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Os Imigrantes: Análise do início e primeira geração da épica e clássica novela da televisão brasileira (Parte 1)


No ano de 1891, o espanhol Antonio Hernandez, o português Antônio Pereira e o italiano Antonio De Salvio deixam seus países em busca de uma vida melhor na América. Encontram-se e ficam amigos a bordo do navio que transporta mais uma leva de imigrantes para o Brasil. Chegam ao porto de Santos e seguem de trem para uma fazenda de café em Campinas, interior do estado de São Paulo, onde o italiano se apaixona pela filha do fazendeiro.

A novela está sendo exibida pelo canal da EBC, TV Brasil, de segunda a sexta-feira, às 20h. Mas todos os episódios ficam disponíveis no TV Brasil Play, podendo ser assistido, a qualquer momento e de graça



Crítica do primeiro arco e contexto histórico da novela


A novela já começa com a épica cena do navio, mostrando vários imigrantes em condições precárias e com pouca comida, algo ensejado pela cena do pão, tentando chegar ao Brasil para viver uma nova vida. Pode parecer confuso isso hoje em dia, mas na época o Brasil era considerado igual o Brasil como ideia de "América", ou seja, terra de liberdade e oportunidade, o chamado "american dream". 



Um dos amigos, o português, ainda no barco, fala que deu uma surra em um monarquista. Um dos amigos fala que pensou que foi por motivos políticos. Mas ele responde que não que foi por amor. 


Ele explica: estavam todos em uma taberna conversando sobre a Revolução do Porto e sobre o ultimato que a Inglaterra deu para Portugal para retirar suas tropas da África. O sujeito em questão, estava fazendo um discurso a favor do rei na taverna, que segundo ele foi na verdade um covarde que fez tudo que a Inglaterra quis na negociação. Foi aí que ele bateu no cara sem saber sua tendência política. Ele teve então que fugir, pois se não os soldados iriam o prender. 


Aqui há um paradigma interessante, pois ele bater em um monarquista reflete o fato dele e dos outros estarem ali, indo para o Brasil, como metáfora. Quem vinha da Europa para a América nessa época (após o fim da escravidão), obviamente estava virando as costas ao monarquismo e se identificava como liberal. Isso soa romântico, mas ao mesmo tempo vai ser o que vai permitir serem eles explorados pelos senhores de fazenda, que no Brasil eram o grupo que defendia o liberalismo. Ou seja, em Portugal, ele estava sendo democrático, um republicano, ao bater no monarquista, mas aqui no Brasil ele estaria sendo conservador, já que a monarquia acabou com a escravidão. Um diálogo que prevê as contradições e aventuras que os homens vão ter que lidar. 



O italiano responde então a frase que marca o início da novela: "Um homem faz seu destino", e algumas imagens do que acontecerá na novela são expostas, dando vários spoilers da novela. Algo que hoje em dia muitos reclamariam. Ali já dá para prever que ele se envolverá com uma moça brasileira. 



A trama pula então para Campinas, São Paulo, onde um senhor de terras afirma que precisará de mão de obra para sua fazenda. No diálogo, ele faz questão de enfatizar que só quer trabalhadores italianos. Ele é dono da fazenda São Sebastião, em São Paulo.


Vemos então o fazendeiro andando pelos seus campos e conversando sobre seus planos, e uma trabalhadora pedindo a Deus que o abençoe. Um momento bem interessante para marcar a subserviência e certa distância entre o fazendeiro e os trabalhadores, apesar do fim da escravidão. 



Ele conversa então com seu capataz encarregado sobre como anda a produção. O encarregado afirma que os velhos não tem conseguido produzir muito. O patrão então fala que fez mal em trazê-los de volta a lida, afirmando que por isso terá que colocar os homens solteiros que chegarem para o trabalho na senzala. Ou seja, toda a estrutura da escravidão ainda está lá, apesar da mão de obra ser assalariada. 


O capataz responde que pode não dar certo pois os "italianos não gostam de se misturar". Ele manda então chamar um empregado, um homem negro, Alaor, e pede para o homem para passar no fim do dia na fazenda para acertas as contas. O homem pergunta o motivo, mas o patrão só afirma que vai precisar da senzala. O homem então implora afirmando que seu grupo pode ficar em qualquer lugar, ao que o patrão recusa e reforça a ordem de acertar as contas. 




Vemos então a chegada dos imigrantes no Brasil, com certa comemoração. Mas eis que, de maneira sutil, vemos mais um problema da imigração, ao ver que o português não possui documentos, sendo assim considerado clandestino. 


Voltamos então a fazenda e já entendemos tudo com o spoiler do clipe que apareceu no "homem faz seu destino": O imigrante italiano vai se envolver com ninguém menos que a filha do fazendeiro que prolonga a escravidão através de métodos e estruturas pouco justas de trabalho. E foi que ele que fez questão de ser italiano, nunca se esqueçam. 



Conhecemos também nessa cena, Biá, uma moça parda, interpretada por Solange Couto. Sua primeira frase na novela é "lá vem política de novo", ao que de maneira meio estúpida, sua amiga filha do fazendeiro repreende com um "fica quieta" e um beliscão. Aqui fica claro a estrutura de cara: ela é filha de alguma empregada da casa, aparentemente descendentes de escravos, e como a escravidão acabou, se tornou amiga da filha do fazendeiro, provavelmente por terem crescido junto. Aquela velha história de "foi criada como se fosse da família".



Na cena também está o primo da família, que é envolvido com política. É engraçado as moças arrumando uma desculpa para sair da sala e evitar o assunto, assim como a cara da esposa e do próprio fazendeiro pouco interessados no tema, mas sem poder demonstrar pois querem parecer distintos. Mas a transição mostrando o rosto da esposa e depois uma gaiola revela: ela se sente presa, como as meninas.



No quarto, as moças conversam sobre a situação dos trabalhadores que deixaram a senzala. Biá diz sentir pena deles por saber o que eles passam fora dali, mas a sinhá Ísabel não sente pena, acha que eles cometeram um "erro" ao recusar aceitar a ajudar na cozinha. Isso porque, aparentemente, os negros que trabalhavam na lida desprezam os negros que trabalham na casa grande com a família do fazendeiro, algo que consideram domesticação. 


As jovens comentam então do casamento arranjado da sinhá com o seu primo. A jovem justifica que o casamento com o primo é bom pois ele é bacharel, estudado, com futuro pela frente. Mas Biá indaga: "você gosta do cheiro e do beijo dele?", anunciando a tragédia. Biá indaga se amor não conta.



Voltamos ao debate entre o primo e o fazendeiro, onde o fazendeiro critica afirmando que a república vai mal. O primo, afirma que não dá para entender o congresso: primeiro derrotam Prudente de Morais, ao que o primo chama de "nosso candidato", e elegem um marechal. Depois do Marechal ser eleito, o congresso faz oposição ao marechal. 


Obvio que está se falando de Marechal Deodoro da Fonseca (o cara da moeda de 25 centavos dourada). Foi presidente do estado de São Paulo (cargo equivalente ao de governador), senador, presidente da Assembleia Nacional Constituinte de 1891 e terceiro presidente do Brasil, tendo sido o primeiro civil a assumir o cargo e o primeiro presidente por eleição direta.



Prudente de Morais representava a ascensão da oligarquia cafeicultora e dos políticos civis ao poder nacional, após um período de domínio do poder executivo por parte dos militares, no qual essa oligarquia mantinha-se dominando apenas o poder Legislativo. Deodoro assumiu o comando do país na qualidade de chefe do Governo Provisório da República. 


As primeiras mudanças de seu governo envolviam a criação do Código Penal Brasileiro, a reforma do Código Comercial do Brasil e medidas que oficializavam a separação da Igreja e o Estado, tais como a instituição do casamento civil e a laicização de cemitérios, temáticas exploradas amplamente na novela, como na morte do italiano pelo homem negro logo no primeiro episódio e questão de chamar a polícia ou não. 


No plano econômico, ocorreu a chamada crise do Encilhamento, caracterizada por uma grande bolha especulativa e inflação alta, devido às políticas econômicas de seu Ministro da Fazenda Ruy Barbosa.

Bandeira republicana do novo governo

Apesar da propaganda republicana, a ideia da mudança de regime político não ecoava o país. Em 1884, foram eleitos, para a Câmara dos Deputados, apenas três republicanos, entre eles os futuros presidentes da República, Prudente de Morais e Campos Sales. 


Percebendo que não conseguiriam realizar seu projeto político pelo voto, os republicanos optaram por concretizar suas ideias através de um golpe militar. 


Para tanto, procuraram capitalizar o descontentamento crescente das classes armadas com o governo civil do Império, desde a Questão Militar. Precisavam, todavia, de um líder de suficiente prestígio na tropa, para levarem a efeito seus planos.


Foi assim que os republicanos passaram a aproximar-se de Deodoro (na época amigo do imperador), procurando seu apoio para um golpe de contra o governo imperial de dom Pedro II. Fontes afirmam que isso foi difícil por ser Deodoro homem de convicções monarquistas, que declarava ser amigo do imperador Dom Pedro II e lhe dever favores.


Em 14 de novembro de 1889, os republicanos fizeram correr o boato, sem fundamento, de que o governo do primeiro-ministro liberal visconde de Ouro Preto havia expedido ordem de prisão contra o marechal Deodoro e o líder dos oficiais republicanos, o tenente-coronel Benjamin Constant. Era uma tentativa de proclamar a República antes que se instalasse o novo parlamento, recém-eleito, cuja abertura estava marcada para o dia 20 de novembro.


A fake news de que sua prisão havia sido decretada foi o argumento decisivo que convenceu Deodoro finalmente a levantar-se contra o governo imperial. Na manhã do dia 15 de novembro de 1889, o marechal reuniu algumas tropas e as pôs em marcha para o Centro da cidade, dirigindo-se ao Campo da Aclamação, hoje chamado Praça da República. Penetrando no Quartel-General do Exército, Deodoro decretou a demissão do Ministério Ouro Preto, providência de pouca valia, visto que os próprios ministros, cientes dos últimos acontecimentos, já haviam telegrafado ao imperador, que estava em Petrópolis, pedindo demissão. Ninguém falava em proclamar a República, tratava-se apenas de trocar o Ministério, e o próprio Deodoro, para a tropa formada diante do Quartel-General, ainda teria gritado "Viva Sua Majestade, o Imperador!"


Enquanto isso, dom Pedro II, tendo ido para o Rio de Janeiro, em vista da situação, reuniu o Conselho de Estado no Paço Imperial e, depois de ouvi-lo, decidiu aceitar a demissão pedida pelo visconde de Ouro Preto e organizar novo Ministério.


Os republicanos precisavam agir rápido, para aproveitar os acontecimentos e convencer Deodoro a romper de vez os laços com a monarquia. Valeram-se de outra notícia, essa verdadeira, pois chegou-se a enviar telegrama oficial nesse sentido. Nela, Quintino Bocaiuva e o barão de Jaceguai mandaram um mensageiro a Deodoro, para informar-lhe que o novo primeiro-ministro, escolhido pelo imperador, seria Gaspar Silveira Martins, correligionário liberal do visconde deposto e político gaúcho com quem o marechal não se dava, por terem disputado o amor da mesma mulher na juventude, algo bem novelesco. Assim, Deodoro foi convencido a derrubar a monarquia.


Pelas três horas da tarde, reunidos alguns republicanos e vereadores na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, foi lavrada uma ata, sob os auspícios de José do Patrocínio, líder abolicionista e homem de imprensa, que fora um dos mentores da Guarda Negra, jurara defender a pessoa da subscritora da Lei Áurea e garantir-lhe o trono. Em um de seus atos típicos de súbita mudança de posição, Patrocínio declarou solenemente proclamada a República no Brasil e levou essa ata ao marechal Deodoro para aprovação.


Diante da recusa do imperador em reagir militarmente para sufocar o golpe, como instavam a princesa Isabel e o seu consorte, o Conde D'Eu, fez-se a República no Brasil, diante da surpresa generalizada do êxito da quartelada.


Na noite de 15 de novembro de 1889, foi constituído o Governo Provisório da República recém-proclamada, tendo como chefe o marechal Deodoro, com poderes ditatoriais. O ministério foi composto de republicanos históricos, como Campos Sales, Benjamin Constant e Quintino Bocaiuva, e de liberais da Monarquia que aderiram de primeira hora ao novo regime, como Ruy Barbosa e Floriano Peixoto. Todo o ministério era membro da maçonaria brasileira. 


Entretanto acordo com uma disposição transitória da Constituição de 1891, o presidente e o vice-presidente do primeiro período republicano deveriam ser excepcionalmente eleitos pelo Congresso Constituinte.


Deodoro da Fonseca apresentou-se como candidato a Presidente. Como já havia forte oposição a Deodoro, articulou-se a candidatura de Prudente de Morais, o presidente do Congresso, tendo o marechal Floriano Peixoto como candidato a vice. Floriano, além de candidatar-se a vice-presidente, na chapa de Prudente de Morais, apresentou, também, candidatura própria à Presidência.


Apurada a votação, em 25 de fevereiro de 1891, foi obtido o seguinte resultado na eleição para presidente: Deodoro da Fonseca - eleito com 129 votos; Prudente de Morais - 97 votos; Floriano Peixoto - 3 votos; Joaquim Saldanha Marinho - 2 votos; José Higino Duarte Pereira - 1 voto; cédulas em branco - 2.  


É desse processo que estamos falando na novela. 


A fase constitucional do governo de Deodoro da Fonseca foi de fevereiro a 3 de novembro de 1891, quando Deodoro deu um golpe de estado. Ou seja, isso quer dizer que a novela se passa entre os meses de sua eleição e o golpe.


O primo ainda anuncia: se o Congresso continuasse o confronto, o marechal iria dar o golpe. O fazendeiro reclama de não ter dinheiro para tocar seu negócio, pois aparentemente sua província não podia emitir dinheiro, algo que para ele é um absurdo, pois em sua visão é o café que tocava a produção do país. Mas isso era totalmente ideológico, só pelo fato de ser o que ele produz. 


O fazendeiro quer casar o primo com sua filha, mas sugere a ele que não fale de política com ela, afinal, "mulher não vota". 


Muitos historiadores atribuem o golpe militar que instaurou a República ser uma reação a abolição da escravidão por parte da monarquia. Ou seja, na prática, o golpe queria manter as condições de escravidão mesmo na aparência de um processo democrática e com oportunidades. Sendo a novela de exibição original de 1981, ela obviamente está querendo falar do fim da ditadura militar e inicio da democratização e algumas coisas subterrâneas que poderiam acontecer de um processo de transição "lento, gradual e seguro". 


Então somos tacados na cena chave do primeiro episódio. Simplesmente o homem negro que está sendo expulso da senzala, entra em uma briga com outro trabalhador branco, provavelmente imigrante e italiano. Apesar dos pedidos dos familiares de ambos, eles entram em confronto físico real, sem nenhum motivo explicado pois está óbvio: eles lutam pela oportunidade de trabalho e por habitar a senzala. Acidentalmente, o homem negro dá um golpe de capoeira fatal, fazendo o outro homem bater a têmpora na pedra e morrer. Não cena melhor para explicar micropoderes e como a República veio instaurar a disputa entre o povo pelo favoritismo e oportunidades do senhor de fazendas. 





O fazendeiro afirma que o homem matou um italiano e vai ter que pagar, mas ele pede para receber o dinheiro e fugir sem envolver a polícia. O fazendeiro aceita, dando um dia de vantagem, mas afirmando que no dia seguinte seu capataz Honório vai avisar a polícia. Ele ainda paga o homem, provavelmente uma ninharia. Mas ao homem virar as costas, Honório pergunta se realmente é para dar o dia de vantagem, algo que o fazendeiro diz que não e manda Honório ir buscar a policia imediatamente. 



Segundo o fazendeiro, era Alaor que não gostava de italianos, quando está obvio que sua visão política, apoiador da elite cafeicultora paulista e Prudente de Morais, que gerou uma rincha de morte entre os trabalhadores da fazendo, algo historicamente muito correto da novela. 


Ele decide fugir para não ser preso, deixando sua família para trás e partindo com todo dinheiro. Os italianos formam então uma diligência para impedir a fuga do homem, algo que o fazendeiro se vê obrigado a acompanhar.


Enquanto isso, os três imigrantes conseguem emprego de lavradores, obviamente na fazenda da trama em questão. Sendo que o português nem nunca viu um pé de café. É mostrado que os imigrantes já tinham ideias liberais, como não ter patrão. O italiano sonha em ter sua própria terra e os seus próprios pés de café. O espanhol sonha com não ter leis (o anarquismo), afirmando que a natureza são todas as leis desnecessárias. E o português só quer achar o tio (clientela) dono de padaria. 



Nesse primeiro episódio alguns aspectos técnicos e estéticos podem ser destacados. A novela tem uma técnica meio rudimentar, bem simples e independente, bem longe das novelas atuais e suas grandes produções. Apesar disso, o trabalho de câmera e fotografia da novela é impressionante. Parece que estamos vendo uma série western, mas brasileira, com um tom meio pantaneiro e real para nossa própria geografia e natureza. 



Os figurinos são muito bons também, não soando roupas que querem parecer de época mas são na verdade chics e caras. As roupas parecem bem simples e realistas, dando um tom bastante histórico as situações da trama. Ao que parece, as roupas foram desenhadas por Gianni Ratto, e foram alugados pela Band por um preço simbólico com a produção do filme nacional O Quatrilho (1995), indicado ao Oscar.


As atuações são muito boas, havendo um elenco de peso na novela, muito bem escalado em seus personagens, e com renovações de peso que virão nas novas fases da novela, como Othon Bastos, Paulo Betti e Yoná Magalhães.


O direção da novela é muito boa também. Parece que os diretores buscaram bastante referência no cinema nacional, principalmente faroestes e filmes históricos, como Deus e o Diabo na Terra do Sol, Pagador de Promessas, Os Inconfidentes, Macunaíma e faroestes como Quelé do Pajeú e A Morte Comanda o Cangaço. 


Entretanto, o ouro vai para o roteiro: ele é fantástico em estabelecer a trama com relações do período e contexto histórico, com as dinâmicas e narrativas dos personagens da estória. Por exemplo, está obvio que agora que se fez a abolição da escravidão e os trabalhadores são livres e assalariados, não se pode mais definir com quem os filhos, principalmente as mulheres, podem casar ou não, refletindo diversos paradigmas de de liberdade, democracia, participação política e eleitoral, oportunidades de trabalho, condições de moradia e família e etc. Uma novela épica que merece ser analisada mais de perto, com certeza. 



História por trás da novela e produção 


Faltando dois meses para o término da novela Cabocla (1979), Benedito Ruy Barbosa era contratado pela Rede Bandeirantes. Benedito escreveu Os Imigrantes até o capítulo 313, pois em 1982 havia sido recontratado pela Rede Globo para escrever Paraíso. 


Pela Globo, retrataria a saga de imigrantes no Brasil em Vida Nova (1988), Terra Nostra (1999) e Esperança (2002). Assim sendo, foi substituído no roteiro por Wilson Aguiar Filho, que posteriormente assinaria outros dois sucessos fora da Globo, Dona Beija (1986) e Kananga do Japão (1989), ambas na extinta Rede Manchete.



A novela teve cenas gravadas na fazenda São Sebastião, em Amparo, no interior de São Paulo, a mesma fazenda foi usada para as gravações do filme brasileiro A Carne (1975), e para a novela do SBT, Os Ossos do Barão (1997).



A mesma cidade de Amparo, com seu centro histórico, também serviu como cenografia para ambientação na antiga São Paulo dos anos 1910 e 1920 da novela.


Os figurinos de Os Imigrantes, concebidos por Gianni Ratto, foram alugados pela Bandeirantes por um preço simbólico para a produção do filme O Quatrilho (1995) de Fábio Barreto, que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.



Em Os Imigrantes: Terceira Geração, alguns personagens tiveram seus atores substituídos, Lúcia Veríssimo por Denise Del Vecchio, e o loiro José Parisi Júnior foi substituído pelo moreno João Signorelli para fazer o mesmo personagem.


Nas Eleições gerais no Brasil em 1982, ano em que a novela estava no ar, o ex-Presidente da República do Brasil Jânio Quadros gravou uma participação especial, vivendo ele mesmo na novela. Com os cabelos e bigodes pintados de preto, o político relembrou o ano de 1958, retratado na trama, quando era governador do estado de São Paulo (1955-1959) e anunciou a sua intenção de candidatar-se à Presidência da República


Os Imigrantes recebeu o Troféu Imprensa de melhor novela concorrendo com Baila Comigo e Ciranda de Pedra, ambas da Rede Globo, na edição realizada em 1982, a primeira do prêmio no recém inaugurado SBT, em 10 de janeiro de 1982 encerrando uma sequência de vitórias da Rede Globo em 13 anos, a última novela não produzida pela Rede Globo a receber o prêmio até então foi Beto Rockfeller da extinta Rede Tupi que recebeu o prêmio de melhor novela de 1969.


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