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O Diabo Veste Prada (2006): Análise e curiosidades sobre filme com Meryl Streep e Anne Hathaway que debate moda, jornalismo, carreira e feminismo

  

O Diabo Veste Prada é um filme de comédia e drama da Fox, dirigido por David Frankel e produzido por Wendy Finerman. É inspirado no livro de Lauren Weisberger sobre uma poderosa editora da Revista Runway, Miranda Pristley, que contrata uma novada, Andrea "Andy" Sachs (Anne Hathaway), uma graduada em jornalismo recém-formada na Northwestern University. Ela não liga para moda, mas arruma emprego como secretária da editora Miranda (Meryl Streep)



Clique aqui e veja onde assistir "O Diabo Veste Prada" ou assista em link aberto no final desse artigo


Crítica do filme


Andy escrevia matérias interessantes, como essa abaixo: "Que ônibus para aqui? Mais escolhas para jovens estudantes". 




Ou a outra matéria onde escreve sobre uma marcha de mulheres universitárias nas ruas e New York e suas estórias. 




Apesar de querer ser uma jornalista, seu perfil obviamente mais a esquerda e feminista tendencia, segundo a trama, ela a escrever sobre uma gama limitada de assuntos e revista. Parecia para Andy que ela só teria uma chance para se adequar ao mundo do jornalismo de moda. Talvez possamos aqui comparar com a questão da rotina do escritório ou de qualquer trabalho, já que mesmo sendo obviamente uma experiência desagradável, é cobrada a necessidade de "parecer que se estar trabalhando", pronto, arrumado, e encenando todas as características do seu ambiente de trabalho. 


O sociólogo Georg Simmel afirmou em seu ensaio "A Moda", publicado, pela primeira vez, em Philosophische Kultur (Cultura Filosófica) Leipzig, Kröner, em 1911: "A moda é, como eu dizia, um produto da divisão de classes e se comporta como inúmeras outras configurações, sobretudo a honra, cuja dupla função é reunir um círculo isolando-o ao mesmo tempo dos outros."



Ela tinha escrito matérias nos jornais antes e planejava colocar isso no currículo, mas obviamente não foi o tipo de entrevista e emprego que se falaria sobre matérias. Ou seja, parece que o filme louva a ideia de subjugação do estagiário ou da pessoa no primeiro emprego, onde sua função é ceder a caprichos de "grandes personalidades" que você possa conhecer e puxar o saco, por fim, pode ser visto como um louvor ao puxa-saquismo, uma vez que nessa lógica quem tiver menos experiência no currículo, vence.  


Ela consegue ser assistente de Miranda Priestly, a editora chefe da Revista Runway, um emprego que segundo a lógica do filme, muitas garotas se "matariam para ter". Como mostra na cena do início do filme, onde as garotas estão se arrumando com a maior fina estampa e melhores acessórios e Andy se veste como uma estudante comum. 


Andy planeja inicialmente aceitar a grande demanda do trabalho e o tratamento humilhante por um ano para 'aluguel' (já que os preços dos imóveis em New York são absurdamente altos). Andy planeja conseguir um trabalho futuro como repórter ou escrevendo sobre um caso das faxineiras, que ela estava trabalhando. Nigel a ajuda a melhorar seu gosto em moda e começa aprender sobre o "mundo chic". O namorado Nate, não entende muito sobre o trabalho de Andy e acaba sempre atrapalhando muito ela. 



Emily, sua colega comum que sabe de moda e está ali como todo mundo para subir na vida, absorta na ideia de ir a Fashion Week de Paris, mas acaba perdendo a vaga para Andy que fica cada vez mais ciente do mundo da moda e afins. 


Ela acaba terminando com Nate, que por sinal é uma babaca mesmo, e vê de perto o novo divórcio de Miranda, e nota como as duas são parecidas. Por fim, ela abandona Miranda, e vai trabalhar no New York Herald como queria inicialmente. 



O filme mostra uma jornalista de formação, uma mulher comum, uma "nerd", "virando da moda" e por isso é cruel por querer dizer que ela "perde a essência", quando a pessoa apenas está em busca de seu primeiro emprego, algo supostamente obrigatório. 


É um filme cruel por criticar o feminismo liberal das mulheres americanas através de criticar as formas de trabalho que permitem essa forma de "abrir portas", pois transforma isso de maneira geral em uma crítica ao mercado editorial e a grande imprensa. 


Para conseguir seu primeiro emprego, Andy tenta vaga até mesmo no jornalismo de moda, aparentemente altamente seletivo e esnobe com suas contrações, ela faz um bypass já que tinha sido maltratada pela secretária que estava fazendo a seleção. Ao estilo "não usa Dolce Gabbana saia daqui", ela quase é expulsa, mas Miranda a vê e dá uma chance de fazer uma entrevista com ela. 


O filme utiliza de uma estética "transparente" e opaca, caras a filmes bloc busters de Hollywood que apenas querem lucrar. Assim, a filmagem tenta supostamente influenciar ao mínimo na apreensão da trama. Ou seja, tudo tem que ser de fácil entendimento e essa estética leva a uma forma de ludibriar do público, onde a mensagem do filme aparece como aberta, participativa em sua compreensão gradual, mas vendendo uma perspectiva bem particular de sua própria vida para a população em geral. 


O filme não é ruim, reflete sobre paradigmas profissionais, sendo um grande filme "para todo mundo", por isso que sua qualidade é menor um pouco. Reflete sobre a violencia moral e cultural que está por trás da ideia de que temos que arrumar um emprego "para se virar" e "pagar os boletos", pois essa noção já é a glamourização de um grupo fechado perante outros, e não profissionalismo ou ética alguma. Mas Miranda tem qualidades escondidas, como saber historicamente e tecnicamente o que ela está fazendo, mas todos em volta dela acham que seu poder vem de uma fonte etérea que a conta as coisas antes, só que é apenas tudo intuição. 


A reflexão pesada aqui é sobre o perfil da jovem, como também sobre a necessidade de se ter um "perfil correto". Não é isso outro nome para preconceito? Segundo Simmel:


"A moda significa, por um lado, a união com os pares, a unidade de um círculo definido por ela e, consequentemente, a união desse grupo contra as camadas inferiores, a caracterização destas como excluídas. Unir e distinguir são as duas funções fundamentais que aqui se juntam indissoluvelmente, das quais uma, apesar ou justamente por ser a oposição lógica da outra, torna possível sua realização. A prova mais clara de que a moda é, então, um mero produto de necessidades sociais ou também de necessidades psicológicas formais está no fato de que quase nunca podemos descobrir uma finalidade material, estética ou outra que explique suas criações. Se nossas roupas, por exemplo, são de modo geral adaptadas às nossas necessidades, não é possível encontrar o menor rastro de finalidade nas decisões com as quais a moda as conforma; se as saias serão largas ou apertadas, os penteados para cima ou abertos para os lados, as gravatas coloridas ou pretas. Assim, as coisas feias e repulsivas são, muitas vezes, modernas como se a moda quisesse mostrar com isso que nós, por sua causa, aceitamos o mais horrível".


Na cena em que a modelo brasileira, Gisele Bündchen, aparece como uma secretária comum junto à Emily, ambas falam mal da moça por conta de suas roupas, dizendo que ela "não tem noção de moda". Dizem em forma de escárnio e na hora ela aparece toda vestida com roupas da moda, mostrando sua mudança brusca de personalidade. 


No filme, toca Madonna em diversos momentos, inclusive na cena em que mostra que ela passa a "se vestir bem". 




O filme parece pecar um pouco também por perpetuar o mito de que se não seguimos a moda perdemos o "bonde do capitalismo" e que devemos nos curvar a forma de exploração por parte do empregador, ao mesmo tempo que defende estar "na moda" e que ela é para pouco. A ideia é que algumas pessoas especiais aceitam o comportamento abusivo e a ideia que se faz de Miranda que não é a verdadeira. 


As pessoas em volta de Miranda acham que foi a sua atitude cruel, enfatizada pelo filme é o que a tornou tão importante, mas o filme mostra que foi a inteligência técnica muito específica junto com uma ideia de ser uma workaholic (viciada em trabalho). Ou seja, será que Miranda é realmente babaca e coloca um terror em todo mundo por ser elitista e conservadora, ou todo mundo ao seu redor que é babaca e o terror dela é uma forma dela de lidar com o terrível ambiente do mundo da moda? 


Os conselhos das outras secretárias sempre eram sempre furadas para Andrea, de propósito ou ignorância. Parecendo ninguém tem a centralidade do que está acontecendo. Ela escuta uma briga entre o marido de Miranda e ela, que mostram um casamento em ponto de ruptura. 



Ou seja, de que teria realmente uma "aura" na indústria da moda e das revistas, o que é uma mentira. Hoje em dia, ninguém compra revistas de moda ou revista nenhuma praticamente. Era só apenas um mercado editorial. Ou seja, se a ditadura da moda faz distinções entre pobres e ricos, isso é um pouco glamourizado pelo filme, que mostra como se fosse uma escolha sobre "ser aceito" pelos mais ricos e poderosos e ter um bom emprego. Mas o que é ter um bom emprego: dinheiro ou apenas hierarquia? 



Também serve como uma ótima leitura da visão conservadora das pessoas em relação aos jovens e aos empregos, como se sofrer fizesse você aprender alguma coisa, talvez isso seja o mais errado do filme, mas a mensagem enquanto feminismo de terceira geração, da mulher moderna que sai para trabalhar e tal, apesar de um pouco cínica no fim a mensagem, a ideia de desistir de um emprego ruim e manter seu sonho original parece que é o 'lado bom' mesmo do filme, essa noção de que a rotina do trabalho e a corrupção dessa rotina pode moldar você para fora da sua personalidade. 


O problema de Andrea é que ela queria ser jornalista de revistas como Vanity Fair, fazer "jornalismo de verdade" e ser reconhecida pela inteligência, como mostrado na cena com o seu pai, que pergunta por que ela está em um emprego que não é na sua área. Tanto que no início do filme, quando vai entregar currículos, ela apenas consegue o trabalho por "bypass", por coincidência a chefe Miranda estava lá e decidiu contratar ela "aparentemente sem motivos". 


A questão aqui é a briga entre estética e conteúdo. As pessoas do mundo da moda tendem a ver apenas a estética, mas a estética apenas é mensurada se pensada através de um conteúdo e contexto. 



Quando vai na festa, Andrea não conhecia ninguém do contexto da moda, mas sabia reconhecer um embaixador e sua nova namorada. Ali ela decide ficar na festa e chega atrasada no aniversário de Nate, e o namorado dela não compreende que ela tem trabalho (?). Ela nem passou a noite fora. 


É uma visão muito conservadora, já que o filme nos mostra que até na moda tem "ser inteligente" senão você fica como a secretária Emily (personagem que representa o povão geral e a concepção das pessoas sobre o que é moda). Mas ao mesmo tempo tem que aceitar o senso comum machista da visão de Nate, que nos faz ver o que ela faz como errado. Afinal, a moral da trama é aceitar o que vier para sobreviver e ter um emprego e independência ou defender a vida e felicidade pessoal? O filme não consegue decidir. 


Miranda quer fazer de Andrea uma pessoa como ela, e então faz com que seja a pessoa que conta para Emily sobre ela não ir mais para Paris, colocando Andrea lugar dela. 


Claro, se você faz isso, você se transforma. Emily acaba no hospital depois de sofrer um acidente com a notícia, que Andrea "vendeu sua alma para o diabo", o que é referência ao nome do filme. Mas Emily mesma já havia vendido sua alma e isso não havia sido contestado. Aquele velho mito de que o herói deve ser bobo e inocente, pois ser malandro é "coisa de bandido", coisa dos "maus".  


Ela fala que trabalhar para "uma pessoa como Miranda te abre portas", mostrando que as pessoas têm uma mentalidade colonizada ao estilo "cargo comissionado", de que você tem que ficar submisso a uma pessoa, não a uma empresa, não a uma ideia, mas em relação a uma pessoa. Ou seja, na visão do filme o puxa-saco é o mais profissional de todos. 


A ideia de que Andrea se moldou ao emprego é perigosa por dizer que é fácil fazer essa transição, que você pode ser consciente, inteligente não ligada a moda e aí do nada virar alguém do universo da moda. Andrea traz café, e faz o dever de casa dos filhos de Miranda. Isso é jornalismo? E depois, quando ela se adapta, larga tudo, mudando mais uma vez de perspectiva e personalidade. Isso é se adaptar e ser profissional?


As pessoas no filme falam que "o que criaram foi muito maior que arte" sobre a revista Runway que Miranda era editora chefe e de sua marca como analista de moda. As pessoas querem dizer que grandes projetos capitalistas, são "assim mesmo". Que as mulheres que conseguem viver o feminismo liberal, somente fazem isso mediantes uma oportunidade de emprego, e uma boa oportunidade de emprego não deveria comprometer sua vida pessoal, mas essa é a mensagem escondida do filme, uma vez que Miranda apesar do feminismo é infeliz na vida pessoa, que como sua maquiagem funciona como uma máscara. A mulher moderna soltando a fera interior em busca de conquistar a metrópole, a metáfora moral foi contada pelo estilista do filme. 


Andrea conta para ele sobre sua vida pessoal estar em crise. Aí ele fala que é assim mesmo quando se vai bem no trabalho. Já que ela havia conseguido um manuscrito de um livro do Harry Potter, ainda não lançado com o cara que fez The Mentalist, que aqui trabalha no New York Times. Mas a questão aqui é "que tipo de emprego" podemos ter segundo nossa classe social. Tudo que a moça no filme pode ser é secretária de uma editora de revistas de moda, em específico do grupo Prada, grupo fashion criado por dois irmãos em 1913, em Milão. 


O filme fala sobre essa empresa por ser uma dessas empresas marcantes quando pensamos em alta costura. Envolve também a história dos grandes desfiles como as semanas Fashion Week, que começaram em New York em 1943 através do trabalho de Eleanor Lambert. Os desfiles ocorreram em Paris, Londres e Milão. 


 Outra coleção da época que ficou muito famoso foi do estilista Christian Dior, que em 1947 fez uma coleção célebre que lançou sua marca ao mundo, chamada de "the new look". O que quero dizer é que a moda ficou marcada por empresas que souberam entender que a moda anda (ou deveria andar) junto com o contexto cultural do mundo. Por isso que ás vezes vemos desfiles onde as modelos usam saco de lixo, por exemplo. É porque a moda muda e se adapta a tendências que estão presentes no mundo.  


Nos anos 1960, as novas esquerdas influenciaram a moda, e os desfiles em formato padrão com andar de "gata" e os salões de gala formais se transformaram em grandes eventos que queriam fazer grandes shows de moda, com música, cores e novos recortes, como o uso das calças por parte das mulheres, uma mudança que veio pós anos 1950, como também depois das mudanças de corte e costura estimuladas por Coco Chanel, que trouxe um pouco da inspiração da moda masculina para fazer a moda da mulher moderna (assim nasce o terno feminino, por exemplo. 


No século XIX, como também é de 1868 a criação do sindicato da produção de alta costura em Paris, na época, homens de negócios contratavam modelos para desfilar suas criações em desfiles de moda perto dos jóqueis, em corridas de cavalo. Perto do século XX, a pista de corrida de cavalos é substituída pelo desfile de manequins dentro de casas em desfiles feitos para uma clientela de elite.  


O debate é que o trabalho pode consumir sua vida e ninguém entender, mas se você não tem um trabalho, todos te tratam super mal também. 


O namorado não dá nenhum apoio, os amigos também, e ela também se torna uma pessoa babaca ao ver que ninguém a apoia. Esse é o polo de brincadeira do filme, se você se adapta a rotina, você vira como Miranda, mas ninguém quer ser como Miranda, apenas gostamos de ídolos de barro que nos digam o que fazer. Ou seja, por fim, a reflexão é que o sucesso é a falta de sucesso. 



Essa "inevitabilidade" de ser mal ao ser bem-sucedido, ou ao ser inteligente, talvez seja a mensagem fatalista que me faz pensar sobre o filme. Mas no demais, os paradigmas profissionais, o filme representa a nova empresa do capitalismo moderno que sobrevive tentando adicionar pautas de diversidade na sua fórmula de elite tradicional, a virada de empresas como a Prada, de fazer produtos recicláveis e fazer campanhas com diversidade de modelos reflete a crise da revista e de seu ambiente tóxico que o filme já refletia, o que pode ser um dos pontos positivos do filme. 



A parte do filme que Miranda quer saias e não dar nenhum direcionamento de como queria e cor, ela poderia estar se referenciando a questão da mudança do uso de calças e saias que aconteceu no vestuário feminino entre 1920 até 1950, quando as saias se encurtaram em tamanho e os Estados Unidos lançaram seu famoso modelo de saia rodada (essas das garotas dos filmes de Elvis). 


Quando ela encontra sua chefe chorando e ainda trabalhando nas coleções, ela se vê no espelho, já que resolveu terminar com o namorado que não entendi seus horários. Miranda brinca perguntando se Andrea conseguiria impedir o marido dela (de Miranda) de se divorciar dela. Ela reclama de "outro divórcio", a "dama de ferro". Ela reclama de Rupert Murdoch (o dono da Fox) que disse ter vendidos vários jornais sobre sobre seus divórcios. Ou seja, aqui há uma reclamação dos mais conservadores fazerem notícia com a descrição de Miranda como essa "dama de ferro" (o que engraçado, já que Mary Streep fez mesmo a Margareth T. no cinema). 


Quando ela recebe a notícia de que Miranda seria substituída, ela tenta falar com Miranda, por agora ela gostar da chefe que a explora. Miranda fala para ela ir embora, mas ela não entende que ela não precisa "avisar", já que ela não tem nenhum papel em alterar essa mudança de cargo, por ser apenas um emprego o que tem. Tanto que é Miranda que faz a transição da revista. A maldade do filme é querer criar esse mito de que exploração é bonito. Miranda fala que vê muito dela em Andrea, sobre ver o que as "pessoas precisam". 


Miranda lembra que ser assim significa "virar uma vilã", uma mulher da direita liberal, esse é o grande paradigma, e quem quer essa vida? Até mesmo o filme reflete sobre esse lugar, quando ela joga o celular na fonte. Aí ela encontra o namorado no fim e fala que ele estava certo (não sei como ela acha isso). Ela vai da revista Runway para conseguir um emprego no que queria de verdade que era ser jornalista no New York Herald, com pautas sérias. 


Quando Andy começa a aprender sobre o "mundo chic" das revistas ela passa por uma mudança de personalidade. Lembra muito o filme da Disney O Diário de um Princesa, estrelado também por Anne Hathaway, onde ela é princesa de um pequeno país europeu, mas não sabe por viver uma vida comum suburbana em São Francisco, e que descobre ser herdeira da família real, um filme onde sua avó é a atriz de A Noviça Rebelde, Julie Andrews. No filme, ela também "sofre uma grande transformação" e adquire novos hábitos e gostos por ser agora da elite. Muito parecido nesses pontos os dois filmes. 


O jornalista disse que ligou pedindo referências e que a Miranda tinha dito que ela tinha sido a pior assistente que já havia tido, e que ele "seria um idiota se não a contratasse", no fim do filme, ela acena para Miranda, como uma colega, e ela a ignora para manter o personagem, já que o aceno é uma forma de cinismo, de "querer ser colega", mas no carro vemos os olhos de Miranda cheios de água. Ela também muda muito sua personalidade e é estimulada a isso, como uma forma de "perder a inocência". Ou seja, se ela se torna a melhor funcionário de Miranda, ela se torna Miranda. Ou seja, não tem como o paradigma profissional não influenciar o seu pessoal, talvez seja a maior reflexão do filme. 


O mito aqui narrativo é que Miranda e Andrea são a mesma pessoa, são como tropos narrativos, se Andrea continuasse naquele meio "com sucesso", ela teria virado como Miranda. Outra questão interessante é que no fim, não sabemos se ela consegue ou não oportunidade, nem mesmo ela volta com o antigo namorado, eles apenas fazem as pazes. Tudo no fim é aberto, como uma mensagem aberta.  




História por trás do filme


Em 2003, a Fox comprou os direitos de uma adaptação do livro de Weisberger antes mesmo do livro estar acabado. O projeto apenas recebeu a luz verde para seguir em frente com o fechamento do contrato com a atriz Mary Streep. A fotografia e as cenas foram feitas em 57 dias, principalmente na cidade de New York City, de outubro a dezembro, com filmagens adicionais feitas em Paris. 


O filme lucrou bem, $326 milhões de dólares no mundo afora, contra seu orçamento de $41 milhões. A inspiração para a personagem, muitos dizem é a editora americana da Vogue, editora Anna Wintour. Sendo muito caro o filme por conta do aparecimento de marcas e produtos muitos caros autorizados pelas marcas. 


O diretor David Frankel e a produtora Wendy Finerman haviam lido originalmente O Diabo Veste Prada em forma de proposta de livro. Seria o segundo longa teatral de Frankel, e o primeiro em mais de uma década. Ele, o cineasta Florian Ballhaus e a figurinista Patricia Field, se basearam fortemente em sua experiência em fazer Sex and the City.


Frankel lembra toda a experiência como tendo altas apostas para os envolvidos, já que para ele e os outros por trás das câmeras foi o maior projeto que eles já haviam tentado, com recursos pouco adequados. "Sabíamos que estávamos em gelo muito fino", disse ele à Variety para um artigo de 2016 sobre o 10º aniversário do filme. "Era possível que este poderia ser o fim da estrada para nós."


Enquanto isso, o estúdio e produtor Wendy Finerman procurou um diretor. De muitos candidatos com experiência em comédia, David Frankel foi contratado apesar de sua experiência limitada, tendo feito apenas um longa, Miami Rhapsody, juntamente com alguns episódios de Sex and the City e Entourage. Ele não tinha certeza sobre a propriedade, chamando-a de "indirecionável... uma sátira em vez de uma história de amor". Mais tarde, ele citou Unzipped, o documentário de 1995 sobre o designer Isaac Mizrahi, como seu modelo para a atitude do filme em relação à moda: "[Ele] se diverte com algumas das bobagens do mundo da moda, mas também é muito sério."


A filmagem principal ocorreu ao longo de 57 dias em Nova York e Paris entre outubro e dezembro de 2005. O orçamento do filme era inicialmente de US$ 35 milhões e só incluiria as filmagens em Nova York. O orçamento limitado causou problemas com alguns locais — a tripulação não conseguiu permissão para filmar no Museu de Arte Moderna ou no Bryant Park, que eles também atribuem ao medo de Wintour. As placas cooperativas de muitos edifícios de apartamentos também se recusaram a deixar a produção usá-los para Miranda, o que Frankel também acredita ser por causa da influência de Wintour. 


Ballhaus, por sugestão de Finerman e Frankel, compôs o máximo de fotografias possível, sejam interiores ou exteriores, para, pelo menos parcialmente, pegar cenas de rua movimentadas de Nova York ao fundo, para transmitir a emoção de trabalhar em uma indústria glamorosa em Nova York. Ele também usou uma câmera portátil durante algumas das cenas mais movimentadas do escritório de Miranda, para melhor transmitir o fluxo de ação, e câmera lenta para a entrada de Andrea no escritório após sua transformação. Algumas tomadas de processo eram necessárias, principalmente para colocar vistas exteriores atrás das janelas nos sets e no Mercedes onde Miranda e Andy estão tendo sua conversa climática. 


Fox originalmente recusou permissão para deixar Frankel filmar algumas cenas do terceiro ato em Paris, onde é ambientado, devido ao baixo orçamento. Depois de seis semanas de "pesadelo" de filmagem, ele teve um editor cortar um "rolo de sizzle" de destaques. Isso convenceu o estúdio a aumentar o orçamento para permitir a filmagem limitada no exterior. Streep não foi como Fox acreditava que seria muito caro; fotos de tela verde e seu dublê de corpo foram usados em vez disso.


Várias semanas depois de todos os papéis principais terem sido lançados, os atores se reuniram em Nova York para uma leitura de mesa. Hathaway estava nervosa e pateta, ela lembra, uma vez que ela ainda não tinha desenvolvido sua ideia do papel; ela descreveu seu desempenho naquele momento como "[nada] particularmente impressionante". Blunt, por outro lado, achou que a risada de Streep a relaxava o suficiente para mantê-la focada em interpretar uma Emily nervosa e distraída. 


O destaque da sessão foi a primeira fala de Streep como Miranda. Em vez da "voz estridente, mandona e latido" que todos esperavam, diz Hathaway, Streep silenciou a sala falando em um sussurro próximo. "Foi tão inesperado e brilhante." Na leitura, Streep também mudou a última linha de Miranda para "todo mundo quer ser a gente", quando no roteiro original era "todo quer ser eu", uma mudança e tanto. 


Streep tomou uma decisão consciente de não desempenhar o papel como uma impressão direta de Wintour, até não usar um sotaque e tornar o personagem americano em vez de inglês ("Eu senti que era muito restritivo"). "Acho que ela queria que as pessoas não confundissem a personagem de Miranda Priestly com Anna Wintour", disse Frankel. "E é por isso que no início do processo ela decidiu um olhar muito diferente para ela e uma abordagem diferente para o personagem." O "isso é tudo", "por favor, deu à outra pessoa ..." bordões; seu casaco-tossing na mesa de Andrea e almoço de bife descartado são retidos do romance. Streep preparado lendo um livro da protegida de Wintour Liz Tilberis e as memórias da editora da Vogue Diana Vreeland. Ela perdeu tanto peso durante as filmagens que as roupas tiveram que ser acolhia.


Durante a turnê de imprensa do filme, ela também disse que sua performance como Miranda foi inspirada por diferentes homens que ela conhecia, mas não disse quais. Em 2016, ela revelou à Variety que pegou o estilo de fala suave de Miranda de Clint Eastwood: "Ele nunca, nunca, nunca levanta a voz e todo mundo tem que se inclinar para ouvir, e ele é automaticamente a pessoa mais poderosa da sala." No entanto, ela disse, Eastwood não faz piadas, então, em vez disso, ela modelou esse aspecto do personagem no diretor teatral e cinematográfico Mike Nichols, cuja entrega de uma observação de corte, ela disse, fez todos rirem, incluindo o alvo. "A caminhada, receio, é minha", acrescentou Streep.


Para o olhar real de Miranda, Streep olhou para duas mulheres. O penteado bouffant foi inspirado na modelo e atriz Carmen Dell'Orefice, que Streep disse que queria se misturar com "a elegância inatacável e autoridade da [política francesa] Christine Lagarde". Ela queria que o cabelo de Miranda fosse branco, o que os produtores temiam que a fizesse parecer muito velha, mas o estúdio confiou nela e ela trabalhou com o maquiador e estilista J. Roy Helland, um associado de longa data, para criar o visual.


Os figurinos que Field projetou para acompanhar esse olhar resultaram em inúmeras tomadas sopradas durante a montagem onde Miranda joga repetidamente seu sobretudo na mesa de Andrea quando ela chega pela manhã. Quando McKenna viu Streep como Miranda pela primeira vez no set, ela se lembra de estar tão aterrorizada que jogou o braço na frente de Frankel "como se estivéssemos em um acidente de carro". 


Hathaway se preparou para o papel se voluntariando por uma semana como assistente em uma casa de leilões onde ela foi "colocada no meio do caminho" de acordo com Weisberger, que acrescenta que Hathaway complementou isso fazendo muitas perguntas sobre trabalhar para Wintour. Frankel lembra que estava nervosa durante a maior parte das sessões fotográficas, especialmente quando trabalhava até tarde, já que Raffaello Follieri, seu namorado na época, preferia fortemente que ela não o fizesse; ela também estava tendo problemas de saúde devido a um cisto. 


A diretora disse que estava "aterrorizada" antes de começar sua primeira cena com Streep, que havia começado seu relacionamento de trabalho com Hathaway dizendo primeiro "Eu acho que você é perfeito para o papel e estou tão feliz que vamos trabalhar nisso juntos" e depois avisando que era a última coisa boa que ela diria.  Streep aplicou essa filosofia a todos os outros no set também, mantendo sua distância do elenco e membros da tripulação, a menos que fosse necessário discutir algo com eles. 


A cena em que Andy entrega o Livro, a maquete da revista em andamento, para o apartamento de Miranda, foi, segundo os Dengels, que interpretaram as filhas gêmeas de Miranda, totalmente improvisadas. "Isso foi apenas algo que fizemos com Anne e ele fez o corte", disse Colleen Dengel ao BuzzFeed em 2017. No entanto, levou mais três dias de filmagem para obter a foto das meninas na escadaria do jeito que Frankel queria, um olhar que ela acredita ter sido inspirado por uma cena semelhante com meninas gêmeas em O Iluminado, de Kubrick.


Vários dos atores contribuíram com diálogos e cenas para o filme. Streep sugeriu a cena do encontro editorial, que não avança na trama, mas mostra Miranda no trabalho sem Andy presente. Também foi ideia dela que Miranda não usasse maquiagem na cena em que ela se abre com Andy e se preocupa com o efeito em suas filhas de seu divórcio se tornarem de conhecimento público. 


Hathaway sugeriu tirar o beijo entre Andy e Nate da cena em que ele faz um sanduíche de queijo grelhado. "Eu só não acho que é certo... simplesmente não parece que estamos nesse ponto do nosso relacionamento", lembra Grenier. "Há muita história".


Blunt, por sua vez, contribuiu com a linha onde ela diz a Andy "Estou ouvindo isso", enquanto abria e fechava a mão, "e quero ouvir isso" mantendo o outro fechado. Em 2015, ela disse a Howard Stern que tinha ouvido uma mãe dizendo isso a uma criança em um supermercado durante a produção. "Ela parece bem" de Bündchen ao ver Andy seguindo sua transformação, é também sua adição improvisada ao roteiro; ela pensou que equilibrou a maldade de Emily para Andy.


Frankel, que havia trabalhado com Patricia Field em sua estreia no cinema Miami Rhapsody, bem como Sex and the City, sabia que o que o elenco usava seria de extrema importância em um filme ambientado na indústria da moda. "Minha abordagem foi contratá-la e depois sair da sala", brincou mais tarde. Enquanto apenas Valentino Garavani apareceu na tela, muitos outros designers foram úteis para Field. Frankel lembra que a decisão de Prada de ajudar Field "a ajudou a quebrar o gelo". 


O orçamento de US$ 100.000 para os trajes do filme foi complementado pela ajuda dos amigos de Field em toda a indústria. Em última análise, ela acredita, pelo menos US $ 1 milhão em roupas foi usado no filme, tornando-o um dos filmes mais caros fantasiados na história do cinema. O item mais caro foi um colar fred leighton de US$ 100.000 em Streep, que comparou o sucesso de Field em juntar o guarda-roupa do filme aos efeitos especiais no filme: Missão: Impossível. 


Quando Hathaway entra no escritório depois que Nigel lhe dá acesso ao armário de Runway, ela está vestida inteiramente em Chanel. Field explicou em 2016 que "eu senti que Annie Hathaway era uma garota Chanel organicamente, ao contrário de dizer uma garota Versace [ou Roberto Cavalli]". Quando ela ligou para a empresa para pedir ajuda, eles ficaram encantados porque "eles queriam ver chanel em uma jovem para dar-lhe outro ponto de vista", mostrando-o como uma marca para "não apenas mulheres de meia-idade de terno, mas jovens e descolado". Calvin Klein completa o guarda-roupa de Andrea. 


A maioria das roupas vistas na tela foram emprestadas; Streep lembra de não poder comer espaguete no almoço enquanto usava um vestido porque se fosse sujo a produção não poderia devolvê-lo. 


Dolce & Gabbana e Calvin Klein também ajudaram Field, com algumas contribuições do designer libanês Georges Chakra. Embora Field evite fazer Streep parecer Wintour, ela a veste em generosas ajudas de Prada (Pela própria estimativa de Field, 40% dos sapatos nos pés de Streep são Prada). "Eu sei que sua personagem foi originalmente baseada em Anna Wintour", disse Field, "mas eu não queria copiar o estilo de alguém." Mas, como Wintour e sua antecessora da Vogue Diana Vreeland, os dois perceberam que Miranda precisava de um look exclusivo, que era fornecido principalmente pela peruca branca e o forelock que ela usava, bem como as roupas que os dois passavam muito tempo se debruçando sobre os livros de vestuário. 


"[Eu]n escolhendo seu guarda-roupa minha ideia era que ela é uma editora-chefe de moda, ela tem seu próprio estilo", disse Fields ao Women's Wear Daily em 2016. "Estamos criando um personagem original." 


Blunt lembra que ela e Streep geralmente usavam os sapatos que vinham com suas roupas apenas quando eram mostrados na íntegra. Sempre que apenas seus corpos superiores precisavam ser visíveis, eles colocavam calçados mais confortáveis como Uggs. Hathaway, por outro lado, sempre usava os sapatos que lhe tinham dado. "[Ela estava correndo] sobre ruas de paralelepípedos como uma cabra de montanha segura", lembra Blunt. 


Field disse que ela evitou tendências de moda predominantes para Miranda durante a produção em favor de um visual mais atemporal baseado nos arquivos de Donna Karan e peças de Michaele Vollbracht para Bill Blass. Ela não queria que as pessoas reconhecessem facilmente o que Miranda estava vestindo. 


Ela contrastou Andy e Emily dando a Andy um senso de estilo, sem muito risco, que sugeriria roupas que uma revista de moda teria em mãos para as filmagens, roupas que um recém-formado na faculdade com pouco senso de estilo se sentiria confortável usando em um local de trabalho consciente da moda. 


Blunt, por outro lado, estava "tão no limite que ela está quase caindo". Para ela, Field escolheu peças de Vivienne Westwood e Rick Owens para sugerir um gosto por roupas mais funkier e "underground". Após o lançamento do filme, alguns dos looks que Field escolheu se tornaram populares, para a diversão dos cineastas.


Depois de visitar alguns escritórios de revistas de moda de verdade, Jess Gonchor deu aos escritórios da Runway um visual limpo e branco destinado a sugerir um compacto de maquiagem ("os beges e brancos de autoridade impermeável", Denby chamou isso). 


O escritório de Miranda tem algumas semelhanças fortes com o escritório real de Anna Wintour, até um espelho octogonal na parede, fotografias e um arranjo floral na mesa. Gonchor disse mais tarde ao Women's Wear Daily que ele havia baseado o conjunto em uma foto do escritório de Wintour que ele encontrou online; a semelhança levou Wintour a ter seu escritório redecorado após o lançamento do filme. Em 2021, Frankel disse que Gonchor tinha conseguido entrar nos escritórios da Vogue para dar uma olhada no Wintour's. "Eles conseguiram muito, muito perto", disse Weisberger.


Gonchor até escolheu papel de parede de computador separado para destacar diferentes aspectos do personagem de Blunt e Hathaway: O Arco de Triunfo de Paris em Blunt sugere suas aspirações de acompanhar Miranda aos shows de lá, enquanto a imagem floral de Andy sugere as qualidades naturais e despretensiosas que ela exibe no início de seu mandato com a revista. Para a foto de Andy com seus pais, Hathaway posou com sua própria mãe e David Marshall Grant. 


Os gêmeos Dengel lembraram de serem perguntados todos os dias por três anos seguidos se as cópias antecipadas de Harry Potter eram reais; para sua grande decepção que não eram e de fato eram "todos os jargões". Eles eventualmente leiloaram-nos por US$ 586 no eBay, juntamente com várias roupas usadas no filme, para beneficiar o Dress for Success, uma instituição de caridade que fornece roupas de negócios para ajudar as mulheres a entrar em transição para a força de trabalho.


Mark Livolsi percebeu, como McKenna tinha do outro lado, que o filme funcionava melhor quando se concentrava no enredo de Andrea-Miranda. Assim, ele cortou uma série de cenas principalmente transitórias, como a entrevista de emprego de Andrea e a viagem da equipe do Runway para o estúdio de Holt. Ele também tirou uma cena no início em que Miranda elogiou Andrea. Ao revisá-los para o DVD, Frankel admitiu que nem os tinha visto antes, já que Livolsi não os incluiu em nenhuma impressão que enviou ao diretor.


O compositor Theodore Shapiro dependia fortemente da guitarra e da percussão, com o apoio de uma orquestra completa, para capturar um som urbano contemporâneo. 


Ele finalmente escreveu 35 minutos de música para o filme, que foram executados e gravados pelo Hollywood Studio Symphony, conduzido por Pete Anthony. Seu trabalho foi equilibrado com canções de U2 ("City of Blinding Lights", Miranda e Andy em Paris), Madonna ("Vogue" & "Jump", montagem de moda de Andrea e seu primeiro dia no trabalho, respectivamente), KT Tunstall ("Suddenly I See", montagem feminina durante os créditos de abertura), Alanis Morissette ("Crazy", sessão de fotos do Central Park), Bitter:Sweet ("Nossos Restos Mortais", Andy pega os esboços de James Holt para Miranda; Bittersweet Faith, a mostra de arte de Lily), Azure Ray ("Sleep", após o rompimento de seu relacionamento com Nate), Jamiroquai ("Sete Dias em Junho Ensolarado", Andy e Christian se encontram na festa de James Holt) entre outros. Frankel queria usar "City of Blinding Lights" no filme depois de usá-la como trilha sonora de uma montagem de vídeo de cenas de Paris que ele havia montado depois de explorar locais lá. Da mesma forma, Field tinha defendido tão fortemente para a "Vogue". 


O álbum da trilha sonora foi lançado em 11 de julho de 2006 pela Warner Music. Inclui a maioria das músicas mencionadas acima, bem como uma suíte de temas de Shapiro. Entre as faixas não incluídas está "Suddenly I See", uma omissão que decepcionou muitos fãs.


O filme tem um impacto duradouro na cultura popular. Embora uma série de TV baseada nela não tenha sido captada, nos anos após seu lançamento Os Simpsons intitulado um episódio "O Diabo Veste Nada" e parodiava algumas cenas. A versão americana de The Office começou um episódio com Steve Carell como Michael Scott imitando Miranda depois de assistir o filme na Netflix. No episódio 18 da 14ª temporada de Keeping Up with the Kardashians, Kris Jenner se vestiu de Miranda, canalizando sua persona de 'Boss Lady'. Em 2019, relatos de que a senadora de Minnesota Amy Klobuchar, então buscando a indicação presidencial democrata para a eleição de 2020, maltratou sua equipe e fez exigências irracionais deles levou alguns escritores a invocar Miranda como um ponto de referência. 


Em 2008, o The New York Times escreveu que o filme havia definido a imagem de um assistente pessoal na mente pública. Sete anos depois, Francesca Mari, da Dissidência, escreveu sobre "a economia assistente" pela qual muitos profissionais criativos contam com trabalhadores tão intitulados para fazer tarefas pessoais e profissionais para eles; ela apontou para O Diabo Veste Prada como a narrativa mais conhecida de assistente.


No ano seguinte, escrevendo sobre uma proposta de mudança nos regulamentos federais de horas extras dos EUA que era vista como ameaçadora para essa prática, o Times chamou de economia "Diabo Veste Prada", um termo que outros meios de comunicação também usaram. 


No 10º aniversário do filme, Alyssa Rosenberg escreveu no The Washington Post que Miranda antecipou anti-heróis femininos de séries populares de televisão do final dos anos 2000 e 2010, como Olivia Pope e Cersei Lannister em Game of Thrones . Como eles, ela observa, Miranda assume competentemente uma posição de autoridade muitas vezes mantida por personagens masculinos, apesar de suas falhas morais, que ela deve se defender contra tentativas de usar sua vida pessoal para removê-la dela, para "prov[e], como uma criatura de sentimento, que ela nunca pertenceu lá em primeiro lugar." Ao fazê-lo, por mais bem ter sucesso consigo mesma e com outros, "ela se fechou em uma vida tão regimentada e limitada como uma saia lápis estanque". 


Cinco anos depois, a Harper's Bazaar tomou uma perspectiva diferente. Mekia Rivas culpou o retrato do filme sobre a relação de Miranda e Andy como reforçando uma falsa crença de que uma jovem pode ter apenas uma pausa na carreira, ela deve levá-la não importa o que ela tem que aturar de seu chefe. Na época do lançamento do filme, "girlbosses" simbolizados por Miranda tinham sido vistos como potencialmente revolucionando o local de traba0lho, observou ela. Mas a ideia já havia sido desacreditada por exemplos reais de mulheres como Elizabeth Holmes e Steph Korey, que dirigiam empresas onde os trabalhadores viviam com medo dos temperamentos e caprichos de seus chefes. 


Rivas descreveu Miranda como "uma superior totalmente tóxica que, no final, estava mais interessada em manter o status quo do que em reinventá-lo, apesar de ter todo o poder e autoridade para fazê-lo. Ela queria que Andy acreditasse que dizer não a ela seria o fim de sua carreira, mesmo sabendo que Andy tinha todo o potencial do mundo para fazê-lo sem ela ou suas conexões." 


"Como muitos clássicos instantâneos, Prada se beneficiou do timing perfeito", observou o artigo da Variety de 2016, tentando explicar o apelo duradouro do filme. "Marcou o início da democratização da indústria da moda — quando as massas começaram a prestar atenção aos negócios do que usavam." Ele creditou o filme como ajudando a despertar o interesse na adaptação americana da série de televisão colombiana Ugly Betty, que estreou meses após seu lançamento. 


O filme também foi creditado com crescente interesse no documentário de R.J. Cutler, The September Issue, que seguiu Wintour e outros editores da Vogue enquanto preparavam a edição para aquele mês de 2007. Escrevendo em The Ringer no décimo aniversário, Alison Herman observou que "O Diabo Veste Prada transformou a imagem de Wintour da de uma mera figura pública na de um ícone cultural".


Miranda não foi a única personagem do filme a provocar uma reação negativa dos espectadores ao longo do tempo; Nate foi chamado de "verdadeiro vilão" do filme por alguns. "Ele zomba dela por seu novo interesse em moda, banaliza a revista em que trabalha e descarta seu trabalho duro", escreveu a Entertainment Weekly em 2017, coletando alguns tweets e outros posts das redes sociais criticando a personagem. Muitos, como o escritor dessa peça, acharam particularmente perturbador que ele repreendeu Andy por perder sua festa de aniversário, embora ela tivesse uma boa razão relacionada ao trabalho para sua ausência. 


Em 2013, Weisberger escreveu uma sequência, Revenge Wears Prada. No entanto, não parece provável que uma versão cinematográfica dele, ou qualquer sequência, será feita, já que duas das estrelas do filme não estão ansiosas para fazê-lo. Streep já disse que não está interessada em fazer uma sequência para este filme em particular. E enquanto Hathaway admite que estaria interessada em trabalhar com as mesmas pessoas, teria que ser "algo totalmente diferente". O Diabo Veste Prada, ela disse à Variety "pode ter apenas acertado a nota certa. É bom deixá-lo como está. 


Assista o filme aqui:


O Diabo Veste Prada 1080P (2006) -wolverdonfilmescom- from Leonardo Ferraz on Vimeo.




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