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Arquivo X - "Lazarus" (1x15): Análise e curiosidades do décimo quinto episódio da primeira temporada

 


Escrito por Alex Gansa e Howard Gordon (criadores de Homeland), dirigido por David Nutter, e contou com participações especiais de Cec Verrell e Christopher Allport. O episódio é uma história de "Monstro da Semana". Dana Scully ajuda um colega agente do FBI, Jack Willis, a perseguir os violentos assaltantes de bancos Warren Dupre e Lula Phillips. Após uma denúncia anônima, os dois agentes encurralaram Dupre durante uma tentativa de assalto. Dupre atira em Willis com uma espingarda, mas ele mesmo é baleado por Scully. Dupre morre, mas Willis é eventualmente revivido; no entanto, o corpo de Dupre é visto reagindo aos choques dos desfibriladores usados em Willis. Willis acorda alguns dias depois, mas agora tem uma personalidade mais sinistra.

Disponível na Star+ e na Rede Brasil as sextas-feiras, 21h


Veja aqui a análise do episódio anterior, 1x14 "Gender Bender"



Crítica do episódio 


Esse episódio tem até a temática interessante, mas foi completamente estragado pelo pitaco da Fox. O episódio seria perfeito se sua ideia inicial, de Mulder ser quem tem sua personalidade alterada. Mas com um amigo de Scully aparecendo do nada com ela em uma cena desconexa no banco no início do episódio, sem explicar onde está Mulder, para então vermos o cara ser salvo por ela, virar de personalidade e sequestrar ela, sendo que os dois já tiveram um envolvimento, foi uma das soluções e desenrolares de série mais bizarros que já vi. 



Se o plot tivesse seguido com Mulder faria sentido, para acreditadores e céticos. Significariam simplesmente que Mulder, ao quase passar por experiência de morte, ficou niilistas e revelou seu ponto de vista sobre as coisas. O final, de sequestrar Scully, também não seria tão estranho, já que ele claramente gosta dela. 


Ao decidir pela escolha do "amigo/ ex-namorado", parece que a Fox estimulou uma visão de "aaa que bonitinho, um relacionamento abusivo", algo que nem sem porque se decidiu que parecia legal na época. 



Outro detalhe é a tese paranormal que rege o episódio: pura balela tirado da cabeça de alguém meio retardado, forçada na marra no episódio com estética de critério científico. 



A ideia de que ao morrer um espírito pode encarnar no corpo de alguém, fora ser meio sem graça, foi vendida no episódio com Mulder e Scully procurando um cientista da Universidade de Maryland. Só que além de esse ser um personagem "fonte" que nunca mais seria consultado, obviamente a ouvir tal teoria o cientista deveria refutar tal loucura, não estimular a mentalidade pseudocientífica, pois "é possível". 



É interessante ver a reação de Mulder ao sequestro de Scully, demonstrando um grande preocupação pela parceira. Mas o elemento do sequestro em si é ruim, diria até machista. Esse episódio de uma leva de episódios que vão sequestrar Scully como solução do episódio. 


É compreensível o motivo. Como a atriz, Gillian Anderson, é realmente uma ruiva muito atraente, ainda mais nessa época da série, muitos roteiristas começaram a colocar plots meio BDSM para explorar a atriz em situações de perigo por isso parecer sexy, um recurso usado em muitos animes. Só que além de soar um recurso meio de tarado, é uma coisa que explora a a atriz de forma meio machista, dentro de uma imaginação meio limitada de sexualidade. 



Até é interessante a proposta dos roteiristas em criar uma ideia de que em uma profissão tão violenta, é difícil não se traumatizar e se contaminar com tal gosto pelo poder. Entretanto, isso não salva o episódio, sendo um dos piores da temporada até aqui, onde a metáfora paranormal do episódio simplesmente não foi feita, podendo ser o episódio de qualquer série genérica.   


História por trás do episódio


Na trama original do episódio, Dupre deveria ter pulado no corpo de Mulder. Havia, no entanto, uma crença na época de que nem Scully nem Mulder deveriam experimentar diretamente tais fenômenos; Fox e o estúdio argumentaram contra a ideia de usar Mulder de tal forma. Com mais do que um pouco de relutância, os produtores concordaram em fazer a mudança. Como o escritor Howard Gordon mais tarde lembrou: "Queríamos que Mulder experimentasse a mudança de alma". 



Eventualmente, no entanto, a postura da Fox foi alterada; mais notavelmente, no episódio da sexta temporada, "Dreamland", quando a consciência de Mulder é trocada com o agente do governo Morris Fletcher. 


Gordon finalmente passou a acreditar que a decisão final era quase certamente para melhor e viu o benefício de apresentar o ex-namorado de Scully, pois proporcionou uma oportunidade bem-vinda de mergulhar em sua história de antes da série. 



A cena de abertura do assalto ao banco foi filmada em Vancouver, onde a atuação de Jason Schombing levou alguns espectadores a acreditar que o roubo era real. Filmagens interiores no porão de Dupre foram filmadas em um prédio de apartamentos revestido de amianto, onde um tradutor foi obrigado a interagir com os inquilinos majoritariamente asiáticos. 


Este episódio apresenta a primeira de várias ocasiões em que Scully é sequestrada. Seu aniversário, 23 de fevereiro, é revelado pela primeira vez neste episódio; Embora o ano de seu nascimento, 1964, não fosse estabelecido até o episódio da segunda temporada "One Breath". 


Comentários

  1. Análises são boas mas puramente fundadas no ceticismo, oq não condiz com a proposta da serie q é justamente pautar o conceito paranormal.

    Além disso existe cientistas religiosos suficiente pra afirmar q a maioria deles quer e/ou tenta provar fenomenos sobrenaturais..

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    Respostas
    1. Leandro, você está viajando. Existem outras correntes analíticas para além do ceticismo. Acontece que aqui na redação há céticos e estoicos. Se quiser ler os textos estoicos, leia minhas análises da série, como a última do episódio analisado, Shapes

      Excluir

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