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Mississípi em Chamas (1988): Filme é um retrato da violência racial no Sul dos Estados Unidos no contexto das leis dos Direitos Civis


Dirigido por Alan Parker, baseado na investigação do FBI sobre o assassinato de três ativistas: Chaney, Goodman e Schwerner, em 1964, ano do fim das leis de segregação. Dois agentes do FBI, interpretados por Gene Hackman e Willem Dafoe, que enfrentam a hostilidade do sul segregado, com locais conservadores, além da ação da própria Ku Klux Klan no local

Crítica do filme


O roteiro foi escrito Chris Gerolmo, depois de começar a pesquisar em 1985 sobre o assassinato de James Chaney, Andrew Goodman e Michael Schwerner, militantes dos direitos civis. Apresentando ele e o produtor  Frederick Zollo  para a Orion Pictures, e o estúdio contratou. O escritor e o diretor disputaram muito em cima do roteiro, e Orion permitiu mudanças que Parker havia feito na estrutura do roteiro e que não foram creditadas. O filme teve locações no Mississippi e no Alabama, com filmagens que ocorreram entre março e maio de 1988. 


A atuação de William Dafoe e Frances McDormand é incrível também. Ela interpreta a esposa de um dos homens racistas, mas que ela mesma não é, no decorrer do tempo, ela se envolve com um dos investigadores do FBI e acaba sofrendo represália por isso. O filme lucrou $34.6 milhões apenas na América do Norte, com um orçamento de apenas $15 milhões. Recebeu 7 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, e ganhou na categoria de Melhor Fotografia. Em 1964, três homens são assassinados no sul, dois judeus e um homem negro, os dois desaparecem em Jessup County, Mississippi, eles estavam organizando e fazendo campanha pelo registro de novos eleitores negros no sistema eleitoral americano. 

 


Em uma das cenas mais impactantes do filme, um menino vê toda sua comunidade/congregação ser atacada por terroristas brancos e perde o pai, o pastor da comunidade. Apesar do filme ser muito bom, a viúva de Martin Luther King não gostou da ideia de "agentes do FBI" que acabam sendo os "verdadeiros heróis" da história. O filme ganhou 7 indicações ao Oscar, e ganhou por Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Fotografia. 


Mas tirando essas polêmicas, o filme de Alan Parker marcou época, sendo feito em 1988 para lembrar da recente história contemporânea americana e do fim de uma grande vergonha para os EUA que eram as leis de segregação formal (as leis Jim Crow), isso ocorreu em 1964, ao da morte dos garotos e da implementação da ditadura militar no Brasil, como também era o começo da ida dos soldados americanos para o Vietnã.


A direção de Alan Parker nesse filme foi elogiada pela crítica e pelo público, rendendo-lhe indicações ao Oscar, ao Globo de Ouro e ao BAFTA. Parker usou uma abordagem realista e impactante para retratar a violência e o racismo no Sul dos Estados Unidos na década de 1960. Ele também soube conduzir as atuações de Gene Hackman e Willem Dafoe, que interpretaram os agentes do FBI que investigam o caso dos ativistas assassinados. Parker foi considerado um diretor corajoso e eclético, que abordou temas polêmicos e diversos em sua carreira.




Nos anos de 1980, quando o filme é filmado e produzido é que vemos uma comparação com o momento atual. Sendo um filme americano, refletir o que é a política de integração racial e direitos civis na época de lançamento em 1988 simboliza a muita coisa. Aqui no Brasil, por coincidência foi  ano da implementação da Constituição de 1988, que traria promessas de equidade nunca antes vistas no nosso país, como direito aos indígenas e quilombolas e demarcações de terras, algo nunca antes feito por aqui. Nos Estados Unidos, vemos a eleição do George Bush (o pai de Bush), certamente uma época de crise.



Comparando com a possibilidade de condenação no nível estadual (o que seria impossível em locais isolados e primitivos do sul da América do Norte). O FBI conseguiu fingir um sequestro do prefeito Tilman, levando ele para uma cabana abandonada, onde ele dá o nome dos assassinos e envolvidos no caso. O sequestrador é revelado como um dos homens do FBI. A informação é obtida através de "meios ilegais", e não pode ser usado em tribunais, mas leva aos corpo dos jovens assassinados de qualquer maneira. 


Anderson e Ward concordam em um plano para identificar os colaboradores em uma reunião de isca. Focando seus esforços em Lester Cowens, um dos homens da Klan que tinham exibido comportamento mais suspeito. Anderson se vinga na barbearia do marido Pell pelo ataque que sua esposa sofreu. Depois de ver uma cruz queimado fora de sua casa, ele tenta fugir com seu caminhão mas é pego por vários homens encapuzados, que eram na verdade seus próprios colegas do FBI que fingiram a cena para proteger ele. Cowens, acreditando que seus colegas o haviam delatado para o FBI são todos acusados de violações de direitos civis em nível federal, todos são condenados com exceção de Stuckey, que é absolvido de todas as acusações. Depois disso, o prefeito é achado morto, a senhora Pell volta para a casa que foi completamente destruída e promete reconstruir sua vida longe de seu marido ali mesmo. 


Anderson e Ward visitam uma congregação integrada em um cemitério onde o túmulo dos jovens estava escrito "Não iremos nos esquecer" em referência ao ataque racista que gerou a morte deles. 


Poster criado pelo FBI em 1964, mostrando os três jovens desaparecidos, Andrew Goodman, James Chaney e Michael Schwerner.


Em 21 de junho de 1964, os três jovens foram primeiramente presos, estavam trabalhando antes com o "Verão da liberdade", uma campanha que visava registrar cidadãos negros que queriam votar nas eleições. Eles libertaram os três e seguiram os homens de perto até fora da cidade. Quando os três não voltaram para a casa Depois de Chaey Goodman e Schwerner não voltam para Meridian, Missisippi em tempo, os trabalhadores do comité de igualdade racial ligaram para a política em Neshoba, perguntando se a polícia havia informações sobre os jovens. Eles receberam uma informação de uma estação desse comité (CORE) estar pegando fogo 20 quilômetros ao nordeste da Philadelphia. A investigação foi dado o nome de "MIBURN" (codinome para Mississippi Burning, o nome do filme).


Em Agosto de 1964, eles receberam uma informação de um informante de codinome Mr. X em um relatório do FBI, quando acharam os corpos, todos os três tinham sido baleados. Houve 19 indiciamentos em um julgamento realizado em outubro de 1967, e apenas 7 condenações no fim, para 9 absolvições. Em 2002, Jerry Mitchell, um repórter investigador do The Clarion-Ledger, alegava ter descoberto novas evidências do caso, e pressionando o Estado de Mississippi para reabrir o caso. A identidade de quem deu a informação sobre os corpos ficou 40 anos não revelado. Mr. X era na verdade, um vigilante de estrada que revelou tudo ao agente Joseph Sullivan. 


Alguns momentos do filme onde a direção de Alan Parker mais brilha são:


A cena inicial, onde os três ativistas são perseguidos e mortos por membros da KKK, criando um clima de tensão e suspense.


A cena da igreja incendiada, onde os agentes do FBI encontram os corpos carbonizados dos ativistas, mostrando a brutalidade do crime e a emoção dos personagens.


A cena do interrogatório do xerife Stuckey, onde o agente Anderson usa de violência e astúcia para obter informações, contrastando com o método mais burocrático do agente Ward.


A cena da barbearia, onde o agente Anderson se disfarça de cliente e provoca o barbeiro racista, revelando sua identidade e sua intenção de prender os culpados.


A cena final, onde os agentes do FBI conduzem uma grande operação para prender os envolvidos no assassinato dos ativistas, usando de provas falsas e intimidação para obter confissões


Alguns aspectos técnicos do filme merecem destaque, como fotografia de Peter Biziou, que usa cores quentes e contrastes para criar uma atmosfera de opressão e violência, além de explorar os cenários rurais e urbanos do Mississippi.


A montagem de Gerry Hambling, que alterna entre planos longos e curtos, criando ritmo e tensão nas cenas de ação e diálogo, além de usar cortes secos e transições suaves para marcar as mudanças de tempo e espaço.


O som de Danny Michael, que usa efeitos sonoros realistas e impactantes, como tiros, explosões, sirenes e gritos, para aumentar o drama e o suspense das cenas, além de usar uma trilha sonora composta por Trevor Jones e músicas gospel que remetem à cultura negra do Sul dos Estados Unidos.


A direção de arte de Geoffrey Kirkland, que recria com fidelidade a época e o lugar onde o filme se passa, usando objetos, figurinos, carros e cenários que refletem a realidade social e política do Mississippi na década de 19602.


A direção de atores de Alan Parker, que extrai performances convincentes e emocionantes dos atores principais e coadjuvantes, destacando a química entre Gene Hackman e Willem Dafoe como os agentes do FBI com métodos diferentes, e a sutileza de Frances McDormand como a esposa do xerife racista que colabora com a investigação.


Um filme histórico, simbólico, e que eu recomendo muito para entender questões da atualidade. 


História por trás do filme

 

O estúdio começou a procurar por diretores como Miloš Forman e John Schlesinger. Alan Parker recebeu uma cópia do roteiro de Gerolmo dos executivos da Orion, Mike Medavoy. Em 1985, o roteirista Chris Gerolmo descobriu um artigo que detalhava as investigações . Enquanto escrevia, Gerolmo levou o produtor Frederick Zollo, que trabalhou com ele em "Miles from Home (1988)". Zollo ajudou Gerolmo desenvolver o rascunho original, mas de venderem para a Orion Pictures. 


Até que Alan Parker foi chamado para da ruma lida no roteiro enquanto estava de viagem em Tokio. Eles começaram a procurar as fotos de cena do crime e do arquivo do caso original de 1964 dos garotos desparecidos e mortos. Por fim, escolheu o diretor de fotografia Peter Biziou, editor Gerry Hambling, figurino de Aude Bronson-Howard, e designer de produção Geoffrey Kirkland, operador de câmera Michael Roberts e composição de trilha-sonora de Trevor Jones. 


Gerolmo descreveu seu rascunho de roteiro original como "uma grande, apaixonada e violenta história de detetives contra a maior mudança radical na vida americana no século 20, o movimento pelos direitos civis". Por motivos legais, os nomes das pessoas e certos detalhes relacionados à investigação do FBI foram alterados. Ao apresentar a esposa de Clinton Pell como informante, Gerolmo disse: "... o fato de ninguém saber quem era o Sr. X, o informante, deixou isso como uma possibilidade dramática para mim, em minha versão cinematográfica da história em Hollywood. É por isso que o Sr. X se tornou a esposa de um dos conspiradores. Gerolmo foi inspirado por Gregory Scarpa, um executor da máfia supostamente recrutado pelo FBI durante sua busca por Goodman, Chaney e Schwerner.Depois que Parker foi contratado para dirigir o filme, Gerolmo completou dois rascunhos.Parker se encontrou com Gerolmo nos escritórios da Orion em Century City, Los Angeles, onde começaram a trabalhar em um terceiro rascunho do roteiro. Tanto o escritor quanto o diretor, entretanto, tiveram repetidas divergências sobre o foco da história. Para resolver o problema, os executivos da Orion em Nova York deram a Parker um mês para fazer reescritas sem créditos antes de dar luz verde ao projeto.


Parker fez várias alterações no rascunho original de Gerolmo. Ele omitiu o assassino da Máfia e criou o personagem Agent Monk, um especialista negro do FBI que sequestra Tilman. A cena em que Frank Bailey espanca brutalmente um cinegrafista foi baseada em um evento real; Parker e Colesberry foram inspirados por uma notícia descoberta durante sua investigação, na qual um cinegrafista da CBS News foi agredido por um suspeito no caso de assassinato de 1964.Parker também escreveu uma cena de sexo envolvendo Rupert Anderson e a Sra. Pell. A cena foi omitida durante as filmagens depois que Gene Hackman, que interpreta Anderson, sugeriu a Parker que a relação entre os dois personagens fosse mais discreta. Em 4 de janeiro de 1988, Parker havia escrito um roteiro de filmagem completo, que ele apresentou aos executivos da Orion.Gerolmo não visitou a produção durante a fotografia principal, devido à greve do Writers Guild of America em 1988.De cima para baixo: Gene Hackman e Willem Dafoe, que estrelam o filme.


Parker realizou chamadas de elenco em Nova York, Atlanta, Houston, Dallas, Orlando, Nova Orleans, Raleigh e Nashville. Os cineastas não mantiveram os nomes das pessoas reais; muitos dos personagens coadjuvantes eram compostos de pessoas relacionadas ao caso de assassinato. Gene Hackman interpreta Rupert Anderson, um agente do FBI e ex-xerife do Mississippi. Brian Dennehy foi brevemente considerado para o papel. Antes de Orion sugerir Hackman. Enquanto o roteiro estava sendo escrito, Parker frequentemente discutia o projeto com Hackman. Hackman disse que "parecia certo fazer algo de relevância histórica. Foi uma experiência extremamente intensa, tanto o conteúdo do filme quanto sua produção no Mississippi".


Orion estava menos decidido em relação a quem eles queriam para o papel do agente Alan Ward. Depois de filmar A Última Tentação de Cristo (1988), Willem Dafoe expressou interesse em interpretar Ward, e Parker viajou para Los Angeles, onde se encontrou com o ator para discutir o papel. Dafoe foi escalado logo em seguida. Para se preparar para o papel, Dafoe pesquisou o período e o condado de Neshoba. Ele também leu o romance de Willie Morris de 1983, The Courting of Marcus Dupree, e olhou para um documentário dos anos 1960 detalhando como a mídia cobriu o caso de assassinato. Frances McDormand interpreta a Sra. Pell, esposa do vice-xerife Clinton Pell. Ao trabalhar com Hackman, McDormand disse: "Mississippi Burning, não fiz pesquisas. Tudo o que fiz foi ouvir [Hackman]. Ele tinha uma capacidade incrível de não revelar nenhuma parte de si mesmo (nas leituras). Mas no minuto em que entramos no set, pequenas persianas em seus olhos abriram e tudo estava disponível. Foi hipnotizante. Ele é realmente crível e foi como uma lição básica de atuação.


Gailard Sartain interpreta Ray Stuckey, o xerife do condado de Jessup - um personagem baseado no ex-xerife do condado de Neshoba, Lawrence A. Rainey.Sartain descreveu Stuckey como "um funcionário eleito ... que tem que ser servil - mas com conotações sinistras". Stephen Tobolowsky interpreta Clayton Townley, um Grande Mago dos Cavaleiros Brancos da Ku Klux Klan. O personagem é baseado no líder dos 'White Knights', Samuel Bowers. Michael Rooker interpreta Frank Bailey, um Klansman envolvido nos assassinatos dos três ativistas dos direitos civis. Pruitt Taylor Vince, que teve um pequeno papel no filme anterior de Parker, Angel Heart, interpreta Lester Cowens, um Klansman que, sem saber, se torna um peão na investigação do FBI. Vince descreveu o personagem como "pateta, estúpido e nerd" e afirmou: "Nunca tive um osso preconceituoso em meu corpo. Me deu uma sensação engraçada interpretar esse cara com capuz e tudo. Mas quando você está no meio dele, você apenas se concentra em passar por isso." Kevin Dunn se juntou à produção em fevereiro de 1988, aparecendo em sua estreia como ator do FBI Agent Bird. Tobin Bell, também fazendo sua estreia no cinema, interpreta o agente Stokes, um agente do FBI contratado por Anderson para interrogar Cowens. Bell foi primeiro convidado por Parker para ler para o papel de Clinton Pell, um papel que acabou sendo dado a Brad Dourif.



Aparecendo como os três ativistas dos direitos civis estão Geoffrey Nauffts como "cavanhaque", um personagem baseado em Michael Schwerner; Rick Zieff como "Passageiro", baseado em Andrew Goodman; e Christopher White como "Black Passenger", baseado em James Chaney.Os produtores Frederick Zollo e Robert F. Colesberry também fazem aparições no filme; Zollo aparece brevemente como um repórter de notícias,e Colesberry aparece como um cinegrafista que é brutalmente espancado por Frank Bailey. Enquanto procurava locações em Jackson, Mississippi, Parker organizou uma chamada de elenco aberta para atores locais e figurantes. Ele e Colesberry conheceram a professora de música Lannie McBride, que aparece como uma cantora gospel no filme.


Durante o processo de escrita do roteiro, Parker e Colesberry começaram a procurar locações. Eles visitaram oito estados a partir de sugestões da área de localização. O roteiro de filmagem exigia que um total de 62 locações fossem usadas para filmagem. Em dezembro de 1987, Parker e Colesberry viajaram para o Mississippi para visitar o trecho da estrada onde Goodman, Chaney e Schwerner foram assassinados. Os cineastas inicialmente relutaram em filmar no Mississippi; eles expressaram interesse em filmar em Forsyth County, Geórgia, antes de serem persuadidos por John Horne, chefe da comissão de cinema do Mississippi. Parker também se encontrou com o governador do Mississippi, Ray Mabus, que expressou seu apoio à produção do filme.


Parker e Colesberry procuraram locais perto de Jackson, Mississippi, onde montaram escritórios de produção em um hotel Holiday Inn. Eles também visitaram Canton, Mississippi, antes de viajar para Vaiden, Mississippi, onde exploraram mais de 200 tribunais que poderiam ser usados para filmagem. Parker e Colesberry tiveram dificuldade em encontrar uma pequena cidade para o cenário da história antes de escolher LaFayette, Alabama, para atuar como cenas ambientadas na cidade fictícia de Jessup County, Mississippi, com outras cenas sendo filmadas em vários locais no Mississippi.


O começo das gravações se deram em 7 de março de 1988,com um orçamento de US$ 15 milhões. As filmagens começaram em Jackson, Mississippi, onde a equipe de produção filmou uma igreja sendo incendiada. A sequência exigia uma configuração de várias câmeras; um total de três câmeras foram usadas durante as filmagens. Em 8 de março, a equipe de produção filmou uma cena ambientada em um motel onde Anderson (Hackman) faz um monólogo para Ward (Dafoe). Em 10 de março, a produção mudou-se para um canto remoto do Mississippi, onde a equipe filmou o incêndio de uma igreja paroquial.


No dia 11 de março, a produção filmou cenas ambientadas em uma fazenda de porcos, onde um menino é confrontado e atacado por três criminosos. Uma noite depois, a equipe filmou a sequência de abertura do filme, na qual os três defensores dos direitos civis são assassinados. De 14 a 18 de março, a equipe filmou o incêndio de várias outras igrejas, bem como cenas ambientadas em uma fazenda. Em 22 de março, a equipe filmou cenas ambientadas em um necrotério localizado dentro do Centro Médico da Universidade do Mississippi, exatamente o mesmo local para onde os corpos de Goodman, Chaney e Schwerner foram transportados. Um dia depois, Parker e a equipe filmaram uma cena ambientada em um campo de algodão. 


O departamento de arte teve que vestir cada planta com camadas de algodão, pois as plantas de algodão não haviam florescido totalmente. A equipe também filmou o sequestro do prefeito Tilman (R. Lee Ermey) e seu subsequente interrogatório pelo agente do FBI Monk (Badja Djola). Em 24 de março, a produção mudou-se para Raymond, Mississippi, onde a equipe filmou uma cena no Aeroporto John Bell Williams. Representando a partida de Monk, a cena foi coreografada por Parker e os membros do elenco para que pudesse ser filmada em uma única tomada.


Durante o processo de escrita do roteiro, Parker e Colesberry procuraram locações. Eles visitaram oito estados a partir de sugestões da área de localização. O roteiro de filmagem exigia que um total de 62 locações fosse usado para filmagem. Em dezembro de 1987, Parker e Colesberry viajaram para o Mississippi para visitar o trecho da estrada onde Goodman, Chaney e Schwerner foram assassinados. Os cineastas inicialmente relutaram em filmar no Mississippi; eles expressaram interesse em filmar em Forsyth County, Geórgia, antes de serem persuadidos por John Horne, chefe da comissão de cinema do Mississippi. Parker também se encontrou com o governador do Mississippi, Ray Mabus, que expressou seu apoio à produção do filme.


Parker e Colesberry procuraram locais perto de Jackson, Mississippi, onde montaram escritórios de produção em um hotel Holiday Inn. Eles também visitaram Canton, Mississippi, antes de viajar para Vaiden, Mississippi, onde exploraram mais de 200 tribunais que poderiam ser usados para filmagem. Parker e Colesberry tiveram dificuldade em encontrar uma pequena cidade para o cenário da história antes de escolher LaFayette, Alabama, para atuar como cenas ambientadas na cidade fictícia de Jessup County, Mississippi, com outras cenas sendo filmadas em vários locais no Mississippi.


A fotografia principal começou em 7 de março de 1988, com um orçamento de US$ 15 milhões. As filmagens foram em Jackson, Mississippi, onde a equipe de produção filmou uma igreja sendo incendiada. A sequência exigia uma configuração de várias câmeras; um total de três câmeras foram usadas durante as filmagens. Em 8 de março, a equipe de produção filmou uma cena ambientada em um motel onde Anderson (Hackman) faz um monólogo para Ward (Dafoe). Em 10 de março, a produção mudou-se para um canto remoto do Mississippi, onde a equipe filmou o incêndio de uma igreja paroquial.


No dia 11 de março, a produção filmou cenas ambientadas em uma fazenda de porcos, onde um menino é confrontado e atacado por três criminosos. Uma noite depois, a equipe filmou a sequência de abertura do filme, na qual os três defensores dos direitos civis são assassinados. De 14 a 18 de março, a equipe filmou o incêndio de várias outras igrejas, bem como cenas ambientadas em uma fazenda. 


Em 22 de março, a equipe filmou cenas ambientadas em um necrotério localizado dentro do Centro Médico da Universidade do Mississippi, exatamente o mesmo local para onde os corpos de Goodman, Chaney e Schwerner foram transportados. Um dia depois, Parker e a equipe filmaram uma cena ambientada em um campo de algodão. O departamento de arte teve que vestir cada planta com camadas de algodão, pois as plantas de algodão não haviam florescido totalmente. A equipe também filmou o sequestro do prefeito Tilman (R. Lee Ermey) e seu subsequente interrogatório pelo agente do FBI Monk (Badja Djola). Em 24 de março, a produção mudou-se para Raymond, Mississippi, onde a equipe filmou uma cena no Aeroporto John Bell Williams. Representando a partida de Monk, a cena foi coreografada por Parker e os membros do elenco para que pudesse ser filmada em uma tomada única.


Vincent Canby, do The New York Times, elogiou a ficcionalização da história do filme, escrevendo: "O filme não pretende ser sobre os próprios trabalhadores dos direitos civis. É quase como se o Sr. Parker e o Sr. Gerolmo respeitassem as vítimas, seus ideais e seu destino é demais para reinventá-los por meio do uso da ficção. esqueceram, ou nunca souberam, é exatamente que tipos de correntes estavam no ar em 1964." " classificação. 


Em sua lista dos dez melhores filmes de final de ano, Roger Ebert classificou Mississippi Burning como o filme nº 1 de 1988. Escrevendo para o Chicago Tribune, Siskel elogiou as performances "sutis" de Hackman e Dafoe, mas sentiu que McDormand foi "mais eficaz como a consciência moral do filme". Como Siskel, a revista Variety também elogiou as atuações, escrevendo: "Dafoe dá um retrato disciplinado e notável de Ward ... Mas é Hackman quem rouba a imagem como Anderson ... Atuação brilhante de Frances McDormand como a esposa do deputado que é atraída por Hackman é um trunfo tanto para seu papel quanto para a imagem." aqui, mas McDormand voa com ele. E como ela é a única voz da moralidade no filme, é certo que ela seja tão memorável."


O filme passou a ser debatido e discutido, você ligava a televisão e alguém falava de Mississippi Burning, gerando inclusive revolta de parte das pessoas, embora o filme tenha ido bem em termos de bilheteria. Ao ser perguntado sobre a influência do filme no debate dos direitos civis e a controvérsia do filme. Após seu lançamento, Mississippi Burning se envolveu em polêmica sobre a ficção dos eventos. Gerolmo e Parker admitiram ter obtido licença artística com o material de origem, descrevendo-o como essencialmente uma ''obra de ficção''. O assassinato em si, conforme retratado no filme, difere dos eventos reais de várias maneiras. No filme, durante a parada do carro que precipitou o assassinato, o motorista é branco (presumivelmente Andrew Goodman ou Michael Schwerner), e o voluntário negro dos direitos civis (presumivelmente James Chaney) está no banco de trás. Na verdade, James Chaney estava dirigindo o carro porque estava familiarizado com a área. 


O filme apresenta os assassinatos como tendo sido cometidos no local da parada enquanto as vítimas estavam no carro, começando com Frank Bailey colocando um revólver na têmpora do motorista do carro e atirando. Na verdade, todas as três vítimas foram retiradas do carro e levadas para outro local, onde Andrew Goodman e Michael Schwerner foram baleados uma vez no coração, seguidos por James Chaney, que havia levado três tiros.  Grande parte da violência e intimidação dos negros no filme é extraída de eventos que ocorreram na época, embora não necessariamente em relação a esta investigação. O próprio título vem do codinome do FBI para a investigação e alguns dos diálogos são extraídos diretamente de seus arquivos. Muitos dos elementos ficcionais envolvem as ações dos dois principais agentes do FBI.


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