A música brasileira é marcada por uma riqueza estética, cultural e histórica que atravessa gerações. Do samba e bossa nova à MPB, rock e rap. Selecionar os “maiores álbuns” desse universo é tarefa difícil, afinal, critérios como gosto pessoal, impacto cultural, inovação sonora, influência em outros artistas e relevância ao longo do tempo variam muito. No entanto, com base em listas especializadas, votações de críticos e a influência de cada obra, este artigo reúne 20 álbuns imprescindíveis que ajudaram a construir a identidade da música brasileira
A seguir, confira os álbuns (em ordem alfabética para evitar hierarquia além da inevitável) com uma breve justificativa para cada escolha.
1 - A Tábua de Esmeralda (1974) – Jorge Ben Jor
Um dos trabalhos mais experimentais e espirituais de Jorge Ben, com influências de esoterismo, groove e samba-funk; permanece influente.
2 - Acabou Chorare (1972) – Novos Baianos
Fusion de samba, rock, baião e psicodelia — um dos discos mais inventivos do Brasil, que encapsula um espírito de liberdade musical e cultural no início dos anos 70.
3 - Alucinação (1976) – Belchior
Disco introspectivo, melodioso e poético, que marcou uma geração e permanece influente.
4 - Ary Caymmi / Dorival Barroso: Um Interpreta o Outro (1958)
Um encontro de gigantes que sintetiza a alma da música brasileira do século XX. Nesse álbum, Ary Barroso e Dorival Caymmi interpretam as obras um do outro, trocando não apenas canções, mas visões de mundo. A elegância urbana de Ary — marcada por sambas cheios de humor e nacionalismo — se mistura à poesia litorânea e intimista de Caymmi, criando um diálogo raro entre o Brasil do asfalto e o Brasil do mar. É uma celebração mútua de dois compositores que ajudaram a definir o que entendemos por “brasilidade” na canção popular.
5 - Cabeça Dinossauro (1986) – Titãs
Marcante para o rock nacional dos anos 80. Agressivo, crítico, reflexo de uma geração que emergia após a ditadura.
6 - Cartola (1976) – Cartola
Um dos discos mais emocionantes do samba, gravado por um dos mestres do gênero, revelando riqueza lírica e melódica.
7 - Chega de Saudade (1959) – João Gilberto
Considerado o marco de fundação da bossa nova, esse álbum redefiniu o samba-canção e influenciou gerações inteiras no Brasil e no exterior.
8 - Clube da Esquina (1972) – Milton Nascimento & Lô Borges
Uma obra-prima da MPB que mistura influências do rock progressivo, do jazz e da música regional mineira, e que foi eleita o melhor álbum brasileiro de todos os tempos em levantamento com 162 especialistas.
9 - Construção (1971) – Chico Buarque
Disco que mistura crítica social, arranjos sofisticados e letra de alta densidade — é um dos pilares da MPB comprometida com a realidade brasileira.
10 - Da Lama ao Caos (1994) – Chico Science & Nação Zumbi
Representante da cultura nordestina, do manguebeat, e um dos marcos da inovação musical brasileira dos anos 90.
11 - Elis & Tom (1974) – Elis Regina & Tom Jobim
Encontro de dois gigantes da música brasileira — requinte, interpretações poderosas, letras e composições de altíssimo nível.
12 - Expresso 2222 (1972) – Gilberto Gil
O nome Expresso 2222 dá-se em homenagem a um trem pego por Gil para sair de sua cidade natal em direção a Salvador. O álbum, lançado em 1972, marca o retorno de Gil ao Brasil após um exílio de três anos em Londres.
13 - Fruto Proibido (1975) – Rita Lee & Tutti Frutti
Pop/rock com atitude feminina e experimentalismo inteligente — um álbum que muitas vezes é menos citado, mas extremamente importante.
14 - Krig‑ha, Bandolo! (1973) – Raul Seixas
Disco emblemático do rock brasileiro, simbólico para o “maluco beleza” e para quem queria romper barreiras.
15 - Secos & Molhados (1973) – Secos & Molhados
Um disco que transformou o rock/pop brasileiro com teatralidade, maquiagem, estética visual e canções que continuam icônicas.
16 - Sobrevivendo no Inferno (1997) – Racionais MC’s
Hip-hop brasileiro de protesto que levou a periferia ao centro do debate cultural nacional — uma obra de impacto social e musical.
17 - Stone Flower (1970) – Antônio Carlos Jobim
Trabalho instrumental/MPB refinado de Jobim, combinando samba, jazz e música de câmara; um clássico muitas vezes esquecido pelas listas mais populares.
18 - Tim Maia Racional (1975) – Tim Maia
O álbum foi ignorado pela crítica especializada na época do seu lançamento e apresentou vendagem inexpressiva, muito em função de seu baixo apelo comercial. Com o passar dos anos, apesar das tentativas de Tim de apagar o disco da memória popular - com destruição ativa do material, além de proibição de relançamento e desencorajamento de regravações, o álbum passou a ser alvo de um status cult, com os discos de vinil originais tornando-se raros e caros.
19 - Transa (1972) – Caetano Veloso
Mix de MPB, rock, reggae e música internacional, fruto de seu exílio em Londres — símbolo de reinvenção artística.
20 - Tropicália ou Panis et Circencis (1968) – Vários artistas
Coletânea seminal que marcou o movimento tropicalista, reunindo artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes. Uma quebra de paradigmas na música brasileira.
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