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Top Gun (1986): Nacionalismo e competitividade. Análise e curiosidades do filme que se tornou clássico nostálgico dos anos 80

    


O aviador da marinha dos Estados Unidos, tenente Pete "Maverick" Mitchell, e seu Oficial de Interceptação de Radar, Nick "Goose" Bradshaw, estão estacionados a bordo da USS Enterprise, da qual pilotam o F-14A Tomcat. Durante uma interceptação com dois caças hostis MiG-28, Maverick demonstra seu talento ao expulsar os MiG-28. Cougar fica muito abalado para pousar. Insubordinado, Maverick desafia as ordens e volta para ajudar o companheiro a voltar para o porta aviões. Cougar desiste de suas asas, citando seu filho recém-nascido que ele nunca viu. O superior então envia Maverick e Goose, em vez de Cougar, para frequentar a Top Gun, a Escola naval de Armas de Caça na Estação Aérea Naval Miramar. Dirigido por Tony Scott e estrelando Tom Cruise, filme é uma produção de Jerry Bruckheimer e Don Simpson, ganhando o Oscar de melhor canção original por "Take My Breath Away" e sendo o maior sucesso de bilheteria de 1986, faturando US$ 356,8 milhões no mundo

Disponível no Telecine, Globoplay, Claro TV+ e Star+

Em um bar um dia antes de Top Gun começar, Maverick, auxiliado por Goose, se aproxima sem sucesso de uma mulher. Maverick descobre no dia seguinte que ela é Charlotte "Charlie" Blackwood, uma astrofísica e instrutora civil. 


Charlie mais tarde se interessa por Maverick ao saber de sua manobra invertida com o MiG-28, que refuta a inteligência dos EUA sobre o desempenho contra aeronaves inimigas.



Crítica do filme


Top Gun é da linha de filmes que são contraditórios. Ele aparenta ser só mais um simples filme de ação, mas possui mensagens políticas e sociais subterrâneas, dadas como implícitas pelo roteiro e pela direção. 


Tentando resumir de maneira bem sintética, Top Gun é um filme que utilizou do clima de Guerra Fria para fazer uma propaganda pró-Estados Unidos, de maneira subjetiva. 


A questão aqui, é como é feita essa propaganda, a favor dos militares em termos fílmicos, não fazendo-os soarem violentos, perigosos ou opressores, mas sim extremamente bobos, desconstruídos, com tons homo afetivos. Fazendo assim soar que os americanos e seus militares, são ultra descontruídos e liberais, e seriam as pessoas contra eles que seriam intolerantes e misóginos. 



Tarantino tem um famoso vídeo onde ele explica que em sua interpretação, Top Gun seria uma metáfora da descoberta sexual gay, e que todo o filme Maverick e Iceman recalcam seu desejo mútuo um pelo outro.




É mais ou menos isso mesmo, só que o interessante da estratégia, é basicamente reverter o polo para ter poder: Se os militares são acusados de serem intolerantes, anti gays; o filme faz soar que eles são tão bobos e comuns, que parecem até mesmo ter um clima gay, porém dentro de um clima sexual de parceiragem tipicamente masculino, buscando agradar tanto conservadores como pessoas mais a esquerda pelo ideal da liberdade. 



Assim, reverte o senso comum, o homem comum espectador, para dentro da narrativa específica ideal e técnica, já que pilotos por mais que queiram não são caras comuns, mas sim estudaram e treinaram muitos anos, fazendo eles soarem sempre meio travados, o que é normal. Mas o filme faz os militares parecem democratas desconstruídos, na linha Michael Dukakis. Não atoa, o filme é proibido de ser mencionado na academia "Top Gun" da vida real.



Assim, o filme busca confundir o espectador médio, que ia ver o filme na televisão tomando uma cerveja, misturando e confundindo a trama com suas frustrações, ilusões e expectativas, com a dos pilotos de caças da marinha dos Estados Unidos.



Entretanto, o que talvez torna ele interessante é a maneira como isso foi construído filmicamente, em sentido audiovisual, dentro e fora de tela. Primeiro, o fato do filme ter seu roteiro elaborado através de uma "pesquisa de campo", praticamente antropológica, pelas práticas, costumes e ritos dos pilotos americanos. Segundo, pela técnica de filmar com caças reais, montando com cenas de estúdio emocionais e psicológicas. 



Filmar com alviões como se fossem cavalos ou carros, é algo que acredito que tenha sido totalmente original do filme. Identifico influencias de Faixa Vermelha 7000 (1965), clássico filme de corrida de carros dirigido pelo grande diretor Howard Hawks e que mostrava a vida profissional e os dramas pessoais de pilotos da Nascar. 


Há algo de montagem soviética também no filme, tornando-o bem contraditório já que utiliza de uma linguagem e montagem quase comunista para defender o nacionalismo americano. Lembra bastante a proposta de Encouraçado Potemkin, que tentava atrair através do ideal nacionalista, o apoio dos militares para a esquerda contra os inimigos externos. 



Isso não é só em termos de ideologia. O filme aplica aquilo que se pode chamar de montagem intelectual, onde a sequência dos frames e cenas, formam raccords de direção e espirituais, entre os acontecimentos da trama e as emoções e jogos de personalidade dos personagens. 


Por exemplo, nas cenas de avião onde há uma crise, e corta para os olhos do piloto, suando e então para uma foto de família, obviamente a sua e que está disposta na cabine do avião, nos lembrando que o que está em risco é sua vida e qualquer passo perdido já era. Aqui, também vale interpretar a cena como pânico da responsabilidade, pois o piloto em questão nunca conheceu o filho. É efeito Kuleshov na veia.


Esse jogo dinâmico entre sucessão de acontecimentos, atenção e expectativa de quem assiste, uma técnica muito similar a Eisenstein. Também John Ford, já que as cenas dos caças sincronizados, são como as cenas de cavalos de Stagecoach, por exemplo.


As primeiras cenas, são para construir a familiaridade com o universo do filme, o dos caças, e depois para construir a personalidade do piloto e da equipe. 


Primeiro, vemos os pilotos tomando um esporro leve do superior por causa das últimas ações do grupo. Também porque Maverick cantou a filha de um oficial, fazendo seu sobrenome ser "mal visto" na academia.



Depois, na cena da sala de aula, onde vemos que Maverick é ousado e acredita que pode estar na liga dos melhores pilotos. 


Com a descrição de um dos instrutores sobre estratégias da época do Vietnã, um dos alunos afirma estar ficando "excitado", reforçando o subtexto sexual do filme. 



Seu instrutor considera que ele é arrogante, mas gosta disso. Na sequência ainda descobrimos que o personagem de Cruise possui uma rivalidade com o personagem de Val Kilmer. 



Vamos então para a cena mais constrangedora do filme, quando Maverick avista a mocinha no bar e decide que uma boa forma de se aproximar dela é fazer uma cantada ensaiada com seu amigo, onde supostamente ele apanharia por incomodar a moça, mas na hora do soco ele começa na verdade a cantar. Em seguida, todos os homens da tropa começam cantar juntos em direção a moça, que fica totalmente constrangida. 



Depois dessa, ele obrigou ela a conversa com ele, e o assunto começa com ela perguntando para ele se o amigo e ele fazem aquilo desde a puberdade. Maverick parece simplesmente não entender que está sendo zoado pela moça, ou se acha de mais para entender isso. Em seguida, ele ainda por cima persegue a moça no banheiro feminino, algo completamente errado.




Essa cena é muito ilustradora da mentalidade masculina machista. Para machistas ele vai ter "tirado onda", para mulheres e pessoas racionais ele passou vergonha. Essa é uma técnica que o diretor vai explorar ao longo de todo o filme. Isso porque a moça era instrutora dele, algo que ele só descobre no dia seguinte. 


Já durante o primeiro salto de treinamento de Maverick, ele derrota o instrutor, Rick "Jester" Heatherly, mas através de um voo imprudente quebra uma grande regra, imediatamente seguido por um vôo pela torre de controle, "zumbindo" em alta velocidade, fazendo o oficial se derrubar café e sendo então repreendido pelo instrutor-chefe, Mike "Viper" Metcalf. Em particular, Jester confidencia que admira a habilidade de Maverick, mas não sabe se confiaria nele como companheiro de equipe em combate. 



O tenente Tom "Iceman" Kazansky, considera a atitude de Maverick "tola" e sua voadora "perigosa" - como a tendência de Maverick de abandonar sua equipe e perseguir objetivos imprudentes o torna "inseguro" para voar. Ou seja, ele é insubordinado.  


Em seguida, aquela cena dos caras jogando vôlei. Essa cena joga com todo texto de competitividade e subtexto de homossexualismo do filme. Não há nenhum problema em ser gay ou jogar vôlei com os amigos, o problema é a cena ser interpretada como reificação da mentalidade e competitividade masculina. Na verdade, a cena busca ridicularizar a competitividade dos homens, uma vez que é ela que vai levar a uma grande tragédia no filme, parecendo na verdade um grande clima de broderagem. Em outras palavras, o filme não considera competitividade entre homens algo muito masculino.



Na aula, Charlie também se opõe às táticas agressivas de Maverick, mas admite depois em particular que ela admira seu voo e omitiu de seus relatórios para esconder seus sentimentos por ele. Os dois começam um relacionamento amoro meio tempestuoso.



Durante outro treinamento, Maverick abandona seu parceiro, "Hollywood" para perseguir Viper. Viper admite que está impressionado com suas habilidades de voo, mas Maverick é derrotado quando Viper manobra Maverick em uma posição a partir da qual seu parceiro Jester pode derrubar Maverick por trás, demonstrando o valor do trabalho em equipe sobre proezas individuais, uma das muitas reflexões profissionais que o filme faz. Jester publicamente diz a Maverick que seu voo é excelente, mas que ele "nunca deve deixar o parceiro".


Maverick e Iceman, agora concorrentes diretos para o Troféu Topgun, perseguem um A-4 em um treinamento posterior (Hop 31). Uma vez que parte da pontuação em cada voo no curso é o tempo, Maverick pressiona Iceman para romper seu compromisso com o A-4 e ambos perseguem para que ele possa derrubá-lo, mas o F-14 de Maverick voa através da lavagem a jato da aeronave de Iceman e sofre um incêndio de ambos os motores, indo para um giro irrecuperável. Maverick e Goose ejetam, mas Goose bate no dossel da aeronave e morre.



O inquérito inocenta Maverick de responsabilidade pela morte de Goose, mas ele é acometido pela culpa e sua habilidade de voo diminui. Ele está certo, foi culpa dele, só que mais: como eu disse, a culpa é do clima de competitividade, meio militar meio acadêmica, que substitui a doutrina do inimigo externo, para a doutrina do inimigo interno, conhecido também como "motim". 



Charlie e outros tentam consolá-lo, mas Maverick considera se aposentar. Ele procura conselhos de Viper, que revela que serviu com o pai de Maverick, Duke Mitchell, no USS Oriskany e esteve na batalha aérea da era da Guerra do Vietnã, na qual Mitchell foi morto. Ou seja, o pai de Maverick morreu em um dos conflitos mais inúteis dos Estados Unidos, talvez por isso seu sobrenome é mal visto. 



Ao contrário dos relatórios oficiais que culparam Mitchell, Viper revela informações confidenciais que provam que Mitchell morreu heroicamente e informa Maverick que ele pode ter sucesso se conseguir recuperar sua autoconfiança. Maverick escolhe se formar, e Iceman ganha o Troféu, comprovando que o filme é uma lição, um drama trágico, sobre a necessidade de desistir de algumas coisas que não tem jeito e aceitar janelas que se abrem.



Depois, outro momento importante é quando Maverick e Merlin são designados como reserva para F-14s pilotados por Iceman e Hollywood, apesar das reservas de Iceman sobre o estado mental de Maverick. 



O subsequente ataque hostil com seis MiGs faz Hollywood ser derrubado; Maverick fica sozinho devido a uma falha de catapulta e quase recua depois de encontrar circunstâncias semelhantes às que causaram a morte de Goose. Maverick se recusa a deixar o rival Iceman sem um parceiro e consegue derrubar os três MiGs. Iceman e Maverick compartilham o novo respeito um pelo outro, e Maverick joga as placas de Goose ao mar. 



A sequência final reforça a ideia de reposicionamento de masculinidade enquanto reforço nacionalista e da mentalidade do inimigo externo da Guerra Fria. Ao jogar o cordão de Goose no mar, simboliza abandonar a estrutura juvenil e infantil da broderagem e amizade entre parceiros, para o respeito mutuo dentro das diferenças. O problema é que isso reforçava a doutrina de que há ameaças exteriores mais graves. 



Só que apenas alguns anos depois, em 1991, cairia o muro de Berlim e aconteceria a desagregação das repúblicas soviéticas. Logo, o filme se tornou um tiro na água, reforçando a doutrina contra um inimigo invisível, competição, machismo e egocentrismo. Acho que o mérito de Jerry Bruckheimer e principalmente de Tony Scott, que através da produção e direção, tornam a narrativa visual e estrutural do filme maior do que a própria premissa do roteiro. 


Visto de hoje, ele parece mostrar como os militares americanos são ególatras, competitivos e meio "macho mans" que brincam com aviões, em um filme que reforça a mensagem nacionalista, não da superioridade ou masculinidade. Assim, o filme era mais político, quase um marketing ideológico em seu tempo, mas hoje soa bobo, quase uma lição escolar dos erros e atitudes a não se cometer. Talvez por isso agora o filme finalmente vai ganhar uma sequência, pois ele faz mais sentido para os dias atuais do que para a época.



Oferecido qualquer tarefa que ele queira escolher, Maverick decide voltar ao Topgun como instrutor, como aquela velha metáfora: quem não consegue fazer, ensina. Só que aí o filme parece zoar de novo, pois parece denunciar que nas estruturas militares e acadêmicas, vira professor o pior aluno e não o melhor, algo que deve ser explorado no novo filme, Top Gun Maverick, que em seu trailer mostra o superior de Maverick dando esporro que se passaram mais de 20 anos e ele continua como capitão e professor.



O produtor de cinema John Davis disse que Top Gun virou uma propaganda de recrutamento para a Marinha, que as pessoas viram o filme e disseram: "Uau! Eu quero ser um piloto". A Marinha tinha estandes de recrutamento em alguns cinemas para atrair clientes entusiasmados. Após o lançamento do filme, a Marinha dos EUA afirmou que o número de jovens que se juntaram a ser aviadores navais aumentou 500%. Ou seja, ninguém entendeu o filme, pois valer lembrar que o Goose morre e Maverick desiste, mudando todo sentido do final do filme.


O filme é uma marco do audiovisual, influenciando a estética e o vestuário masculino, já que o filme gerou um boom de vendas de óculos Ray-Ban aviator e jaquetas bomber, afinal basta 10 reais para ter um óculos de camelô igual de Tom Cruise no filme. Mas além disso, sua linguagem, influenciada pela Nova Hollywood, revolucionou os filmes de ação, que passaram a ser mais psicológicos e refletir o pessoal e o profissional dos pilotos. Essa técnica vai influenciar fortemente o seriado CSI: Investigação Criminal, também produzido por Jerry Bruckheimer, principalmente no uso de músicas bem intensas e características para marcar momentos chave. 



O trabalho de fotografia do filme também é incrível, quente, vibrante e afetiva. A maioria das vezes, ao fim de tarde. É bem similar a outros trabalhos de fotografia em filmes e séries posteriores da Paramount/CBS, como o próprio CSI, Cold Case, Dexter e outros. Rever o filme é sempre nostálgico por causa da fotografia, que permitia o filme ser assistido mesmo em baixa resolução, como na televisão.



O trabalho de edição do filme também é tecnicamente incrível, alternando cenas de estúdios muito boas em simular e representar a torre de comando e as cabines dos pilotos, alternando com cenas reais de caças voando, fazendo manobras, muitas vezes com a câmera acoplada em nos aviões, algo que se fazia muito no cinema com filmes de carro. As atuações do filme são mais ou menos, parecendo até que Tom Cruise é muito bom ator, quando nessa época ele só interpretava ele mesmo. Mas o romance dele com a instrutora é sem graça demais.



Já a trilha sonora de Giorgio Moroder, mesmo que fez a trila de Scarface (1983), é incrível. Take My Breath Away, interpretada pela banda Berlin, se tornou um hino maior até que o filme. No Brasil, a música chegou a ganhar a versão "Sé é amor não sei", interpretada por Cleiton e Camargo. 




Mas não é só isso: a mixagem do som é incrível, dando a impressão que realmente estamos dentro dos caças. 



Como disse, é um filme contraditório, que usa dos melhores recursos técnicos e de produção para convencer de uma ideologia política ultrapassada, ao mesmo tempo que representa o marco de quando o cinema americano passou a imitar os soviéticos e o estilo de todos os cinemas do mundo, ao invés de impor apenas o seu estilo, tipicamente dialogista e narrativo. O filme é vistoso até hoje, tem estilo e tem técnica. Mas soa superficial em sua mensagem geral e final, soando plástico demais. Eu vi o filme e pensei "nunca seria piloto na minha vida". Por isso, que legal que tem o filme. Mas tem como ver e pensar "uau, nasci para isso". Aí é com você.  





História por trás do filme, bastidores e produção


O filme é inspirado em fatos. Em 1969, a Escola de Armas de Caça da Marinha dos Estados Unidos (TOPGUN) foi estabelecida para desenvolver e implementar um curso de instrução em nível de pós-graduação em combate aéreo. Hoje, a TOPGUN continua a fornecer treinamento tático avançado para a tripulação aérea FA-18A-F na Marinha e no Corpo de Fuzileiros Navais através da execução do Curso Strike Fighter Tactics Instructor (SFTI). Assim, o logo apresentado no filme é o mesmo da vida real. 




A principal inspiração para o filme foi o artigo "Top Guns" de Ehud Yonay, da edição de maio de 1983 da revista California, que contou com fotografia aérea do então tenente-comandante, Charles "Heater" Heatley. O artigo detalhava a vida de pilotos de caças na Estação Aérea Naval Miramar em San Diego, auto apelidada de "Fightertown USA". 



Vários roteiristas recusaram o projeto. Bruckheimer e Simpson contratam Jim Cash e Jack Epps Jr., para escrever o primeiro rascunho. Os métodos de pesquisa utilizados por Epps, incluíram a presença em várias classes de Top Gun no Miramar e a experiência de andar em um F-14. O primeiro rascunho não impressionou Bruckheimer e Simpson, e é considerado muito diferente do produto final de várias maneiras. 



Tony Scott foi contratado para dirigir um comercial que havia feito para a montadora sueca Saab no início dos anos 1980, onde um Saab 900 turbo é mostrado correndo com um jato de caça, Saab 37 Viggen. 



O ator Matthew Modine recusou o papel de Maverick (que foi para Tom Cruise) porque ele achava que a postura pró-militar do filme ia contra sua visão política. Julianne Phillips foi considerada para o papel de Charlie, e tinha sido programada para realizar um teste de tela ao lado de Tom Cruise. 


Os produtores queriam a ajuda da Marinha dos EUA na produção do filme. A Marinha foi influente em relação à aprovação do roteiro, o que resultou em mudanças. A luta de abertura foi transferida para águas internacionais e não em Cuba como queria a produção, e uma cena que envolveu um acidente no convés de um porta-aviões também foi descartada. 



O interesse amoroso de Maverick também foi mudado de uma mulher alistada membro da Marinha para uma civil trabalhando para a Marinha, devido à proibição militar dos EUA de confraternização entre oficiais e pessoal alistado. 


O personagem de Charlie também deixou de ser uma instrutora de aeróbica de um rascunho inicial, depois que os produtores foram introduzidos a Christine "Legs" Fox, uma matemática civil, empregada pelo Centro de Análises Navais como especialista em Superioridade Aérea Marítima (MAS), desenvolvendo táticas para a defesa de porta-aviões.



O contra-almirante Pete "Viper" Pettigrew, um ex-aviador da Marinha, veterano da Guerra do Vietnã e instrutor de Topgun, serviu como conselheiro técnico no filme, e também faz uma aparição especial no filme como um colega de Charlie.


O futuro astronauta da NASA Scott Altman pilotou aeronaves F-14 para muitas das sequências de dublês do filme. Altman foi o piloto visto "virando o pássaro" na sequência de abertura do filme, bem como pilotando a aeronave mostrada "zumbindo a torre". 


A maioria das sequências da aeronave manobrando por terra foram filmadas na Estação Aérea Naval Fallon, em Nevada, usando câmeras montadas no solo. 



Fotos de ar foram filmadas usando um Learjet, pilotado pelo inventor da Astrovision e lendário piloto Clay Lacy (seu nome está escrito errado nos créditos finais, como "Clay Lacey"). 


Grumman, fabricante do F-14, foi contratado pela Paramount Pictures para criar cápsulas de câmera a serem colocadas sobre a aeronave que poderiam ser apontadas para a frente ou traseira da aeronave fornecendo cenas externas em alta altitude. A fictícia aeronave inimiga MIG-28 foi representada por um Northrop F-5. 


O restaurante e bar Kansas City Barbeque serviu como um local de filmagem para duas cenas (filmado em julho de 1985). A primeira cena apresenta Goose e Maverick cantando "Great Balls of Fire" enquanto estão sentados ao piano.


A cena final, "You've Lost That Lovin' Feelin'" pode ser ouvida na jukebox do restaurante, também foi filmada no restaurante. Ambas as cenas foram filmadas consecutivamente. 



Após o lançamento do filme, o restaurante passou a coletar uma quantidade significativa de lembranças do filme até que um incêndio na cozinha em 26 de junho de 2008, destruiu grande parte do restaurante. Algumas lembranças e adereços, incluindo o piano original usado no filme, sobreviveram ao incêndio, e o restaurante reabriu em novembro de 2008. 



O renomado piloto acrobático Art Scholl foi contratado para fazer trabalhos de câmera de voo para o filme. O roteiro original pedia um giro plano, que Scholl deveria executar e capturar em uma câmera na aeronave. 


A aeronave foi observada para girar através de sua altitude de recuperação, quando Scholl disparou pelo rádio "Eu tenho um problema... Eu tenho um problema real". Tragicamente, ele foi incapaz de se recuperar do giro e bateu seu biplano Pitts Special no Oceano Pacífico ao largo da costa sul da Califórnia perto de Carlsbad em 16 de setembro de 1985. Nem o corpo de Scholl nem sua aeronave foram recuperados, deixando a causa oficial do acidente desconhecida. Top Gun foi dedicado à memória de Scholl. 



O filme foi filmado no formato Super 35, já que as lentes anamórficas eram muito grandes para caber dentro dos cockpits dos caças e também as câmeras caíam de suas montagens quando os caças manobravam em seus lados. 


Refilmagens foram necessárias para finalizar Top Gun. Já envolvida com o filme Made in Heaven, o qual McGillis estrelou com cabelos castanhos. Os cineastas de Top Gun foram forçados a esconder a cor do cabelo dela, o que, por exemplo, resultou na cena filmada em um elevador apresentava ela com um boné de beisebol meio fora de contexto. 


A trilha sonora de Top Gun é uma das trilhas sonoras mais populares até o momento, atingindo 9× certificação Platinum e nº 1 na Billboard Hot 200 álbuns para cinco semanas não consecutivas no verão e outono de 1986. 


Harold Faltermeyer, que anteriormente trabalhou com Jerry Bruckheimer e Don Simpson em "Um Tira da Pesada", "Beverly Hills Cop", enviou o roteiro de Top Gun para Bruckheimer antes das filmagens começarem. 


Giorgio Moroder e Tom Whitlock trabalharam em inúmeras canções, incluindo a vencedora do Oscar, "Take My Breath Away". 



Kenny Loggins cantou duas músicas na trilha sonora, "Playing with the Boys", e "Danger Zone". Berlim gravou a música "Take My Breath Away", que mais tarde ganharia inúmeros prêmios, enviando a banda para aclamação internacional. 




Após o lançamento do single "Danger Zone", de Loggins, as vendas de seus álbuns explodiram, vendendo 7 milhões só nos Estados Unidos. 


No relançamento da trilha sonora em 2000, duas canções que haviam sido omitidas do álbum original (e tinham sido lançadas muitos anos antes do filme ser feito), "Great Balls of Fire" de Jerry Lee Lewis e "You've Lost That Lovin' Feelin'" dos The Righteous Brothers, foram adicionadas. A trilha sonora também inclui "Top Gun Anthem" e "Memories" de Faltermeyer, com Steve Stevens também se apresentando no primeiro.



Outros artistas foram considerados para o projeto da trilha sonora, mas não participaram. Bryan Adams era considerado um potencial candidato, mas se recusou a participar porque achava que o filme glorificava a guerra. 


A banda Toto, que fez a trilha sonora de Duna de David Lynch, foi originalmente destinada a gravar "Danger Zone", e também havia escrito e gravado uma música "Only You" para a trilha sonora. No entanto, houve uma disputa entre os advogados de Toto e os produtores do filme, abrindo caminho para Loggins gravar "Danger Zone" e "Only You" sendo totalmente omitida do filme. 


























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