O Silêncio dos Inocentes (1991): Clássico do suspense com Jodie Foster e Anthony Hopkins adapta livro da série do Dr. Hannibal Lecter
Em 1990, Clarice Starling é convocada do treinamento no FBI por Jack Crawford da Unidade de Ciência Comportamental. Ele a designa para entrevistar Hannibal, um ex-psiquiatra e assassino canibal que foi encarcerado. Crawford acredita que a visão de Lecter pode ser útil na busca de um serial killer apelidado "Buffalo Bill", que mata mulheres e remove a pele de seus corpos. Dirigido por Jonathan Demme, foi o primeiro filme de terror a vencer o Oscar de Melhor Filme
O filme é o segundo a apresentar o Dr. Hannibal Lecter, antecedido por Caçador de Assassinos (Manhunter, de 1986 e que já foi analisado aqui no blog) dirigido por Michael Mann. Em todo o mundo, sua bilheteria alcançou 272.742.922 de dólares, tornando-se o quinto filme com maior bilheteria de 1991 em todo o mundo. Aclamado pela crítica, tornou-se o terceiro filme (sendo os outros dois Aconteceu naquela noite e Um Estranho no Ninho) na história do cinema a ganhar prêmios do Oscar nas cinco categorias principais: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Atriz e Melhor Roteiro Adaptado.
O Silêncio dos Inocentes foi alvo de muitas críticas cinematográficas sobre seus temas de sexualidade humana e política sexual. Ao longo do filme, o gênero de Clarice Starling é enfatizado como uma característica distintiva, pois ela é uma minoria entre seus numerosos pares masculinos, embora o estudioso do cinema Barry Forshaw note que "qualquer agenda feminista nunca é formulada verbalmente".
Alguns críticos gays e feministas sentiram que o retrato do filme de Buffalo Bill associaram negativamente a comunidade LGBT ao desvio, psicopatia e violência. Apesar disso, a orientação sexual de Bill nunca é explicitamente declarada no filme, e Lecter expressamente afirma que Bill "não é realmente transexual". Demme respondeu que Buffalo Bill "não era um personagem gay. Ele era um homem atormentado que odiava a si mesmo e desejava ser uma mulher porque isso o teria feito o mais longe possível de si mesmo." Demme acrescentou que "percebeu que há uma tremenda ausência de personagens gays positivos nos filmes".
Discordo profundamente de tais críticos por uma questão técnica: eles estão falando do filme, que é uma adaptação de um livro, sem considerar as diferenças que marca uma mídia para a outra. Para entender de fato O Silêncio dos Inocentes, é preciso focar na diferença do final do livro para o final do filme.
No livro, Clarice apesar de tudo encontra um amor heterossexual, ao terminar a história com o técnico de laboratório. Então no livro, Clarice representa a mulher profissional moderna, casada com seu trabalho e que possui um profundo amor pela ciência. Ela é a mais capaz de pegar o assassino, pois ela não perde seu foco em pessoalidades e com próprio ego como os homens. Porém, no filme ela termina sozinha e não há espaço para romance, a não ser uma leve admiração platônica por Hannibal. O fato da atriz Jodie Foster ser lésbica na vida real entrega o objetivo do filme, em construir não só que Clarice é superior devido sua profissionalismo, como também pelo seu desinteresse total pela sexualidade e universo masculino.
No livro, Clarice apesar de tudo encontra um amor heterossexual, ao terminar a história com o técnico de laboratório. Então no livro, Clarice representa a mulher profissional moderna, casada com seu trabalho e que possui um profundo amor pela ciência. Ela é a mais capaz de pegar o assassino, pois ela não perde seu foco em pessoalidades e com próprio ego como os homens. Porém, no filme ela termina sozinha e não há espaço para romance, a não ser uma leve admiração platônica por Hannibal. O fato da atriz Jodie Foster ser lésbica na vida real entrega o objetivo do filme, em construir não só que Clarice é superior devido sua profissionalismo, como também pelo seu desinteresse total pela sexualidade e universo masculino. Ou seja, o filme alterou a sexualidade de Clarice para lésbica para fazer mais sentido.
Focando apenas no filme, é notável que a película está abordando um mundo completamente masculino, em termos de pensamento e psiquê, que está ruindo. Em sua substituição, mulheres fortes estão surgindo e roubando o lugar comum dos homens, seja no trabalho ou na representação geral da sociedade. Isso gera um certo desconforto dos homens, que hora a desacreditam, como a maioria dos policiais, ou outras simplesmente a sexualizando, como quando o prisioneiro joga sêmen em seu rosto. A verdade, é que a sociedade não estava preparada ainda para o protagonismo de uma mulher, quanto mais lésbica, e que ela poderia segurar um filme de suspense e ação sem recorrer a nenhum arquétipo feminino, nem mesmo o da "lady in distress" típico ao gênero policial.
Obviamente a o filme queria explorar o fato de que ao ganhar a Guerra Fria, os Estados Unidos iam ser obrigados a ser uma nação mais democrática, incluindo os direitos femininos. Logo, as mulheres passariam a ocupar não só mais espaço, como locais mais importantes como de chefia, algo que obviamente desperta o ódio dos homens, seja os colegas de trabalho, ou do próprio serial killer. Se repararmos bem, ela só consegue pegar o assassino pois ele, como todos os outros homens, subestimou a capacidade de Clarice, e ao invés de simplesmente matá-la, fica brincando com ela na cena do escuro para reafirmar sua superioridade.
O título da história também contém uma referência filosófica e política, que muito se relaciona com as diferenças no final do livro para o filme. Quero me concentrar na noção de "lamb", no português "cordeiro". "Contar cordeirinhos" é uma metáfora para quando a pessoa está tentando dormir ou dormindo e com a mente focada no mais vazio possível. A metáfora que Harris queria construir é desconfiar da noção de "bom moço", herói ou heroína; onde Clarice ao ser uma "cordeirinha" do FBI pode até dormir um sono orgulhoso, mas que perde a curva dos interesses escusos do jogo institucional e político. Clarice pegou o assassino e acabou com a "ameaça" do assassino trans, mas ao fazer reforçou o poder oficial e o status quo do FBI. Mas isso não a livra de estar se iludindo, dado que depois em Hannibal (2001) um fracasso a coloca em questionamento, onde ninguém se lembra de seus méritos.
Assim, a ideia de "cordeiro" ou "inocentes" do título, é de certa forma uma metáfora de todas as pessoas, de toda a população, que dorme tranquila enquanto está alheia dos principais acontecimentos da política que são noticiados, imagine então daqueles que não o são. Na trama se opera o contrário do que Ortega y Gasset explorou em Rebelião das Massas: não é uma tirania da maioria que controla o indivíduo, mas sim uma minoria de pessoas, políticos, militares e empresários, com seus desejos e vontades pessoais, que governam todas as pessoas, independente da opinião delas.
Entretanto, é notável que a história do filme termina mal acabada, como se faltasse algo que nos deixa querendo mais, algo que o livro deixa mais bem acabado. Mas, por sua vez, o filme deu um caráter mais político e verossímil para o período histórico retratado, tornando a narrativa menos fútil entre o profissionalismo e o romance, e focando em umas aspecto geral de que a sociedade não está preparada para lidar com pessoas diferentes, principalmente em termos sexuais.
No final, a tensão não se realiza, e Hannibal não ataca Clarice, dando a sensação aos espectadores de que o grande serial killer não era tão mal assim, dando uma outra perspectiva daquilo que vimos em Manhunter sobre o personagem. Na verdade, de maneira geral, a perspectiva que a história de Clarice nos dá sobre Hannibal, foge totalmente da visão que William Graham tinha do serial killer. E se lembrarmos que o Graham do livro era um símbolo de masculinidade fraca, que fugia do serial killer deixando sua esposa e filho para trás, entendemos melhor como se destoa da força de Clarice e mais: desconfiamos que a sociedade é mais doente que Hannibal.
Em termos técnicos, Silêncio dos Inocentes é um filme ambíguo. A direção do filme é bem fraca, diria até problemática, dando a impressão que o filme poderia ser melhor e só não alçou mais pelo fato do diretor utilizar de técnicas muito batidas e até mesmo televisivas demais. Já a fotografia do filme é bem boa, sabendo capturar bem o aspecto noir dos contos de Harris, focando entre tons de luz e cores para dar as transições do filme. Como na genial parte que Clarice estoura o cativeiro de Bufallo Bill ele apaga as luzes, transitando para uma perspectiva em visão noturnal sensacional, minha parte favorita do filme. A atuação de Jodie Foster e Hopkins é fantástica também, sendo em grande parte a química entre os dois atores aquilo que alçou mais o filme com o público. Os cenários, roupas e itens do filme são bem pensados também, dando a ideia que o filme se fez nos detalhes.
Com certeza um clássico dos anos 90, um pouco superestimado pela academia em sua premiação e reconhecimento, mas com certeza um filme clássico que merece entrar para sua lista.
História e bastidores do filme
Antes do lançamento do romance Silence of the Lambs, a Orion Pictures fez uma parceria com Gene Hackman para adaptá-lo para o cinema. Com Hackman definido para dirigir e possivelmente estrelar como agente do FBI Jack Crawford, negociações foram feitas para dividir o custo de US $ 500.000 de direitos entre Hackman e o estúdio.
Os produtores também tiveram que adquirir os direitos do personagem Lecter, que pertenciam ao produtor de Manhunter, Dino De Laurentiis. Devido ao fracasso financeiro de Manhunter, De Laurentiis emprestou os direitos a Orion de graça. Em novembro de 1987, Ted Tally foi trazido para escrever a adaptação; Tally se cruzou com Harris muitas vezes, com seu interesse em adaptar O Silêncio dos Inocentes originado de receber uma cópia antecipada do livro de Harris.
Quando Tally estava na metade do caminho com o primeiro rascunho, Hackman retirou-se do projeto e o financiamento caiu. No entanto, o co-fundador da Orion, Mike Medavoy, encorajou Tally a continuar escrevendo enquanto o estúdio cuidava do financiamento e procurava um diretor substituto. Orion procurou o diretor Jonathan Demme para comandar o projeto. Com o roteiro ainda não concluído, Demme assinou após ler o romance. A partir daí, o projeto se desenvolveu rapidamente; Tally disse: "[Demme] leu meu primeiro rascunho pouco depois de ter terminado, e nos conhecemos, então fiquei assustado com a velocidade das coisas. Nos conhecemos em maio de 1989 e estávamos filmando em novembro. Eu não me lembro de nenhuma grande revisão.
Jodie Foster estava interessada em interpretar a agente do FBI Clarice Starling logo após ler o romance. No entanto, apesar do fato de foster ter acabado de ganhar um Oscar por sua atuação em The Accused (1988), Demme não estava convencida de que ela estava certa para o papel. Tendo acabado de colaborar em Married to the Mob (1988), a primeira escolha de Demme para o papel de Starling foi Michelle Pfeiffer, que recusou, mais tarde dizendo: "Foi uma decisão difícil, mas fiquei nervosa com o assunto". Ele então se aproximou de Meg Ryan, que recusou também por seus temas horríveis, e depois Laura Dern, de quem o estúdio estava cético como não sendo uma escolha bancária. Como resultado, Foster foi premiada com o papel devido à sua paixão pela personagem.
Para o papel de Lecter, Demme originalmente se aproximou de Sean Connery. Depois que Connery recusou, Anthony Hopkins foi oferecido o papel baseado em sua atuação em O Homem Elefante (1980). Quando o agente de Hopkins lhe disse que um roteiro estava a caminho intitulado O Silêncio dos Inocentes, Hopkins respondeu: "É uma história infantil?" Hopkins ligou para seu agente de volta depois de ler as primeiras 10 páginas, dizendo: "Esta é a melhor parte que eu já li", depois jantou com Demme e aceitou o papel.
Outros atores considerados para o papel foram Al Pacino, Robert De Niro, Dustin Hoffman, Derek Jacobi e Daniel Day-Lewis. Forest Whitaker afirmou que também fez um teste para o papel. A máscara que Hopkins usava tornou-se um símbolo icônico do filme. Foi criado por Ed Cubberly, de Frenchtown, Nova Jersey, que havia feito máscaras para goleiros da NHL.
Hopkins criou sua interpretação de Lecter baseada na voz do HAL 9000 como dublado por Douglas Rain em 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Kubrick, bem como a cadência vocal do escritor Truman Capote; ao contrário da crença, em uma entrevista à GQ em 2021, Hopkins afirmou que não havia baseado a cadência vocal de seu personagem na de Katharine Hepburn, e que a decisão de interpretar Lecter como ainda e sem piscar não havia sido tomada depois de Charles Manson. Hopkins estava inicialmente com medo de falar com Foster, sabendo que ela tinha acabado de ganhar um Oscar.
Gene Hackman foi escalado para interpretar Jack Crawford, o agente encarregado da Unidade de Ciência Comportamental do FBI em Quantico, Virgínia, mas ele achou o roteiro muito violento. Scott Glenn foi então escalado para o papel. Em preparação para o papel, Glenn se encontrou com John E. Douglas. Douglas deu a Glenn uma visita às instalações de Quantico e também tocou para ele uma fita de áudio contendo várias gravações que os serial killers Lawrence Bittaker e Roy Norris tinham feito de si mesmos estuprando e torturando uma menina de 16 anos. De acordo com Douglas, Glenn chorou enquanto ouvia as gravações, e até mudou sua posição liberal sobre a pena de morte.
As filmagens ocorreram principalmente em Pittsburgh, Pensilvânia, com algumas cenas filmadas no norte da Virgínia Ocidental. A casa vitoriana em Perryopolis, Pensilvânia, usada como casa de Buffalo Bill no filme, foi vendida em agosto de 2015 por US$ 300 mil. A casa ficou no mercado por quase um ano, antes de finalmente ser vendida por US $ 195.000. O exterior do Centro Ocidental perto de Canonsburg, Pensilvânia serviu como cenário para o Hospital Estadual de Baltimore para os Criminosos Insanos. No que foi um raro ato de cooperação na época, o FBI permitiu que cenas fossem filmadas na Academia do FBI em Quantico; alguns funcionários do FBI até agiram em partes bit.
O design para o porão e poço usado por Buffalo Bill foi inspirado nos sequestros e assassinatos da vida real realizados por Gary M. Heidnik.
A trilha sonora de The Silence of the Lambs foi composta por Howard Shore, que também iria colaborar com Demme na Filadélfia. Gravada em Munique durante a segunda metade do verão de 1990, a partitura foi executada pela Orquestra Sinfônica de Munique. "Eu tentei escrever de uma maneira que vai direto para o tecido do filme", explicou Shore sobre sua abordagem. "Eu tentei fazer a música apenas se encaixar.
Thomas Harris, autor da saga dos livros de Hannibal |
Quando você assiste o filme você não está ciente da música. Você recebe seus sentimentos de todos os elementos simultaneamente, iluminação, cinematografia, figurinos, atuação, música. Jonathan Demme foi muito específico sobre a música. A editora de música era Suzana Peric. Um álbum de trilha sonora foi lançado pela MCA Records em 5 de fevereiro de 1991. A música do filme foi mais tarde usada nos trailers de sua sequência de 2001, Hannibal.
Além da partitura de Shore, gravações de música popular são usadas com destaque no filme. Isso inclui música pós-punk britânica, como a canção "Hip Priest" de The Fall, que pode ser ouvida tocando durante a cena climática em que Starling entra na casa de Buffalo Bill.
No filme Clarice não é realmente mostrada como tendo um temperamento forte. Ela é muito motivada, mas não é hostil. Mesmo quando ela é confrontada com escória e vilania, ela normalmente deixa para lá.
No livro, Clarice é muito mais conflitiva. Ela fica com raiva muito rapidamente e não tem medo de apontar seus sentimentos para os outros. A maior parte desse comportamento vem de sua posição frustrante em um campo dominado por homens. Ela jura muitas vezes, ela deseja mal aos outros, e ela não tem medo de falar de volta para Hannibal Lecter.
O filme é muito fiel aos acontecimentos do romance, mas condensa grande parte da jornada e senso de aventura do romance. No filme, Clarice é retratada como uma agente de crack. Ela normalmente prega tudo o que ela tenta, ela encontra pistas ela mesma, ela responde pistas e mensagens enigmáticas - realmente, ela basicamente faz tudo sozinha.
Na novela, Clarice recebe muito mais ajuda. Enquanto o filme nos diz que Clarice está em treinamento, isso realmente não mostra isso. O livro Clarice recebe muito mais ajuda daqueles ao seu redor, particularmente Jack Crawford. Crawford aponta Clarice na direção certa em mais do que algumas ocasiões importantes.
O Silêncio dos Inocentes é uma sequência direta do livro Red Dragon, de Thomas Harris. No entanto, cada referência ao Dragão Vermelho foi explorada para o filme, permitindo que ele se destacasse por conta própria. Enquanto Red Dragon foi adaptado por Michael Mann e lançado sob o título Manhunter em 1986, ele não tem nenhuma relação com O Silêncio dos Inocentes. Todas as referências a Will Graham (o protagonista de Dragão Vermelho) foram omitidas do filme. Em um caso em particular, Hannibal faz referência ao rosto grotesco e cortado de Will - um produto de sua própria criação - para atormentar Clarice.
Se O Silêncio dos Inocentes tem uma falha, é que o terceiro ato parece um pouco apressado. Em vez de seguir Crawford em sua aventura, o filme simplesmente relega-o a um rápido diálogo para explicar como ele descobriu o serial killer Buffalo Bill. No romance, Crawford visita o Dr. Danielson, o chefe da Clínica de Identidade de Gênero da Johns Hopkins.
Isso é importante para a história, mas também para o retrato de pessoas transgênero dentro da história. O filme ganhou algum calor por seu retrato aparentemente negativo de indivíduos transgêneros, mas o romance esclarece esse equívoco com o discurso apaixonado de Danielson. Este discurso, é claro, foi omitido do filme.
Por mais fiel que o Silêncio dos Inocentes seja, o final é realmente um pouco diferente no romance. No filme, Hannibal foge para algum lugar exótico, chama Clarice, e declara que ele vai comer Chilton antes de desligar e se misturar com a multidão.
Esse aspecto de "misturar-se" é feito um pouco melhor (e mais assustador) no livro. Hannibal foge para St. Louis, começa o processo de alterar sua aparência com cirurgia plástica, e escreve um telegrama para Clarice.
Outra grande omissão do final do filme é a presença de Pilcher. Pilcher é um dos cientistas que Clarice encontra depois de levar o casulo de mariposa para o Smithsonian. Ele dá em cima dela, Clarice aparentemente o afasta, e é isso.
Na novela, Clarice gosta um pouco mais de Pilcher e acaba dormindo com ele no final da história. Dormindo, é claro, no "silêncio dos cordeiros".
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