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A Condessa (2009): Conheça a história de Erzsébet Báthory, serial killer da monarquia que se banhava com o sangue de suas vítimas

 


É o terceiro esforço de direção de Julie Delpy, que também estrela o filme. Com tom gótico e baseado em história real, ela interpreta uma mulher presa a um local de poder, e que podia por isso matar quem quisesse. Em um caso raro, onde a serial killer é uma mulher da elite europeia durante a Idade Média 


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Erzsébet Báthory, 1585


Sua vida, decidida pelas cortes, nunca impediu que pudesse ter filhos fora do casamento, mesmo depois de um casamento forçado, e da morte do marido após ter 3 filhos com ele mostraram um lado diferente da condessa, que se apaixonou por um homem mais jovem e mais fraco.


"Em 1560, Erzsébet Báthory nasce na nobre família húngara Báthory, filha do general George Báthory de Ecsed. Desde cedo, os pais de Erzsébet a criam para aceitar a dureza e a crueldade. Quando adolescente, Erzsébet fica grávida de um jovem amante camponês e é forçada a assistir enquanto ele é brutalmente torturado e executado diante de seus olhos; A mãe de Erzsébet leva a criança para longe dela logo após o nascimento, garantindo que ela nunca mais o veja. Erzsébet casou-se mais tarde com o conde Ferenc Nádasdy, com quem teve três filhos. Após o retorno de Nádasdy das Guerras Otomano-Húngara, ele sucumbe a uma doença que contraiu no exterior e morre."


Erzsébet, agora a única herdeira da vasta propriedade de seu marido, busca o reconhecimento do rei húngaro dos Habsburgos Matthias II. Matthias consente com relutância devido à sua dívida considerável para com a Condessa. Em um baile, ela conhece o filho de 21 anos do conde György Thurzó, István, e se apaixona por ele. Depois de uma noite juntos, István é forçado por seu pai a terminar o relacionamento e se casar com a filha de um rico comerciante da Dinamarca. Erzsébet, com 39 anos, acredita que a diferença de idade é a culpada pelo fracasso do relacionamento. Depois de um incidente em que ela é salpicada de sangue após bater em uma criada, Erzsébet começa a acreditar que banhar-se no sangue de meninas virgens pode ajudá-la a alcançar a juventude e a beleza eternas, uma crença reforçada por seus servos bajuladores que insistem que sua pele é de repente muito mais suave. Para tanto, sua equipe captura e mata brutalmente meninas camponesas para obter seu sangue.


É somente quando Erzsébet começa a sequestrar meninas aristocráticas que as autoridades iniciam uma investigação. O conde Thurzó é solicitado a investigar os incidentes e, assim, envia István, agora ele próprio um conde, para visitar Erzsébet. István relutantemente vai visitá-la e eles passam uma noite apaixonada juntos. István, apesar de sua afeição pela condessa, ainda suspeita da condessa e quando ele e um de seus companheiros descobrem evidências de seu crime, eles a prendem. 


Durante o julgamento, Erzsébet é considerada culpada e, devido à sua origem nobre, é condenada a passar o resto da vida fechada em seu quarto no Castelo de Čachtice em total isolamento. Ainda temos aquela indagação sobre o sacrifício de pessoas inocentes no nome da vaidade, então a narrativa aqui é uma metáfora perfeita da forma como monarquias enxergavam ou tratavam seus criados, servos ou empregados. Vivendo com medo da ameaça externa turca, a cabeça de Erzsébet estava mais preocupada em se sentir atraente para jovens macebos da monarquia europeia. 


Os funcionários de Erzsébet também são considerados culpados, mas, ao contrário dela, são condenados à morte. Todos os seus bens são atribuídos ao Conde Thurzó, com exceção de Čachtice, que é dado aos seus filhos. Uma mulher como essa condessa passou para a história como malígna, e vários contos e lendas locais achavam que ela era uma espécie de bruxa. Claro que era normal que existisse essa fama, mas também não era mentira que era uma pessoa com problemas sérios. 



O filme mostra esse lado da manipulação das sentenças, e a questão do poder contraditório e insano da mulher da corte húngara  que passou par aa história como "a conde drácula". Um filme de drama, mas com leves tons de questionamento ao perfil de história total, uma boa reflexão e um filme surpreendentemente, historicamente correto em sua forma e materiais, com ângulos e composições de cena que surpreendem mais ainda ao pensar que é a protagonista a mesma pessoa que dirigiu o filme. No fim, não chegamos a sentir pena dela, mas vemos que sua deposição aconteceria se ela não fosse culpada, como peças em jogos políticos. Esse caráter é sutil, mas está presente no filme.


Segundo o livro de Kimberly L. Craft sobre a condessa, se ela estivesse viva, teria sido "vítima" de tabloides e da mídia. Além de ser membro da elite húngara, ter se casado com um herói de guerra local, e era descendente de uma velha e ilustrada cada nobre. Tudo isso ajudava a sustentar uma imagem que daria medo a qualquer virgem que quisesse andar perto de seu castelo. 


A condessa terminou a vida trancada em um castelo depois que sua fama circulou o mundo todo. Vemos a ideia de uma sociedade feudal europeia em ruínas, sem homens disponíveis, onde as mulheres se resolviam e viviam na maioria do tempo entre mulheres. Até que dia 29 de dezembro de 1610, um grupo armado chegou no Castelo Csejthe, com o primeiro ministro György Thurzó com uma comitiva, o relato é que havia uma criança na vez para ser morta, assustador em todos os sentidos. A fama que tinha era de ficar horas e horas se olhando no espelho, e por ser obcecada com sua aparência e idade, chegando um dia a quebrar todos por raiva. Csejthe (ou Cacthice, na língua da Eslováquia), na parte ocidental da Esvoláquia, perto de Trencsény Trenčín, na época essa região era parte da Hungria. Ocastelo era cercado por vilas e fazendas que iam em direção as montanhas de Carpathian, onde os turcos invadiram em 1599, e depois em 1606.





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