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Django (1966): Clássico do faroeste estrelando Franco Nero no contexto histórico da Revolução Mexicana



Na fronteira México-Estados Unidos, Django, vestindo uniforme da União e arrastando um caixão, vê bandidos mexicanos chicoteando uma prostituta, Maria. Os bandidos são parados por capangas do Major Jackson, um ex-oficial confederado racista, que buscam matar Maria crucificando-a. Django atira nos homens e oferece proteção a Maria. Os dois chegam a uma cidade, onde o barman explica que ali é uma zona neutra em um conflito entre os Camisas Vermelhas de Jackson e os revolucionários do general Rodríguez



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Acho que a qualquer um que assistiu esse filme do Django a primeira vez foi impactado inicialmente, mais do que qualquer coisa, pelo caixão, que é um objeto simbólico e misterioso, que acompanha Django durante todo o filme. O caixão representa a morte, a vingança e o segredo de Django, que esconde uma metralhadora dentro dele. O caixão também representa a solidão, a liberdade e a identidade de Django, que não tem nada além dele, escondendo um segredo.



O roteiro de Django é de Sergio Corbucci, Bruno Corbucci, Franco Rossetti, José Gutiérrez Maesso e Piero Vivarelli. O filme é considerado uma adaptação não oficial de Yojimbo, de Akira Kurosawa (já analisado aqui no blog). O roteiro se destaca pela violência, crueldade e cinismo dos personagens e das situações, que chocaram o público da época, fazendo o filme ser banido em vários países. Encontramos vários elementos típicos do western, como os duelos, as perseguições, os saloons e as prostitutas, mas os subverte com um tom irônico e crítico. 


A Revolução Mexicana, foi um movimento armado ocorrido entre 1910 e 1920, que buscava derrubar a ditadura de Porfírio Díaz e realizar reformas sociais no país. O filme mostra a situação de pobreza e opressão dos camponeses e indígenas mexicanos, que sofrem com a exploração dos latifundiários e das empresas estrangeiras, especialmente as norte-americanas. Também retrata a luta dos revolucionários contra os confederados, que representam os interesses da elite conservadora e do imperialismo. 


O filme faz uma homenagem aos líderes revolucionários, como Emiliano Zapata e Pancho Villa, que defendiam a reforma agrária, a soberania nacional e a justiça social. Entretanto, o filme reflete sobre os limites e as contradições da Revolução Mexicana, que não conseguiu cumprir todas as suas promessas e que foi marcada por conflitos internos, traições e assassinatos de seus principais líderes.


Uma possível interpretação para o filme é que a violência gera mais violência e que a busca por vingança pode ser uma armadilha. Django, o protagonista, é movido pelo desejo de vingar a morte de sua esposa e se envolve em uma guerra sem fim entre os confederados e os revolucionários. 


Sua ambição faz com que ele perca tudo. Ele só consegue escapar com a vida graças à ajuda de María, a prostituta que ele salvou no início do filme. A violência não foi uma solução para os problemas sociais e a vingança não trouxe paz nem justiça. 


Outra possível moral é que a revolução é necessária para mudar as estruturas injustas da sociedade e que os oprimidos devem se unir para lutar pelos seus direitos. Django, o protagonista, é um símbolo da resistência e da rebeldia contra o sistema dominante, similar a Zorro. Ele se solidariza com os revolucionários e com os camponeses, que sofrem com a exploração e a opressão. O problema é que, ao mesmo tempo, Django é um mercenário americano. Ele não faz parte do povo daquele país nem simpatiza pela causa, apenas é motivado por ambição o que é bem diferente do Zorro. E, para o filme, a forma violenta a qual a revolução chegou ao poder impedem o sucesso da revolução. Os métodos atingem os objetivos. Ele não aceita se submeter aos interesses dos confederados nem dos revolucionários, mas por causa de sua ambição.



O personagem do Django pode ser considerado um anti-herói, pois ele não segue os padrões convencionais de um herói clássico. Ele não é um homem virtuoso, nobre e altruísta, mas sim um homem marcado pelo sofrimento, pela vingança e pela violência. Ele não tem um objetivo claro e nobre, mas sim um desejo pessoal e egoísta. Ele não tem uma conduta moral exemplar, mas sim uma conduta ambígua e questionável. Ele não tem uma identidade definida, mas sim uma identidade misteriosa e enigmática. Ele não tem um destino glorioso, mas sim um destino incerto e trágico.


Ou pelo menos, Django pode ser considerado um herói moderno, pois ele reflete as angústias e os conflitos do homem contemporâneo. Ele é um homem solitário e deslocado, que não se encaixa em nenhum grupo ou lugar. Ele é um homem rebelde e inconformado, que desafia as autoridades e as normas estabelecidas. Ele é um homem livre e autônomo, que faz suas próprias escolhas e assume suas consequências. Ele é um homem complexo e contraditório, que não se limita a uma única faceta ou dimensão.


Sua ambição faz com que ele traia a revolução, resultando em um castigo trágico e visualmente chocante, fazendo até lembrar das lendas dos santos católicos. Suas chagas se tornam as marcas trágicas de um herói corrompido. Não concordamos com a maldade empregada a ele, mas tão pouco concordamos com suas ações e pensamentos.


O personagem do Django é, portanto, um personagem rico e profundo, que permite múltiplas interpretações e análises. Ele é um personagem que representa a diversidade e a complexidade da condição humana.


Em um dos momentos do filme, o ouro está num caixão e Django está tentando fugir com Maria. Entretanto, acontece aquela cena onde o caixão cai na areia movediça. Django tenta salvar o ouro e cai na areia movediça. Então, Maria estende a mão e tenta puxá-lo para cima. Só que chegam os mexicanos e atiram nela, e puxam eles mesmos o Django para fora da lama.



Eu acho que tem algo de simbólico nessa cena, pois ela mostra o conflito entre os valores e os interesses dos personagens. O ouro representa o materialismo, a ganância e a ilusão. Django está obcecado pelo ouro, pois ele acredita que ele pode lhe dar riqueza, poder e vingança. Uma metáfora da escolha entre o amor e o dinheiro, entre o idealismo e o pragmatismo, entre o bem e o mal. Django escolhe o dinheiro, o pragmatismo e o mal, e acaba perdendo o amor, o idealismo e o bem. Maria escolhe o amor, o idealismo e o bem, e acaba perdendo a liberdade, o dinheiro e o mal. Os mexicanos escolhem o dinheiro, o pragmatismo e o mal, e acabam ganhando a vida, e o poder, mas perdem o ouro e o ideal.


A direção do filme é de Sergio Corbucci, um dos principais nomes do gênero spaghetti western, que se caracteriza por filmes de faroeste produzidos na Itália e na Espanha, com baixo orçamento, violência explícita e temática crítica. A direção de Corbucci é marcada por um estilo ágil, dinâmico e criativo, que utiliza recursos como planos abertos, zooms, câmera na mão, montagem rápida e trilha sonora marcante. 


A direção também é marcada por um tom irônico, cínico e pessimista, que reflete uma visão crítica da sociedade e da história. Corbucci é elogiado por sua capacidade de criar cenas memoráveis e impactantes, que exploram a tensão, o suspense e a emoção dos personagens e do público. A direção de Corbucci é considerada uma das mais influentes e originais do cinema italiano e mundial.



A trilha sonora, de Luis Enríquez Bacalov, é um dos elementos mais marcantes e reconhecíveis do filme, que contribui para criar a atmosfera e o clima do filme. A trilha sonora é composta por músicas instrumentais e vocais, que misturam influências do folk, do rock, do jazz e do blues. A música tema do filme, cantada por Rocky Roberts, é uma canção que fala sobre o personagem Django, sua história e sua personalidade. A música tema do filme se tornou um sucesso e um ícone da cultura pop, sendo regravada e referenciada por diversos artistas e obras.


A atuação de Franco Nero como Django é marcante e carismática. Ele interpreta o personagem com intensidade e expressividade, transmitindo sua personalidade misteriosa e ambígua. Ele conseguiu mostrar as diferentes facetas de Django, como sua inteligência, sua coragem, sua crueldade, sua raiva, sua dor e sua ternura. Ele cria um personagem icônico e memorável.


A atuação de Loredana Nusciak como María é delicada e comovente. Ela interpreta a personagem com sensibilidade e naturalidade, transmitindo sua fragilidade e sua força. Ela consegue mostrar as diferentes emoções de María, como seu medo, sua gratidão, seu amor, sua lealdade, sua esperança e sua tristeza. Ela cria uma personagem simpática e cativante.


A atuação de José Bódalo como Rodriguez é convincente e imponente. Ele interpreta o personagem com autoridade e malícia, transmitindo sua liderança e sua corrupção. Ele consegue mostrar as diferentes motivações de Rodriguez, como seu idealismo, seu oportunismo, seu pragmatismo e sua traição. Ele cria um personagem complexo e interessante.


Eduardo Fajardo como Jackson é eficaz e assustador. Ele interpreta o personagem com frieza e crueldade, transmitindo sua maldade e seu fanatismo. Ele consegue mostrar as diferentes ações de Jackson, como sua violência, sua tortura, seu racismo e seu sadismo. Ele cria um personagem odioso e temível.


O filme tem um excesso de violência e de crueldade, que pode chocar e afastar alguns espectadores. Há cenas de tortura, mutilação, execução e massacre, que são explícitas e brutais. O filme não poupa nem os protagonistas nem os coadjuvantes, que sofrem e morrem de forma trágica e sangrenta. 


Sua estrutura é linear e clássica, logo não apresenta muita novidade ou surpresa. O filme se baseia em clichês e estereótipos, que não desenvolvem nem aprofundam os personagens ou as situações. O filme tem um tom irônico e cínico, que pode desagradar e incomodar alguns espectadores. Não há uma mensagem positiva ou esperançosa, mas sim uma visão pessimista e crítica da sociedade e da história. 


O filme reflete o contexto político e social da Europa na década de 1960, marcado por movimentos de contestação, de resistência e de revolução, como o maio de 68 na França, a primavera de Praga na Tchecoslováquia e o movimento estudantil na Itália. O filme também reflete o contexto cultural e artístico da Europa na década de 1960, marcado por uma renovação estética e narrativa do cinema, como a nouvelle vague na França, o cinema novo na Itália e o free cinema na Inglaterra.


Tudo se passa na fronteira do México durante a Guerra Civil Americana (1861-1865), que foi um conflito entre os estados do norte e do sul dos Estados Unidos, que tinham divergências sobre a escravidão, a economia e a política. É mostrado uma situação de pobreza e opressão dos camponeses e indígenas mexicanos, que sofrem com a exploração dos latifundiários e das empresas estrangeiras, especialmente as norte-americanas. 


O filme é inspirado em outros filmes do gênero western, que são filmes de faroeste produzidos nos Estados Unidos, que retratam a conquista do oeste americano no século XIX. Há várias referências a filmes clássicos como Por um Punhado de Dólares (1964), dirigido por Sergio Leone e estrelado por Clint Eastwood; Rastros de Ódio (1956), dirigido por John Ford e estrelado por John Wayne; e Matar ou Morrer (1952), dirigido por Fred Zinnemann e estrelado por Gary Cooper (todos já analisados aqui no blog). O filme também faz paródias e certas críticas a filmes clássicos como E o Vento Levou (1939), dirigido por Victor Fleming e estrelado por Vivien Leigh e Clark Gable; O Nascimento de uma Nação (1915), dirigido por D.W. Griffith; e Os Cavaleiros do Ku Klux Klan (1916), dirigido por Thomas Dixon Jr.


Django é um filme que vale a pena assistir, pois é um clássico do cinema italiano e mundial, que marcou a história e a cultura do gênero western. O filme é uma obra original e criativa, que mistura ação, suspense e humor, com cenas memoráveis e impactantes. O filme é uma obra crítica e provocativa, que questiona a sociedade e a história, com personagens complexos e contraditórios. O filme é uma obra divertida e emocionante, que envolve e surpreende o espectador, com uma trilha sonora marcante e uma direção impecável. Django é um filme que merece ser visto e revisto, pois é um filme que nunca será esquecido.



História por trás do filme


Durante a produção de Ringo e sua Pistola de Ouro, Sergio Corbucci foi abordado por Manolo Bolognini, um jovem produtor ambicioso que já havia trabalhado como gerente de produção de Pier Paolo Pasolini em O Evangelho Segundo São Mateus, para escrever e dirigir um spaghetti western que recuperaria as perdas de seu primeiro filme como produtor, Os Possuídos. Corbucci aceitou imediatamente a oferta de Bolognini. O diretor queria criar um filme inspirado em Yojimbo, de Akira Kurosawa, que ele havia visto dois anos antes por recomendação de seu diretor de fotografia, Enzo Barboni. Corbucci também queria fazer um filme que rivalizasse com o sucesso de Um Punhado de Dólares, adaptação de Yojimbo dirigida por seu amigo Sergio Leone. 


De acordo com Ruggero Deodato, assistente de direção de Corbucci, o diretor pegou emprestada a ideia de um protagonista que arrastou um caixão atrás dele de uma revista em quadrinhos que encontrou em uma banca de jornal na Via Veneto, Roma.


Bolognini deu a Corbucci um cronograma muito curto para escrever o roteiro do filme. Os primeiros esboços da história foram escritos por Corbucci com seu amigo Piero Vivarelli; a dupla escreveu ao contrário da cena final do filme. A destruição das mãos do personagem principal antes do confronto final foi influenciada pelo filme anterior de Corbucci, Minnesota Clay, que mostrava um protagonista cego que tenta superar sua deficiência. 


Foi também a partir disso que o nome "Django" foi concebido para o herói – de acordo com Alex Cox, o nome de Django é "uma piada doentia por parte de Corbucci e seu irmão roteirista Bruno", fazendo referência ao guitarrista de jazz Django Reinhardt, que era conhecido por sua musicalidade excepcional, apesar do quarto e quinto dedos de sua mão esquerda estarem paralisados. 


Além disso, como Corbucci era um "diretor político" de esquerda, Cox sugere que o dispositivo da metralhadora de Django sendo contida em um caixão, juntamente com o ouro enterrado no cemitério caçado pelos personagens principais de O Bom, o Mau e o Feio, pode ter sido inspirado por rumores em torno do anticomunista Gladio terroristas, que esconderam muitos de seus 138 depósitos de armas em cemitérios. O uso de peões mexicanos pelo Major Jackson como prática alvo também tem precedência histórica – os brasileiros indígenas foram usados como prática alvo por escravagistas brancos ainda na década de 1950. Corbucci também é acusado de ter estudado imagens de cinejornais da Ku Klux Klan enquanto escrevia cenas com o Major Jackson e seus homens, que usam capuzes e lenços vermelhos no filme. 


O esboço de Corbucci e Vivarelli foi então revisado por Franco Rossetti. Quando as filmagens começaram, Corbucci estava dirigindo a partir de uma "scaletta [...] como uma sinopse, mas mais detalhada, [ainda] ainda não um roteiro completo". Outras contribuições e revisões de roteiro foram feitas ao longo da produção, nomeadamente por José Gutiérrez Maesso e Fernando Di Leo (que não foi creditado por seu trabalho no roteiro) e especialmente por Bruno Corbucci. O ator Mark Damon também afirmou ter colaborado com Corbucci na história antes da produção do filme. As impressões italianas creditam aos irmãos Corbucci "história, roteiro e diálogo", enquanto Rossetti, Maesso e Vivarelli são creditados como "colaboradores do roteiro". As impressões em inglês não listam Maesso, e creditam a Geoffrey Copleston o script em inglês. 


Corbucci originalmente queria escalar Mark Damon (que havia interpretado o personagem-título de Ringo e sua Pistola de Ouro) como Django, mas Damon passou por um conflito em sua agenda e teve que se retirar. Bolognini considerou Franco Nero ou Peter Martell para o papel, e eventualmente decidiu fazer com que Fulvio Frizza, o chefe da Euro International Films (distribuidora do filme), escolhesse o ator com base em fotografias dos três homens. Frizza escolheu Nero, que estava relutante em aparecer no filme porque queria desempenhar papéis em filmes mais "sérios". Ele acabou sendo convencido por sua agente, Paola Petri, e seu marido, o diretor Elio Petri, a aceitar o papel sob o argumento de que ele não teria "nada a perder".


 Nero tinha 23 anos quando foi escalado; para dar a impressão de uma persona mais velha, tipo Clint Eastwood, ele cresceu sua barba, usava rugas falsas ao redor dos olhos e teve sua voz dublada na pós-produção pelo ator Nando Gazzolo. Ele também pediu a Corbucci para ter seu personagem vestido com um uniforme preto do Exército da União como uma referência ao seu nome de família (Nero significa "preto"). Durante as filmagens, Corbucci convidou Sergio Leone para conhecer Nero, que sentiu que o jovem ator se tornaria bem-sucedido.


As filmagens começaram em dezembro de 1965 na reserva natural Tor Caldara, perto de Lavinio na Itália. A maioria das cenas internas e externas foram filmadas no set de filmagens da Elios Film fora de Roma, que incluía uma cidade ocidental em ruínas renovada por Carlo Simi, um veterano dos filmes de Corbucci e Leone. Corbucci estava inicialmente insatisfeito com a rua lamacenta do set de Elios (ele inicialmente queria que o filme se passasse em locais nevados, prenunciando seu trabalho em O Grande Silêncio), mas acabou sendo persuadido por Bolognini e sua esposa, Nori Corbucci, a usar os locais lamacentos. 


A produção foi interrompida vários dias depois que as filmagens começaram para permitir que os irmãos Corbucci polissem o roteiro, enquanto Bolognini garantiu apoio financeiro extra da produtora espanhola Tescia. As filmagens recomeçaram em janeiro, com vários exteriores sendo filmados em Colmenar Viejo e La Pedriza de Manzanares el Real, perto de Madrid.  O tiroteio final entre Django e os homens de Jackson foi filmado em Canalone di Tolfa, perto da área romana do Lazio. As filmagens foram concluídas no final de fevereiro de 1966. Ao contrário da maioria dos spaghetti westerns, que foram filmados em 2.39:1 Techniscope e impressos em Technicolor, Django foi filmado no formato widescreen europeu padrão (1.66:1) e impresso em Eastmancolor. 


Em entrevista para a revista Segno Cinema, Barboni explicou que durante as duas semanas de filmagens no set de filmagens Elios Film, as filmagens foram problemáticas pela baixa quantidade de luz solar disponível. Nuvens cinzentas e pesadas cobriam o céu quase permanentemente, tornando extremamente difícil para a tripulação escolher a luz certa. Muitas cenas acabaram sendo subexpostas, mas o tipo de negativo de filme que foi usado permitiu isso, e a equipe ficou entusiasmada com os efeitos visuais criados. Deodato acredita que, como resultado das limitações impostas pelo clima frio e pelo baixo orçamento, bem como o artesanato de membros da produção, como a figurinista Marcella De Marchis (esposa de Roberto Rossellini), o filme tem uma estética neorrealista comparável às obras de Rossellini e Gualtiero Jacopetti. Nero observou que Corbucci exibiu um senso aguçado de humor negro durante toda a produção, o que uma vez resultou no diretor e sua equipe abandonando Nero durante as filmagens dos títulos de abertura do filme como uma piada. 


A trilha sonora de Django foi composta e conduzida por Luis Bacalov, conhecido então por sua trilha sonora em O Evangelho Segundo São Mateus. Foi sua primeira trilha sonora de filme de faroeste, e foi seguida vários meses depois por sua trilha sonora para A Bullet for the General, de Damiano Damiani, que reutilizou vários temas de sua trilha sonora de Django. Em comparação com o estilo clássico contemporâneo das partituras Spaghetti Western de Ennio Morricone, a trilha sonora de Bacalov é mais tradicional, e se baseia especialmente em metais e estilos orquestrais de instrumentação, embora várias faixas usem elementos distintos da música latina e rock. 


O tema principal do título, que foi conduzido por Bruno Nicolai e apresenta letras de Franco Migliacci e Robert Mellin, foi cantado em inglês para o filme por Rocky Roberts. Uma versão italiana da canção, lançada apenas na trilha sonora do álbum e como single, foi interpretada por Roberto Fia. O álbum da trilha sonora, originalmente lançado em 1985, foi relançado em 2013 com uma nova lista de músicas e faixas adicionais.


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