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E.T. - O Extraterrestre (1982): Fazendo 40 anos, como o filme representa a geração anos 80 e mudou a visão dos aliens na cultura pop


Botânicos alienígenas secretamente visitam a Terra à noite para reunir espécimes em uma floresta da Califórnia. Um pequeno alien se separa do grupo, fascinado pelas luzes distantes da cidade. Veículos do governo dos EUA chegam e perseguem a criatura assustada. Os outros alienígenas partem, abandonando-o na Terra. Em um bairro próximo do Vale de San Fernando, as suspeitas de Elliott Taylor, de dez anos, são despertadas quando ele lança uma bola de beisebol em um galpão de ferramentas, e a bola é lançada de volta misteriosamente. Mais tarde naquela noite, Elliott retorna com uma lanterna, descobrindo a criatura entre os talos de milho, como ambos gritando e fugindo um do outro


Veja aqui onde assistir E.T, o Extraterreste    ou assista o filme, dublado, em link aberto no final deste artigo




Apesar da descrença de sua família, Elliott deixa um rastro de doces para atrair o alienígena para sua casa. Antes de dormir, ele percebe que o alienígena está imitando seus movimentos. Na manhã seguinte, Elliott finge enjoo para ficar em casa da escola e brincar com ele. Ele pode "sentir" os pensamentos e emoções do alienígena, mostrados quando o alienígena acidentalmente abre um guarda-chuva, assustando-o simultaneamente Elliott.



Mais tarde naquele dia, Elliott apresenta seu irmão mais velho Michael e sua irmã de sete anos, Gertie, ao alienígena, decidindo mantê-lo escondido de sua mãe, Mary. Quando as crianças perguntam ao alienígena sobre suas origens, ele as mostra levitando várias bolas, representando seu sistema planetário e demonstra seus poderes revivendo crisântemos mortos. Ele demonstra seu poder de cura, através de sua ponta brilhante, em um pequeno corte no dedo de Elliott.



Na escola no dia seguinte, Elliott começa a experimentar uma conexão empática muito mais forte com o alienígena, incluindo a exibição de sinais de embriagues (porque o alienígena está na casa de Elliott, bebendo cerveja e assistindo televisão) e libertando os sapos em sua aula de biologia. Enquanto o alienígena vê John Wayne beijar Maureen O'Hara em The Quiet Man na televisão, Elliott beija uma garota que ele gosta da mesma forma e é enviado para o escritório do diretor.



O alienígena se autodenomina "E.T.", lendo uma tira de quadrinhos onde Buck Rogers, encalhado, pede ajuda construindo um dispositivo de comunicação improvisado, e é inspirado a experimentá-lo ele mesmo. E.T. recebe a ajuda de Elliott para construir um dispositivo para "ligar para casa" usando um Speak & Spell. Michael percebe que a saúde de E.T. está diminuindo e que Elliott está se referindo a si mesmo como "nós". Ao longo disso, os rapazes não sabem que e.T. está sendo rastreado por agentes do governo e todos os três estão sendo espionados.


Na noite de Halloween, Michael e Elliott vestem E.T. como um fantasma para tirá-lo de lá. Elliott e E.T. vão pela floresta, onde chamam de lar.



Crítica do filme


E.T. é um dos filmes mais belos e inocentes de todos os tempos. Vemos no filme a inversão básica de todos os filmes de alienigenas. Eles não são maus, mas sim o fanatismo humano que afasta o pequeno alien de sua família. 



Ele fica perdido, buscando um rumo e principalmente comida. Entretanto, vamos afastar um pouco os olhos do E.T e vamos focar nas crianças um pouco.


Desde o início, é marcado Elliott se sente diferenciado do resto da família. Isso é obviamente motivado pelo fato de que eles não tem pai: é apenas a mãe que toma conta de todos sozinha. E por isso Elliott sente que ele "sobra" perante os irmãos que competem por atenção. É bem óbvio que o filme é sobre a separação dos pais.



Elliott encontra/cria essa figura do E.T, que é ele mesmo na verdade, e esse é o grande segredo do filme que alguns não perceberam. Se vocês repararem, E.T. é abreviação de Elliott. 


Se tivermos esse fator em mente, principalmente reassistindo o filme com certa visão, fica claro que o E.T representa o alter ego de Elliott, e talvez do próprio Steven Spielberg, por vários momentos do filme.


Nessa primeira noite que os dois se encontram, o E.T rouba doces e comida do lixo, deixando um rastro na floresta que provoca aqueles que o estão caçando e investigando devido a aparição. Logo em seguida, é mostrado que Elliott está passando mal de manhã, provavelmente de tanto comer doces, mas no caso ele está só fingindo para cabular a aula 



Na cena do ônibus e depois na escola, começa a se alinhar a metáfora. Primeiro, que ele no ônibus, enquanto todas as crianças fazem farra, se sente deslocado. 


Enquanto isso, o E.T. está sozinho em casa, e começa a revistar a geladeira e encontra algumas cervejas. É engraçado pois assim que o E.T. começa a tomar, o garoto na sala de aula arrota e começa a ter o sintomas de embriagues. 


Ou seja, ele pegou tanto o hábito de ficar sozinho e de que ninguém estava vigiando, que aprendeu o que era bebida e foi para a escola bêbado. Para completar, a aula era de dissecação de sapos, mas o garoto fica com pena e solta todos os sapos, dizendo que quer salvá-los. 



Isso é reforçado ainda mais como metáfora, quando vemos que ao mesmo tempo que o E.T. assiste televisão (passando por Tom e Jerry que ele fica com medo), ele vê uma cena romântica, com John Wayne, ao mesmo tempo que o garoto beija a menina na sala de aula, pouco antes de ser pego pelo professor, que curiosamente não tem o rosto revelado, sendo apenas uma figura de autoridade em toda sequência. 



Na sequência seguinte, a menina, que é a pequena Drew Barrymore, quer mostrar o E.T para a mãe, mas ela não presta atenção pois está chocada com o aumento dos preços do mercado, uma cena que explica muito sobre o filme.



Depois disso, a sequência que vale a pena se analisar é quando Elliott tenta sozinho levar o E.T para casa, ou pelo menos se comunicar com a família. Na verdade, se prestarmos bastante atenção, pois a sequência foi elaborada de maneira confusa de propósito, explicando muito pouco, dá para reparar que na verdade é Elliott que está fugindo de casa por não aguentar mais sua rotina. 


A cena dele voando com o E.T. na bicicleta e a lua ao fundo, é na verdade a euforia de liberdade, de auto expressão, por ter fugido de casa. Ele ficou empolgado inicialmente, mas logo eles foram pegos por um detalhe: para onde ir? Nesse momento, o filme não explica, parecendo que teve algo cortado aqui. Só vemos então Elliott acordando no meio do nada, sozinho, reforçando que eles são o mesmo. Ele deve estar com fome, logo a aventura acabou. É hora de voltar para casa. 


Ele volta, mas revela para o irmão que perdeu o E.T. Elliott parece estar doente com algo. O irmão encontra o E.T., jogado e perdido no meio de um rio. Essa sequência não faz sentido pois nada aparentemente levou o E.T. a tal situação. Não mostra ele sendo atacado e nem nada disso, mostrando apenas que ele não sabe se cuidar sozinho. Isso torna ele parecido com uma criança, como Elliott. Então é Elliott que o irmão está encontrando, mas seria pesado demais mostrar isso em tela. De qualquer maneira, a sequência soa bem sombria para mim, um pouco pesada para um filme infantil, talvez. 



Eles recuperam os dois e finalmente pesquisadores do governo os encontram, colocando toda a casa em quarentena. É engraçado pensar nisso, mas se um alien viesse para a terra, tanto nos como os aliens teríamos sérios problemas de doenças e imunidade, já que os aliens não tomaram nossas vacinas. Assim, o E.T. fica doente e transmite algo para Elliott. Eles conseguem curar a criança, mas o E.T. não, tendo o filme um desfecho surpreendente. 




Essa parte mais científica do filme, refletindo entre o "estranho" e o familiar, principalmente na interação com Elliott, transformam o filme em uma espécie de Frankenstein moderno. Com a diferença que aqui o "monstro", apesar de seus poderes ecológicos e medicinais, é considerado estranho não pela população, mas sim a própria ciência. Essa inversão era interessante pois em Frankenstein o monstro representava como a ciência assustava a todos pelo seu racionalismo e frieza. 


O filme é genial em seus efeitos práticos e produção. Um roteiro incrível, com uma ótima pegada de ficção científica, misturada com autobiografia. Porém o mais genial é a reposição do alien em protagonista e não apenas "vilões invasores" e perigosos. O alien somos nós mesmos. Isso é genial do filme, pois reprograma nossa perspectiva de fantasia e ficção dentro dos tons do universo.


Existe aqui uma grande ruptura da visão dos aliens em como eles eram nos anos 20 e 30 e de escapismo fantástico, como Viagem a Lua de Melies, passando em como passaram a ser interpretados em The Day the Earth Stood Still (1951), onde os aliens ainda eram vilões mas começavam a ganhar seu charme. Passamos ainda por Star Trek, onde muitos aliens são bons e a ética dos humanos é muito questionada, mas a maioria dos aliens ainda é inimiga. Ou Star Wars, onde tanto humanos como aliens podem ser maus. Entretanto, Spielberg foi o primeiro a inverter tudo e botar de fato que, perante a maldade humana, um homenzinho do espaço seria bonzinho. Mais: ele transformou isso em uma metáfora de esperança e paz para um geração pessimista, chamada até de "geração perdida", que foi a geração dos anos 80. Esse elemento de E.T., por sua vez influenciou Arquivo X, onde vemos que são os aliens que vêm até aqui alterar coisas na terra. 


Spielberg estava brincando que sua geração, a dos anos 70 e 80, não tinha o "medo dos aliens" de seus pais. Se lermos os aliens como metáfora do outro, dentro de muitos filmes e séries do século XX, aliens eram os comunistas, os bandidos, os vagabundos, os negros, os latinos, asiáticos e etc. Todo mundo que era diferente era visto como uma grande ameaça ao modelo americano. 


Spielberg então quer se perguntar não só as causas que fazem alguém ser considerado diferente, como o que fazer quando você mesmo se sente e gosta de ser diferente dos outros? Uma coisa que sempre me perguntei também, é porque tudo na nossa rotinha e no universo cotidiano, como familia, escola, a televisão e a mídia em geral, querem nos fazer sentir tristes se não estamos preocupados. Parece que "desligar", ser você mesmo, é proibido pois todos seguem e repetem um modelo estranho, mais intimidador na visão de Spielberg que o próprio alien. A polícia, a ciência padrão, as figuras de autoridade e tudo mais, são assustadoras, paranoicas e controladoras. O E.T., "mal e estranho", só foge, se esconde e tenta ser feliz apesar do julgamento. Nos fazendo refletir: porque o sistema capitalista ocidental coíbe tanto quem tenta ser feliz?


O diretor reprograma a Guerra Fria, colocando-a para dentro, para um universo afetivo, onde o aparato científico e militar não está salvando a humanidade e estabelecendo o progresso, mas sim nos afastando de tudo que é estranho, ou seja, de nos mesmos e de nossos princípios sociais. A mentalidade de viagem espacial e "ir ao espaço", seria inimiga da ideia de câmbio cultural, uma vez que o aliens nunca podem vir até aqui.


Spielberg desenhou a história do filme do divórcio de seus pais. Gary Arnold, do The Washington Post, chamou o filme de "essencialmente uma autobiografia espiritual, um retrato do cineasta como uma criança suburbana típica separada por uma imaginação mística e inusitada".

 


As referências à infância de Spielberg ocorrem por toda parte: Elliott finge doença segurando um termômetro na lâmpada enquanto cobre seu rosto com uma almofada de aquecimento, um truque frequentemente empregado pelo jovem Spielberg. Michael implicando com Elliott ecoa a provocação de Spielberg sobre suas irmãs mais novas, e a evolução de Michael de algoz para protetor reflete como Spielberg teve que cuidar de suas irmãs depois que seu pai partiu.


Os críticos se concentraram nos paralelos entre a vida de E.T. e Elliott, que está "alienado" pela perda de seu pai. A.O. Scott do The New York Times escreveu que, enquanto E.T. "é o mais óbvio e desesperado fundador", Elliott "sofre à sua maneira pela falta de um lar". 


No coração do filme está o tema do crescimento e como ele encarado pela opinião pública em geral. O crítico Henry Sheehan descreveu o filme como uma releitura de Peter Pan da perspectiva de um Garoto Perdido (Elliott): E.T. não pode sobreviver fisicamente na Terra, pois Pan não poderia sobreviver emocionalmente na Terra do Nunca; cientistas do governo tomam o lugar dos piratas da Terra do Nunca. Isso dá uma profunda paridade do filme com outra obra de Spielberg, A.I - Inteligência Artificial (2001), que seria uma adaptação moderna de Pinóquio. Na verdade, várias coisas são semelhantes entre os filmes, inclusive cenas, mas com a diferença que E.T. parece a perspectiva de ser filho, e A.I. uma visão revisando a perspectiva dos pais ou mais madura ainda.


Promovendo os paralelos, há uma cena no filme onde Maria lê Peter Pan para Gertie. Vincent Canby, do The New York Times, observou da mesma forma que o filme "recicla livremente elementos de" Peter Pan e O Mágico de Oz. 


Alguns críticos sugeriram que o retrato de Spielberg nos subúrbios é muito sombrio, contrariando a crença popular. De acordo com A.O. Scott, "o meio suburbano, com seus filhos não supervisionados e pais infelizes, seus brinquedos quebrados e junk food de marca, poderia ter saído de uma história de Raymond Carver." 



Charles Taylor, da Salon.com escreveu que "os filmes de Spielberg, apesar da forma como são frequentemente caracterizados, não são idealizações de Hollywood de famílias e subúrbios. As casas aqui carregam o que o crítico cultural Karal Ann Marling chamou de 'as marcas de uso duro'. Mostrando o lado obscuro da normalidade. 


Outros críticos encontraram paralelos religiosos entre E.T. e Jesus, assim o filme seria uma releitura da paixão de Cristo. Andrew Nigels descreveu a história de E.T. como "crucificação pela ciência militar" e "ressurreição por amor e fé". De acordo com o biógrafo de Spielberg, Joseph McBride, a Universal Pictures apelou diretamente ao mercado cristão, com um cartaz que lembra a Criação de Adão de Michelangelo (mais especificamente o detalhe "toque de dedos") e um logotipo lendo "Paz", ou seja usando ideias cristãos para atrair no marketing. 


Spielberg respondeu que ele não pretendia que o filme fosse uma parábola religiosa, brincando: "Se eu fosse até minha mãe e dissesse: 'Mãe, eu fiz esse filme que é uma parábola cristã', o que você acha que ela diria? Ela tem um restaurante Kosher em Pico e Doheny em Los Angeles."


Como um corpo substancial de críticas se construiu em torno do filme, inúmeros escritores também o analisaram de outras formas, interpretando-o como um conto de fadas moderno e em termos psicanalíticos. 


A produtora Kathleen Kennedy observou que um tema importante do filme é a tolerância, que seria central para futuros filmes de Spielberg, como A Lista de Schindler. Tendo sido um solitário na adolescência, Spielberg descreveu-a como "uma história minoritária". O tema característico da comunicação de Spielberg é associado ao ideal de entendimento mútuo; ele sugeriu que a amizade alienígena-humana central ,a história é uma analogia de como os adversários do mundo real podem aprender a superar suas diferenças.


Um filme simples, bonito, bem feito, sensível, tocante, divertido e que marca uma grande mudança na interpretação do papel das crianças, da família e do que seria considerado "estranho" dentro da convivência e criação. Mais do que necessário.




História por trás do filme


Após o divórcio de seus pais em 1960, Spielberg preencheu o vazio com um companheiro alienígena imaginário que mais tarde ele lembrou como "um amigo que poderia ser o irmão [que ele] nunca teve e um pai que [ele] não sentia mais [ele] tinha". 



Em 1978, ele anunciou que iria filmar um filme intitulado Growing Up, que ele filmaria em quatro semanas. No entanto, o projeto foi deixado de lado devido a atrasos no longa 1941, mas o conceito de fazer um pequeno filme autobiográfico sobre a infância ficaria com ele. 


Ele também pensou em uma continuação de Close Encounters of the Third Kind, e começou a desenvolver um projeto mais sombrio que ele havia planejado com John Sayles chamado Céu Noturno, no qual alienígenas malévolos aterrorizam uma família. 



Filmar Indiana Jones: Raiders of the Lost Ark na Tunísia causou um sentimento de solidão em Spielberg, longe de sua família e amigos, e fez memórias de sua criação de infância ressurgir. 


Ele contou à roteirista Melissa Mathison sobre o Night Skies, e desenvolveu uma subtrama do projeto fracassado no qual Buddy, o único alienígena amigável, faz amizade com uma criança autista. 


O abandono de Buddy na Terra na cena final do roteiro inspirou o conceito de E.T. Mathison escreveu um primeiro rascunho intitulado E.T. and Me em oito semanas, que Spielberg considerava perfeito. 


No início do verão de 1981, enquanto Raiders of the Lost Ark estava sendo promovido, a Columbia Pictures se reuniu com Spielberg para discutir o roteiro, depois de ter que desenvolver Night Skies com o diretor como a sequência pretendida para Close Encounters of the Third Kind. 


No entanto, Marvin Atonowsky, chefe de marketing e desenvolvimento de pesquisa da Columbia Pictures, concluiu que ele tinha um potencial comercial limitado, acreditando que isso atrairia principalmente crianças pequenas. John Veitch, presidente das produções mundiais do estúdio, também sentiu que o roteiro não era bom ou assustador o suficiente para atrair multidões suficientes. 


Por recomendação de Atonowsky e Veitch, o CEO da Columbia, Frank Price, passou o projeto, colocando-o em uma reviravolta, e Spielberg se aproximou de Sid Sheinberg, presidente da MCA, então pai da Universal Studios. 


Spielberg disse a Sheinberg para adquirir o roteiro de E.T. da Columbia Pictures, que ele fez por US$ 1 milhão e fez um acordo com Price no qual a Columbia manteria 5% do lucro líquido do filme. Veitch mais tarde lembrou que "eu acho que [em 1982] fizemos mais nesse filme do que em qualquer um de nossos filmes."


Carlo Rambaldi, que projetou os alienígenas para Close Encounters of the Third Kind, foi contratado para projetar os animatrônicos para E.T. A própria pintura de Rambaldi, Mulheres de Delta, levou-o a dar à criatura um pescoço único e extensível. Seu rosto foi inspirado nos de Carl Sandburg, Albert Einstein e Ernest Hemingway. 


A produtora Kathleen Kennedy visitou o Instituto De olhos Jules Stein para estudar olhos reais e de vidro. Ela contratou funcionários do Instituto para criar os olhos de E.T., que ela sentiu que eram particularmente importantes para engajar o público. Quatro cabeças foram criadas para filmagens, uma como a principal animatrônica e as outras para expressões faciais, bem como uma fantasia. 



Uma equipe de marionetes controlava o rosto de E.T. com animatrônicos. Duas pessoas pequenas, Tamara De Treaux e Pat Bilon, bem como Matthew DeMeritt, de 12 anos, que nasceu sem pernas, se revezaram usando a fantasia, dependendo da cena que estava sendo filmada. DeMeritt realmente andou em suas mãos e jogou todas as cenas onde ele andou desajeitadamente ou caiu. A cabeça foi colocada acima da dos atores, e os atores podiam ver através de fendas em seu peito.



Caprice Roth, um mímico profissional, encheu próteses para jogar as mãos de E.T. O boneco do E.T foi criado em três meses ao custo de US$ 1,5 milhões. Spielberg declarou que era "algo que só uma mãe poderia amar".



Mars, Incorporated se recusou a permitir que M&M's fossem usados no filme, acreditando que E.T. assustaria as crianças. A Companhia Hershey foi perguntada se as peças de Reese poderiam ser usadas, e eles concordaram. Esta colocação do produto resultou em um grande aumento nas vendas da Hershey. 



O educador de ciência e tecnologia Henry Feinberg criou o dispositivo comunicador da E.T.


A filmagem principal começou em bairros no condado de Los Angeles e no Vale de San Fernando em 8 de setembro de 1981. 


O projeto foi filmado sob o nome de A Boy's Life, já que Spielberg não queria que ninguém descobrisse e plagiasse a trama. Os atores tiveram que ler o roteiro a portas fechadas, e todos no set tiveram que usar um cartão de identificação. 


As filmagens começaram com dois dias na Escola Secundária de Culver City, e a equipe passou os 11 dias seguintes se movendo entre locais em Northridge e Tujunga. Os 42 dias seguintes foram passados no Laird International Studios em Culver City para os interiores da casa de Elliott. 


Eles filmaram em uma floresta de sequoias perto de Crescent City, no norte da Califórnia, para os últimos seis dias da produção. A cena exterior do Halloween e as cenas de perseguição da "bicicleta voadora" foram filmadas em Porter Ranch. Detalhe para a referência a Yoda, personagem de Star Wars, universo criado por George Lucas, amigo pessoa de Spielberg.



Spielberg filmou o filme em ordem cronológica para conseguir performances convincentemente emocionais de seu elenco; também foi feito para ajudar os atores mirins com a carga de trabalho. Spielberg calculou que o filme chegaria mais em casa se as crianças realmente se despedissem de E.T. no final. 


Na cena em que Michael encontra E.T., sua aparência fez com que MacNaughton pulasse para trás e derrubasse as prateleiras atrás dele. A filmagem cronológica deu aos jovens atores uma experiência emocional à medida que se ligavam ao E.T., tornando as sequências de quarentena mais comoventes. 


Spielberg garantiu que as marionetes fossem mantidas longe do set para manter a ilusão de um verdadeiro alienígena. Pela primeira vez em sua carreira, Spielberg não storyboard a maior parte do filme, a fim de facilitar a espontaneidade nas performances. 


O filme foi filmado para que os adultos, exceto Dee Wallace, nunca fossem vistos da cintura para cima em sua primeira metade, como um tributo aos desenhos animados de Tex Avery. 


De acordo com Spielberg, a cena em que E.T. se disfarça de brinquedo de pelúcia no armário de Elliott foi sugerida pelo colega e diretor Robert Zemeckis, de De Volta para o Futuro, depois que ele leu um rascunho do roteiro que Spielberg havia enviado a ele. 


Entre as tomadas, os jovens atores passaram um tempo fazendo atividades como andar de bicicleta pelos palcos do som, jogar Dungeons & Dragons, o jogo que Elliott, Michael, Steve, Tyler e Greg interpretam em uma cena no início do filme, e frequentando aulas escolares. A filmagem foi concluída em 61 dias, quatro antes do previsto.


Em uma entrevista de 2022, Sean Frye, que interpretou Steve, revelou como o efeito visual de close-up para o clímax da cena de perseguição de "bicicleta voadora" foi filmada de maneira realista, com carros que o ergueram no bem alto.


Os pilotos de BMX Robert Cardoza, Greg Maes, David Lee, Grant Meyers, Chris Taylor, Duke Britton, Steve Williby e Bob Haro serviram como dublês para a cena. 


O colaborador regular de Spielberg, John Williams, que compôs a partitura musical do filme, descreveu o desafio de criar algo  que gerasse simpatia por uma criatura tão estranha. Como em suas colaborações anteriores, Spielberg gostou de todos os temas que Williams compôs e o incluiu. 


Spielberg adorou tanto a música para a perseguição final que editou a sequência para se adequar a ela. Williams adotou uma abordagem modernista, especialmente com seu uso de politonalidade, que se refere ao som de duas teclas diferentes tocadas simultaneamente. 


O álbum da trilha sonora foi lançado pela primeira vez em 11 de junho de 1982, no mesmo dia do filme. Um álbum de audiolivro com a trilha sonora de Williams, produzido por Quincy Jones e narrado por Michael Jackson, foi lançado em 15 de novembro de 1982, mesmo mês do aclamado sexto álbum de estúdio de Jackson, Thriller.


Assista o filme aqui:


Clique aqui para ver a análise de outros filmes de Steven Spielberg no blog














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