os conflitos eram resolvidos, Jurassic Park eleva a crítica esticando até a pré-história: Os cientistas se tratam e cobram relações predatórias um dos outros em torno do lucro.  



Obviamente os dinossauros são uma metáfora de como a ciência pode se comportar como qualquer outro empreendimento em torno de financiamento e lucro. Não é só um parque temático que todos vão, é toda uma marca, com logo e tudo mais, algo muito bem construído pela produção e direção de Spielberg. 


Aqui está inclusive a grande sacada de sua direção: entender a experiência do parque como metáfora do próprio filme, posicionando assim a marca e semiótica do parque como a própria imagem de marketing do filme. 



Assim, ao assistir o filme é como se o espectador fosse também um visitante do parque, tanto eu seu sentido positivo como negativo. Isso é reforçado desde a cena da chegada no helicóptero, os diálogos, os flertes e a presença de crianças, que basicamente significa para outras crianças que elas podem assistir aquilo. Porém, dentro desta perspectiva nos coloca como reféns da situação provocada pelo ego e interesse dos humanos. 



O filme joga assim com perspectivas antagônicas que convivem de uma maneira forçada para criar a prótese. Por um lado, há a beleza científica e animal de poder ver e conviver novamente com dinossauros. Mas é preciso ter claro: aqueles não são dinossauros reais, são uma nova espécie que simula os dinossauros do passado, e isso já é o motivo de toda uma questão ética sobre o que fazer com os animais na eminência do fracasso do projeto. Entretanto, ainda por cima o filme não foca em nenhuma dessas perspectivas exatamente, entregando mais uma aventura antropológica e de sobrevivência dentro do parque, em uma desventura inesperada. 



Assim, há uma certa chamada para ideia de "bom" e "mau" onde o cientista e aventureiro e as crianças são aos nossos olhos "bons" e os dinossauros que tentam devorá-los como "maus". Há até quem possa ver inocência do cientista e avô das crianças quando o ego dele original de criar uma "meca dos dinossauros" foi posto em prática, já que se seguirmos o principio realmente científico de Darwin, os dinossauros deixaram de existir devido a adaptação das espécies, sendo algo totalmente burro e anticientífico trazê-los de volta, uma vez que foram extintos por algum motivo. 



Ao mesmo tempo, a visão demasiado relativista entorno do fenômeno enquanto metáfora ambiental, esconde uma mentalidade contra o meio ambiente. Obviamente os dinossauros podem ser vistos como metáforas de ecologia, preservação e sustentabilidade, como um museu ou zoológico. Mas a grande pergunta é: se as pessoas não valorizaram e respeitaram aquela espécie em vida, em seu tempo real, por que valorizariam em um parque? O parque não resolve nada, ele só produz mais orçamento de pesquisa para que outras pesquisas talvez resolvam alguma coisa. 



Entretanto, apesar de muito disso ser ensejado, só vai ser melhor visto nos próximos filmes da saga. Aqui, Spielberg se contentou em entregar apenas a experiência dos dinossauros interagindo com os humanos, algo muito bem feito para a época por sinal. Os efeitos dos dinossauros são realmente convincentes e consegue ensinar de uma maneira meio "ABC" para as crianças coisas como cadeia alimentar, ciclo da vida, eco sistema e habitat; sem que isso seja chato, utilizando de muita ação e técnica em tela.



As cenas de ataque do dinossauro no carro são épicas, claustrofóbica, sendo um ótimo exercício de imaginação e projeção. Mas as cenas realmente assustadoras são dos raptores, que são mostrados como muito inteligentes. Entretanto, dinossauro fazendo rosto como se tivesse rindo ou demonstrando emoções sempre soa pieagas pra mim, como quando o T Rex salva o grupo e dá seu urro, derrubando a faixa de Jurassic Park que cai lentamente de frente para a tela compondo uma cena perfeita, cena que torna o filme mais bobo e irregular em sua edição, montagem e proposta.



Existe também um pessimismo científico muito forte. É impossível assistir o filme com mais cabeça e não perceber que para Crichton e Spielberg é impossível fazer ciência pois ela sempre será apropriada e usurpada para princípios pessoais e não democráticos. Mas tão pouco sei se para além da crítica e exposição do problema eles apresentam uma solução para além de "dar o que o povo gosta", ou seja, um bom blockbuster. Sim, o filme faz isso de maneira magistral, sendo um filme realmente divertido e emocionante em sua pegada, realmente convence e entretém. Mas ao mesmo tempo com todo um pano de fundo científico que duvido pessoas mais chegadas ao blockbuster hoje em dia vão ligar: Na época, era um diretor cult fazendo filme para as massas criticando o elitismo da ciência, hoje seria visto como um filme a favor da ciência e com uma mensagem ambiental.



A direção é muito boa, com uma técnica que combina de maneira psicológica som e imagem para provocar instintos primitivos. Quando vemos um animal grande em cena e o som do seu rosnado vibra em nossa orelha, sentimos um instinto primitivo de atenção. Essa é uma percepção genial do audiovisual que tenta ir além da compreensão formal, tentando criar através de outros princípios da compreensão humana uma forma de contar a narrativa. A montagem, efeitos e truques de câmera do filme são muito bons também, trazendo total dinamismo sem perder uma certa ironia de toda aquela situação, já que como em Godzilla e King Kong, o público vai para ver o monstro, torcendo um pouco para ele no fundo. 



A cena do copo de água tremendo com a aproximação do dinossauro Rex, é um ótimo exemplo do uso inteligente do extracampo. Não sabemos o que é ainda, mas o copo serve um um referente de um perigo está por vir. 


Outro elemento interessante de se analisar, é que o cientista gordinho que trai o parque parece uma metáfora do típico nerd fã de sagas, que quer se apropriar da criação para lucrar. Quantos fãs ainda não fazem isso, principalmente com série hoje em dia? Há também as metáforas de masculinidade e concepção de mundo, já que, por exemplo, em uma das cenas um dos caras com uma escopeta manda a cientista se abrigar, e ele de maneira doente acha que vai conseguir acabar com os dinossauros, uma óbvia cena de febre da selva. 



Gosto muito também da fotografia do filme, que deu um certo tom marrom e natural a todas cenas, demonstrando até mesmo o brilho do suor dos atores. E, claro, o elenco que é ótimo, principalmente Laura Dern, que se destaca muito por não ser geralmente a pegada de papéis que ela faz. 



Apesar de algumas críticas, é um filme nostálgico e genial em sua proposta de trazer para tão perto noções sobre ética, ciência, meio ambiente e pré-história, geralmente tão colocadas de lado, ao mesmo tempo que chama para um filme divertido, que entretêm. Talvez não funcione tanto com as pessoas e crianças de hoje, que podem preferir ou algo mais científico ou algo mais a linha do entretenimento, mas com certeza é um filme épico, histórico e marcante em sua proposta de trazer algo que nunca vamos poder ver a não ser em tela ou projeções, que são os dinossauros. Isso torna o filme uma aventura e experimento científico em si, registrando a mentalidade e a compreensão humana da época em torno do que foi o fenômeno dos dinossauros, fazendo refletir sobre o passado da humanidade, a história, a civilização e o que será do futuro, uma vez que como os dinossauros, nos também podemos ser extintos um dia. 



História por trás do filme 


Michael Crichton originalmente concebeu um roteiro sobre um estudante de pós-graduação que recria um dinossauro. Ele continuou a lutar com seu fascínio por dinossauros e clonagem até que ele começou a escrever o romance Jurassic Park. 



Antes de sua publicação, Steven Spielberg soube do romance em outubro de 1989, enquanto discutia um roteiro com Crichton que se tornaria a série de televisão ER. 


Spielberg afirma que o que realmente o fascinou sobre Jurassic Park foi "um olhar realmente crível sobre como os dinossauros poderiam um dia ser trazidos de volta ao lado da humanidade moderna", indo além de um simples filme de monstros.



Antes do livro ser publicado, Crichton havia exigido uma taxa inegociável de US$ 1,5 milhão pelos direitos do filme e uma porcentagem substancial do bruto. Warner Bros. e Tim Burton, Columbia Pictures e Richard Donner, e 20th Century Fox e Joe Dante concorreram aos direitos, mas a Universal Studios eventualmente os adquiriu em maio de 1990 para Spielberg. 


Depois de completar Hook, Spielberg queria filmar A Lista de Schindler. Sid Sheinberg, presidente da Music Corporation of America (empresa-mãe da Universal Pictures na época) deu luz verde à Lista de Schindler sobre a condição de Spielberg fazer Jurassic Park primeiro. 



Ele disse mais tarde, escolhendo um thriller dirigido por criaturas, ele queria tentar fazer uma boa sequência para Tubarão, em terra. Spielberg também citou Godzilla como uma inspiração para Jurassic Park, especificamente Godzilla de 1956, que ele cresceu assistindo. Durante a produção, Spielberg descreveu Godzilla como o mais magistral de todos os filmes de dinossauros porque isso fez com que ele e os espectadores acreditasse que estava realmente acontecendo. 


Para criar os dinossauros, Spielberg pensou em contratar Bob Gurr, que projetou um King Kong mecânico gigante para a Universal Studios. Após a reflexão, ele sentiu que dinossauros em tamanho real seriam muito caros e não convenceriam. 



Em vez disso, Spielberg procurou os melhores supervisores de efeitos em Hollywood. Ele trouxe Stan Winston para criar os dinossauros animatrônicos; Phil Tippett (creditado como Supervisor de Dinossauros) para criar dinossauros de movimento para filmagens longas; Michael Lantieri para supervisionar os efeitos no set; e Dennis Muren da Industrial Light & Magic (ILM) para fazer a composição digital. 


O paleontólogo Jack Horner supervisionou os desenhos para ajudar a realizar o desejo de Spielberg de retratar os dinossauros como animais em vez de monstros. Certos conceitos sobre dinossauros, como a teoria de que evoluíram em pássaros e tinham muito pouco em comum com lagartos, foram seguidos. Isso levou à remoção das línguas dos raptors nos primeiros animatics de Tippett, enquanto Horner reclamava que era implausível. 


O departamento de Winston criou modelos totalmente detalhados dos dinossauros antes de moldar peles de látex, que foram equipadas sobre robótica complexa. Tippett criou animação stop-motion dos raptors na cozinha e do Tiranossauro atacando o carro. 


Spielberg achou os resultados finais insatisfatórios para um longa-metragem live-action. Muren disse a Spielberg que achava que os dinossauros poderiam ser construídos usando imagens geradas por computador; o diretor pediu-lhe para provar isso. 


Os animadores do ILM Mark Dippé e Steve Williams desenvolveram um ciclo de caminhada gerado por computador para o esqueleto T. rex e foram aprovados para fazer mais. Quando Spielberg e Tippett viram um animador do T. rex perseguindo um rebanho de Gallimimus, Spielberg disse: "Você está desempregado", ao que Tippett respondeu: "Você não quer dizer extinto?" 


Spielberg mais tarde colocou essa troca no roteiro, como uma conversa entre Malcolm e Grant. Embora nenhum movimento de go foi usado, Tippett e seus animadores ainda eram usados pela produção para supervisionar o movimento dos dinossauros. Tippett atuou como consultor para anatomia de dinossauros, e seus animadores de stop motion foram re-treinados como animadores de computador. Os animatics feitos pela equipe de Tippett também foram usados, juntamente com os storyboards, como referência para o que seria filmado durante as sequências de ação. 


Os artistas do ILM foram enviados em passeios privados para o parque animal local, para que pudessem estudar animais de grande porte – rinocerontes, elefantes, jacarés e girafas – de perto. Eles também tiveram aulas de mímica para ajudar na compreensão dos movimentos.


A Universal pagou a Crichton mais US$ 500 mil para adaptar seu próprio romance, que ele havia terminado quando Spielberg estava filmando Hook. Crichton observou que, como o livro era "bastante longo" seu roteiro tinha cerca de 10 a 20% do conteúdo do romance; cenas foram descartadas por razões orçamentárias e práticas, e a violência foi colocada para baixo. Malia Scotch Marmo começou uma reescrita de roteiro em outubro de 1991 durante um período de cinco meses, fundindo Ian Malcolm com Alan Grant.


Spielberg queria outro escritor para reformular o roteiro, então o presidente da Universal, Casey Silver, recomendou David Koepp, co-escritor de Death Becomes Her. Koepp começou de novo do rascunho de Marmo, e usou a ideia de Spielberg de um desenho animado mostrado aos visitantes para remover grande parte da exposição que enche o romance de Crichton. 


 Enquanto Koepp tentava evitar detalhes excessivos do personagem "porque sempre que eles começavam a falar sobre suas vidas pessoais, você não se importava", ele tentou escoar os personagens e fazer um elenco mais colorido, com momentos como Malcolm flertando com Sattler levando ao ciúme de Grant. 


Algumas caracterizações foram alteradas a partir do romance. Hammond passou de um homem de negócios implacável para um homem gentil, porque Spielberg se identificou com a obsessão de Hammond com a exibição. Ele também trocou os personagens de Tim e Lex; no livro, Tim tem onze anos e se interessa por computadores, e Lex tem apenas sete ou oito anos e se interessa por esportes. Spielberg fez isso porque queria trabalhar com o jovem Joseph Mazzello, e isso permitiu que ele introduzisse a sub-trama da paixão adolescente de Lex por Grant. Koepp mudou a relação de Grant com as crianças, tornando-o hostil a elas inicialmente para permitir mais desenvolvimento de caráter.



Duas cenas do livro foram finalmente extirpadas. Spielberg removeu a sequência de abertura com Procompsognathus atacando uma criança que ele achou muito horrível. Por razões orçamentárias Koepp cortou o T. rex perseguindo Grant e as crianças rio abaixo antes de ser tranquilizado por Muldoon. Ambas as partes foram incluídas em sequências de extras do filme. 


Spielberg sugeriu adicionar a cena onde o T. rex persegue um jipe, que no início só tinha os personagens dirigindo para longe depois de ouvir os passos do dinossauro.


William Hurt foi inicialmente oferecido o papel de Alan Grant, mas recusou sem ler o roteiro. 


Harrison Ford também foi oferecido o papel de Grant, antes de Sam Neill foi finalmente lançado três ou quatro semanas antes das filmagens começarem. 


Neill disse que tudo aconteceu muito rápido. Eu não tinha lido o livro, não sabia nada sobre isso, não tinha ouvido nada sobre isso, e em questão de semanas estou trabalhando com Spielberg". 


Janet Hirshenson, diretora de elenco do filme, achou que Jeff Goldblum seria a escolha certa para interpretar Ian Malcolm depois de ler o romance. Jim Carrey também fez um teste para o papel. De acordo com Hirshenson, Carrey "foi ótimo também, mas acho que muito rapidamente todos nós adoramos a ideia de ter Jeff". 



Cameron Thor já havia trabalhado com Spielberg em Hook, e inicialmente fez testes para o papel de Malcolm, antes de tentar o papel de Dodgson. No filme, Dodgson dá a Nedry um recipiente disfarçado como uma lata de creme de barbear que é usado para transportar os embriões. Thor disse sobre seu elenco: "Ele acabou de dizer 'lata de creme de barbear' no roteiro, então eu passei um tempo sem fim em uma loja de drogas para encontrar o mais fotogênico. Eu fui com Barbasol, que acabou no filme. Eu estava tão falido que levei a lata para casa depois do teste para usá-la". 


Laura Dern foi a primeira escolha de Spielberg para o papel de Ellie Sattler, devido seu papel em Coração Selvagem (Wild at Heart), embora ela não fosse a única atriz que ofereceu o papel. Gwyneth Paltrow e Helen Hunt fizeram um teste para o papel de Ellie Sattler. Spielberg escolheu escalar Wayne Knight como Dennis Nedry depois de ver sua atuação em Instinto Básico. 


Ariana Richards, que interpreta Lex Murphy, disse: "Fui chamada para um escritório de elenco, e eles só queriam que eu gritasse. Ouvi mais tarde que Steven tinha visto algumas garotas gravadas naquele dia, e eu fui a única que acabou acordando sua esposa dormindo no sofá, e ela veio correndo pelo corredor para ver se as crianças estavam bem".


Christina Ricci também fez um teste para o papel. Joseph Mazzello testou a tela para um papel em Hook, mas foi considerado muito jovem. Spielberg prometeu a ele que trabalhariam juntos em um futuro filme. Sean Connery foi considerado para o papel de John Hammond antes de Richard Attenborough ser escolhido



Após 25 meses de pré-produção, as filmagens começaram em 24 de agosto de 1992, na ilha havaiana de Kaua. Enquanto a República Dominicana e a Costa Rica eram consideradas como locais, dado que são cenários do romance, as preocupações de Spielberg sobre infraestrutura e acessibilidade o fizeram escolher um lugar onde ele já havia trabalhado. A filmagem de três semanas envolveu vários exteriores diurnos para as florestas de Isla Nublar. 


Em 11 de setembro, o furacão Iniki passou diretamente sobre Kaua, custando um dia de filmagem. Várias das cenas de tempestade do filme são de imagens reais filmadas durante o furacão. 


A filmagem programada da perseguição de Gallimimus foi transferida para o Rancho Kualoa, na ilha de Oahu. Uma das primeiras cenas teve que ser criada por animar digitalmente uma cena ainda de cenário. A cena de abertura foi filmada em Haiku, na ilha de Maui, com cenas adicionais filmadas na "ilha proibida" de Niihau. 


O exterior do Centro de Visitantes era uma grande fachada construída no terreno da Propriedade de Plantações valley house em Kauai. Samuel L. Jackson deveria filmar uma longa cena de morte onde seu personagem é perseguido e morto por raptors, mas o cenário foi destruído pelo furacão Iniki. 


Em meados de setembro, a equipe se mudou para a Califórnia para filmar os raptors na cozinha na fase 24 do estúdio Universal. Dado que o conjunto da cozinha estava cheio de superfícies reflexivas, o diretor de fotografia Dean Cundey teve que planejar cuidadosamente a iluminação, ao mesmo tempo em que usava panos pretos para esconder os reflexos da luz. A equipe também filmou as cenas envolvendo a fonte de energia no Palco 23, antes de ir ao local para Red Rock Canyon para as cenas de escavação de Montana. 


A equipe retornou à Universal para filmar o resgate de Tim por Grant, usando um adereço de 50 pés com rodas hidráulicas para a queda do carro, e o encontro com o braquiossauro. 


A equipe filmou cenas para os laboratórios e sala de controle do Parque, que usavam animações para os computadores emprestados pela Silicon Graphics e pela Apple. 


Enquanto o livro de Crichton apresenta Toyota Land Cruisers movido a eletricidade como os carros de turismo em Jurassic Park, Spielberg fez um acordo com a Ford Motor Company, que forneceu sete Ford Explorers. Os Explorers foram modificados pela equipe do ILM e pelo veterano personalizador George Barris para criar a ilusão de que eram carros autônomos escondendo o motorista no porta-malas do carro. Barris também personalizou o Jeep Wranglers, destaque na produção. 




A equipe se mudou para o Estágio 16 da Warner Bros. Studios para filmar o ataque do T. rex nos SUVs alimentados pela LSX. A filmagem mostrou-se frustrante porque quando a água encharcou a pele de borracha de espuma do dinossauro animatrônico, fez com que o T. rex tremesse e tremesse do peso extra quando a espuma a absorvia. Isso forçou a tripulação de Stan Winston a secar o modelo com shammys entre tomadas. No set, Malcolm distraindo o dinossauro com um sinalizador foi incluído por sugestão de Jeff Goldblum. Ele sentiu que uma ação heroica era melhor do que seguir o roteiro, onde, como Gennaro, Malcolm estava assustado e fugiu. 


As ondulações no copo de água causadas pelos passos do T. rex foram inspiradas por Spielberg ouvindo Earth Wind and Fire em seu carro e observando as vibrações que o ritmo baixo causava. 


Lantieri não tinha certeza de como criar a filmagem até a noite anterior às filmagens, quando ele colocou um copo de água em um violão que ele estava tocando, o que alcançou os círculos concêntricos na água que Spielberg queria. 


Na manhã seguinte, cordas de guitarra foram colocadas dentro do carro e um homem no chão os arrancou para alcançar o efeito. De volta à Universal, a equipe filmou cenas com o Dilophosaurus no Palco 27. Finalmente, a filmagem terminou no Estágio 12, com as perseguições climáticas com os raptors nas salas de computador do Parque e no Centro de Visitantes. 






Spielberg mudou o clímax para trazer de volta o T. rex, abandonando o final original onde Grant usa uma máquina de plataforma para manobrar um raptor em uma mandíbula de tiranossauro fóssil. A cena, que já incluía a justaposição de dinossauros vivos em um museu cheio de fósseis, ao mesmo tempo em que destruía os ossos, agora teve um final onde o T. rex salvou os protagonistas, e depois fez o que Spielberg descreveu como um "rugido de King Kong" enquanto uma faixa irônica dizia "Quando os Dinossauros Governavam a Terra" voava. 


A forma de filmar a ossada lembra muito o filme clássico Levada da Breca (Bringing Up Baby, 1938), onde o protagonista era paleontólogo e seu par, Katherine Hepburn, derrubava toda a ossada.


O filme terminou doze dias antes do previsto em 30 de novembro, e em poucos dias, o editor Michael Kahn tinha um corte áspero pronto, permitindo que Spielberg avançasse com as filmagens de Schindler's List


Apesar do título do filme referenciar o período Jurássico, Braquiossauro e Dilophosaurus são os únicos dinossauros apresentados que realmente viveram durante esse tempo. As outras espécies em destaque não existiam até o período Cretáceo. Isso é reconhecido no filme durante uma cena em que o Dr. Grant descreve a ferocidade do Velociraptor a um menino, dizendo: "Tente se imaginar no período Cretáceo ..."



O trabalho de efeitos especiais continuou no filme, com a unidade de Tippett se ajustando à nova tecnologia com dispositivos de entrada de dinossauros: modelos que alimentavam informações em computadores para permitir que eles animassem os personagens como bonecos stop motion. 


Além disso, eles encenaram cenas com os Raptors e Gallimimus. Além dos dinossauros gerados por computador, o ILM também criou elementos como respingos de água e substituição digital do rosto para o dublê de Ariana Richards. 


A composição dos dinossauros nas cenas de ação ao vivo levou cerca de uma hora. Renderizar os dinossauros muitas vezes levava de duas a quatro horas e renderizar o T. Rex na chuva levava seis horas.


Spielberg monitorou seu progresso da Polônia durante as filmagens da Lista de Schindler e teve teleconferências quatro vezes por semana com a equipe do ILM. O diretor descreveu trabalhar simultaneamente em duas produções muito diferentes como "uma experiência bipolar", onde ele usou "cada grama de intuição na Lista de Schindler e cada grama de artesanato em Jurassic Park". Parte do software usado para criar dinossauros e outros efeitos visuais foi o RenderMan da Pixar e o Softimage 3D.



Junto com os efeitos digitais, Spielberg queria que o filme fosse o primeiro com som digital. Ele financiou a criação do DTS (Digital Theater Systems), que permite que o público "realmente ouça o filme da maneira que se pretendia ser ouvido". A equipe de efeitos sonoros, supervisionada por George Lucas, foi concluída no final de abril. 


O designer de som Gary Rydstrom considerou um processo divertido, dado que o filme tinha todo tipo de barulho — sons de animais, chuva, tiros, acidentes de carro — e às vezes sem música. Durante o processo, Spielberg aproveitaria os fins de semana para voar da Polônia para Paris, onde se encontraria com Rydstrom para ver o progresso sonoro. O ex-animador da Industrial Light & Magic Steve Williams disse que levou quase um ano para que as fotos que envolviam dinossauros gerados por computador fossem concluídas. Jurassic Park foi finalmente concluído em 28 de maio de 1993. 




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