Woman on Top é uma comédia romântica americana típica dos anos 2000. Na trama, uma mulher abandona seu casamento instável no Brasil e parte em busca de uma carreira na área de culinária em São Francisco, onde ela acaba por apresentar um programa de culinária com as técnicas brasileiras que aprendeu vivência no Brasil. Dirigido por Fina Torres, escrita por Vera Blasi e estrelada por Penélope Cruz, Murilo Benício, Harold Perrineau Jr. e Mark Feuerstein
Se posso pensar nada marca mais no filme do que ver uma época onde os EUA eram bem mais abertos a mudança de hábitos alimentares. Nisso comidas exóticas para eles, como a do Brasil, pareciam atrativas.
O filme mostra esse lado meio "Casa Grande e Senzala" da personagem de Penélope, que foi criada entre baianas e aprendeu a cozinhar com elas. Ela é baiana no filme, o que já é um pouco distorcido. Já que até mesmo tentaram colocar atrizes brasileiras para o filme e não tinha uma atriz que pudesse dar aquele apelo e Penélope é conhecida em Hollywood.
Foi ela que recentemente entregou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro para Walter Salles pelo Ainda Estou Aqui. Uma cena histórica, uma coincidência ela ter feito uma comédia como essa junto a alguns produtores mistos brasileiros.
Ela tem carisma, mas soa pastelão, como aquela confusão do português com o espanhol pra vender uma noção de tropicalismo universal. Mas é válido como uma demonstração das diferenças culturais entre Brasil e EUA.
Murilo Benício interpreta o marido Toninho Oliveira e Harold Perrineau Jr. é Monica Jones, em seu papel mais diverso de todos.
Ao longo de toda a sua vida, Isabella sofreu de enjoo de movimento. Por causa dessa condição, não podia brincar muito com outras crianças. Ficava em casa e aprendeu a cozinhar, tornando-se uma renomada chef na vida adulta. Ela se apaixonou por Toninho e os dois abriram um restaurante juntos, com Isabella confinada à cozinha enquanto Toninho ficava na frente recebendo os créditos.
A única maneira de Isabella controlar o enjoo é controlando seus próprios movimentos. Ela precisa dirigir em vez de ser passageira, usar escadas em vez de elevador, conduzir ao dançar e ficar por cima durante o ato sexual. Toninho, sentindo-se emasculado e ressentido com isso, tem um caso com uma vizinha. Isabella foge do Brasil para São Francisco, indo morar com sua amiga Mônica, uma transexual afro-brasileira que crescera com ela na comunidade pesqueira de Salvador.
Apesar de antigas ofertas de trabalho em vários restaurantes, Isabella não consegue emprego até assumir uma aula de culinária em uma escola local. Cliff, vizinho e produtor de TV, sente o cheiro da comida, a segue até a aula e a contrata para apresentar um programa culinário ao vivo, aí eles associam ela ao Passion Food, Isabella coloca Mônica como assistente no programa. Ela faz uma oferenda a Iemanjá, deusa brasileira do mar, pedindo que endureça seu coração e a faça nunca mais amar Toninho.
De volta ao Brasil, o restaurante de Toninho vai mal sem Isabella. Ele amaldiçoa Iemanjá, e os pescadores param de pegar peixe. Ele descobre que Isabella foi para a casa de Mônica e a segue até São Francisco. Ao vê-la na televisão, a rastreia até o estúdio. Com um grupo de músicos de rua, Toninho invade o programa ao vivo e a serenata é transmitida. Cliff o contrata junto com os músicos, apesar das objeções de Isabella. Ela tenta se envolver com Cliff, mas Toninho continua tentando reconquistá-la.
Os executivos da emissora oferecem transmitir o programa de Isabella em rede nacional, mas exigem mudanças, incluindo a demissão de Mônica. Com o restaurante fechado, Toninho pede desculpas a Iemanjá, mas lhe diz para “não se meter nos assuntos dele com Isabella”, uma espécie de mensagem contra a possível interferência divina.
Ele deixa o programa e faz outra tentativa de reaproximação. Isabella vai atrás dele, mas é obrigada a pegar um elevador; seu enjoo a atrasa e permite que Toninho vá embora. Ela também deixa o programa, recusando-se a aceitar as exigências da emissora.
Mais tarde, Toninho e Isabella abrem um novo restaurante como sócios iguais, enquanto Cliff e Mônica formam um casal, um desfecho muito irônico com o tom do filme. A personagem da Monica se destaca como alguém muita mais baiana que Penélope no filme, dando um alto nível de atuação para todos a sua.
O filme foi rodado em locações de Salvador (Brasil) e São Francisco (EUA). A drag queen RuPaul (do Drag Race, a drag mais famosa do mundo) chegou a fazer vários testes para o papel de Monica Jones, que acabou ficando com Perrineau Jr, um excelente ator americano, de OZ e Lost.
O filme estreou na seção Un Certain Regard do Festival de Cannes de 2000 e foi exibido no Festival Internacional de Cinema de Munique em 24 de junho de 2000, antes de receber lançamento comercial na América do Norte pela Fox Searchlight Pictures em 22 de setembro de 2000.
Woman on Top recebeu críticas mistas, o que também pudera, já que é um filme B e desconhecido, que coloca uma atriz estrangeira, a bela Penélope Cruz para um arquétipo de personagem ao estilo "Gabriela" de Jorge Amado, que sabe sobre cravo e canela como ninguém.
Esse carisma, claro que ela tem. Mas como a atriz é claro não falava português, o filme ficou entre o espanhol e o inglês. Sendo uma saudável comédia romântico, o filme é até melhor do que é avaliado.
O filme é bom, mas se você não estiver em mode muito julgador. É leve demais para ser sério, mas interessante e situado como uma saudável e original comédia romântica, com bons valores identitários.
O filme estreou em 10º lugar no ranking norte-americano, arrecadando US\$ 2.008.191 no fim de semana de estreia. No total, faturou US\$ 5.020.111 na América do Norte, em até 1.086 salas, e US\$ 5.174.163 internacionalmente, somando US\$ 10.194.274 mundialmente. Tornou-se um sucesso modesto de bilheteria frente ao orçamento de US\$ 8 milhões. Ou seja, o filme mesmo desconhecido se pagou em seu meio e é um filme e nicho interessante, que explora o intercambio cultural entre Brasil e Estados Unidos muito bem.
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