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Nobel da Paz: O duplo significado da vitória de Maria Corina Machado

María Corina Machado é líder da oposição venezuelana, engenheira industrial, ativista dos direitos democráticos e fundadora do movimento Vente Venezuela e da ONG Súmate, que defende transparência eleitoral. Mas sua vitória logrou uma sensação agridoce ao dedicar ao seu prêmio ao presidente Donald Trump. 


A vitória dela é um sinal de que o academicismo e o identitarismo da própria direita estão em voga. Para salvar as teorias (até mesmo da esquerda) da ciência política sobre América Latina, eles precisaram se admitir pela primeira vez como direita no campo intelectual, sem desculpas e sem artifícios. A vitória dela foi comemorada pelos setores democratas só por não ser Trump ali.


 Nenhum país do mundo necessita o estudo parcial real do que a Venezuela. Por exemplo, a crise inflacionária na Venezuela veio sempre junto com as crises do petróleo. Ciclos de inflação pesados desde os anos de 1980. 


Antes disso, o que havia na Venezuela era uma repartição de riquezas que terminava nas classes médias, mas fazia essas classes ter até mesmo paridade com os EUA. Minha avô se lembrava de quando veio morar no Brasil e de achar muitas coisas diferenças, como ainda não ter no Brasil na época suco de caixinha como já tinha por lá. 


Esse aqui é um artigo que ninguém vai concordar, pois todos tem uma opinião pesada sobre o tema, mas nem se conhece a história da Venezuela.


 Ou desconhecem a própria história do Nobel, que já teve até Hitler como indicado. Mas não falo disso por dizer que ela não merece o prêmio. Falo isso pois podemos enfim questionar as referências e ditames que consagram uma pessoa. 

 Poucos conhecem realmente a fundo a história da Venezuela. Eu conheço aquilo que estudei e me foi falado por anos pela minha avô, que era venezuelana e não gostava dos rumos do país dela de origem, ainda na época de Hugo Chavez. Para debater a Venezuela é preciso conhecimento de causa. Agora veja o brio dos esquerdo machos que pretendem criar uma monarquia de esquerda sem cérebro, oferecem tudo. 


Apesar da economia e dos problemas que a Venezuela sempre teve ao longo da sua história, vale lembrar que os governos sociais democratas tinham preconceitos mas queriam dar casas e apartamentos pro povo. 


Esses prédios que tinham como intenção tirar o povo venezuelano das favelas falharam porque esses prédios dados pelo governo exigiam alto custo de manutenção, até mesmo com os elevadores, o que se fez? Hoje em dia esses prédios são formas de cabeças de porco (favelas em prédios) que possibilitaram dos moradores das antigas favelas morar perto de Caracas. 


Para ser sincero e não ser injusto com os próprios projetos políticos. Corina não dedicou seu prêmio a Trump por acaso, e nem era aleatória a social democracia venezuelana.  Trump ficou com raiva por não ser ele em questão, mas focaram na atividade de uma mulher que é sua fã, mostra a extensão desse problema, de Trump ser considerada seriamente um agente da democracia (o que não é também). 

A Venezuela mostra o 1984 muito correto. Um país que mudou em extremos e se tornou um lócus de discussão e poder. 


A Venezuela era para ser um país gigante junto com a Colômbia era o projeto de Simon Bolívar, mas brigas regionais separaram os três países. Mas restou a Venezuela, nome dado por comparação com Veneza. Pois os colonizadores observaram a engenharia das casas construídas em cima do Lago de Maracaibo. 


Nos anos 2000 o modelo social democrata completamente ruiu na Venezuela, quem fez golpe de armas em punho para não sair do governo foi a própria direita venezuelana, que depois disso perdeu o pode para nunca mais voltar. Servindo como ensinando para a América. 


A Venezuela sempre foi rica (mas não distribuía sua riqueza), mas também era rica em desigualdade social, e isso só foi ampliado com as praticas de clientelismo e falência múltipla do Estado. O que estou proponho é a percepção do carácter boomerang da Venezuela.


Só olhar os presidentes na história da Venezuela,  como Rómulo Betancourt era um progressista e de esquerda, porém era já anticomunista. Já os outros grupos eram de direita mesmo e encabeçaram anos de ditadura na Venezuela, como Perez por exemplo. Esse radicalismo e essa visão sempre de extremos prejudica qualquer evolução política real da Venezuela, impedindo até mesmo o apoio das esquerdas mais tradicionais e versadas, como o Brasil e o Chile por exemplo. 


O Psuv chegou ao poder ao estilo do PSTU, uma ideia de radicalização pela falta de distribuição das riquezas de uma nação. 30 anos depois dos golpes militares da direita e de Maduro ter provado ser sem brio e coragem e muito pior do que seu antecessor. Depois disso do Nobel ele enlouqueceu completamente e resolveu querer "pular para o outro lado", o que Trump não quis, é claro. 


O problema de Maduro é esse esquerdo-machismo que não dialoga com nenhum setor médio, uma cultura de participação direta que escolhe ignorar qualquer parte de contraditório. Uma postura similar a alguns líderes de esquerda, que se utilizam de espaços em comum para pregar para apenas os seus.


 Esse é o problema do populismo e a Venezuela é um ótimo exemplo. Porque essa atitude dos machos em motociatas que "defendem" o país diretamente. O problema é a falência total dos setores médios. Lula nunca quis e não vai tocar nas instituições. Isso é o motivo pelo qual não tem como chamar Lula de populista. 


Em 2025, ela recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho “incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”. 


Na Venezuela, a dolarização é feita no mercado paralelo, na Argentina, o choque se austeridade é dado de dentro do próprio país. Esse tipo de populismo, politico de Maduro, econômico de Milei torna o país fraco ajuda a corroer o poder de compra da maioria da população. 


Se a oposição voltasse ao poder na Venezuela, vai voltar a fazer a ditadura que gerou mais ditadura, ou vão focar em tentar incluir parte da antiga administração no governo? Seria democrático o governo que fala em nome de Donald Trump e critica Lula (quando nem Trump faz mais isso). 


Segundo, como podemos julgar a história do tempo presente sem mergulhar no caos ilustrativo que a história nos informa?


Dito isso, explico que o modelo de populismo na Venezuela se tornou insustentável e a prova disso é a dolarização forçada (medida que aproxima Milei e Maduro em termos de governança). 


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