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Lost (2004): Tudo sobre a série que salvou a ABC da falência e de suas referências literárias e filosóficas escondidas



Lost é uma série de suspense que foi ao ar de setembro de 2004 até maio de 2010, um total de 6 temporadas, e 121 episódios. A série era sobre um grupo de sobreviventes do voo 815 da companhia Oceanic e que levava passageiros de Sydney, Austrália até Los Angeles. A série foi criada por Feffrey Lieber, J.J Abrams e Damon Lindelof que compartilham o crédito pelo ideia. Ao longo da série, elementos de ação, investigação e sobrenatural eram a chave para de seu lado inovador. A série contou com uma pequena participação do ator brasileiro Rodrigo Santoro no papel de Paulo (que teve a maior parte de suas cenas deletadas). Também ganhou prêmios importantes, como o Emmy por Melhor Série de Drama de 2005, Globo de Ouro por Melhor Drama em 2006, além do (SAG) de Melhor Elenco em uma série de Drama. Veja aqui tudo sobre a série:

Lost está disponível na tv por assinatura no Syfy. Já no streaming está no Globo Play e no Star Plus

A série que inicialmente era sobre sobreviventes de um voo. A imaginação seria pensar em um grupo de pessoas que tivessem passado por uma situação parecida com a do filme Náufrago de Tom Hanks. 


Em Lost, passado presente e futuro conversam em uma eterna roda de debates, entre o foi, o que é, e o ainda estará por vir. 



A série foi filmada em parte em uma praia em Oahu, Havaí, e esconde elementos de referências a filosofia através do nome de alguns personagens da série, como John Locke (Terri O'Quinn), referência ao pai da filosofia do liberalismo clássico, Jack (Kerouac) já é uma referência ao escritor americano, e  Kate Austen (referência da  escritora inglesa Jane Austen), Hurley, que todos amam, Saiyd Jarrah, Shannon, Claire, o casal de coreanos Jin e Sun, outro casal é Rose e Bernand, Charlie Pace.



As referências escondidas filosóficas no roteiro contam com Jeremy Benthan (o filósofo do panóptico), Daniel Faraday (já é uma referência ao cientista Michael Faraday), que foi um físico e químico britânico que atuou no campo do eletromagnetismo e da eletroquímica. A piada é que ele é filho do "dono da ilha" e sabe sobre seus mistérios de eletromagnetismo, ele é filho de Eloisa Hawking e Charles Widmore como pai (o cara que era o maior inimigo de Ben). 

Já Kate é uma referência ao tipo de romance feminino de Jane Austen, visto pelo sobrenome de Kate; David Hume, como referência ao personagem Desmond David Hume, Thomas Carlyle, o sobrenome do Boone, Edmund Burke e Rousseau. 


História, linha do tempo e análise da série


Na primeira temporada, vemos o início das aventuras na ilha, e conhecemos os personagens principais. O mais interessante da série é chutar a continuidade direta, por isso todos os extras que praticamente, nunca se repetem. Outra questão é que a continuidade poderia mudar dentro da própria narrativa da série, isso começou a acontecer nas temporadas a frente, onde vemos um pouco de como seria a vida do depois do resgate. 


Várias cenas foram deletadas, incluindo um planejamento de plot que seria entre Michael e Sun. Teve uma cena onde ele via ela sem parte de suas roupas sem querer. Uma cena de Sawyer fumando, enquanto fala com Charlie. Uma cena deletada, onde Hurley pergunta se John Locke gostaria de comer lasanha ou frango. 


A cronologia de Lost é dividida em cinco parte, antes do acidente, depois do acidente, depois da mudança, depois do retorno, e alguns flash fowards do futuro que confundindo e ás vezes reinventavam as linhas do tempo. No dia 22 de setembro de 2004 o voo da Oceanic Airlines 815 veio de Kindsfords Smith International Airport em Sydney, na Australia, e tinha o destino final de Los Angeles, California. O voo estava agendado para durar 13 horas. Seis horas depois do início do voo, o avião perdeu a conexão com o rádio e o sinal dele aparecendo no radar. Duas horas depois, o avião caiu em duas partes, batendo em direção a ilha do oceano pacífico. 


O total de horas do voo foi de oito horas. Os eventos descritos são contatos por flashbacks posteriores. Já na quarta temporada, a linha do tempo foi alterada para mostrar a história do grupo que ficou do outro lado da ilha. Dentro da ilha, tem a linha do tempo da sociedade DARMA que existia enquanto um projeto de pesquisa militar como uma sociedade isolada antiga. De 1974-1977, vemos a história de Ben e de seu nascimento, e da ida de seu pai e ele para a ilha depois da mãe morrer ao dar a luz no meio do nada. Em certo momento da série, alguns personagens decidem que não queriam voltar e ser um "sobrevivente" do voo. 


Então, eles ficaram para trás e resolveram viver a vida da sociedade antiga, embaralhando a linha do tempo de antes durante e depois. Isso ocorrendo em tese da queda de um voo que teve suas condições simuladas, lá por volta de 1977, de um voo produzido em 2007, alguns anos depois da queda do avião original. Alguns dos passageiros voltaram no tempo, alguns não. O piloto liderou o avião para um acidente na ilha Hydra no oceano pacífico. 


Lost parece ter seu valor acrescido se pensarmos em todas as metáforas filosóficas que a série carrega, muitas vezes, na cara mesmo, como no caso de John Locke, Rousseau, David Hume e nomes de personagens assim, como o sobrenome de Kate (Austen, de Jane Austen). 


Essa inovação na narrativa permitia que víssemos histórias entrelaçadas, como a de Claire e Jake, que são irmãos sem saber. John Locke que queria matar sue pai, descobriu nos arquivos secretos da ilha, que seu pai tinha sido o golpista que tinha acabado coma família de James Ford 'o Sawyer'. Ele descobre quando está amarrado por seu filho que não conseguiu.

                    


Outra referência da série é a história de briga dos irmãos Gallagher do Oasis, que parece a história da briga do Charlie Pace com seu irmão. Charlie tentou se livrar do vício de heroína na ilha, se apaixonou por Claire, que parecia inicialmente não querer se envolver com ele, e depois quando Claire é raptada para fazer exames de pré natal nas estações escondidas da Dharma, acham que fizeram algum mal a ela, então Charlie mata Ethan, um dos "outros". A ilha seria a metáfora de uma vida sem plano de saúde, vacinas e de "morte" das mães na ilha por conta disso. Em certo momento, Hurley acha um van e consegue com sua boa vontade iniciar o sistema e usar da van que era do acampamento dos "outros" antigo. 


O que Claire vai descobrir com Rousseau que perdeu a família por conta de uma invasão dos "outros", e hoje, ela vive paranoica e sozinha em um dos lados da ilha, ela acha que perdeu a filha também, mas a jovem está vive em outro acampamento da ilha. O que descobrimos nas temporadas posteriores. 


Outro personagem que muda completamente depois é Michael Dawson (Harold Perrineau Jr), que tem um filho Walt que depois desaparece quando um grupo tenta fugir da ilha e encontra com os "outros" que sequestram seu filho, mudando assim a personalidade do personagem. Antes da ilha, ele tinha se separada da ex esposa, e ela tinha levado Walt para a Austrália, sendo a ilha a oportunidade de Michael se provar bom pai para ele. 


Há uma metáfora sobre subdesenvolvimento e política, países de primeiro mundo normalmente são frios, segundo e terceiro mundo normalmente são quentes. Essas condições telúricas são marcantes, em uma série que chutou a noção de "verdade" em prol do entretenimento. Um exemplo seria o urso polar na ilha tropical, ou depois a sombra que percorre toda a ilha, a descoberta das escotilhas e do projeto Dharma, como também a presença de "Jacob", um Deus que acreditam alguns habitantes da ilha. 


Em Lost, como alguns fãs dizem, mas esse truque narrativo é sempre descontinuado quando dá pistas demais. Por exemplo, o plot de Jack com a prostituta tailandesa mostrava que ele buscava o "idílico" como qualquer "gringo", e Lost não perde a noção disso. Foi o destino de Jack onde ele fez uma tatuagem antes de ser linchado pela população local por ser um "other" (outro) na situação, um estrangeiro aqui na metáfora. Em certo momento da série, eles encontram outro grupo de sobreviventes do mesmo voo que caiu, enquanto tentam conviver com o grupo dos "outros" que povoa a ilha há mais tempo.


Criação da série  produção, bastidores e curiosidades.


O presidente da ABC, Lloyd Braun estava perdendo em números para NBC, CBS e também para a Fox. A emissora que tinha feito grande sucesso com Twin Peaks. No verão de 2003, 50 diretos da ABC se reuniram para reunião desesperados por novas ideias para novos shows que podiam fazer sucesso. Durante o banquete, as pessoas sugeriram vários conceitos de programas de tv a seguir. Lloyd Braun escolheu ele mesmo a ideia que ele descreveu como "Cast Away - A série", inspirado no filme de Tom Hanks, que foi uma grande inspiração para Lost. 



Mesmo que algumas pessoas tivesse rido da ideia inicial de Braun, Thom Sherman, o então vice presidente da ABC, gostou da ideia e perguntou a seu amigo Ted Gold, que trabalhava na Spelling Productions para ajudar a desenvolver a ideia que Braun queria. Jeffrey Lieber foi contratado para escrever um retrato "hiperrealista da vida em uma ilha deserta". Lieber começou a desenvolver sua premissa, com o nome de Nowhere, para a ABC, e depois foi pedido para ele escrever um piloto. Lieber acabou reescrevendo várias vezes o roteiro que tinha feito inicialmente. Não satisfeito com o trabalho de Lieber, o executivo demitiu ele. Naquele ponto, já era o fim da temporada de 2003/2004, e Braun já estava desesperado por ideias. Ele chegou em J.J Abrams e pediu para ele reescrever o roteiro. 



Abrams estava envolvido com seu programa Alias e o desenvolvimento de um novo piloto chamado "The Catch". Braun determinou que o nome da série fosse Lost por ele não ter ideia de como continuar a produção e achou apropriado com seu estado de espírito. Abrams que teve a ideia de transformar a própria ilha em personagem. Como ele estava ocupado, outro escritor de nome Damon Lindefof foi trazido para tocar o projeto. Braun deu luz verde para o projeto e deu um orçamento de 12 milhões, e essa foi a gota d'água para a Disney, que estava insatisfeita com o trabalho de Braun como presidente da ABC. 


Eles consideraram Lost um "projeto maluco que nunca ia dar certo", o presidente e CEO da Disney, Michael Eisner chamou o projeto de "perda de tempo". O episódio inicial foi montado em apenas 12 semanas, incluindo a escrita, escolha do casting e a produção. Por fim, foi aumentado consideravelmente o universo. Um dos conceitos já acertados é que os sobreviventes achariam uma escotilha no meio do nada. Isso foi revelado no episódio "All the Best Cowboys Have Daddy Issues". Outras curiosidades iniciais de Lost é que Emilie de Ravin foi inicialmente creditada como guest star e passou para o elenco principal depois de 13 episódios iniciais. 


A ilha é como um jogo, nesse sentido Squid Game (Round 6) é uma herdeira contumaz de Lost. Sendo esse tipo de "teoria dos jogos" no audiovisual uma proposta muito inovador para 2005. O que tinha no mundo em 2005? As tecnologias por satélite ainda eram muito caras ou disponível apenas em nível nacional e para militares, o que altamente mencionado na série coma  questão da iniciativa "Dharma", uma possível crítica aqui ao ambientalismo democrata dos anos de Jimmy Carter. A questão da Dharma é respondida quando encontram uma vã, que é modelo volkswagen (uma empresa alemã), e todos sabem que o ambientalismo vem da Alemanha, que ainda mantinha a separação entre a Alemanha oriental e Alemanha ocidental dada pelo "Muro de Berlin". 


A Dharma pode ser também metáfora para o desenvolvimentismo da ideia pacifista de Europa e américa nos anos 1970, uma década marcada pelo fim do Estado de bem-estar social dos anos de 1950, mas ao mesmo tempo que também sofreu com a crise do modelo capitalista geral, com a crise dos preços do petróleo em 1973, por exemplo. Podemos pensar que vários plots de Lost são pensados como continuidades e rupturas de personalidade, opiniões políticas e definições rápidas de sobrevivência. A ilha parece então ser um "estado mental" de reflexão, punição ou meditação. Ao estilo aqueles acampamentos de nudistas ou de ressocialização de drogas que implicam em um comprometimento ideológico por parte de seus membros. 


A trama conta com certo jogo de arquétipo de roteiro bem moderno, onde as situações são parecidas com vídeo games conhecidos estórias de aventuras clássicas. A lista de filósofos, personalidades e cientistas citados na série é absurda. Parece também que o roteiro original da série é de 1977, e que já havia um projeto há muito tempo engavetado de uma série parecida que nunca foi feita antes.   


A série gosta de brincar com as teorias diversas da conspiração e teorias de fãs, fornecendo um material rico para grande debate entre a comunidade de fãs, que gostam de debater as possibilidades diversas que a série apresentou. No início víamos a vida anterior dos sobreviventes da ilha, e é nítido que a maioria deles não tinha uma vida muito boa antes. Até mesmo Hurley, personagem mais gostado da série, que era um milionário que ganhou na loteria, mas que achava que tinha uma maldição por isso, até mesmo ele não gostava de sua vida, e do assédio que o prêmio tinha gerado. Hurley acreditava que a maldição faria pessoas perto dele possíveis alvos de tragédias. 


John Locke (Terri O'Quinn) interpreta um homem que não quer sair da ilha, pois para ela, a ilha possui poderes mágicos, e fez John Locke voltar a andar, quando ele tinha sido jogado na janela por seu pai biológico, que também tinha roubado seu rim. Ele foi um filho da geração baby boomer, com sua mãe sendo uma adolescente que não quis criar ele. Mas ele tinha poderes especiais, e acabou sendo acompanhado, por mais que ele fosse uma criança adotada da Califórnia. Locke é aquele reflexivo que vê o lado bom de estar na ilha. 


Já o personagem de Jack Shepard (Matthew Fox) é o médico e heroi tradicional da história que começamos acompanhar desde o início, que aos poucos passa por um questionamento de seu lugar de autoridade, ao percebermos que ele, por exemplo, tinha problemas com a família e com o pai, que chegou a denunciar por operar bêbado. Jake gosta de Kate, mas parece que ela gosta de Saywer também, formando um "trisal" praticamente durante a série. 



A série também mistura elementos de terror psicológico, mostra um elenco bem internacional como ingrediente de sucesso, junto com flashbacks e flash-forwards (pra frente) e flash sideways que contam elementos ás vezes contraditórios interligados. O Saywer (James como a Kate chama) é o vilão/herói, ao estilo "cara republicano", Jack é o herói democrata e Kate é a audiência que decide (não muito) ao longo da série, entre os dois. 




Na quinta temporada, ele ganha uma nova identidade fora da ilha, de Jeremy Bentham, filósofo que foi citado na série e que falava sobre a ideia do panóptico, uma estrutura posicionada no centro de um local que pudesse fazer com que tudo fosse visto, sem que os que veem sejam vistos de volta.  O filósofo também é conhecido pela ideia do utilitarismo, ou seja, agir sempre de forma a conseguir o máximo de resultado possível, para o maior número de pessoas, seria esse o cálculo. 


Essa é a única temporada a não mostrar personagens importantes como Benjamin Linus, Desmond Hume, Alexandra Rousseau, Penelope Widmore e Charles Widmore e Pierre Chang (os ricos que são "donos" da ilha). A voz de Bernard Nadler é ouvida, mas ele não é visto. A primeira temporada também tem a característica de ser a única onde o elenco principal aparece em cada episódio da temporada. Primeiro, eles tentam encontrar um local para montar acampamento, alguns escolhem a praia, e outros depois, o grupo de Jack quer ir para o rio onde fica a cachoeira (fonte de água) e a caverna, mas alguns querem ficar na praia para facilitar a possibilidade de resgate. Eles acham "o monstro" e começam a conhecer a personalidade de cada um Jack é o bom samaritano, Kate é mulher forte, mas que esconde um passado onde era perseguida pela polícia por um crime de matar seu padrasto abusivo. 


Sawyer (o personagem se chamava, na verdade, de James Ford), pegou seu apelido do golpista que destruiu sua família. Por isso, ele é visto na ilha lendo uma carta que escreveu jovem, onde ele jurava vingança. Outra questão é a animosidade inicial entre Michael e Jin, que começou na briga por um relógio (que havia sido dado pelo pai da esposa de Jin). Shannon e Jack desconfiam de Locke e suas intensões, depois do ferimento que matou Boone. Tentando sair da ilha, um dos grupos constrói uma jangada (lembra o livro 'A Ilha Perdida'). 


Em certo ponto, Claire é sequestrada pelos "outros" (que tem vacinas e cuidados médicos, diferente dos novos sobreviventes). Locke e Boone acham a primeira escotilha, e somos introduzidos ao plot de ter que apertar o botão para "salvar o mundo" a cada 108 minutos. No primeiro episódio, Jack, Charlie e Kate tentam salvar um piloto que disse que o avião perdeu o contato com o rádio seis horas depois da decolagem. Jack descobre uma fotografia de captura de prisão (mugshot) de Kate. Um dos sobreviventes interessantes é Sayid que era a Guarda Republicana Iraquiana. 


Quando eles tentam usar o rádio achado com o piloto para dimensionar uma frequência de rádio para se contatar com alguém de fora, eles acham uma mensagem perdida em francês, que depois foi traduzida por Shannon dizendo "Estou sozinha agora na ilha, por favor, alguém venha. Os outros estão mortos, aquilo matou eles, matou eles todos", a mensagem é repetida em uma frequência por 16 anos e cinco meses. Quando os suprimentos ficam em baixo, o grupo da ilha organiza uma caça; Jack vai atrás de uma caçada espiritual ao ver seu pai falecido na ilha, ele começa um conflito e debate sobre fé versus ciência. 


Devido a postura de Sawyer, ele chega a ser torturado no braço por Sayid, que abandona o acampamento por vergonha de ter machucado Sawyer. Ele diz para Jack que quer fazer uma jornada sozinho, e pede para ele não ir atrás. Sayid encontra um cabo que unia o oceano a floresta. Ele segue e encontra Danielle Rousseau, uma francesa que vive na ilha por 16 anos, e dona da mensagem no rádio. Sayid é preso por Rousseau, que acha que ele é um "outro". 


Para melhorar a vida na ilha, Hurley faz um censo para descobrir alguns mistérios, como o sequestro de Claire, para descobrir quem estava na ilha mesmo originalmente, achando depois, que tinha infiltrados dos "outros" entre eles, Ethan Rom, que não estava na lista de passageiros. Ele foi quem sequestrou Claire (depois ficamos sabemos que foi por conta do tratamento médico), e quando os sobreviventes correram atrás dele, ele tenta enforcar Charlie, mas Kate e Jack impedem. 



Duas semanas depois, Locke acha Claire confusa e caindo no meio na selva, sofrendo de amnésia momentânea. Isso começa a gerar uma série de confrontações entre os sobreviventes e o grupo dos "outros", e leva a morte de Ethan, que Charlie marta por vingança sem saber do contexto todo dele ser "médico" de Claire, que descobrimos depois.


Apesar da briga com Jack, muitos pensam parecido cm Locke, mas gosta de Walt, ensinando ele a usar a faca (caçar), e deixa Michael bravo em relação a isso, por achar que o filho é muito novo. Sun revela finalmente que ela entende, como também fala inglês, causando desconforto no seu marido, Jin, que não sabia disso. É aí que estava lá a escotilha, achada por Locke e Boone. Com o disfarce de caçar, eles passam dias escondendo até saber o que fazer. 


Eles também acham um avião Beechcraft pendurado em cima de um penhasco. Boone tenta subir no avião. Lá, Boone fala pelo rádio que achou "Tem alguém aí?", e obtém uma resposta de "Somos os sobreviventes do voo 815". O avião cai do penhasco e deixa Boone ferido, Locke leva ele de volta para o acampamento, mas Jack não consegue salvar sua vida. Claire entra em trabalho de parto, e Kate é quem ajuda ela a ter o bebê. 


Michael decide construir uma jangada para fugir com o filho, junto com Sawyer e Jin. Quando eles veem um outro barco, acham inicialmente que vão ser salvos, mas acaba que era os "outros" novamente, e eles sequestram Walt. 


Sawyer toma um tiro e Walt e sequestrado. Rousseau leva os sobreviventes para a Black Rock, lá eles vão para o meio da ilha e acham algumas dinamites, que poderiam ajudar a abrir a escotilha, e aí são perseguidos de novo pelo monstro, que é uma fumaça preta que Rousseau diz que é o sistema de segurança próprio da ilha. A temporada termina com o grupo de sobreviventes olhando pela escuridão depois de abrir a escotilha com dinamite. 


Outras referências escondidas contam com Faraday, que na série é o Daniel Faraday que poderia ajudar a voltar a ilha através da ajuda de sua mãe. Já Jane Austen (o sobrenome de Kate) é referência ao personagem de Kate, Katherine Anne Austen, que tinha virado fugitiva da polícia ao matar o padrasto por ver ele batendo na sua mãe. 


Já o debate sobre empirismo começa logo se pensarmos no episódio 1x03 "Tabula Rasa", que é uma referência ao uso do empirismo filosófico já. Mas não é apenas em um ou outro episódio. Lost é uma série recheada de referências diretas a filosofia. O filósofo do empirismo inglês, David Hume é referencia no personagem de Desmond David Hume, que é apaixonado eternamente por Penny, filha de Charles Widmore, que é inimigo jurado de Benjamin Linus, líder dos "outros (others)" que começam a entrar em conflito gradual com os sobreviventes do voo 815 quando Michael e James, o Sawyer tentam fugir da ilha em uma jangada e não conseguem, Walt, fiho de Michael tem poderes psíquicos também e os "outros" querem ele, então o levam do barco. 


O personagem de Desmond tem como referência o empirismo, ele mesmo achando o amor de sua vida, não tinha a aprovação do pai da moça, então ele para provar algo, faz um voto de vida, quase vira padre, mas desiste e volta a ficar com Penny. Ele depois ruma em um barco em busca de legitimidade, e encontra na ilha uma escotilha, onde sua tarefa é apertar um botão a cada 108 minutos ou o "mundo acabaria". 


Quando aconteceu na série do debate de "apertar o botão" ou não, John Locke quis desistir, dizendo que era uma forma de adorar a um deus, seu debate era com Eko, traficante de heroína que tinha trocado de identidade antes com seu irmão padre, e logo era conhecido como padre na ilha, também sobrevivente do avião, mas que ficou do lado do grupo atrás do avião, como o marido de Rose, Bernard. 


Nas temporadas seguintes, descobrimos muitas coisas que praticamente ressetam a série. A ilha tem um novo grupo de sobreviventes, da parte que rachou do avião e que ficaram do outro lado, como o marido de Rose, Bernard. Eko e Ana Lúcia Cortez eram os dois sobreviventes do segundo grupo, que confundiu os sobreviventes que ficaram na frente do avião com o grupo dos "outros" que já tinha se infiltrado com Goodwin, e que foi descoberto por Ana Lucia, uma ex policial encrenqueira que antes da ilha já havia "eliminado" um sujeito que ela deixou impune após tentar matá-la, exatamente para matá-lo depois. A mãe de Ana Lucia é sua chefe na polícia e tenta conter o gênio da filha que pensa estar em guerra. Quando está na ilha, ela acaba prendendo Michael e Sawyer em um buraco que ela cavou por desconfiar de alguns membros de seu próprio grupo. 


Ao chegar no lado dos sobreviventes da parte da frente, ela mata Shannon, a loirinha que era namorada do iraquiano Sayid Jarrah, ex membro da Guarda Republicana Iraquiana, que mudou de lado ao ser obrigado a torturar sua amiga de infância, e depois esposa.  Ao matar Shannon, ela matou a namorada de Sayid na ilha e irmã de Boone.



personagem de (James Ford) que se auto nomeava Sawyer (referência ao personagem de Mark Twain em "As Aventuras de Tom Sawyer"), Tom Sawyer é um cara que vive de golpes, quando era pequeno viu seu pai matar sua mãe por causa de um caso que ela teve com um golpista com nome de Sawyer igual o homem que destruiu sua família, por isso que ele lê uma carta que escreveu jovem jurando vingança. Ele acabou fazendo a mesma coisa que o golpista que matou sua família, enganando mulheres ricas e tirando o dinheiro do marido delas. 


Mikhail Bakunin foi um filósofo russo que acreditava em uma vertente mais radical de anarquismo, na série, ele é um ex soldado russo que é permitido pelos "outros" morar na ilha sem ter que ser um "outro" também. Sua paz é perturbada pelo eminente conflito entre os outros e e os sobreviventes do voo 815.  


O final pode não ser muito marcante, mas a série entregou muito ao longo do tempo. Quase todos os plots e arcos foram fechados, mas não de uma maneira muito feliz ou saudável. Isso faz a série se assemelhar bastante com Westworld, que, para quem não entendeu, depois da 2° temporada da série todo mundo se matou e foi substituído por um robô replicante com prolonga o espírito de seu personagem, oque é bem macabro. 


Já Lost mostra que seus principais protagonistas tiveram finais trágicos, pois a série queria passar uma ideia contra a moral positiva da "superação": tem certos traumas que não se supera. Se você esperou demais do último episódio, talvez você não tenha entendido o caminho da série e deva ver de novo prestando atenção em detalhes e não nos romances água com açúcar (principalmente do horrível trisal Jack, Sawyer e Kate). O  caminho é o que realmente é genial e propõe debates filosóficos bem bacanas em Lost, algo meio aberto, com uma técnica de palco e opinião, que você verá em poucas séries.


Mais cenas marcantes da primeira temporada:
























































































































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