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Arquivo X - "Fire" (1x12): Análise e curiosidades do décimo segundo episódio da primeira temporada


Episódio escrito por Chris Carter e dirigido por Larry Shaw, com aparições de Mark Sheppard e Amanda Pays. Episódio "monstro da semana". Em Bosham, na Inglaterra, um homem diz adeus para sua esposa antes de ir para o trabalho, mas de repente, ele pega fogo aparentemente de maneira espontânea perante sua família. Mulder e Scully então são visitados por uma detetive da Polícia Metropolitana da Inglaterra, que estudou em Oxford junto com Mulder. Episódio inspirado no filme Firestarter (Chamas da Vingança1984) uma adaptação de Stephen King dirigida por Mark L. Lester 

Disponível na Star+ e parece que a Rede Brasil voltou a passar o seriado corretamente, sendo exibido agora as sextas - 21h




Sua família e os funcionários da casa incluindo o jardineiro, Cecil L'Ively, que assistem ele queimando até a morte em frente a varanda. 


Mais tarde, Washington, D.C., Fox Mulder e Dana Scully se encontram com Phoebe Green, que explica que tem um incendiário a solta, e ele tem como alvo a aristocracia britânica,  queimando suas vítimas vivas, não deixando nenhuma evidência. 



Mulder e Scully visita um especialista em pirotecnia que disse que apenas combustível de lançamento teria temperatura o suficiente para destruir as evidências em sua origem. 


Mulder fala para Scully que Green e ele tem um relacionamento difícil, e que ela quer jogar um "jogo mental", explorando seu medo patológico por fogo.


Vemos que L'Ively matou um cuidador e assumiu sua identidade. Ele cumprimenta a família Marsden, enquanto eles chegam nas férias em Cape Cod. Ele imita um sotaque americano e fica amigo da família dos Marsden, e se oferece para comprar xarope na farmácia. Enquanto sai, ele queima um bar por diversão. 


L'Ively é recrutado para ser motorista da família em Boston na noite da festa em um hotel de luxo. Mulder voa até Boston com Green, querendo montar uma armadilha para o suspeito. Scully continua trabalhando no perfil do assassino. 


Mulder e Green dançam durante a festa e depois se beijam. Scully chega no hotel e os vê. Ela também vê L'Ively no lobby, olhando para ela. Um alarme de incêndio começa a tocar na sala dos Marsdens onde as crianças ficaram juntas. Mulder tenta resgatar as crianças mesmo com medo e muita fumaça. 



Crítica do episódio


Uma das coisas mais interessantes do episódio é a ideia de combustão espontânea, uma ideia refutada pela ciência, mas que a cultura popular acredita enquanto lendas locais, explicando o fator "x" do episódio do incendiário.  Chris Carter queria trazer um pouco de background para a história de Mulder, e pensou em fazer isso trazendo uma antiga namorada de Mulder, mais ou menos, da mesma maneira que escreveram todo um arco de um namorado de Scully antes, mas que não foi ao ar. Ele disse que sempre quis fazer uma detetive mulher que fosse da Scotland Yard.


Já Robert Goodwin disse que sentiu que o episódio foi bem difícil de fazer. Qualquer tipo de efeito com fogo é mais difícil de ser realizado, especialmente pois eles queriam que soasse real e bom. 


O episódio contou com um clima de ciúmes o tempo todo. Scully queria focar no seu trabalho de elaborar um perfil do assassino para que eles pudessem pegar o cara. Mulder, preocupado com a opinião da sua antiga colega, perdeu o foco do episódio. Afinal, como ele acredita, a teoria da "combustão espontânea", algo nunca comprovado cientificamente, serve como resposta. Mas obviamente se há uma série assassinatos com fogo e idênticos, estamos falando de um assassino, claro.


Além do ciúme e da tensão em relação a Phoebe, o episódio joga no ar que a polícia britânica é praticamente segurança de porta da aristocracia, sendo um pouco "feio" por parte do episódio esse nível de obviedade querer criticar a Inglaterra e sua cultura. Algo tipicamente nacionalista. Mas foi interessante por ressaltar a tensão sexual entre Mulder e Scully pela contradição: Se Scully se importa, ela tem interesse. 


Foi interessante ver Scully lutando e estudando quase tudo sozinha do caso. Foi bem tenso ver a amiga de Mulder em clima com outro cara no fim do episódio. Acho que ela ficou bem "queimada". Foi bom também ver Scully com ciúmes da "outra". Como diria o incendiário no fim do episódio "vocês não podem combater fogo com fogo", e isso fica claro na relação com a amiga de Mulder. Afinal, quando estamos estressados, estamos "inflamados". Por fim, depois de ver que a relação era "crash and burn", Mulder promete não conversar com sua amiga, e por fim, Scully faz seu relatório comentando o destino do suspeito, que tentou matar um senador em Massachusetts. 

 


Chris Carter disse que o episódio foi popular de diversas maneiras mas poderia ter sido ainda melhor. 



Scully com método conseguiu se sobressair e acertar em cheio o perfil. Green havia errado e liberado o suspeito por ele ser "da casa", mostrando essa relação próximo entre os protegidos e aqueles que são atacados, que pode ser refletida como uma forma de elitismo mesmo. Uma coisa meio "Casa Grande e Senzala", que os ingleses teriam por causa da cultura e costume monárquico.  


A metáfora do fogo é para dizer que Mulder gostava de relação antes com mulheres "perigosas", já que a detetive estava mais preocupada em flertar e constranger do que investigar. Também que a filosofia de acreditar de Mulder faz ele perceber maldade nas coisas. Por último, que Scully tem certo ciúme incendiário. 


É aquela velha mania "Lady Heather" (para quem é fã de CSI) de apenas trazer alguém para "esquentar" pela disputa, já que não pode desenvolver os personagens de cara... Então, todo o trabalho ficou em cima de Scully, que parecia estar mais ligada no cenário maior, queria desde o início acertar no perfil para passar para o próximo caso. A metáfora de relação foi interessante, mas tornou meio leviano o desenrolar do caso e do caso em si.


A produção e os bastidores por trás do episódio


Devido a natureza do episódio, foi necessária muita técnica para realizar os efeitos de fogo. O único ferimento mais grave foi em David Duchovny, que queimou sua mão, deixando uma marca permanente. Uma curiosidade desse episódio é a amiga de Mulder, a detetive inglesa. O personagem de Phoebe Green foi considerada para voltar, mas acabou sendo uma participação de apenas um episódio. 


As cenas exteriores foram gravadas no hotel Venable Plaza Hotel, em Vancouver, que por coincidência foi reconstruído depois de um grande incêndio. 


Os interiores foram usados para os efeitos de fogo com os dublês em um estúdio construído para parecer com o interior do hotel. Alguns imagens de arquivo foram usadas para estabelecer um modelo de comparação. As cenas exteriores da mansão do começo do episódio foram filmadas em Vancouver, em uma mansão que já havia sido utilizada em outro episódio, "O Demônio de Jersey"(1x5: The Jersey Devil)O episódio foi ao ar dia 17 de dezembro de 1993.




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