Carol acorda na manhã seguinte ao surto e começa a cavar uma cova para Helen em seu quintal, mas a tarefa se mostra difícil. Zosia chega e se apresenta como representante da mente coletiva.
Pluribus está disponível oficialmente na Apple TV e no Amazon Prime
Confira aqui a análise do primeiro episódio
Confira aqui a análise do episódio 3
Curiosamente, eu gostei mais desse episódio do que do próprio piloto da série. Acredito ser por finalmente sair da premissa e de fato desenvolver as tramas apresentadas. A introdução do plot da assistente do governo é muito bom. Desde de seu nome "Zosia", que parece uma referência a sósia, ou seja, uma cópia dos outros, da mentalidade coletiva no caso.
Em Tânger, também devastada pelo surto do vírus vemos a origem da personagem. Uma jovem desgrenhada, que é Zosia, ajuda a se desfazer dos corpos antes de pegar um avião para Albuquerque.
De volta ao plot principal, Zosia oferece a Carol uma garrafa d'água, que ela despeja. Carol percebe que Zosia se parece muito com Raban — o interesse amoroso masculino de seus romances de Wycaro — originalmente concebido como mulher, algo que só Helen sabia. Zosia diz que o coletivo sabe disso porque Helen se juntou a eles antes de morrer. Ou seja, Zosia foi escolhida pela mentalidade coletiva por eles acharem que Carol acharia ela bonita, e logo daria uma chance para ouvir ela. Indignada, Carol os repreende por falarem em nome de Helen depois de tê-la matado; Zosia repentinamente começa a ter convulsões.
Aqui entra um contraponto interesse ao piloto da série: se por um lado a mentalidade coletiva tem ao seu favor saber tudo sobre Carol, Carol tem a vantagem de, ao demonstrar que está muito insatisfeita com algo, fazer eles bugarem. Todos os contaminado começam a passar mal se atacados com sentimentos hostis demais.
Reparem como as coisas mudam um pouco aqui. No primeiro episódio, a ideia era a mentalidade coletiva como uma grande ameaça pelo conservadorismo da ideia. Agora, de certa maneira há uma positividade tóxica por trás da metáfora, onde a mentalidade coletiva pode ser tanto algo de direita como de esquerda.
Carol sai dirigindo em busca de ajuda, mas para em um canteiro de obras onde todos estão igualmente apáticos, apenas para despertarem logo em seguida. Carol retorna para casa, encontra Zosia desaparecida e liga para o número que viu na televisão para permitir que o coletivo a envie de volta. Zosia retorna, explicando que a raiva de Carol perturbou a mente coletiva e matou muitos, horrorizando Carol. Vendo o cansaço de Carol, Zosia termina a cova usando uma escavadeira, que é trazida por um helicóptero. Ao cair da noite, Carol exige falar com os outros sobreviventes não infectados que falam inglês.
Zosia organiza um encontro entre os sobreviventes de língua inglesa no Aeroporto de Bilbao. Carol encontra quatro deles, cada um de nacionalidade diferente e acompanhado por parentes infectados, enquanto o quinto, um mauritano chamado Koumba Diabaté, chega no Air Force One e leva uma vida hedonista com um harém de modelos. O grupo se reúne a bordo do avião, onde Carol percebe que os outros estão satisfeitos e não consegue convencê-los de que a mentalidade coletiva é antiética.
Essa ideia do grupo dos não contaminados ficou parecendo uma metáfora dos BRICS, tanto pelos grupos étnicos escolhidos para formar a composição do elenco, como na ideia (estadunidense, é claro) que supostamente o grupo dos países em desenvolvimento se beneficiaria com o caos dos Estados Unidos.
Aqui, em uma composição que parece remeter a encontros como G7, temos uma cena que parece muito uma tentativa de representar a interação dos Estados Unidos com os países do BRICS, onde Carol seria uma representação de Trump. É preciso lembrar que Carol se beneficiava do caos do mundo anterior, do mundo normal, e ainda assim também não gostava muito da vida que levava. Agora, por mais que seja uma situação de ficção científica, onde há realmente um vírus, ela advoga pelo retorno da normalidade apenas por individualismo. Entretanto, como há realmente uma ameaça no universo da série, ela parece a única pessoa realmente sensata.
Durante um almoço ao ar livre organizado por Koumba, Zosia insiste para Carol que a colmeia (que para quem conhece o universo Resident Evil sabe que é uma referência a Umbrella) não é violenta e que assimilar outros seres é um mero imperativo biológico, mas admite que mais de 886 milhões de pessoas morreram ao longo da infecção mundial. Carol fica horrorizada ao saber que a perturbação que ela causou inadvertidamente matou outras 11 milhões. Carol sai furiosa, mas tropeça e cai; quando Zosia e os outros oferecem ajuda, ela grita com eles e desencadeia outra convulsão global.
Na manhã seguinte, os outros sobreviventes, com exceção de Koumba, partem. Koumba planeja voar para Las Vegas com Zosia. Ele quer que Zosia seja sua escrava sexual, mas pede a permissão de Carol, já que a colmeia não pode decidir por ela. Repugnada, Carol se choca com o fato que basta a decisão dela para se Zosia ser escreva sexual, se ela disser sim, Zosia irá. desiste e vai embora. Ao ver Zosia embarcar no avião de Koumba, Carol muda repentinamente de ideia e corre para impedir a decolagem. Ou seja, tá apaixonadinha. Um episódio mais ideológico, mas ao mesmo tempo que diz mais ao que veio do que o primeiro.





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