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Safety Last! (1923): Sociedade de risco e mundo do trabalho são temas da comédia de Harold Lloyd

 

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O filme Safety Last! de Harold Lloyd é um clássico da era de ouro de hollywood. O filme tem uma premissa muito moderna para sua época e refletimos juntos com o protagonista sobre a vida e o cotidiano. O filme é do gênero de comédia e suspense da era do cinema mudo, como o estilo de sessão da tarde. A proposta é aquela que chama atenção de todos para um evento, o escalar do prédio no meio da cidade. O filme entrou em domínio público desde 2019, e é um dos clássicos que inspiraram a iconografia do cinema no mundo


Coloquei o nome original pois o título americano é uma expressão trabalhista clássica, vem de safety first, como se fosse um grito de guerra de fábrica para priorizar os procedimentos de segurança para evitar acidentes de trabalho. O filme e sua tentativa de verossimilhança saiu até mesmo no Boston Post, descrevendo os truques de Harold para fazer do filme sobre segurança do trabalho, menos sobre riscos. O filme foi copiado e ficou como marco na cultura pop, visto com recriações como a de Hugo de Scorsese. O filme foi tão popular que deu a Harold Lloyd uma grande influência na indústria. É um filme que envelheceu muito bem, e que foi relançado pelo Harold para novas gerações pelo documentário Harold Lloyd's World of Comedy (1962), onde lembrou de alguns de seus clássicos trabalhos no cinema.



O filme ganhou no Brasil o título de "O homem mosca" acabou sendo bem ruim apagando o sentido da expressão, transformando todo o filme em apenas uma cena, para fazer reverência ao arco onde ele se pendura no prédio e depois no relógio.  É considerado um dos maiores filmes de todos os tempos. A cena final foi filmada no alto do edifício 908 S. Broadaway, o mesmo prédio onde foi construído o relógio. 


O filme conta com uma das cenas mais icônicas da história, quando Harold Lloyd se pendura em um relógio para fazer a propaganda do evento de divulgação da loja onde trabalhava. O ator Harold Lloyd fazia as cenas sem dublê, e acabou se machucando, perdendo o dedo em um acidente de trabalho. A sociedade do risco é um termo que mais tarde vai ser utilizado por Ulrick Beck, A sociedade de Risco. 




No filme, a noção de ter que fazer dinheiro em um período de progresso é muito questionada por mostrar pessoas iludidas com aparências. O "garoto" do filme tem uma namorada no interior, e todo seu salário trabalhando em uma loja de departamentos de roupas, de 15 dólares diários, ele guarda todo seu dinheiro para comprar presentes caros que custam todo o seu salário, trabalhando na loja de roupas, ele mente para a namorada dizendo ser gerente, que fez a vida na cidade, mas a verdade é que é apenas um vendedor comum. 


Para comprar o que comprou para a amada, o garoto não paga seu aluguel, e também nada para ele comer ou beber. Em uma das cenas, mostra ele comprando uma joia enquanto desaparece a possibilidade de comer imediatamente. 




É uma crítica ao ritmo de especulação financeira na era do progresso. Onde era barato comprar uma corrente de ouro em comparação, mas isso impedia gastos simples, como tomar uma xícara de café. Não sobra nada para ele gastar no dia a dia, vivendo por escolha para sustentar uma fachada.  


A mãe da namorada estimula ela a ir atrás dele, dizendo que não era bom deixar um homem com tanto dinheiro na cidade sozinho. Ao visitar o namorado, o garoto consegue esconder.


Quando ele pensa em como ele pode fazer dinheiro, escuta seus superiores na loja dizendo que dariam 1000 reais por uma ideia que atraísse um grande público para a loja, aí o rapaz tem uma ideia de divulgar uma faixa no alto do prédio, havia combinado um horário com um amigo, mas não deu certo, pois um policial estava perseguindo a ele e seu amigo. Mas eles conseguiram por fim despistar. 





Depois disso, a namorada ele vê ele e se desespera, mas no fim consegue chegar até em cima do prédio e depois disso, ele segue a namorada no automático, nem liga de perder os sapatos. O filme é curto e se baseia na premissa de um grande evento que chama a atenção de um grande público, por isso na tradução era homem mosca.






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