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A Longa Marcha (2025): Filme adapta critica de Stephen King a meritocracia mas mudou final de livro que foi o primeiro escrito pelo autor - Crítica




Ambientado em uma distopia dos anos 1970, o filme acompanha cinquenta garotos em uma maratona de caminhada anual televisionada, cujo objetivo é inspirar os telespectadores. Cada garoto deve manter um ritmo de caminhada ininterrupta por vários dias, e a falha em cumprir essa meta após três avisos resulta em morte. Quem resistir por mais tempo ganha um grande prêmio em dinheiro e a realização de um desejo à sua escolha. É baseado no romance de mesmo nome de 1979 de Stephen King

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Preciso ser sincero de cara e dizer que apesar da superfície simples desse filme, pois pesquisando as possíveis influências para a ideia, o próprio conceito "longa marcha" remete a ideias diferentes. Por exemplo, originalmente a Longa Marcha refere-se historicamente a uma retirada militar do Exército Vermelho Chinês e do Partido Comunista Chinês (PCC) diante do avanço das forças do Kuomintang (KMT) durante a Guerra Civil Chinesa, ocorrida entre outubro de 1934 e outubro de 1935. Cerca de 100.000 soldados recuaram do Soviete de Jiangxi e de outras bases para um novo quartel-general em Yan'an, Shaanxi, percorrendo cerca de 10.000 quilômetros (6.000 milhas). Cerca de 8.000 soldados sobreviveram à Longa Marcha. O evento possui certa aura mitológica, uma vez que é considerado um dos atos que levaram o comunismo ao poder na China. 


Depois dessa referência histórica, temos a novela A Longa Marcha de William Styron, publicada inicialmente em série em 1952 na revista Discovery. O livro narra uma marcha forçada de 58 quilômetros (36 milhas) durante a noite, de volta à base em um campo de treinamento dos fuzileiros navais dos EUA nas Carolinas. Entretanto, o romance de Styron possui certo realismo e cunho de verdade: supostamente essa trama realmente aconteceu. Além disso, é carregada de certo heroísmo muito popular aos ciclos militares. É claro que existe opressão e hierarquia nas forças armadas, mas provavelmente a critica a ela vai agradar outros militares que se identificam com aquilo. 


Finalmente chegamos ao romance de Richard Bachman, publicado em 1979. Só que Richard Bachman é, na verdade, Stephen King. Embora não seja o primeiro romance de King a ser publicado, A Longa Caminhada foi o primeiro romance que ele escreveu, tendo começado a escrevê-lo em 1966-67 durante seu primeiro ano na Universidade do Maine, cerca de oito anos antes do lançamento de seu primeiro romance publicado, Carrie (1974, já analisado no blog, veja aqui). Minha hipótese aqui é que Stephen se inspirou na história de Styron mas e por isso decidiu publicar essa trama só depois, quando tivesse renome, para não ser associado a obra original ou acusado de plágio, afinal o ciclo literário da novela de 1958 era militar, universo que King criticou diversas vezes. Isso fez com que ele não só publicasse o romance depois, como escolhe-se um pseudônimo para evitar associações. 


Isso faz com que a pegada narrativa de A Longa Marcha, tanto o livro como o filme, possuam um certo amadorismo visceral, um exagero, que King foi depois lapidando de suas obras. Ou seja, publicado depois, mas com uma verve que remete a catarse e violência que vimos em Carrie. Na trama, King pega a premissa da novela de 1958 mas estende ela à sociedade: a trama se passa em um regime distópico onde os militares tomaram o poder, o que fazia bastante sentido para 79, uma vez que o Brasil, por exemplo, vivia uma ditadura militar. Ao invés do mundo fechado dos militares, King pega essa hierarquia opressora e dimensiona para sociedade. A marcha é feita após uma grande guerra, onde os militares fazem daquilo um grande evento para elevar a moral da nação, das pessoas que assistem aquilo pela mídia. E ao invés de militares, aqueles que marcham são jovens comuns, garotos de mais ou menos 18 anos, que por acreditarem na meritocracia ou sonharem com mudar de vida, se voluntariam para aquilo. 


Esses elementos tornam a ideia muito parecida com Jogos Vorazes, que provavelmente se inspirou no romance de King para estabelecer seu universo. 

O filme de 2025 é muito fiel e inteligente a ideia. Quase tudo que descobrimos sobre esse universo é pelos diálogos dos personagens que já estão na marcha. E outra coisa que me chamou atenção de cara, é que apesar de supostamente ser um mundo distópico, a produção escolheu manter aquilo com a estética de anos 70 por ser de quando o livro foi escrito. Isso faz com que a trama seja mais verossímil e pareça desde o início uma metáfora do "ir para a guerra", na época o Vietnã. 


Entretanto, sem enrolar, o filme apresenta uma critica obvia a meritocracia, que serve para analisar a sociedade como um todo, mas que obviamente é uma critica aos colegas e sistema universitário. Não só pelo fato de King ter escrito o livro quando estava na faculdade, mas também pela dinâmica e interação dos personagens que remetem muito a jovens universitários, afinal são jovens na idade de ir para a faculdade. 


A maior parte do filme acompanhamos a perspectiva de Raymond "Ray" Garraty, o participante deste ano vindo do Maine , é levado até a linha de partida perto da fronteira entre o Maine e o Canadá por sua mãe, Ginnie, que implora para que ele desista. Ray se recusa e conhece os outros participantes, incluindo Peter "Pete" McVries, Billy Stebbins, Arthur "Art" Baker, Collie Parker, Gary Barkovitch, Hank Olson e Richard Harkness. Aqui a história é bem má pois ela constrói personalidades diferentes, vidas e origens diferentes para os personagens, apenas para aumentar a identificação e carga dramática do trama, pois afinal sabemos que a maioria deles vai morrer. Outro detalhe é que eles são todos muito confiantes, todos se acham predestinados e que vão vencer e essa confiança trás uma leveza narrativa inicial que o filme captou bem, nos fazendo confiar para depois puxar nosso tapete. 

 

O Major, um oficial misterioso que supervisiona os esquadrões da morte do regime, que é ninguém menos que Mark Hamill, dá a largada na Caminhada e cumprimenta os garotos de tempos em tempos enquanto eles seguem para o sul. Isso é um elemento engraçado do filme, já que o major opressor é ninguém menos que o Luke Skywalker! Darth Vadder ficaria orgulhoso, porque o cara é mal, hein. Isso nos dá uma dimensão engraçada também pelo fato de Star Wars ter estourado no final dos anos 70, e era algo que glamorizava a guerra, trazendo até mesmo guerra no nome, e amortecia o verdadeiro efeito do que tinha sido o Vietnã. O ícone da cultura pop é um militar fascista, uma inversão genial.

A trama vem em breve trazer o realismo cotidiano para derrubar o otimismo vazio dos garotos. Se tiver sono, como vão dormir? Vão ter que dormir andando. Se precisarem ir ao banheiro? Vão ter que fazer andando. Assim, uma situação simples como uma caminhada, se torna rapidamente um pesadelo. Isso denota em muito a fragilidade humana, a nossa dependência a ritos pequenos, e isso é um dos elementos de terror psicológico de King.


Não vou focar muito em analisar os personagens e resumir, pois além de dar spoiler, sinto que eles representam arquétipos das regiões dos Estados Unidos, algo que não faz muito sentido para nós agora. O filme tentou explorar isso através dos micropoderes, colocando personagens negros diferentes, brancos diferentes, um asiático e há até mesmo um personagem claramente indígena. Entretanto, não é surpresa para ninguém que a maioria deles vai morrer, na verdade todo o terror da trama vem justamente da vivacidade do discurso deles se chocar diretamente com o destino eminente. A projeção, a realidade, a vida e a morte caminhando em uma linha tênue por que algo que assimila como um jogo os obrigou aquilo. Aqui, as leituras podem ser mil, como a guerra, o capitalismo, a sociedade, a universidade, mas o que essas coisas tem em comum é a ideia de colocar a vida em uma situação similar a um jogo, onde todos disputam entre si e a ideia de sucesso e fracasso é emulada. Quem ganha a guerra não é o soldado, é o país. Mas se o soldado não der e levar tiro no front, não se ganha a guerra. Acho que essa ideia está muito em alta ultimamente, em conteúdos culturais como Round 6 (Squid Game),  pelo fato da nossa sociedade estar muito meritocrática. A ideia de ascensão popular e mobilidade de classe pode até ser verdade, mas não para todos. O que representa vencer em um cenário onde tudo que fica para trás tem que morrer?


Se há algo para comentar, é que as mortes são muito gráficas. É "tirem as crianças da sala". Elas possuem certo sensacionalismo estético, mas em lógica elas são bem feitas, dão o tom de filme de terror, que no fim das contas é o que o livro era e o fim tem que ser. 


O filme é engraçado nesse ponto pois a "magia" do protagonismo é óbvia. A conveniência leva que obviamente o protagonista da trama seja um dos finalistas. Só que aqui, como já é tradição em Hollywood, mudaram o final do livro do Stephen King! Vamos lá: No final do livro, Ray, o protagonista, está tão angustiado que está vendo uma figura sombria mais à frente o chamando e decide desistir, pois Stebbins é invencível. Quando tenta contar a Stebbins, este se agarra a ele horrorizado e cai morto. Isso deixa Ray como o vencedor mas sem entender nada. Ele ignora o Major e continua seguindo a figura escura, declarando que "ainda há um longo caminho a percorrer" e, na esperança de alcançá-lo, até encontra forças para correr. No filme, o Major executa Ray pessoalmente e parabeniza Pete pela vitória. Quando lhe perguntam qual é o seu desejo, Pete realiza o plano de Ray, pedindo um rifle e matando o Major com ele. Em seguida, ele se vira para a rua agora vazia e silenciosa e continua caminhando (obviamente já morto andando para o além). 


Além da mudança de matar o protagonista no filme enquanto no livro ele só pira, não há um final, o filme optou por mudar aquele que chega a final com Ray. No livro quem chega ao final é Stebbins. No livro, ele é descrito como um solitário que caminha na retaguarda do grupo, Stebbins é descrito como "magro e loiro, vestindo calças roxas e uma camisa azul por baixo de um velho suéter verde com zíper". Stebbins é enigmático, sarcástico e autoconfiante. Ele também é inteligente e muito perspicaz, com uma capacidade extraordinária de prever os pensamentos, sentimentos e reações dos outros, o que ele usa para desestabilizar os outros garotos. Mais tarde, ele revela ser um dos muitos filhos ilegítimos do Major e presume que foi escolhido para a Caminhada como uma ferramenta para galvanizar os outros participantes e prolongar a competição. Ele é interpretado por Garrett Wareing na adaptação cinematográfica e ele fica em terceiro no filme, revelando para os outros dois que ele é o filho do Major e é interessante esse plot pois o filho do Major é morto em um regime que ele mesmo endossa, mostrando sua falta de humanismo, mas no filme isso é meio que apressado, não há muito sentimento aqui, nem mesmo uma reação do major para essa trama. 


No filme, quem chega a final é Peter "Pete" McVries. No livro, ele é o companheiro mais próximo e aliado fiel de Garraty, McVries é um dos "Mosqueteiros" originais. Ele pesa 76 kg e tem 16 anos. É natural de Passaic, Nova Jersey, onde mora com a mãe, o pai e a irmã de quatro anos, Katrina. Descrito como muito atlético, tem cabelos negros e uma cicatriz visível em uma das bochechas, que fica evidente quando está nervoso, assustado ou com raiva. Líder nato, McVries demonstra sagacidade, carisma e compaixão; também é muito amargo e se despreza após um término traumático recente. McVries luta para conciliar sua natureza altruísta com a realidade brutalmente competitiva da Caminhada. Ele encoraja e frequentemente salva seus companheiros com suas ações, conselhos e raciocínio rápido; por outro lado, em diversas ocasiões, os provoca intencionalmente para que o afastem. McVries é o oposto de Barkovitch e detesta abertamente o outro garoto por sua crueldade deliberada. 


No filme escolheram um ator negro para interpretar Pete, o David Jonsson que está muito bem no filme. Entretanto, eles não escolheram ele para explicar sua morte, o que seria o lógico: o Major matou Pete pois ele era negro. Não, no fim das contas o Major mato Ray pois ele tinha matado seu pai, que era visto como um rebelde contra o regime por ter e conhecer muitos livros. Ou seja, era óbvio que o Major não deixaria o filho de um rebelde vencer. Então o Pete vence e mata o major, demonstrando que ao longo da trama há muito uma ideia de "entrar na mente" do adversário, já que tudo que eles podem fazer é andar e falar, e logo usam o discurso para incentivar ou atrapalhar seus adversários. E no final quem entrou na mente de Pete foi Ray, já que ele sabia que tinha uma chance de ele não vencer, e logo contou para Pete o que ele faria, para caso ele perdesse Pete matasse o Major em seu lugar. 


Eu sinceramente não sei se gosto dessas mudanças. Dá para entender o que eles fizeram, faz sentido, mas eu não sei se gosto da ideia de mudar finais de livros em filmes. As vezes a gente só quer realmente ver um adaptação, ver aquilo que era uma mídia escrita virar uma mídia audiovisual. E aqui são mudanças tão estruturais que você fica inquieto, pensando "será que foi isso mesmo?" ou "esse final ficou meio estranho". Pois bem, é porque o escritor tem um trabalho ferrado para escrever um final com sentido, e o roteirista junto com o diretor vão lá e mudam tudo para agradar a audiência, não pensando em coesão formal narrativa. Olha o que Kubrick fez com o final de O Iluminado, também de Stephen King. 


Outra coisa que queria comentar, era como A Longa Marcha parece uma continuação espiritual de Conta Comigo (Stand By My, que já analisei aqui no blog, veja). Em Conta Comigo, os garotos descobrem sobre um corpo e decidem fazer uma longa caminhada para ver o mesmo. Essa dimensão da caminhada parece algo como um "treino", algo que os garotos fazem para se preparar para a Longa Marcha (a guerra). Não sei se é demais falar em um "kingverso", mas esses elementos são muito recorrentes em seus filmes.  


Por último, a ideia da longa marcha me remete a uma ideia de temporalidade: não seria a Longa Marcha uma metáfora da longa duração da História? A ideia de que por mais que se queira ser "livre", os arquétipos só podem ser e existir em respectivos tempos históricos. A longa temporalidade seria essa longa marcha que prende todos nossos a seus espaços, tempos e contextos históricos; nos impulsionando a sempre andar, a sempre seguir em frente. Tal como um mito positivo do progresso. Assim, essa Longa Marcha seria a própria História, seus costumes, vivências, práticas e que acompanhariam seu próprio ritmo histórico, mas onde a opressão e a violência podem sempre gerar um fenômeno esperado: a aceleração da História, algo que o Major aprendeu na prática. 


Curiosidades e bastidores do filme 


Em 1988, George A. Romero foi considerado para dirigir a adaptação cinematográfica, mas o projeto nunca se concretizou. Em 2007, Frank Darabont (de Um Sonho de Liberdade, A Espera de Um Milagre e Walking Dead) garantiu os direitos para a adaptação cinematográfica do romance. Ele disse que "um dia faria isso". Planejava fazer um filme de baixo orçamento e afirmou: "Será estranho, existencial e muito contido". 

Em abril de 2018, a New Line Cinema anunciou que adaptaria um filme baseado no romance, com James Vanderbilt como roteirista e produtor, juntamente com Bradley Fischer e William Sherak, através de sua produtora Mythology Entertainment. Em maio de 2019, foi anunciado que André Øvredal dirigiria a adaptação.


Em novembro de 2023, o filme foi novamente anunciado e seria produzido pela Lionsgate Films, com direção de Francis Lawrence e roteiro de JT Mollner. Em 10 de junho de 2024, Cooper Hoffman e David Jonsson se juntaram ao elenco. 


Ao interpretar um jovem que perdeu o pai, assim como ele próprio, Hoffman disse: "Quando seu trauma está exposto para o mundo, não há como escondê-lo. Eu penso: 'É melhor falar sobre isso, ou melhor, transformar isso em algo'. Porque se eu continuar escondendo e fugindo disso, não é justo com ninguém que passou pela mesma situação. Estou aqui para mostrar essa pessoa e essa experiência da forma mais honesta possível, e espero que alguém assista e pense: 'Ele me vê, ele me entende'. E essa é, na minha opinião, a única razão para se fazer qualquer tipo de arte." No mês seguinte, Garrett Wareing, Tut Nyuot, Charlie Plummer, Ben Wang, Izabella Raven, Jordan Gonzalez, Joshua Odjick, Roman Griffin Davis, Mark Hamill e Judy Greer juntaram-se ao elenco.


As filmagens principais começaram em 24 de julho de 2024, em Winnipeg, e terminaram em 12 de setembro. O filme foi filmado cronologicamente.


Vale comentar que o filme rachou a crítica, e como acho que os dois lados tem pontos interessantes, vou destacar as opiniões mais relevantes até agora. Diversos críticos elogiaram o filme por suas atuações, impacto emocional e cinematografia. Clint Worthington, do RogerEbert.com, deu ao filme 3 de 4 estrelas, destacando a atuação e a dinâmica entre os personagens. 


Jeremiah Fraites compôs a trilha sonora do filme em março de 2025. A balada country "Took a Walk" foi escrita para o filme e interpretada por Shaboozey e Stephen Wilson Jr.


Na Variety, Siddhant Adlakha elogiou os atores por criarem personagens que pareciam "bem desenvolvidos e completos", o que compensava a vagueza do mundo em que viviam. Nick Schager, do The Daily Beast, escreveu que a cinematografia imbuía o filme de uma "beleza austera e melancólica". Escrevendo para a Slate, Rebecca Onion descreveu a adaptação cinematográfica como melhor que o material original: "Stephen King já foi adaptado muitas vezes, mas esta é a adaptação mais enxuta e concisa de sua obra em muito tempo."

Já outros,  consideraram uma premissa pouco elaborada e uma abordagem minimalista ao desenvolvimento dos personagens, incluindo Steve Rose, do The Guardian. Rose observou que o roteiro deixava muitas lacunas para o espectador preencher, escrevendo: "Cabe ao espectador preencher as lacunas, suprimir suas perguntas incômodas e simplesmente aceitar". 

No The Washington Post, Michael O'Sullivan observou: "Como o concurso pretende restaurar o que é descrito como a economia americana em dificuldades — muito menos dar aos espectadores uma sensação de esperança, como declara o supervisor da caminhada, identificado apenas como o Major (um Mark Hamill caricato) — é um mistério". Jeannette Catsoulis, do The New York Times, também considerou que o enredo forçava a credulidade e que o diretor "esqueceu de entreter o público".

Alguns também criticaram o final enigmático do filme, semelhante ao final ambíguo do livro. Tasha Robinson, do Polygon, escreveu: "Mas, para mim, pelo menos, permitir que DeVries mate o Major e simplesmente vá embora não parece possível, nem plausível — não sem alguma explicação para isso. Nada no filme até aquele momento sugere que os assassinos mais devotados do Major não reagiriam de alguma forma à sua morte, ou que uma multidão pronta para gritar de excitação e entusiasmo com o assassinato brutal de adolescentes ficaria em silêncio enquanto seu mundo muda diante de seus olhos. Não acho que o que estamos vendo seja real. Se esse é um desfecho satisfatório para a história, bem, isso depende ainda mais da interpretação individual do que dos fatos do próprio final." 

Belen Edwards, do Mashable, foi mais "positiva", escrevendo: “Como Garraty no romance, talvez McVries esteja tão traumatizado que imagine que continua caminhando. Ou talvez, num tom muito mais sombrio, os soldados tenham aberto fogo contra McVries assim que ele matou o Major, e sua caminhada final na chuva seja ele caminhando para a morte.”

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