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Akira (1988): Uma obra-prima da animação e marco da cultura pop que explora a violência, a tecnologia e a identidade jovem



Em 2019, a cidade de Neo-Tóquio é palco de conflitos entre gangues de motoqueiros, terroristas, manifestantes e militares. Nesse cenário, o jovem Kaneda lidera um grupo de rebeldes que enfrenta os Clowns, uma gangue rival. Durante perseguição, seu amigo Tetsuo sofre um acidente e é levado por agentes do governo para um laboratório secreto. Lá, ele é submetido a experiências que despertam seus poderes psíquicos, ligados a um misterioso projeto chamado Akira. Tetsuo se torna cada vez mais instável e violento, e Kaneda tenta salvá-lo antes que ele destrua a cidade e a si mesmo.



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 Crítica do filme


Akira é um nome japonês que pode significar “brilhante”, “luz”, “brilhando”, “próspero”, “claro”, “reconhecer” ou “bom outono”. É um nome masculino muito popular no Japão, mas também pode ser usado para meninas em outras partes do mundo. 


O roteiro do filme Akira é uma adaptação do mangá homônimo de Katsuhiro Otomo, que foi publicado entre 1982 e 1990. O filme condensa os seis volumes do mangá em cerca de duas horas de duração, o que significa que muitos detalhes, personagens e subtramas foram cortados ou alterados. Além disso, o filme foi lançado antes do mangá ser concluído, o que levou a um final diferente e mais ambíguo.


Um aspecto incrível do roteiro é que ele consegue criar um universo rico e fascinante, que mistura elementos de ficção científica, cyberpunk, distopia e mitologia. A ambientação de Neo-Tóquio é impressionante, com seus cenários caóticos, violentos e tecnológicos, que refletem a situação política e social da cidade e parecem inspirado no clássico do cinema Metrópolis (1927). O filme também explora temas como a juventude alienada, a corrupção do poder, a ética da ciência, a identidade e a liberdade.


O negativo do roteiro é que ele pode ser confuso e difícil de acompanhar para quem não está familiarizado com o mangá ou com a cultura japonesa. O filme tem muitos personagens e acontecimentos que não são bem explicados ou desenvolvidos, o que pode gerar dúvidas. Exemplo: quem é Akira e qual é o seu papel na história? Qual é a origem e o objetivo dos poderes psíquicos? Qual é a motivação dos grupos rebeldes e dos militares? Como se dá a relação entre Kaneda e Tetsuo mais profundamente?


O ponto principal de Akira é debater o avanço tecnológico e científico, e como isso pode trazer consequências desastrosas para a humanidade, se não for acompanhado de uma consciência ética e moral. O filme também questiona o papel do indivíduo frente ao sistema, e como ele pode se tornar um agente de mudança ou de destruição.


O filme se relaciona profundamente com a História do Japão e sua cultura. Akira foi lançado em 1988, no auge da chamada bolha econômica japonesa, que foi um período de grande crescimento e prosperidade do país, mas também de excesso de consumo, especulação e desigualdade social. Vemos uma Neo-Tóquio que é ao mesmo tempo avançada e decadente, com uma população insatisfeita e rebelde, que sofre com a violência, a poluição e a corrupção. Também faz referências à história do Japão no século XX, como o bombardeio atômico de Hiroshima e Nagasaki, que marcou o fim da Segunda Guerra Mundial e o início da ocupação americana, e que teve um impacto profundo na cultura e na identidade japonesas. 



Logo no início, o filme mostra a escola dos rapazes da gangue, como um lugar sujo e largado. Ao mesmo tempo, faz uma continuidade onde mostra o diretor da escola preservando por um discurso pacifista e de ordem, enquanto os bulinadores batem nos garotos da escola como se fosse uma rotina. 


Depois disso, Tetsuo é solto do laboratório, mas ele não se sente mais o mesmo. Seu aprimoramento biológico, parece uma metáfora de aperfeiçoamento pessoal, como estudar ou se formar, e perceber apenas que o mundo é desigual. Ele se torna mais individualista, pegando a moto de Kaneda sem avisar. Os Crows confundem ele com Kaneda e cometem um atentado contra ele, fazendo-o passar por mais um trauma, antes mesmo de retirar sua faixa da cabeça. Nesse momento, Kaneda o ajuda, mas Tetsuo se sente humilhado pois queria fazer tudo sozinho. Isso faz com que ele pare de se identificar com o grupo e se individualiza ainda mais. 


Após várias opressões pelo sistema, Tetsuo se torna o demiurgo, o agente do caos e da destruição. Sua violência só cresce conforme o governo só tem violência para dar em resposta a seus atos. De repente, vemos que ele se torna um terrorista que estimula ainda mais os outros resistentes ao governo a tomar atos terroristas. Assim, vemos que a destruição vai gerando impactos ambientais na cidade como rompimento de pontes. Ou seja, como não foi bem tratado, Tesuo é o jovem niilista que não liga para preservação ambiental ou para os problemas sociais, apenas age para sua própria satisfação, o que culmina na simbólica cena onde um homem tenta fugir com uma maleta de dinheiro, mas morre no caminho por causa da destruição.


Isso faz com que Kaneda, o líder de uma gangue de motoqueiros, fique do lado do establishment e defenda as instituições e a política tradicional, pois a figura de Tetsuo significa apenas a insubmissão anárquica. Por outro lado, Tetsuo tem razão em desconfiar do sistema e principalmente de Kaneda, uma vez que sua postura de rebelde sede perante a postura de líder, e como líder ele vê Tetsuo como inferior e se vê mais próximo dos líderes políticos do que de seu próprio amigo. Ou seja, se Tetsuo traiu a ideologia, Kaneda traiu o movimento, a história, se colocando como a gente da proteção daquilo tudo que sempre foi contra, uma forma de hipocrisia, claro. Porém, necessária pois a alternativa de Tetsuo é o cataclismo ambiental global. O clássico debate entre anarquismo e socialismo ganha seus ecos aqui.


Há também uma profunda relação de Akira com o contexto global e as tendências da ficção científica. O filme foi lançado no final da Guerra Fria, um período de tensão política e militar entre os Estados Unidos e a União Soviética, que ameaçava o mundo com uma guerra nuclear. Mostra uma visão pessimista, apocalíptica e distópica do futuro, que reflete os medos e as angústias da época. O filme também se insere no gênero cyberpunk, que surgiu nos anos 1980 como uma forma de crítica à sociedade capitalista, tecnológica e globalização. 


Assim, aborda temas típicos do cyberpunk, como a fusão entre homem e máquina, a manipulação genética, a inteligência artificial, a rebeldia juvenil, a subversão da ordem estabelecida e a busca por uma nova forma de humanidade.


Um aspecto que chama a atenção no filme é o contraste entre as crianças com poderes psíquicos e os adultos que as controlam ou as temem. As crianças, apesar de terem aparência de velhos, são inocentes, frágeis e solitárias, e sofrem com as experiências que lhes são impostas pelo governo e pela ciência. Elas representam o potencial humano, mas também o perigo de uma força incontrolável e destrutiva. Os adultos, por outro lado, são ambiciosos, violentos e corruptos, e buscam usar ou eliminar as crianças para seus próprios interesses. Eles representam o poder estabelecido, mas também a decadência e a opressão da sociedade: confronto de gerações.


Há uma criança com aparência de velho no inicio do filme, Takashi, que faz uma metáfora geracional de que os jovens a partir dos anos 90, teriam uma moral pacifista e moderada como os mais velhos. Ele se vê perdido quando vê alguém próximo a ele ser executado. E sua onda de poder em um rompante, faz sua vida cruzar com dos dois jovens motoqueiros. Ou seja, a juventude romperia com a ideia de que ser jovem era ser selvagem, viver perigosamente e ser violento. Ou na cena onde Kaneda debocha do policial e o chama de "tio", quando o policial revela ter apenas 25 anos e nem ser casado. Ou seja, a rotina de stress e repressão o envelheceu. Enfim, essas metáforas geracionais são exploradas ao longo de todo o filme.


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Outro aspecto que se destaca no filme é a transformação de Tetsuo, o protagonista, que passa de um adolescente rebelde e inseguro para um ser superpoderoso e megalomaníaco. Tetsuo é um personagem complexo, que expressa tanto a angústia quanto a revolta da juventude, que se sente marginalizada e incompreendida pelo mundo adulto. Tetsuo também é um personagem trágico, que não consegue lidar com os seus poderes e com a sua identidade, e que acaba se tornando uma ameaça para si mesmo e para os outros. Tetsuo é uma metáfora do crescimento acelerado e desordenado do Japão no pós-guerra, que trouxe prosperidade mas também problemas sociais e ambientais.



Há uma profunda relação psicológica entre Kaneda e Tetsuo, que são amigos de infância mas que se tornam inimigos ao longo da história. Kaneda é o líder da gangue de motoqueiros, que representa a liberdade, a aventura e a lealdade da juventude. Tetsuo é o membro mais novo e mais fraco da gangue, que representa a dependência, a inveja e a traição da juventude. Kaneda e Tetsuo são como irmãos, mas também como rivais, que disputam o amor de Kaori, a namorada de Tetsuo. Kaneda e Tetsuo são como espelhos, que refletem as contradições e os conflitos da juventude.


O Japão é um país que enfrenta um problema sério de envelhecimento populacional, que afeta diversos aspectos da sua sociedade, como a economia, a saúde, a cultura e a política. Segundo dados do governo japonês, em 2020, cerca de 28% da população tinha 65 anos ou mais, o que faz do Japão a primeira sociedade super-envelhecida do mundo. Além disso, o Japão tem uma das menores taxas de natalidade do mundo, de 1,36 filho por mulher em 2019, o que contribui para a diminuição da população e da força de trabalho.


Diante desse cenário, o Japão tem buscado formas de lidar com os desafios do envelhecimento, como investir em tecnologias inovadoras, incentivar a imigração e a participação feminina no mercado de trabalho, reformar o sistema previdenciário e de saúde e promover a integração social e o bem-estar dos idosos.


Por outro lado, o Japão também tem uma cultura pop muito rica e diversificada, que é focada em jovens e crianças, principalmente no que se refere aos animes, mangás, videogames e outros produtos midiáticos. Essa cultura pop é uma forma de expressão artística, criativa e lúdica, que reflete os valores, os sonhos e as angústias da juventude japonesa, mas também atrai fãs de todas as idades e de todo o mundo.


Uma possível associação entre o envelhecimento do Japão e a sua cultura pop é que esta pode ser vista como uma forma de resistência e de renovação diante de uma sociedade que está cada vez mais velha e conservadora. A cultura pop pode oferecer um espaço de fantasia, de diversão e de questionamento para os jovens japoneses, que se sentem pressionados pelos padrões sociais e pelas expectativas dos adultos. A cultura pop também pode ser uma forma de valorização e de celebração da juventude, que é cada vez mais escassa e preciosa no Japão.


O filme Akira pode ser um exemplo dessa associação, pois ele mostra uma Neo-Tóquio dominada por adultos corruptos e violentos, que exploram e temem as crianças com poderes psíquicos. O filme também mostra a rebeldia, a amizade e a busca por identidade dos jovens motoqueiros, que enfrentam os perigos e as maravilhas da cidade futurista. O filme é uma obra-prima da animação japonesa, que influenciou muitos outros filmes, séries, jogos e quadrinhos do gênero cyberpunk.


A direção do filme Akira é de Katsuhiro Ôtomo, que também foi o autor e o ilustrador do mangá homônimo em que o filme se baseia. Ôtomo foi um dos pioneiros do gênero cyberpunk na animação japonesa, e é considerado um dos maiores nomes da história dos animes e mangás. A direção é marcada pela fidelidade ao mangá original, apesar de algumas alterações e cortes necessários para adaptar a história para o cinema. Ôtomo manteve o mesmo estilo visual, os mesmos personagens e os mesmos temas do mangá, respeitando a sua essência e a sua complexidade.


A qualidade da animação, que foi feita com um alto nível de detalhamento, fluidez e expressividade. O filme usou mais de 160 mil células de animação, um número muito superior à média da época, e contou com uma equipe de mais de 70 animadores. Também usou técnicas inovadoras, como o pré-gravado (que sincroniza os movimentos dos personagens com as vozes dos dubladores) e o computador gráfico (que cria efeitos especiais como luzes e explosões).


A trilha sonora, foi composta pelo grupo Geinō Yamashirogumi, liderado por Shoji Yamashiro. A trilha sonora mistura elementos tradicionais japoneses, como tambores taiko e flautas shakuhachi, com elementos modernos, como sintetizadores e percussão eletrônica. A trilha sonora cria uma atmosfera envolvente, que acompanha as emoções e as ações dos personagens.


A visão crítica e criativa, que reflete a personalidade e a opinião de Ôtomo sobre a sociedade japonesa e o mundo. O filme mostra uma Neo-Tóquio caótica, violenta e corrupta, que é o resultado de um progresso tecnológico desenfreado e de uma guerra nuclear, questionando o papel do indivíduo frente ao poder, à ciência e à religião, e explora temas como a juventude, a amizade, a identidade e a liberdade. A única limitação da visão de Ôtomo sobre Akira, é que o filme saiu quando o mangá ainda não tinha chegado ao fim, então ele foi obrigado a imaginar um final, que eu acho demasiado confuso e aberto.


Akira é um filme que teve uma grande influência e impacto cultural, tanto no Japão quanto no mundo. O filme é considerado um marco da animação japonesa, do gênero cyberpunk e da ficção científica, e inspirou diversas outras obras da cultura pop, como filmes, séries, jogos e quadrinhos.


Akira foi um dos primeiros animes a ser exibido nos cinemas ocidentais, e chamou a atenção pela sua animação detalhada, fluida e expressiva, que usou técnicas inovadoras e um alto número de células de animação. O filme também mostrou que os animes e mangás podiam abordar temas adultos, complexos e críticos, que fugiam dos estereótipos infantis e superficiais. Akira abriu as portas para a popularização dos animes e mangás no Ocidente, e influenciou muitos outros títulos do gênero, como Ghost in the Shell, Cowboy Bebop, Neon Genesis Evangelion e Naruto.



A influência na estética e nos temas do cyberpunk. Akira foi um dos expoentes do gênero cyberpunk na animação japonesa, que se caracteriza por mostrar uma sociedade distópica, tecnológica e decadente, onde os indivíduos se rebelam contra o sistema opressor. O filme criou uma atmosfera envolvente, que misturou elementos tradicionais japoneses com elementos modernos, como o neon, o sintetizador e a percussão eletrônica. O filme também explorou temas como a alienação juvenil, a corrupção do poder, a ética da ciência, a identidade e a liberdade. Akira influenciou muitas outras obras do gênero cyberpunk, como Matrix, Blade Runner 2049, Ready Player One e Cyberpunk 2077.


Akira foi um retrato descontente do Japão no fim do século XX, que passou por um rápido crescimento econômico, mas também por problemas sociais e ambientais. O filme mostrou uma Neo-Tóquio caótica, violenta e corrupta, que era o resultado de um progresso tecnológico desenfreado e de uma guerra nuclear. O filme também questionou o papel do Japão frente ao Ocidente, e fez referências à história do país no século XX, como o bombardeio atômico de Hiroshima e Nagasaki. Akira foi uma obra que provocou uma reflexão sobre as consequências do desenvolvimento descontrolado e da busca pelo poder.


História por trás do filme


Enquanto trabalhava no mangá de Akira, Katsuhiro Otomo não pretendia adaptar a série; no entanto, ele ficou "muito intrigado" quando a oferta para desenvolver seu trabalho para a tela foi colocada diante dele.


Ele concordou com uma adaptação cinematográfica em anime da série, alegando que ele manteve o controle criativo do projeto - esta insistência foi baseada em suas experiências trabalhando em Harmagedon. O Comitê Akira foi o nome dado a uma parceria de várias grandes empresas de entretenimento japonesas reunidas para realizar a produção de um filme de Akira. A montagem do grupo foi necessária pelo orçamento não convencionalmente alto de cerca de ¥ 1.100.000.000, destinado a alcançar o padrão épico desejado igual ao conto de mangá de mais de 2.000 páginas de Otomo. O comitê consistia em Kodansha, Mainichi Broadcasting System, Bandai, Hakuhodo, Toho, LaserDisc Corporation e Sumitomo Corporation, que encaminharam dinheiro e promoção para o filme. A animação para o filme foi fornecida pelos produtores de animação, Tokyo Movie Shinsha (agora TMS Entertainment). 


Akira tinha diálogos pré-marcados (em que o diálogo é gravado antes do filme começar a produção e os movimentos dos lábios dos personagens são animados para combiná-lo; o primeiro para uma produção de anime e extremamente incomum até hoje para um anime, embora os dubladores tenham atuado com a ajuda de animática), e movimento super-fluido como realizado nos mais de 160.000 cels de animação do filme. 


Imagens geradas por computador também foram usadas no filme (criado pela High-Tech Lab. Japan Inc. e as empresas cooperativas de computação gráfica, Sumisho Electronic Systems, Inc. e Wavefront Technologies), principalmente para animar o indicador de padrão usado pelo Doutor Ōnishi, mas também foi usado para traçar os caminhos de objetos caindo, modelar efeitos de paralaxe em fundos, e ajustar a iluminação e os reflexos das lentes. [Ao contrário de seus antecessores live-action, Akira também tinha o orçamento para mostrar uma Tóquio futurista totalmente realizada. 


O orçamento de produção do filme foi de ¥ 700 milhões (US $ 5,5 milhões), com o orçamento combinado de produção e publicidade acreditado para atingir ¥ 1,1 bilhão (US $ 9 milhões). Este número fez com que algumas fontes afirmassem que era o filme de anime mais caro no momento do lançamento, no entanto, esta alegação tem sido contestada pelo produtor do filme, Shigeru Watanabe. 


O teaser trailer de Akira foi lançado em 1987. A produção principal do filme foi concluída em 1987, com gravação de som e mixagem realizada no início de 1988. Foi lançado em 1988, dois anos antes do mangá terminar oficialmente em 1990. Alega-se que Otomo encheu 2.000 páginas de cadernos, contendo várias ideias e desenhos de personagens para o filme, mas o storyboard final consistiu em 738 páginas. Ele teve grande dificuldade em completar o mangá. 


Otomo afirmou que a inspiração para sua conclusão surgiu de uma conversa que teve em 1990 com Alejandro Jodorowsky, diretor e protagonista de El Topo (já analisado aqui no blog). Mais tarde, ele lembrou que o projeto do filme teve que começar com a escrita de um final que traria um encerramento adequado para os principais personagens, enredos e temas sem ser extraordinariamente longo, para que ele pudesse saber em ordem inversa quais elementos do mangá fariam o corte no anime e, assim, resolver adequadamente os vários elementos do mangá em um enxuto de duas horas. Otomo chamou fazer o filme antes de terminar o mangá de "a pior ideia possível". Embora ele tenha gostado de ter duas versões semelhantes, mas diferentes, da mesma história, ele ainda sentia que muito do original foi cortado do filme.



Otomo é um grande fã de Tetsujin 28-go. Como resultado, suas convenções de nomenclatura combinam com os personagens apresentados em Tetsujin 28-go: Kaneda compartilha seu nome com o protagonista de Tetsujin 28-go; O Coronel Shikishima compartilha seu nome com o Professor Shikishima de Tetsujin 28-go, enquanto Tetsuo é nomeado após o filho de Shikishima, Tetsuo Shikishima; O Ryūsaku de Akira é nomeado após Ryūsaku Murasame. Além disso, Takashi tem um "26" tatuado em sua mão, que se assemelha muito à fonte usada em Tetsujin 28-go. O homônimo da série, Akira, é o 28º de uma linha de médiuns que o governo desenvolveu, o mesmo número de Tetsujin-28. 


Uma das principais animadoras do filme foi Makiko Futaki; ela se tornou animadora principal de filmes do Studio Ghibli, como Kiki's Delivery Service, Princess Mononoke (1997) e Howl's Moving Castle (2004), antes de falecer em 2016. Outro animador chave que trabalhou em Akira foi o ex-animador Shin-Ei Yoshiji Kigami; ele animou várias cenas inteiras em Akira, como a cena de ação nos esgotos. Mais tarde, ele se juntou à Kyoto Animation. 


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