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Madonna: Os filmes, os álbuns e o que relembrar da diva do pop antes do show no Rio de Janeiro


A Celebration Tour da Madonna é uma série de shows de comemoração dos 40 anos da carreira da cantora, que começou em 2024, na O2 Arena em Londres. Já aqui, estamos na contagem regressiva para o show épico da cantora dia 04, sábado, na praia de Copacabana e que será transmitido ao vivo. O show no Rio de Janeiro será provavelmente o último show de sua carreira e o único da turnê na América Latina



Madonna já fez de tudo mesmo, uma artista multiverso, do universo da música, cinema e das grandes apresentações ao vivo. Ela  também fez os filmes desconhecidos The Egg  no início da carreira (filmado entre 1974 e 1976). Em 1979 ela participou de A Certain Sacrifice, aguardado até 1985 com a repercussão do álbum Like a Virgin, seu segundo lançamento, ela participou de uma cena Vision Quest (1985), interpretando Susan Seidelman no filme Desesperadamente Procura-se Susan, já analisado aqui no blog antes, um clássico para quem adora ocultismo e também bastante sobre a temática feminista.


Tudo da Madonna choca e é inovador, desde o nome, é uma mãe, até sua proposta de vida, falando para mulheres nos 1980, com a ideia de músicas como Express Yourself (1989). No show que ela fez agora no México, ela chamou a atriz Salma Hayek vestida da heroína mexicana Frida Kahlo para cantar Vogue. Madonna ao longo de sua trajetória foi influenciada e influenciou a ideia de feminismo de terceira geração focalizada na ideia dos direitos reprodutivos das mulheres como prioridade. 



O que tem sido uma questão sim relacionada com uma forma individualista de militância e capitalista também, mas que também tem grande valor se pensarmos nos retrocessos nesse campo no mundo inteiro e nos Estados Unidos, país que sempre se vendeu como uma "terra da liberdade" em termos jurídicos federais, agora tem menos direitos reprodutivos que o Brasil, por exemplo, que já não tem muito também. 


Os filmes da Madonna são muitos e maravilhosos, como Shangai Surprise de 1986, em termos iconográficos, os símbolos de poder revertidos são importantes também, como o uso de roupas masculinas como sexy e toda a referência para o mundo da moda vistas em clássicos como Vogue e toda aquela ideia do sutiã de cone, uma referência cruzada sobre novos tipos de feminismo, se o sutiã era queimado antes na geração anterior como símbolo do fim da opressão feminina.


Madonna em toda sua influência no universo da moda, já leva para o lado que da roupa ou o desejo de se vestir poder ser fruto do próprio poder feminino, o que faz a crítica perfeita ao próprio uso do sutiã, esconder parte de uma área específica do corpo feminino para não aparecer, como uma castração, na ideia, o que se tenta esconder é ressaltado pelo sutiã, em uma ideia de super mulher que acaba englobando uma gama maior de mulheres nesse guarda-chuva do feminismo.   



As músicas dos anos 1980 dela são incríveis demais, basta lembrar de tudo que ela significou em termos de iconografia grandes inovações com padrões em diversos casos e épocas, a Madonna dos anos 1980 mostrava alguém que não ligava e m flutuar pelo brega, pelas roupas de brechó, pelo vestuário punk e leve que traz a possibilidade de inclusão dos mais pobres nas tendências de moda ao popularizar seu estilo nos anos 1980. 




A Madonna passou por diversas fases, passando do começo onde era mais uma dançarina profissional iniciando como cantora de hits simples e sensacionais como Holiday, Borderline e Lucky Star, Material Girl, todas de 1983 que são hits do primeiro álbum da cantora. Depois veio o álbum Like a Virgin e ela tinha ganhado o título de "namoradinha da América" com clips e ideias audaciosas como Like a Virgin e Papa Don't Preach (um hino contra o aborto que também choca os pais com seu realismo de época)? 


Depois disso, veio a fase mais madura dos anos 1980 com filmes como parte também do seu repertório de clips e músicas, como Who Is That Girl (1987) de James Foley (que fez com ele também , e participou da trilha sonora do filme At Close Range (1986), com a música Live To Tell do filme e uma aventura histórica ao estilo Hollywood clássica em filme com seu marido da época também, Sean Penn. 


A Madonna dos anos 1990 já veio com uma pegada mais do erótica, para combinar com o lançamento do álbum Erotica (1992), que estabeleceu tendências e modernizou o som da cantora com músicas épica se que não saem mais das estações de rádio e tocam até hoje, faixas como  a própria Erotica, Deeper and Deeper e Bad Girl, cujo clip foi dirigido por David Fincher que dirigiu Vogue também, e com Christopher Walken e composição da Björk e que foi inspirado no filme de Bozarge, Depois do Casamento, Bad Girl, de 1931). 



Sem falar na carreira diversa e mais no pop mas também muito inovadora do disco de 1998 Ray of Light, que adiciona em um extremo som super acessível cerco experimentalismo hipnótico nas faixas que mantém uma qualidade absurda em forma sem perder a simplicidade e a generalidade, marcam da cantora. 




A música Like a Prayer, apesar de sua forte crítica e de qualidade filosófica de reflexão espiritual, a música fez Madonna ser condenada por ser uma crítica pesada demais ao fundamentalismo religioso e os riots de igrejas e na própria crença na salvação e no salvador. Ela chegou a ser excomungada por isso.



Em 1990, ela apareceu no filme de Warren Beatty,  Dick Tracy, um filme onde contracenou com Al Pacino e o próprio diretor que participa do filme, no outro ano ela lançou um documentário que acompanha um dos shows da cantora.  Em 1992, no ano do lançamento do Erotica, ela fez um filme sobre um grupo feminino de jogadoras de baseball chamado A League of Their Own. 


Na mesma esteira o filme de suspense erótico Body of Evidence (com referências BDSM que estão também no álbum Erotica), nesse filme, ela contracena (demais) com William Defoe, em outro filme de James Foley que ela participou. Em 1996 ela interpreta a Evita e ganha o Globo de Ouro por isso como Melhor Atriz, e fez Girl 6 com Spike Lee (Tarantino chega a aparecer nesse filme). 


Em 2005 ela ajudou a produzir um documentário chamado I'm Going to Tell You a Secret. Mas nos anos 2000 Madonna ficou mais nos bastidores e já era então mãe de uma família grande, mas ela não parou de produzir música e filmes também, focando em pautas de direitos humanos e liberdade em geral. Ela coo dirigiu em 2013 com Steven Klein o curta secretprojectrevolution


Agora, estamos ansiosos para o show de Madonna que também será transmitido ao ao vivo, a previsão é de 1.5 milhões de pessoas em Copacabana e parece que está gerando movimentação não convencional ao Rio de Janeiro, que perdeu nos últimos anos lugar de alta referência em turismo e fazendo os camelôs e ambulantes venderem itens da moda da cantora. 


Madonna com a mesma cara de surpresa que eu ao olhar o Rio de Janeiro.


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