Vídeo do canal no youtube do Arquivo Nacional Americano (US National Archives),sobre a Crise de 1929, depoimentos, fatos históricos, entrevistas e discussões sobre o que foi até aquele ponto a pior crise que o sistema capitalista, tido como "sistema-mundo" já sofreu.
Utilizando esse vídeo como fonte para entender um pouco sobre a Crise de 1929, traduzindo as principais ideias do doc. Esse vídeo é descrito como uma forma de tradução através do relato de sobreviventes da época, suas tácticas para lidar com a crise, o começo do aparecimento do Estado na vida da população americana com o advento do plano New Deal de recuperação econômica. Nunca antes, teria "tão pouco tempo, para fazer tanto".
Oferecendo ao povo esperança de alguma mudança na condução nacional, os americanos elegeram seu novo presidente com novas demandas sociais. A escassez econômica demonstrava como todos sofreram com os efeitos da crise até mais ou menos a primavera de 1933, no dia 04 de março a maioria dos bancos americanos faliu completamente, 1/4 da força de trabalho desempregada, eram esses os fatos da Grande Depressão que são norteadores para entender a dimensão, os preços de produção e venda caíram em um terço, significando que não tinha quem comprasse os produtos, gerando grandes perdas de receita econômica.
Histórias da Grande Depressão: Alívio, Recuperação e Reforma:
A depressão de 1929 afetou a todos, os ricos, os pobres, os velhos e os jovens. Em seu discurso inaugural em 1933, Franklin Delano Roosevelt proferiu frases como "essa grande nação vai aguentar como já aguentou, e vai reviver e prosperar", sinalizando tempos de mudança no posicionamento político dos Estados Unidos. O despertar dos empregos públicos, dos tecidos públicos, e da mão do Estado na economia, o que nunca tinha sido feito em ampla escala na cultura dos EUA. A medida de apoio do governo chamada de (WPA) Works Progress Administration, foi uma criação de 1935 de uma agência de empregos Estatal que ajudou na recuperação do povo americano em geral.
Vemos o depoimento de alguém que se mudou 21 vezes para se adaptar ao período de crise. Outra moça entrevistada é uma filha de uma bibliotecária que teve seu único emprego a vida inteira, em uma biblioteca pública graças ao programa de empregos do governo. Locais como o Tennessee, Kentucky, ou Oklahoma sofriam mais ainda com a crise. Houve migração em zonas de pobreza, em ordem de sobreviver a escassez.
Na economia americana da época, você podia comprar um hambúrguer por uma moeda, ou uma Coca-Cola barata, mas ninguém tinha uma moeda, o dinheiro tinha sumido. Uma mulher conta a história de sua mãe, que no povoado faziam piadas sobre ela ter o vestido feito com tecido público, que tinha um design padrão, porém, sua mãe não ligava para isso, pois todas as meninas tinham apenas um vestido, e ela por sua vez, tinha dois. Isso é uma metáfora perfeita de Estado.
Na sequência, há uma lembrança sobre um carro que passava e que as pessoas trabalhavam em troca de um ovo, no caso das crianças, trocavam por um doce, e era o único doce disponível. Usar as amoras muito comuns no tipo de solo americano, para fazer doces, como tortas, surgindo assim a tradição da família retratada da torta de amora, pois era a fruta de maior acesso para eles. Sendo ás vezes, o único alimento disponível.
Outra história é contada por um dos filhos de um pai que tinha um bom emprego nos prósperos anos de 1920, mas que perdeu tudo também com a Crise de 1929. O termo "welfare" não ainda muito usado e compreendido por todos, mas por fim, o país buscou outras alternativas para reativar a economia.
Havia distribuição de comidas, através dos sindicatos e grupos organizados para alívio da grade carestia. Homens vendiam maças usando maltrapilhos e arremedos de roupas velhas.
O doc aborda os descendentes de uma família, Stanley Blackburn que seu pai era fazendeiro, e preferia passar o período de crise morando no interior por não faltar comida, assim não precisavam ficar na fila da sopa, possuindo vacas e galinhas e porcos.
Querendo comprar um par de chinelo para seu filho, achou uma moeda na rua e conseguiu comprar o tal sapato. Dizendo que sua avó, nascida em Maine, dizia que estava brava com o presidente Hoover, por seus antepassados serem escravos, e agora ela estar fazendo quase a mesma coisa para subsistência que eles.
Mostrando a falta de processos de evolução dentro dos Estados Unidos naquela época. Uma família se mudou para Michigan por ter arrumado trabalho lá, mas passaram dificuldade. Eles tinham dinheiro salvo no banco, levando o baque como todo mundo quando os bancos faliram. A crise era tanta, que havia o rumor de que querer invadir o sistema prisional, já que os presos pelo menos se alimentavam. Dessa forma, receberam uma carta de um dos parentes de Maine, e o governo ofereceu para ajudar eles a voltarem para casa, 25 dólares e um T-ford velho para a viagem.
Os anos de 1930 foram anos de muito avanço tecnológico, até 1939, 80% dos lares americanos possuíam um rádio, inicialmente pensado como entretenimento, e depois utilizado pela política, era uma forma de acompanhar a progressiva crise na Europa da época.
Rooselvelt governava com o rádio, com agendas e pronunciamentos pensados para o consumo em massa da audiência americana. O nome do programa era Fireside Chats, uma versão americana da "Hora do Brasil" nossa. O programa possuía uma linguagem popular que possibilidade todos entenderem os recados presidenciais, em uma retórica do "meu amigo" que incentivava um projeto de união nacional.
Em 1945 o Franklin Delano Rooselvelt faleceu, logo no fim da Segunda Guerra, houve grande comoção em seu velório, os últimos depoimentos focam mais na personalidade do presidente dos Estados Unidos na época, com depoimentos sobre o sentimento de milhões do americano por aquele presidente que governou posterior a crise. Por fim, o doc reflete que a crise de 1929 é mais instigante pela perspectiva dos depoimentos individuais de pessoas que viveram, estórias orais, observação de fotografias. Essa dimensão estaria mais presente em fontes como essas.
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