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11 filmes brasileiros esquecidos que você precisa conhecer




Os 11 filmes brasileiros mais subestimados de todos os tempos. Todos nós sabemos dos clássicos dos clássicos do cinema nacional. Muitos são os filmes brasileiros gostados pelo mundo e pelos brasileiros também. Mas essa lista é um pouco diferente. Vamos lembrar dos filmes brasileiros que são muito bons pouco mas pouco lembrados nas listas. 


1) - O Saci (1953) Artur Neves


O Saci é um filme de fantasia brasileiro de 1953, dirigido e escrito por Rodolfo Nanni, com uma história de Artur Neves. O filme é baseado no livro de mesmo nome e a séries de livros homônima escrito por Monteiro Lobato. As temáticas fantásticas do filme foram muito bem feitas para a época, e realmente entramos no mundo sobrenatural da fazenda. É mágico. 




2)- O Ébrio (1945) Gilda de Abreu


Filme dos anos 1940 e dirigido por uma mulher! A pioneira Gilda de Abreu, que escrevia radionovelas e que foi a primeira mulher brasileira a dirigir um filme. Sua experiência na composição de operetas e apresentações ao estilo radiofônicas que faziam muito sucesso graças ao desenvolvimentismo da época getulista. Demonstrando tanto a ascensão das mulheres em espaços de poder, como também reflete o aumento dos costumes entre a classe operária da época. Seu personagem principal nesse filme foi feito por seu marido Vicente Celestino, um cantor da época de sucesso e que faz o ébrio do filme. 




3 - A Falecida  (1965) Leon Hirszman


O gênio aqui é o Nelson Rodriguez e sua arguta e cínica visão de mundo. Seus personagens nunca são piegas ou simples de serem entendidos, e a adaptação conseguiu captar o clima de tragédia anunciada, sempre presente na obra de Nelson. Fernanda Montenegro está aqui muito jovem e em um dos seus primeiros papéis. 


Zulmira (Fernanda Montenegro) é uma mulher obcecada pela ideia da morte, com isso passa a ter a ideia de ter um enterro de luxo para compensar a sua vida simples e miserável num subúrbio do Rio de Janeiro. Ao saber que tem uma boa saúde, fica totalmente abalada e por fim acaba contraindo uma tuberculose. Como último pedido pede ao marido, um desempregado chamado Toninho (Ivan Cândido), um grande e luxuoso enterro. Para isso, precisa pedir dinheiro ao homem mais rico do bairro, Guimarães (Paulo Gracindo). O homem não aceita pagar o funeral e acaba contando que teve um caso com a falecida, isso sem saber que o sujeito com que está falando é o viúvo. O marido, então enfurecido, passa a chantagear Guimarães. Algumas cenas desse filme são antológicas, como a cena do niilista do banho de chuva. 




4) - Os Inconfidentes (1972) Joaquim Pedro de Andrade


Os inconfidentes é uma co-produção brasileira e italiana de 1972, do gênero drama histórico, dirigida por Joaquim Pedro de Andrade e estrelada pelo ator e crítico de cinema Jose Wilker. Em novembro de 2015 o filme entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. O filme é tocante e super inteligente, abordando os temas do sacrifício e da traição frente a autoritária tradição de punição brasileira. A forma como o filme aborda debates políticos em diálogos entre os personagens 




5) - Rio Zona Norte (1957) Nelson Pereira dos Santos


Clássico dos clássicos, um grande filme sobre cotidiano no Rio de Janeiro. Com direito a atuação de Grande Otelo Rio Zona Norte é um filme brasileiro de 1957, do gênero drama, dirigido e escrito por Nelson Pereira dos Santos. As músicas são de Zé Ketti e de Alexandre e Radamés Gnatalli. O filme narra a trajetória e as agruras da vida de um sambista carioca que vê no samba a inspiração para retratar um pouco de sua vida e/ou narrar o que vê e sente.




6 - O Cabra Marcado para Morrer (1986) Eduardo Coutinho


Filme do documentarista Eduardo Coutinho. Um filme único pela situação que ele aborda, a reforma agrária e os conflitos rurais com o campesinato, altamente perseguido naquela época e hoje em dia. Tentando falar sobre conflitos de terra, o filme original que estava sendo feito nos anos 1960 teve que esperar 20 anos para sua conclusão. Em razão do golpe militar, as filmagens foram interrompidas em 1964. O engenho da Galileia foi cercado por forças policiais. Parte da equipe foi presa sob alegação de propaganda comunista. Vemos o depoimento da viúva dele anos depois da tentativa de filmar o projeto. 




7 - Cinco Vezes Favela (1962) Marcos Farias, Miguel Borges, Cacá Diegues, Joaquim Pedro de Andrade e Leon Hirszman


Esse é um filme singular, feito com produção de Leon Hirszman e com o CPC e a UNE. Realmente histórico e único. Trilha sonora composta por Carlos Lyra (segmentos "Escola de Samba Alegria de Viver" e "Couro de Gato"), Hélcio Milito (segmento "Pedreira de São Diego"), Mário Rocha (segmentos "Um Favelado" e "Zé da Cachorra") e Geraldo Vandré (segmento "Couro de Gato"). "Um Favelado". São divididos em 5 capítulos.


Cinco Vezes Favela é um filme brasileiro de 1962, considerado como uma das obras fundamentais para o advento do chamado Cinema Novo no Brasil. definitivamente, um dos grandes clássicos que utilizam da estrutura do teatro e da crônica para contar diversas estórias de Rio de Janeiro. O filme apresenta cinco histórias separadas, cada uma delas com diferentes diretores: Marcos Farias, Miguel Borges, Cacá Diegues, Joaquim Pedro de Andrade e Leon Hirszman. Com produção de Leon Hirszman, Marcos Farias e Paulo Cezar Saraceni e, como produtora o Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes. 


8 - Matar ou Correr (1954) Carlos Manga


Uma sátira com os filmes de cowboy de gente grande, como "High Noon". O grande filme de faroeste, e que muitos são fãs até hoje, realmente é um dos melhores filmes já feitos, apesar de uma ideologia duvidosa. As críticas ao High Noon fizeram John Wayne e John Ford se unirem para retratar uma visão oposta a High Noon no filme Rio Bravo outro clássico do faroeste. Mas essa sátira aqui é brasileira e do diretor Carlos Manga. Nesse filme de comédia, Grande Otelo interpreta o cowboy que virou xerife Ciscoscada e seu antigo parceiro é o comediante Oscarito no papel do cowboy "Kid Bolha". Um filme genial e simples e que brinca com a ideologia de superioridade e de mania de resolução ególatra do heroi cowboy americano. 




9) - A Marvada Carne (1985) André Klotzel


A Marvada Carne é uma comédia que mostra as hilariantes aventuras de Carula (Fernanda Torres), uma garota simples, do interior, que tem um grande sonho na vida: casar-se. E para isso ela está disposta a tudo. A poética do filme nos faz lembrar a poesia de Macunaíma e aborda também as forças pulsantes pode detrás do desejo, de sexo, se comida, tudo se mistura. Um filme com Fernanda Torres. 




10)- O Homem de Sputnik (1959) Carlos Manga


O Homem do Sputnik é um filme de comédia brasileiro de 1959, dirigido por Carlos Manga. Em novembro de 2015, o filme entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Foi listado por Jeanne O. Santos, do Cinema em Cena, como "clássico nacional". Contando com a presença do grande Jô Soares. Um filme único abordando um assunto que na época era vetado, a Guerra-fria e a corrida tecnológica em torno da construção das tecnologias nacionais. O filme me lembra "O Dr Fantástico" de Kubric. Em termos de ideologia política, a metáfora do filme é muito boa, o satélite russo cai na casa de uma zona rural, quando a notícia se espalha vem todos os espiões tentando saber informações do tal satélite. Esse é aquele filme para quem gosta de comédias inteligentes.


O filme narra as peripécias de um homem simples que pensa que o satélite russo Sputnik 1 caiu no galinheiro de um sítio. A notícia se espalha e ele é perseguido por espiões de todos os tipos até que a verdade vem à tona. O estreante Jô Soares, ainda como "Joe" Soares, faz o papel de um espião americano no Brasil. A inclusão desse espião fez com que o diretor Carlos Manga perdesse uma bolsa de estágio nos EUA. O filme teria sido visto por 15 milhões de espectadores.



11) Os Cosmonautas (1962) Victor Lima

Com Roland Golias e Grande Otelo. Chefe do Centro de Pesquisas Espaciais de Cabo Carnaval, no Brasil, o professor Inacius Isidorius acaba de lançar com sucesso um de seus foguetes e coloca em órbita uma cápsula tripulada por um macaco. O professor agora se prepara para enviar dois homens à Lua, antes que os americanos ou os russos cheguem lá.


Como não há cosmonautas disponíveis, o professor decide enviar o chefe de seu FBI (Fiscalização Brasileira de Investigações), o irrequieto Zenóbio, para encontrar os dois homens. Como requisito básico, estabelece que devem ser duas pessoas inúteis e desnecessárias, pois nada se perderá caso o lançamento fracasse.Depois de um treinamento intensivo a que se submetem os cosmonautas, chega o dia do lançamento. Zeca, um dos cosmonautas, descobrira que o professor guardava uma invenção secreta: a bomba de cobalto, uma arma de destruição em massa. Junto a ela, havia uma fortuna em dinheiro.Zeca decide ficar na Terra para roubar a fortuna. Assim, põe Zenóbio em seu lugar, o que provoca uma grande confusão no planeta, que inclui a ameaça de explosão da bomba.


Uma clássica chanchada brasileira do diretor Victor Lima e que aborda como seria a incursão brasileira em meio das disputas tecnológicas da guerra-fria. Todo mundo na época queria saber a posição do nosso país, que em 1962 tinha como presidente João Goulart. Outra comédia singular nacional com temáticas de comédia política, uma clássica chanchada de sátira, dessas que só o Brasil sabe fazer. O filme está disponível no site da TV Brasil e quase sempre eles passam. 


Comentários

  1. Agregaria O menino e o vento (1967) de Carlos Hugo Christensen

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