Um cientista brilhante, mas egoísta, traz uma criatura monstruosa à vida em um experimento ousado que, em última análise, leva à ruína do criador. Dirigido por Guillhermo del Toro
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Este filme foi uma grata surpresa. Apesar de ser adaptação de um livro clássico com mais de um século, que já possui uma adaptação para o cinema clássica, o Frankenstein de 1931 (já analisado aqui no blog); o filme de del Toro conseguiu ir além. Eu poderia dizer que essa é (quase) a adaptação definitiva do livro.
Por que é exatamente esse que foi seu diferencial: o filme realmente usou o livro como referencia, sendo muito mais fiel ao que o livro queria dizer originalmente, mas que demorou tempo demais para ser realmente interpretado corretamente. Aqui não há maniqueísmos muito evidentes, como cientista louco criando um monstro, tudo é sutil, bem representado, nos levando a simpatizar tanto com o monstro como com a criatura.
Ambientado em 1857, um período um pouco posterior ao do romance, o filme assume a liberdade de reorganizar eventos e personagens para criar uma experiência mais focada na relação entre criador e criatura, e em menos reflexões científicas e filosóficas originais que Shelley explorava em sua obra.
O filme começa exatamente como o livro, com um flashback, algo muito moderno se for considerar que veio de um livro escrito originalmente no século XIX. Lá estamos um região gelada, com muito gelo e neve, que nos remete imediatamente ao Polo Norte. Um homem, que se revela ser o doutor Vitor Frankenstein, está caçando/fugindo de uma criatura gigante e aterrorizante. Ele se esconde em um barco e ao interagir com o capitão do navio e alguns membros de sua tripulação, ele começa a contar sua história de como chegou até ali. Detalhe para a sequência inicial do monstro Frankenstein invadindo o barco. Os efeitos especiais e a direção nessa cena estão perfeitas, uma cena marcante que prende o espectador que já conhece a trama como aqueles que não conhecem.
Quando Vitor começa sua história ele volta realmente do início, desde quando era criança, algo que está condizente com o livro. Mas aqui, as coisas são um pouco diferentes. É enfatizado sutilmente que Vitor teve uma boa vida devido aos sacrifícios de sua mãe. Isso criou certo trauma em Vitor onde ele busca sempre se superar. A mãe de Victor morreu ao dar à luz seu irmão mais novo, William, que se tornou o predileto de seu pai aristocrata, um médico renomado. Desiludido com o pai abusivo e sofrendo com a perda da mãe, Victor resolveu vencer a morte e se tornou um cirurgião brilhante e arrogante.
Quando já adulto, vemos que Vitor se tornou um cientista obstinado. Ele choca os outros com sua visão apaixonada da ciência. Aqui, não é difícil perceber está se traçando uma relação de sua visão científica com o surgimento dos movimentos anarquista e do marxismo no século XIX. Basicamente, a ideia de Vitor é resumida na cena onde ele a apresenta para uma sala de cientísta, lembrando bastante as feiras científicas. Sua ideia é, como a maioria da ideias científicas da época, carregada de preceitos religiosos o qual tenta superar. Ele começa falando que a ciência não consegue "criar a vida", dar uma alma, isso é algo que só poderia ser feito por Deus. Mas os cientistas pode cuidar da morte, ou seja, adiá-la e quem sabe cessá-la.
Entretanto, apesar da profundidade filosófica e da paixão argumentativa de Vitor, aqui temos a virada ao ver seu projeto. Ele apresenta a ideia que pode parecer simples mas é o cerne dos filmes de zumbi. Vitor demonstra com restos de corpos que através de estímulos elétricos nas funções motoras do cérebro, o corpo pode responder. Essa parte me lembrou muito o filme O Dia dos Mortos (1985), de George Romero. Naquele filme de Romero temos um personagem, que não por acaso tem o apelido de Doutor Frankenstein, realiza experimentos com os zumbis e percebe que eles continuam com o ímpeto de morder e matar, mesmo que todo o aparelho digestivo seja removido. Então eles supostamente não precisam se alimentar. O que aquele cientista percebe é que vírus trazia os mortos de volta a vida tomando conta de suas funções motoras.
Voltando ao filme de del Toro, o problema é que ao Vitor exibir sua ideia, ela mais choca do que impressiona. A ideia visual de tudo aquilo soa tão grotesca, que todos o repelem. Em 1855, Vitor é expulso do Royal College of Surgeons de Edimburgo após apresentar sua pesquisa sobre reanimação de cadáveres perante um tribunal disciplinar.
O comerciante de armas Henrich Harlander (interpretado pelo genial Christoph Waltz) oferece a Victor financiamento ilimitado e uma torre abandonada para realizar seus experimentos. Victor pede a ajuda de William para construir seu laboratório e se apaixona por Elizabeth, sobrinha de Harlander, que está noiva de William. Victor fica encantado com a inteligência de Elizabeth, que se mostra franca em suas críticas à guerra, em sua resistência a homens dominadores, em sua observação aguçada e em sua paixão por insetos. No entanto, embora Elizabeth flerte levemente com Victor, ela rejeita suas investidas. Aqui é outra mudança, uma vez que no livro Elizabeth é uma espécie de prima de Vitor, que é mandada para ser criada pela família de Vitor. Eles crescem juntos desde a infância.
Entretanto, Harlander fica impaciente e passa a exigir resultados. Victor colhe partes de corpos de criminosos enforcados e soldados mortos na Guerra da Crimeia, que ele usa para montar um cadáver para reanimar. Essa cena dele em um cenário de pós guerra, cheio de corpos, me fez a primeira vez desconfiar que o filme faz uma metáfora sobre o desenvolvimento da ciência. Por um lado, o amor pelo iluminismo e pelo racionalismo de Vitor são admiráveis. Porém, como era o contexto de uma sociedade religiosa (a qual Vitor nega), ele é herdeiro disso mesmo que refute. Sua ética é confusa, contrastando com o racionalismo de suas ideias. Isso faz com que pareça nessa cena que del Toro está pensando como a ciência, via a ideia civilizadora do iluminismo, poderia endossar e estimular a guerra para analisar cientificamente seus efeitos. Em outras palavras, é preciso que pessoas morram para que Vitor tenha seu objeto de pesquisa, afinal no século XIX (mas também até hoje) a ideia de avanço é confundia de maneira positivista com a expansão das nacionalidades.
Vitor se prepara para usar raios durante uma tempestade, planejando enviar correntes elétricas pelo sistema linfático para produzir energia para o coração e o cérebro. Victor descobre que Harlander está morrendo de sífilis e por isso patrocina sua pesquisa. Harlander exige ser transferido para o novo corpo. Victor se recusa, pois os órgãos vitais de Harlander já estão infectados pela doença. Tentando sabotar o experimento, Harlander cai e morre. Victor eletrocuta a Criatura com sucesso.
Victor acorda na manhã seguinte e encontra a Criatura viva. Ele a ensina a dizer seu nome antes de acorrentá-la nas entranhas da torre para sua segurança, já que a Criatura demonstra imensa força e uma rápida capacidade de cura. Victor também imita os métodos disciplinares violentos de seu pai para ensinar a Criatura, mas eles falham e apenas a enfurecem. Aqui a interação dos dois parece de pai e filho, elemento bem engraçado do filme e que entrega a falha de Vitor: ele não previa que apesar de criar uma criatura, era nasceria com a mente zerada. Então é uma criança no corpo de adulto. Mas Vitor não é especialista em pedagogia, o que torna complexa uma interação que era para ser simples pela ingenuidade da criatura.
William e Elizabeth descobrem a criação de Victor durante sua visita à torre, pois Elizabeth não tinha notícias de seu tio. Elizabeth cria um laço com a criatura e questiona o tratamento que Victor lhe dá, ensinando-a a dizer seu nome. Aqui outro detalhe me chamou a atenção. Nessa fase, a torre de Vitor que era proeminente, já está decadente e suja. Isso parece uma metáfora da pobreza se avizinhando, uma vez que seu patrocinador morreu. Nisso, na interação de Elizabeth com a criatura, percebemos a primeira vez que a Criatura é um tropo, um duplo, de Vitor. Só ao ver Vitor passar por dificuldades foi quando Elizabeth viu pela primeira vez a sua "verdadeira face", face essa que Vitor repudia veementemente.
Com ciúmes, Victor mente para William, dizendo que a Criatura matou Harlander. Mais tarde, por despeito, Victor incendeia seu laboratório com a Criatura dentro. No entanto, Victor se arrepende depois de ouvir a Criatura gritar seu nome. Ao tentar reentrar na torre, Victor perde a perna direita na explosão, sendo arremessado contra uma rocha.
Enquanto Victor contava sua história ao Capitão Anderson até aquele ponto, a Criatura embarcou no navio e entrou na cabine do capitão para pegar Victor. O Capitão, incapaz de deter a criatura, a provoca, conforme descrito na história de Victor. A Criatura para antes de ferir o capitão e, em vez disso, decide contar sua versão da história.
O filme é dividido em capítulos, principalmente entre dois grandes capítulos: O primeiro que conta a história de William e o segundo que conta a história da Criatura. Entretanto, proponho uma leitura diferente ao assistir: interprete o segundo capítulo como a continuação da vida de Vitor após ele perder tudo e ficar pobre, pois o filme confunde constantemente a Criatura com Vitor, afinal eles possuem o mesmo nome.
A Criatura se liberta durante a explosão e vagueia pela floresta. Fugindo de caçadores, ela se abriga em uma cabana de fazenda. Essa parte é interessante de novo pela leitura científica que podemos fazer. Vitor como cientista estava acostumado a lidar com a morte. Se pensarmos bem, foi graças a ciência que criamos as armas de fogo, que só servem para matar. Assim, se pensamos que Vitor agora é a Criatura, um advento científico é usado para atirar contra ele. É como se a ideia de desenvolvimento científico uma hora "voltasse para dentro", e começasse a ser justamente a mentalidade de atraso.
Nesse segundo ato, que considero o melhor do filme principalmente pela estética genial do campo feita aqui; a Criatura passa a observa um velho cego ensinando sua neta a ler e necessariamente aprende outras palavras e a ler. A Criatura ajuda secretamente o homem e sua família, que agradecem ao seu benfeitor invisível com oferendas para aquilo que consideram ser o "Espírito da Floresta".
Após parte da família partir para o inverno, a Criatura faz amizade com o cego, que a ensina a ler e falar fluentemente. Essa parte é curiosa pois o cego apesar de ser sábio, grande parte de sua sabedoria é calcada em preceitos religiosos, denotando que ele não sabe tantas coisas assim. Entretanto, sua visão piedosa, amiga, amorosa, o dá uma profunda pedagogia para lidar com a Criatura, algo que Vitor por mais que fosse um gênio nunca conseguiu.
A Criatura retorna ao laboratório de Victor e encontra anotações que confirmam a natureza de sua criação e o endereço da propriedade de Victor. Ao voltar para a fazenda, encontra o velho sendo atacado por lobos; a Criatura luta contra eles, mata alguns e conforta seu amigo moribundo. Mas nesse exato momento, os caçadores da família retornam e acreditam que foi a Criatura que matou o velho cego. Ele luta brevemente com eles, mas ele está tão desiludido que não consegue lutar e deixar ser morto.
Aqui temos uma dupla metáfora. Por um lado, podemos ver que, como a Criatura e Victor podem ser o mesmo, se trata de Victor abandonando a sua "cegueira", o seu lado mais crente e se conformando com os rumos que a vida toma. Por outra leitura, podemos pensar que depois do primeiro ataque de lobo, parte das ovelhas do pessoal da fazendo foram atacadas. E ao sair para caçar, na verdade, os membros da família estão sutilmente se eximindo da responsabilidade cuidar do velho. Ou o mataram ou deixaram ele morrer de fome, algo que pode ser visto como um "ato científico". Já que não há comida para todos, alguém deve se sacrificar, no caso o mais velho, mesmo que fosse o mais inteligente e com mais conhecimento. Aqui o filme questiona novamente os locais de conhecimento conforme a classe social, uma vez que um velho sábio só é relevante se sua sabedoria o deu dinheiro e poder ao longo da vida, se não ele é alguém descartável.
Ao perceber que não pode morrer e que passará a eternidade sozinho, a Criatura confronta Victor na noite do casamento de William e Elizabeth, exigindo que ele crie uma companheira para ele (gancho para continuação com Mia Goth como Noiva de Frankenstein feito com sucesso).
Victor se recusa, professando seu desgosto e arrependimento por ter criado a Criatura. A Criatura ataca Victor, mas é encontrada e acolhida por Elizabeth, que é baleada ao tentar protegê-la do ataque de Victor. Isso é diferente do livro, onde A Criatura mata Elizabeth por raiva de Victor. Aqui é o próprio Victor que mata sua amada devido o ódio a Criatura, uma mudança mas que ficou genial. Não é uma vingança, é um homem tão iludido com suas ambições que se torna um feminicida: mata a mulher que mais amava pois ela não queria ser "dele", apenas da "criatura".
William é mortalmente ferido enquanto a Criatura luta contra os convidados. Morrendo, William confessa que sempre temeu Victor e o chama de "monstro". A Criatura leva Elizabeth para uma caverna e a conforta enquanto ela (aparentemente) morre. Dentro da caverna, a Criatura, jurando a partir daquele dia ser a mestra de seu criador, fere e desfigura Victor, forçando-o a caçá-la pelo Ártico até encontrar uma maneira de desfazer sua imortalidade. Victor persegue a Criatura até o Ártico Setentrional, onde falha em matá-la com dinamite e é descoberto pela equipe de Anderson.
No presente, após ter percebido seus erros através da história da Criatura, Victor pede desculpas a ele pelos abusos, chama-o de "filho" e diz para ele viver. A Criatura perdoa Victor, que então sucumbe aos seus ferimentos enquanto a Criatura o chama de "pai". A Criatura desce do navio e o empurra para fora do gelo, em direção ao mar aberto. Anderson abandona sua própria perseguição imprudente, dizendo à sua tripulação que estão voltando para casa. A Criatura observa o navio navegar em direção ao pôr do sol, estendendo a mão para abraçar a luz do sol, como Victor lhe ensinou (e deixando ganho para continuação).
Del Toro enxerga a Criatura não como um monstro trágico e ambíguo, mas como um ser essencialmente sensível, inteligente e vulnerável, quase um mártir incompreendido pela humanidade. Essa é uma diferença significativa em relação ao livro, onde a Criatura oscila entre o desejo sincero de afeto e a violência brutal motivada pelo abandono – um ciclo moralmente complexo que faz do texto original um questionamento profundo sobre a responsabilidade da criação. No filme original isso foi mais explorado, de maneira arquetípica é claro. No filme de 31, o doutor é louco e excêntrico, o monstro era tão burro que matava uma criança, e o povo tão ignorante que queimava o laboratório. No filme de 2025 não. Essa ambiguidade é suavizada: a Criatura é mais “boa” por natureza, mais vítima do que antagonista, e sua trajetória emocional é construída para provocar empatia quase imediata. O resultado é uma versão mais romantizada e menos perigosa do ser que Shelley concebeu.
Victor Frankenstein, interpretado por Oscar Isaac, também é reconfigurado. No romance, Victor é um personagem assombrado por culpa, mas também movido por uma curiosidade científica genuína, fruto do racionalismo iluminista. No filme, sua figura se aproxima mais do arquétipo do cientista obsessivo e moralmente falho, reforçando um contraste mais maniqueísta entre criador e criatura. A complexidade moral do texto de Shelley – em que não há heróis nem vilões claros – dá lugar a uma estrutura dramática em que a responsabilidade de Victor é mais explícita e sua condenação moral, mais direta.
Outra divergência importante está na narrativa. O romance é estruturado em camadas epistolares, com cartas, relatos e memórias que se entrelaçam, criando uma reflexão quase filosófica sobre ciência, solidão, ambição e limites éticos. Del Toro abandona esse formato e aposta em uma narrativa mais emocional, guiada pelo sofrimento da Criatura e pela deterioração psicológica de Victor. O foco não está na discussão intelectual sobre a vida artificial, mas no impacto afetivo dessa criação – uma escolha que aproxima o filme de uma tragédia gótica romântica, em vez de um tratado moral sobre arrogância científica.
Visualmente, o filme abraça uma estética opulenta: cenários góticos, iluminação dramática, cores simbólicas e efeitos práticos que evocam o horror clássico. As cores chamativas e vibrantes são tão anacrônicas quanto uma cena do filme onde os guarda-chuvas possuem gabo e de plástico, em pleno século XIX. Del Toro dá preferência a ambientes reais, texturas tangíveis e composições pictóricas que transformam o mundo de Frankenstein em algo ao mesmo tempo belo e decadente. Essa materialidade contrasta com o caráter mais abstrato e filosófico do livro, que se apoia menos em descrições visuais e mais em reflexões internas dos personagens.
O desfecho também reflete essa diferença de abordagem. Enquanto Shelley constrói um final amargo, no qual a Criatura reconhece sua própria monstruosidade e decide desaparecer no Ártico, o filme opta por uma conclusão mais emocional, marcada por reconciliação e busca de perdão. É uma mudança que transforma a tragédia moral e existencial do romance em uma espécie de lamento esperançoso, mais alinhado ao tom poético que del Toro costuma imprimir em suas obras.
A trilha sonora composta por Alexandre Desplat é um dos elementos mais sublimes do filme, funcionando como uma extensão emocional tanto da Criatura quanto de Victor. Desplat evita melodias grandiosas excessivas e opta por temas íntimos, quase sussurrados, que crescem apenas nos momentos de transição da narrativa. O resultado é uma trilha profundamente sensível, construída com cordas que vibram ao acompanhar a narrativa, com arranjos que mesclam delicadeza e tensão de maneira orgânica.
Já a fotografia de Dan Laustsen, aliada à direção meticulosa de Guillermo del Toro, compõe um visual que considero inspirado pelo neogótico, mas com elementos surrealistas. Laustsen trabalha com contrastes profundos entre luz e sombra, explorando paletas de azuis, dourados e vermelhos que evocam tanto a frieza científica da criação quanto o calor trágico da existência da Criatura. Del Toro, por sua vez, conduz a câmera com a precisão de um contador de histórias visual: seus movimentos são calculados, fluidos, sempre revelando algo novo no cenário ou no personagem. A escolha por sets físicos e iluminação prática dá ao filme uma textura tátil que dialoga com o imaginário clássico do horror, ao mesmo tempo em que reforça a grandiosidade emocional da narrativa. A parceria entre diretor e fotógrafo transforma Frankenstein em uma obra que não apenas conta uma história mas a esculpe em luz, sombra e atmosfera.
Entre as influências para o filme, o diretor Guilhermo Del Toro reconheceu a adaptação de James Whale de 1931 como uma influência formativa e sua versão também se inspira em sua sequência de 1935, A Noiva de Frankenstein. Ele também citou Rebecca (1940) de Alfred Hitchcock, O Morro dos Ventos Uivantes (1939) de William Wyler, Dragonwyck (1946) de Joseph L. Mankiewicz e Uncle Silas (1947) de Charles Frank entre suas inspirações e influências cinematográficas.
No fim, Frankenstein (2025) funciona como uma leitura pessoal de del Toro sobre o mito criado por Shelley. Ele mantém o espírito da história: a dor do abandono, a responsabilidade da criação, o desejo de reconhecimento, mas reinterpreta esses elementos através de sua própria lente cinematográfica, enfatizando a sensibilidade, a empatia e a beleza emocional acima da complexidade moral e filosófica do texto original. É uma obra grandiosa, visualmente deslumbrante e emocionalmente potente, ainda que menos ambígua e menos rigorosa do que o romance que a inspirou. Um filme muito belo, um dos melhores do ano, que vale muito a pena.






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