Arquivo X - "Fallen Angels" (1x10): Curiosidades e análise do décimo episódio da primeira temporada da série

Mulder é informado sobre encobrimento de uma aterrisagem de alienígenas nas matas, do lado de fora de Townsend, Wisconsin, e descobre que um colega também está interessado no mesmo evento. Um xerife tenta investigar, mas é morto em meio de um flash de luz. Enquanto isso, o controle militar e os técnicos rastreiam o UFO para Coronel Calvin Henderson. Handerson telefona para seus superiores e lança a operação falcão. Episódio escrito por Howard Gordon e Alex Gansa e dirigido por Larry Shaw. O alienígena do episódio foi inspirado no filme Predator (Predador, 1987).

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Veja aqui a análise do episódio anterior 1x09

O episódio foi muito bem recebido. Quando Mulder e Scully são chamados para investigar um local misterioso de acidente, eles descobrem relatórios de um incidente que pode ter sido uma forma de encobrir um evento paranormal alienígena. Enquanto isso, Mulder encontra um ufologista que acredita que ele pode ter sido abduzido. 

O episódio apresenta o fanático por UFO, Max Fenig (Scott Bellis), interpretado por Scott Bellis, que depois voltaria na quarta temporada, no episódio "Tempus Fugit" e "Max". Também é apresentado pela primeira vez os garotos aficionados que são amigos de Mulder, o "The Lone Gunmen" que são um trio de personagens, Richard "Ringo" Langly, Melvin Frohike e John Fitzgerald Buers, que aparecem ás vezes como amigos de Mulder, que o ajudam quando Scully já não consegue mais. 

Quando o xerife local chega na cena, ele é morto por uma figura invisível, que está cercada de uma luz forte branca. Enquanto a Força Aérea monitora o acidente, o Coronel Calvin Henderson, o especialista de UFOs dos militares reclama, é montada uma operação para limpeza do local.

Depois de receber mais uma mensagem do Deep Throat, Fox Mulder (David Duchovny) viajam para Townsend e tiram diversas fotos do local do acidente, Mulder é preso junto com um excêntrico membro da NICAP. Quando ele foi capturado, ficou em uma cena com Mulder, ele estava usando um boné desse grupo NICAP (um grupo que existiu até nos anos de 1980). 

Os agentes voltam para o hotel de Mulder, e descobrimos que ele é um fã do trabalho de Mulder. Max traz os agentes para seu Airstream trailer, ele mostra para eles um áudio transmitido de um deputado, tanto como uma equipe de bombeiros que chegou na cena do acidente. Quando Mulder e Scully visitam a viúva dele. Ela reclama que parece que o governo não vai liberar o corpo do marido e ameaçaram ela para ficar em silêncio. Eles também encontram um doutor que esteve na cena, revelando que eles morreram que queimaduras anormais. Henderson chega no hospital com um grupo de soldados queimados, que foram atacados pelo alienígena invisível na base deles. 

Scully acredita que o que quer que sido a experiência de Max, é similar a sintomas de confusão de esquizofrenia, notando a medicação em seu trailer. Mas Mulder acredita que ele estava completamente não ciente de sua experiência, e de que ele teria sido guiado na noite do acidente pelos seus raptores.  

A Força Aérea rastreia um grande UFO (objeto voador não identificado). O alien invisível entra no trailer de Max e rapta ele. Quando os agentes vão visitá-lo no trailer, eles não o encontram. Uma transmissão pelo rádio revela que ele foi transportado para uma área de água. Eles correm para salvar Max enquanto os homens de Handerson vasculham a área em busca de Max, Mulder o encontra e tenta acalmar Max, mas ele é atacado e ferido por um alienígena. 

Mulder então vê Max flutuando em um pilar de luz antes de desaparecer completamente. Quando Henderson descobre que Max está desparecido, ele ordena a prisão de Mulder. 

De volta para Washington, os dois, tanto Scully quanto Mulder reportam para a seção do chefe McGrath, que não acredita em seus testemunhos (dizendo que o corpo de Max foi encontrado em um container), Scully e Mulder estão junto ao comité de disciplina do FBI para decidir se fecha ou não a divisão dos "x files". O comité decide pela demissão de Mulder do FBI, mas a decisão é vetada por Deep Throat, que sente que é mais perigoso ter Mulder como um informante se ele deixasse o FBI. Com isso, é permitida a volta de Mulder para suas atividades "normais". 

Bastidores, produção e história por trás do episódio

O episódio foi bem recebido, a Entertainment Weekly deu um B+, escrevendo como um "episódio muito divertido, que faz o seu melhor trabalho em revelar a posição dos agentes em relação a affairs governamentais. Também reparamos que Max Fenig inicia o arco dos "The Lone Gunmen". Já Keith Phipps, escrevendo pelo The A.V Club, também rankeou o episódio como B+, dizendo que o episódio tem uma entrada forte, e que serve como revelador progressivo das ideias e temas presentes na série no futuro. Já Matt Haigh pelo Den Of Geek, dá um review negativo  do episódio chamando de "mundanos 40 minutos" e que "falhava em impressionar", e que o enredo seguia "mais ou menos o mesmo padrão" de toda a série, sendo uma continuidade do arco mitológico.

Robert Shearman e Lars Pearson em seu livro "Wanting to Believe: A Critical Guide to The X-Files Millennium & The Lone Gunme", deu 3 estrelas de cinco. Shearman descreveu Fallen Angel como sendo produzido com "estilo e sabedoria", mesmo que entregando um enredo convencional e comum para a lógica da sequência da série, não deixa de entreter, tornando esse episódio cheio de "smoke and mirrons", parecido com Conduit (Elo de Ligação, 1x04) pelo mesmo motivo. 

Fallen Angel (Anjos Caídos) é o décimo episódio da primeira temporada da série, escrito por Howard Gordon  e Alex Gansa, dirigido por Larry Shaw. É o primeiro episódio que se cogita o fim da divisão de Scully e Mulder. Outras curiosidades do episódio é a primeira aparição do personagem Max Fenig, também tem a primeira aparição conjunta dos amigos de Mulder. Ele volta em "Tempus Fugit" e "Max" que explicam o seu desaparecimento dentro desse episódio . O boné de baseball do NICAP volta a aparecer brevemente no escritório de Mulder no episódio futuro Beyond the Sea (Além do Oceano). 

As cenas retratando Washington D.C (capital dos Estados Unidos) foram filmadas na faculdade Simon Fraser, em Burnaby Mountain na antiga Columbia Britânica (nas montanhas do Canadá). Filmar foi complicado por ser difícil usar todo o equipamento em um espaço pequeno que estava disponível onde era necessário o equipamento ficar. O alienígena invisível no episódio parece ter sido inspirado no filme Predator (1987) de John Mctiernan. 

O alienígena foi colocado deliberadamente invisível para dar mais medo para o telespectador, Chris Carter disse que "o que você não vê te assusta mais do que você vê". A diretora de elenco do episódio Lyanne Carrow ficou orgulhosa da atuação de Scott Bellis como Max, chamando ele de seu melhor casting colocado no programa. Carter gostou também da atuação de Marshall Bell como Coronel Henderson. Alguns atores de Arquivo X como Brent Stait e William B Davis deram aula no centro William Davis de "estudo de atores". Esse episódio apesar de ser bom e ter vários fatores nele interessante, é normalmente considerado menor que os outros da saga da primeira temporada. Sendo o episódio de menor audiência da história da série. 

Crítica do episódio

Vale lembra que Howard Gordon e Alex Gansa já havia escrito o episódio 7, "O Fantasma da Máquina" (o qual eles não gostaram do resultado, e futuramente vão criar a série Homeland, do Showtime.

O episódio demonstra o lado blogueiro de Mulder, junto com seus amigos, o grupo chamado "The Lone Gunmen". O grupo também foi fruto de um spin off curto da série, em 2001. 

No episódio Mulder é preso pela terceira vez. Outra coisa comentada no episódio é o final ambíguo que indica uma intenção sobre ele não ser demitido. Em algum nível político, os poderosos do FBI parecem ter algum medo de Mulder. Isso levanta questões sobre ele ter mais poder do que acredita ter. 

O que é bem importante para o episódio do arco mitológico é a invenção de arquétipos familiares da série. A introdução de personagens que vão aparecer de vez em quando, como o Deep Throat. Mostra o trio dos amigos inseparáveis que é descrito como "patriotas da contra-cultura", para mostrar essa dimensão política dos amigos de Mulder. 

Isso porque eles publicam uma revista do mesmo nome, que já foi referida como "The Magic Bullet Newsletter", que acredita na teoria da "apenas uma bala" na morte de John F. Kennedy. Mulder é comentado como grande fã e um dos únicos assinantes da revista. 

O episódio também brilha ao falar da comissão de investigação alienígena NICAP, um grupo de aficionados na temática de UFO que esteve ativo na vida real nos Estados Unidos, entre os anos de 1950-1980. Mesmo que o grupo não existisse mais, a série brinca que eles existem até hoje, como uma espécie de clube secreto. 

Ao analisar Max (fanático por temática UFO), Scully tece uma crítica, dizendo que reparou na medicação para esquizofrenia dentro do trailer onde morava. Mas isso não importa para Mulder, que é mais relativista com doença mental, em uma mentalidade de psicólogo forense, mais partido para o lado de Michel Foucault (que duvida das patologias psicológicas universais), e Scully, por seu racionalismo, busca sempre nos guias padrão de respostas para as perguntas e confusões gerais que vemos na série. 

O nome veio da "Comissão Warren"(instituída em 1963 para investigar o assassinato), e que chegou a conclusão de que Lee Harvey Oswald foi o único responsável pelo assassinato de John F. Kennedy. São os amigos de Mulder que acreditam em teorias da conspiração. Nenhum deles tem empregos diurnos, e contam com financiamento e patrocinados que acreditam também na causa, como Mulder. Eles dividem um apartamento ao estilo loft (aberto), e também trabalham lá e usam uma van antiga da Volkswagen para ir em suas jornadas. 

Episódio importante para a série como um todo, pois constrói uma organicidade para a série, parecendo que os personagens continuam a fazer coisas fora do quadro. Porém, como episódio, é mais lento, sendo mais um episódio de conexão e intercepção da temporada e da série como um todo.