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Top Gun: Maverick (2022): Vale a pena assistir? Análise e curiosidades do filme




Depois de mais de trinta anos de serviço como um dos principais aviadores da Força Aeronaval, Pete Maverick (Tom Cruise) está de volta às telas, mas no mesmo lugar de sempre: voando. Ele se empenha para não ser promovido a um cargo que o manteria em terra e o levaria a uma próxima fase da vida, pois se recusa a envelhecer. Agora, além de trabalhar como professor de uma nova geração de pilotos, em sua missão final, ele precisa enfrentar um exército de drones


Veja aqui onde assistir Top Gun: Maverick


Crítica do filme

🌟🌟🌟🌟🌟☆


Filmes como Top Gun são sempre os mais difíceis de se analisar. O filme possui um nível tão alto de técnica que é fácil confundir o nível de técnica empregada e como ela aparece em tela, em relação ao que um filme deve ter em sentido geral para ser uma obra. Eu debati isso melhor em torno de Top Gun quando análise o filme original de 1986 (clique aqui para ler). Por isso, nesse texto tentarei focar menos nos aspectos técnicos envolvendo a ideia que inspirou o filme, e vou focar mais na análise apenas de Maverick, assumindo que leram o primeiro texto também. 


Logo de início, é preciso notar que o longa começa exatamente como o primeiro filme, com a mesma música e cenas ao mesmo estilo e montagem do primeiro filme. Por um lado, é interessante pois quem nunca viu o primeiro vai ter a mesma sensação da época, e quem não já viu vai sentir nostalgia. Mas na perspectiva para além da nostalgia, temos que pensar que é um recurso pouco criativo, uma vez que não é original. 



Porém, por sua vez, o elemento mais interessante e talvez a cena mais legal do filme, é o esporro "suave" de Ed Harris, também estrela do seriado Westworld, que critica o fato de Maverick está a 30 anos sendo apenas capitão, pois apesar de sua técnica vista no primeiro filme, ele é insubmisso demais para conseguir as promoções e passar nos testes. Descobrimos que Ed Harris está ali para encerrar o projeto do Top Gun. 


Acontece que como não é mais Guerra Fria, não existem mais confritos reais. Então as técnicas e comportamentos que eram aceitáveis nos anos 80 por ser um contexto de conflitos abertos, agora são considerados apenas imaturidade. Esse é um elemento que vai repercutir ao longo do filme como um todo. 


Isso trouxe um tom interessante para o filme já que agora Maverick não se sente mais tão bom assim e tem que lidar com as consequências de seus atos e de sua fama de quando era jovem. Esse reposicionamento do personagem é muito bom pois reflete o que muitos espectadores, como eu, sempre pensavam ao revisitar o primeiro filme depois de um tempo. Achávamos Maverick um otário infantil, além de bem machista. Agora, é como se Maverick revisse tudo que fez, principalmente na imagem de seus alunos, e achasse ruim. 


Aqui mais uma vez está se falando sobre choque entre gerações, algo que já está repetitivo dos filmes atuais, mas o filme se distingue por uma particularidade. Top Gun Maverick tenta propor uma solução para os conflitos de gerações, pensando os tipos através de uma perspectiva histórica. 


Maverick é um típico cara que fica entre a geração dos boomers e a geração x, que viu tudo que acreditava como parâmetro de certo e bom decair e deixar de existir, sendo ele agora "apenas mais um". Não é mais o mundo da competitividade e nacionalismo que norteiam os ensinamentos da escola naval. Seu rival agora é seu chefe, e se tornou ainda um dos seus melhores amigos. Nem mesmo seu amor do prime Suas concepções e certezas de mundo foram confrontadas perante seus olhos e ele teve que aceitar.


Isso cria todo um espaço de expectativa para os novos personagens. Esse é inclusive um detalhe bem interessante do filme, uma vez que não existia muitos personagens negros ou mulheres entre a equipe dos pilotos. Muito também pelo fato que o primeiro filme era de certa forma crítico aos militares em questão. Aqui o filme assumiu certo tom apologético para desviar dos exageros do primeiro filme. 



O ponto é que agora as interações parecem muito mais legítimas. A cena do bar, por exemplo, além de bem feita pois faz alusão ao primeiro filme, foi engraçada. Primeiro, vale notar que se seguirmos o primeiro filme e o posicionamento de personalidade dos personagens, Maverick seria na realidade um babaca, e não Iceman, algo que fica evidenciado pelo personagem que agora representa o "rival" do grupo. Já o filho de Goose, possui o lado positivo de Maverick, que é ser teimoso, mas possui muito mais características positivas do que o próprio Maverick. Assim, fica parecendo que seu pai, Goose, era o verdadeiro protagonista do primeiro filme, afinal ele era o mais engraçado e foi quem morreu de maneira trágica no final do filme.



A cena com Val Kilmer foi simplesmente emocionante, uma vez que sua condição de saúde real deu um novo tom ao seu personagem. E, uma vez que Maverick envelheceu mal, Iceman parece que sempre esteve certo e tentou mostrar isso para Maverick, já que, vale lembrar, é Iceman que ganha as asas de Top Gun no primeiro filme, e Maverick se contenta em virar professor.



Dessa maneira, Maverick se sente na obrigação de treinar o filho de Goose para não ter um final igual ao do pai, ou melhor, para não ter um final igual o dele. Aqui existe uma aliteração sobre a academia, uma vez que além de existir relações reais entre pesquisas acadêmicas e militares na vida real, os sistemas de hierarquias são parecidos. Maverick será o orientador do grupo e principalmente do filho de Goose. Aqui, ele se pega em um dilema: deve proteger ele e garantir que ele não tenha o mesmo destino que o pai, ou deve ensiná-lo tudo que sabe, ainda que tenha um destino trágico? Se protege, o limita; se ensina, o coloca em perigo.



As cenas do bar, onde vemos que Maverick agora está até com problemas financeiros para pagar sua conta e tendo que participar do "rito" do bar de expulsar quem não paga, foram hilárias. Maverick era um escroto e agora aprendendo a ter que lidar com a nova geração sabendo que deve aprender com ela, é muito bom. 


É claro, podemos criticar de certa forma seu egoísmo, uma vez que no aspecto geracional quando era jovem, Maverick fez tudo que quis quando era jovem e quando chega a vez dos jovens o substituírem, ele não quer deixar. Esse sentimento pode parecer até bonzinho, de não deixar a juventude passar pelas mesmas situações e destino que ele. Porém por outro lado, já que o primeiro filme era uma propaganda nacionalista a favor dos Estados Unidos no contexto da Guerra Fria, Top Gun: Maverick quer anular a iniciativa de outros países e pessoas, de imitarem a postura rebelde e nacionalista vendida pelo próprio Estados Unidos. 

                                                                                                 

É como se os Estados Unidos estivessem fazendo um "recall" de sua ideologia dos anos 80 e do que representava para o mundo. Não estimulou uma devoção e medo dos Estados Unidos, gerou uma reação de todos os países a instarem seus próprios nacionalismos. Assim, vimos uma escalada da militarização no Oriente Médio, principalmente países árabes, imitando o próprio nacionalismo que o Estados Unidos sempre estimulou, calcado nas armas e religião. O Brasil, por sua vez, hoje só vê como defensor do nacionalismo militarizado, os apoiadores do presidente Bolsonaro, que não é o que podemos chamar de "nacionalista", entretanto em muito lembra as posturas do Maverick do primeiro Top Gun. E nos Estados Unidos de hoje, o nacionalismo se tornou sinônimo de apoio a Trump.


Então, a cena do jogo de vôlei na praia, que era meio pastiche de propósito, como a visão de um homem hétero sobre a cultura gay, no segundo filme a cena é de futebol americano na praia, sendo o nacionalismo americano mais aberto, já que agora não é um jogo popular como vôlei, mas sim um esporte tipicamente americano. Já as referências gays foram equiparadas a experiência hetero, sendo menos ridículo, porém mais normativo.



Vemos então Top Gun Maverick tentar afastar esse espectro conservador radical do espectro do filme, pois foi justamente os ideais do primeiro filme que serviram como estímulo ao populismo de direita, que usa o militarismo para fazer política. Por outro lado, parece os Estados Unidos se eximindo da responsabilidade e inspiração que todos os esses regimes tiveram do próprio Estados Unidos. 


Entretanto, o filme apresenta um resultado melhor que o primeiro e realiza uma boa restauração histórica do primeiro por sua sinceridade. Maverick e os militares, não são mostrados como um exemplo a se seguir, mas sim como uma cultura em decadência. O "jato velho" encontrado por ele e pelo filho de Goose para fugir no final, é uma metáfora do próprio Maverick, mas também do próprio filme, uma vez que é preciso recorrer a uma temática antiga, já abordada em outro filme, para conseguir fazer um filme de sucesso.


No final, Maverick opta pelos dois: além de salvá-lo, também é salvo por ele. Além de ensinar, também aprende com seus alunos, permitindo que todo o processo de aprendizagem seja completo. Isso torna o filme profundamente vivo, com seus debates acontecendo em tempo real e com respaldo na realidade, dando o clima correto a trama e estimulando o debate. Assim, no sentido psicológico e interpessoal, o filme evoluiu muito, tornando todo o filme e sua reflexão mais humana, emocionante e real. Porém, em sentido ideológico, é um filme mais perigoso que o primeiro, onde sentimos pena do protagonista, que no primeiro filme era claramente detestável. Isso faz do primeiro um pastiche, inofensivo, que só vai convencer pessoas de cabeça já fraca, enquanto o segundo filme pode convencer mais pessoas de que ser militar é "legal" e que, como Maverick, os Estados Unidos são apenas um "professor" insubmisso e fracassado, querendo ensinar uma lição ao mundo.  



Os efeitos do filme são geniais, muito mais impressionantes e realistas do que a maioria dos filmes, um deleite para amantes da alta definição. A fotografia do filme, apesar de meio marro e cinza, é muito boa. O som também é muito bem mixado, fazendo aquela técnica de vibração para aumentar a intensidade das cenas, algo que nesse filme combina bem, uma vez que a ligação narrativamente com o que estamos assistindo, não sendo só barulhos de fundo como em filmes da Marvel. A atuação do filme é muito boa. Tom Cruise finalmente parece ter atingido o auge de sua carreira. Porém, achei a direção meio a desejar, parecendo emular as técnicas de Tony Scott, mas não com a mesma criatividade. 



É um filme muito bom, vale a pena assistir. Só peca por sua temática e estratégia, mais uma vez de nostalgia, dando a sensação horrível de que não tem nada de novo sendo criado ou pensado no mundo. Mas é um filme divertido de maneira geral e com certeza entretém bastante. Sua mensagem positiva, que diverge da maioria da visão e moral dos filmes atuais, explica a incrível receita e seu merecido sucesso. Apesar de questões ideológicas, o filme tem uma qualidade técnica incrível. Seu poder de convencimento enquanto sendo apenas um audiovisual é incrível, tornando-o assim um marco, um filme histórico e o melhor de 2022 até agora.



História por trás do filme


Em 1990, durante a promoção de "Nascido em 4 de Julho", Tom Cruise descartou a noção de uma sequência de Top Gun como "irresponsável". O desenvolvimento do filme começou em 2010, quando a Paramount Pictures fez ofertas a Jerry Bruckheimer e Tony Scott para fazer uma sequência de Top Gun, com Tom Cruise reprisando seu papel. 


Quando perguntado sobre sua ideia para um novo filme de Top Gun, Scott respondeu: "Este mundo me fascinou, porque é tão diferente do que era originalmente. Mas eu não quero fazer um remake. Não quero fazer uma reinvenção. Quero fazer um novo filme." 



O filme foi relatado para se concentrar no final da era dogfighting e o papel dos drones na guerra aérea moderna e que o personagem de Cruise, Maverick, vai pilotar um F/A-18 Super Hornet. Após o suicídio de Scott em 2012, o futuro da sequência permaneceu em questão, mas o produtor Jerry Bruckheimer permaneceu comprometido com o projeto, especialmente dado o interesse de Cruise e Kilmer. 


Em junho de 2017, Cruise revelou que a sequência seria intitulada como Top Gun: Maverick, pois ele "não precisava de um número em todos os títulos da sequência". Ele acrescentou que o filme "será um filme de competição, semelhante ao primeiro", mas esclareceu-o como "uma progressão para Maverick". 


Em julho de 2017, Joseph Kosinski foi anunciado como diretor, depois de colaborar anteriormente com cruise on Oblivion (2013). Kosinski se reuniu com Cruise no set de Missão: Impossível - Fallout, fornecendo um lookbook, um pôster e um título, Top Gun: Maverick, antes de sua contratação. Cruise então entrou em contato com Jim Gianopulos e pediu para fazer o filme. 


Em 19 de junho de 2019, no CineEurope, em Barcelona, os participantes puderam assistir pela primeira vez algumas imagens iniciais do filme de uma apresentação especial da Paramount. Durante a apresentação, o presidente da International Theatrical Distribution Mark Viane e a co-presidente da Worldwide Marketing and Distribution Mary Daily apareceram com roupas de voo, como parte da promoção. Em 2019, a chinesa Tencent investiu 12,5% do filme, mas depois saiu do projeto no final daquele ano por preocupações de que os temas do filme pudessem irritar o governo chinês


Em meados de 2010, Christopher McQuarrie recebeu uma oferta para escrever o roteiro da sequência, que havia rumores de ter o personagem de Cruise, Maverick, em um papel menor. No ano seguinte, Ashley Edward Miller e Zack Stentz foram creditados como roteiristas no projeto. 



O estúdio mais tarde passaria para Peter Craig para elaborar um novo roteiro sob a direção de Scott em março de 2012. No entanto, o projeto foi inesperadamente paralisado devido ao suicídio de Scott em agosto daquele ano. Em março de 2014, Bruckheimer disse que os cineastas estavam adotando uma nova abordagem, que envolvia pilotos sendo tornados obsoletos por drones. 


Em setembro de 2014, a sequência foi oficialmente revivida com Justin Marks entrando em negociações para escrever o roteiro. Marks afirmou que a sequência de Top Gun era seu "projeto dos sonhos" e que o primeiro filme era "um filme icônico em sua memória" que o inspirou a seguir sua carreira cinematográfica. Ele pesquisou o Joint Strike Fighter, o F-35, para o roteiro do Maverick para dar uma visão de "como Top Gun seria representado no período atual". 


Antes de sua morte, Scott aparentemente tinha finalizado o roteiro e começou a explorar locais. Ele e Cruise tinham percorrido a Estação Aérea Naval fallon, Nevada, uma semana antes para fins de pesquisa. O The Hollywood Reporter afirmou que a sequência de Top Gun foi um dos três projetos de direção em "desenvolvimento avançado". 


Durante as discussões de roteiro em Paris, onde Cruise estava filmando para Missão: Impossível – Fallout, Kosinski apresentou duas ideias ao Cruzeiro. 


O primeiro, sobre o núcleo emocional do filme, focado na relação rompida entre Maverick e o filho de Ganso, contra uma perigosa missão de combate. O segundo se concentrou no lugar atual de Maverick na Marinha como parte do programa "Darkstar" e do segredo em torno dele. Com Kosinski como diretor, o roteirista Eric Warren Singer embarcou no filme para reescrever o roteiro até agosto de 2017. Em outubro de 2018, McQuarrie, um colaborador frequente do Cruise, foi trazido para reescrita durante a produção. McQuarrie optou por ignorar principalmente o primeiro filme durante o processo de escrita e até voou com os Blue Angels em preparação. Em janeiro de 2020, os créditos finais do roteiro foram dados a Ehren Kruger, Singer e McQuarrie, enquanto o crédito da história foi atribuído a Craig e Marks. 


De acordo com o professor da Universidade da Geórgia Roger Stahl, pedidos de registro aberto revelaram que oficiais militares dos Estados Unidos foram autorizados a fazer mudanças no Top Gun: Maverick, incluindo a inserção de "pontos de discussão importantes", como política externa e recrutamento. A Força Aérea dos EUA também publicou anúncios de recrutamento antes das exibições do filme, com um recrutador militar dos EUA dizendo à Fox News que "Queremos aproveitar a oportunidade para conectar não apenas o filme e a ideia de um serviço militar, mas o fato de que temos empregos e recrutadores esperando por eles." 


A identidade do "estado desonesto" estrangeiro foi deixada deliberadamente vaga, sem identificação de símbolos, linguagem ou menção pelo nome.


Para criar a ilusão de que os atores estavam realmente pilotando os jatos durante as cenas de voo, os produtores pagaram à Marinha US$ 11.374 por hora de voo para F/A-18E (assento único) e F/A-18F (assento duplo) Super Hornets e pilotos para pilotá-los. Para fotos externas, pilotos da Marinha de verdade pilotaram a versão E. Para fotos dos atores em voo, a versão F foi usada com o piloto real no banco da frente. Pelo menos um F/A-18F foi equipado com câmeras especiais para filmar um ator no banco de trás. Cruise projetou um único "boot camp" de três meses para treinar os atores com papéis de voo para se acostumar com acrobacias e altas forças G, e para construir a consciência espacial eles precisariam operar o equipamento da câmera. Parte do treinamento foi exigido pela Marinha para passageiros em jatos táticos, incluindo evacuação subaquática. Barbaro disse que o elenco suportou acrobacias pilotando no Extra 300L pilotado por Chuck Coleman, inclusive logo antes dos voos no F/A-18F, para garantir que seus corpos tivessem a tolerância necessária. 


Os atores também tiveram que aprender iluminação, cinematografia e edição para executar adequadamente as câmeras, porque, como Bruckheimer disse, "quando eles estão no jato eles têm que dirigir-se essencialmente."


A produção preliminar do filme começou oficialmente em 30 de maio de 2018, em San Diego, Califórnia. Durante o final de agosto, uma equipe de filmagem de 15 pessoas da Paramount e Bruckheimer Films estava a bordo do porta-aviões USS Abraham Lincoln, com sede em Norfolk, para filmar as operações do convés de voo. Em meados de fevereiro de 2019, Cruise e a equipe de produção foram avistados a bordo do USS Theodore Roosevelt na NAS North Island. Em março, as filmagens foram concluídas na Estação Aérea Naval Whidbey Island em Oak Harbor, Washington. Em 19 de junho de 2019, Miles Teller revelou em uma entrevista que havia terminado de filmar dois dias antes. 


A fotografia principal foi agendada até 15 de abril de 2019, em San Diego, Lemoore, China Lake, Chico, e Lago Tahoe na Califórnia; Seattle, Washington; e Patuxent River, Maryland. Os trabalhos de pós-produção e edição foram supervisionados por Kosinski, em sua casa durante o bloqueio pandemia COVID-19. 


O filme foi filmado em formato IMAX usando câmeras Sony Venice 6K Full Frame certificadas pela IMAX. Kosinski explicou que a equipe passou mais de um ano com as forças da Marinha para usar as câmeras IMAX dentro do cockpit, com quatro câmeras voltadas para os atores e duas voltadas para a frente, além de câmeras montadas em todos os exteriores da aeronave. Ele explicou que "o público deve sentir a autenticidade, tensão, velocidade e forças gravitacionais, algo que não pode ser alcançado através de soundstage ou efeitos visuais, que precisavam de uma quantidade tremenda de esforço e trabalho". 


Ele acrescentou que mais de 800 horas de filmagens foram feitas para o filme, excedendo as imagens combinadas filmadas para os filmes da trilogia O Senhor dos Anéis. Imagens aéreas também foram gravadas usando jatos Aero L-39 Albatros modificados com câmeras em seus narizes. 


Um antigo bar militar foi construído no lado da praia em Los Angeles. Os adereços eram feitos de aço e montados fora do local para inspeção visual, depois desmontados e reconstruídos no set.


Para a maioria dos aviões, incluindo o F/A-18E/F, a equipe de produção adquiriu 20 aeronaves de todo o país. Hindle disse que Kosinski tinha feito especificações para cada detalhe a ser projetado, incluindo os capacetes, ternos, adereços e vários outros.


A aeronave fictícia "Darkstar" foi projetada com a ajuda de engenheiros da Lockheed Martin e sua divisão Skunk Works. Uma maquete em grande escala da aeronave foi construída e filmada no Lago China.


Kosinski disse: "A razão pela qual nos aproximamos da Skunk Works é porque eu queria fazer a aeronave hipersônica mais realista que poderíamos. Na verdade, como você viu, construímo-lo em grande escala em cooperação com eles. Mas a razão pela qual parece tão real é porque foram os engenheiros da Skunk Works que nos ajudaram a projetá-lo. Então essas são as mesmas pessoas que estão trabalhando em aeronaves reais que nos ajudaram a projetar a Darkstar para este filme." 


A Lockheed negou explicitamente que a Darkstar esteja relacionada com o Lockheed Martin SR-72 não tripuram, que a empresa nunca confirmou como existente.


O designer de produção Jeremy Hindle afirmou que usar o F-14 Tomcat do primeiro filme foi difícil, pois "não há F-14 que voam porque eles foram desativados nos EUA e todos os motores foram retirados deles". Ele também acrescentou que eles não foram capazes de usar os F-14 Tomcats ativos presentes no Irã, o único outro país que adquiriu a aeronave. O país também é a principal razão pela qual os EUA afundaram ou desativaram sua vasta frota F-14 uma vez que foram aposentados (a fim de impedir a exportação ilícita de peças de reposição). Com a ajuda da Marinha, a equipe de produção garantiu um F-14A do Museu Do Ar & Espaço de San Diego, na Califórnia. 


Hindle descreveu outros desafios, incluindo desmantelar e enviar os componentes do avião, e tornar a aeronave o mais funcional possível, embora ainda sem motores.


Em uma entrevista com o YouTuber de aviação C.W. Lemoine, um dos artistas da VFX na equipe de efeitos especiais, Fred Lyn, afirmou que o uso de CGI foi extenso no filme com o F-14 e Su-57 visualizados inteiramente por computador. Lyn também afirmou que as cenas de F/A-18 envolviam predominantemente um único jato, que foi então colocado através do CGI para criar as cenas de treinamento de luta de cães que retratavam vários jatos. A força de ataque de quatro jatos no final do filme também foi criada através de CGI a partir de um único F/A-18. 


As 700 filmagens VFX do filme foram criadas por quatro estúdios, com a Method Studios completando a maior parte do trabalho em conjunto com MPC, Lola VFX e Blind LTD. Previs foi realizada pela Intelligent Species. Produção VFX Supervisor Ryan Tudhope coordenou a integração de vários componentes VFX usados no filme. 


Skywalker Sound trabalhou em design de som e mixagem temporária para o filme. Eles foram encarregados de criar efeitos sonoros de aviação, trabalhando em estreita colaboração com a GE Aviation, uma fabricante de motores a jato fora de Cincinnati. 


Com edição final de som e mixagem manuseada por Soundbyte Studios[99] com sede em Londres e Twickenham Film Studios, que a mistura foi concluída em Dolby Atmos e IMAX durante o meio da pandemia. Os mixers chris Burdon e Mark Taylor trabalharam em dois cinemas com diferentes configurações de áudio para completar as mixagens, que ocorreram de junho a julho de 2020.


Após seu tratamento e operação para câncer de garganta, Val Kilmer perdeu sua capacidade de falar efetivamente. Em 2021, ele trabalhou com a Sonantic, uma empresa de software sediada no Reino Unido especializada em síntese de voz, para recriar digitalmente sua voz usando tecnologia de IA e gravações de áudio arquivadas de sua voz. A colaboração com a Sonantic levou a um programa de modelo vocal bem-sucedido que Kilmer poderia aplicar em projetos futuros. 


Para Top Gun: Maverick, no entanto, esta tecnologia não foi usada. O diretor Joseph Kosinski esclareceu em uma entrevista que eles usaram a voz real de Kilmer, alterando-a digitalmente para aumentar a clareza. 


Imagens do filme original foram usadas em uma cena em que Maverick assiste Rooster tocando "Grandes Bolas de Fogo" no piano, invocando memórias da família e morte de Goose. A filmagem foi usada como um flashback, que não foi planejado no roteiro original; Kosinski introduziu a ideia durante a fase de edição do filme para ajudar a explicar a relação dos personagens e aprofundar os conflitos emocionais envolvidos. 


A trilha sonora do filme foi composta por Harold Faltermeyer, Lady Gaga e Hans Zimmer e produzida por Lorne Balfe. A trilha sonora foi lançada em 27 de maio de 2022, pela Interscope Records. Foi promovido por dois singles, "Hold My Hand", de Lady Gaga, e "I Ain't Worried", da OneRepublic. Desde o primeiro filme, a trilha sonora também incorpora elementos do original "Top Gun Anthem", e da música "Danger Zone", composta por Giorgio Moroder e cantada por Kenny Loggins.


O primeiro teaser trailer do filme estreou durante uma aparição surpresa de Cruise na San Diego Comic Con 2019 em 18 de julho de 2019. O primeiro trailer recebeu elogios dos fãs, com muitos elogiando o retorno da série e alguns comparando-a a Star Wars: A Ascensão de Skywalker.


 O The Hollywood Reporter escreveu que alguns fãs notaram que a bandeira da República da China (a bandeira usada pelo governo da República da China com base na ilha de Taiwan) e a bandeira do Japão estavam faltando da jaqueta de voo do personagem de Cruise e acusaram a Paramount de removê-la para apaziguar qualquer conflito com a Tencent Pictures, da China. 



No entanto, a República da China e as bandeiras japonesas foram mais tarde restauradas, já que a Tencent acabaria saindo da produção, levando-as a não serem creditadas no filme final. O segundo trailer foi lançado em dezembro de 2019 e um novo filtro do Snapchat para o filme foi introduzido pela Paramount, para engajar "o público de jovens gerações".


Em fevereiro de 2020, a fabricante de brinquedos Matchbox, de propriedade da Mattel, anunciou que estava lançando uma série de modelos e produtos top gun, incluindo o F-14 Tomcat, F/A-18E/F Super Hornet, e o Mustang P-51, bem como itens de role play. Eles estavam programados para serem lançados em 1º de junho de 2020, apesar do lançamento teatral atrasado. 


Em junho de 2020, a fabricante de modelos plásticos Revell lançou uma série de modelos de Top Gun em escala 1/48, incluindo um F-14A Tomcat e um F/A-18E Super Hornet baseado na aeronave do filme. Estas são versões de ofertas revell anteriores com decalques e marcas modificadas. Em julho de 2020, a Hasbro anunciou um brinquedo com tema de "Maverick", que foi lançado no final do ano. Mais tarde, a Hasbro relançou o brinquedo como um exclusivo do Walmart para amarrar a data final de lançamento do filme.


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