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"O Amante de Lady Chatterley": Romance censurado de autor controverso ganha nova versão na Netflix


Publicado em 1928, "O Amante de Lady Chatterley", último livro de D. H. Lawrence, foi proibido em diversos países na época do lançamento, por narrar com tintas eróticas o caso de adultério de uma dama da aristocracia britânica com o guarda-caças da propriedade de seu marido.


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David Herbert Lawrence foi um escritor inglês, conhecido pelos seus romances, poemas e livros de viagens. Inicialmente celebrado por sua proeza na criação literária, embora de modo controverso; passou a ser visto como um representante da ideologia fascista e nazista na literatura. Tendo vivido e produzido quando esta ideologia, norteada pelo antissemitismo, começava a se desenvolver de maneira mais acentuada e a ganhar peso político. 


Foi chamado pelo filósofo Bertrand Russell, com quem trocou correspondências amistosas durante algum tempo, por "proto-fascista alemão", quando os contornos da ideologia nazi-fascista passaram a se desenhar de maneira mais clara. E quando Bertrand Russell observou, para seu espanto, o posicionamento do escritor em relação ao estado de coisas da época. Lawrence era um anti-democrata e anti-republicano. Em suas cartas se referia ao mote da revolução francesa "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", que viria a culminar em uma das primeiras constituições democráticas e na formação da república, como "A serpente de três presas".


O livro já ganhou uma outra adaptação nos anos 80, chamado "Um Toque de Sedução" (Two Moon Junction), com a icônica atriz da série Twin Peaks, Sherilyn Fenn, filme que já foi analisado e debatido aqui no site (clique aqui para ler). O filme, apesar de muito desconsiderado pelos críticos da época principalmente por sua influência literária, justamente inverte a premissa final do livro, onde a mulher se sacrifica pelo homem, para o homem que se sacrifica pela mulher, demonstrando que apesar da premissa do autor, o receptor sempre pode ler e reinterpretar de uma maneira diferente.


Nesta nova versão da história para o cinema, o papel principal é feito por Emma Corrin, que encarnou a princesa Diana na série "The Crown".




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