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Super Mario Bros. - O Filme (2023): Maior bilheteria do ano até agora entretém e diverte, fazendo jus ao legado dos games

 


Super Mario Bros. - O Filme é uma animação baseada na série de video games da Nintendo. O filme conta a história de Mario (dublado por Chris Pratt) e Luigi (dublado por Charlie Day), dois encanadores que vão parar no reino dos cogumelos, governado pela Princesa Peach (dublada por Anya Taylor-Joy) e ameaçado pelo rei dos Koopas, Bowser (dublado por Jack Black). É uma parceria da Nintendo com a Illumination Entertainment, responsável por filmes como Meu Malvado Favorito e Minions. O criador do jogo, Shigeru Miyamoto, também participou das negociações para levar a animação às telas


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Crítica do filme 


O roteiro é uma adaptação livre dos jogos da série Super Mario Bros., que mistura elementos de comédia, ação, aventura e fantasia. O filme parece seguir uma estrutura clássica de jornada do herói, em que Mario e Luigi são levados a um mundo desconhecido e precisam enfrentar vários desafios e inimigos para salvar a princesa e restaurar a ordem. O filme também parece explorar temas como família, amizade, coragem e diversão.


A moral do filme é que não importa quem você é ou de onde você vem, você pode ser um herói se tiver determinação, criatividade e bons amigos ao seu lado. Foi explorado que Luigi e Mario, são dois rapazes do Brooklyn (colocando-os como americanos), já crescidos, e que estão no "MEI", ou seja, estão tentando fazer o próprio negócio. 


Entretanto, eles não estão sendo bem sucedidos e logo para toda a família deles dois eles são dois desempregados sonhadores. Isso coloca o Mario como uma cara popular, comum e até mesmo de baixo renda, talvez buscando uma relação de identificação com os fãs e com as pessoas que jogam os jogos de Mario antigos até hoje pois eles são mais acessíveis via consoles antigos, emuladores e etc. 


O filme busca o tempo todo através disso fazer um paralelo metalinguístico, onde o ele questiona sua própria existência dentro do universo cinematográfico. A tentativa de Mario e Luigi de fazerem sucesso para convencer a família deles de seu valor, é a tentativa do próprio filme de dar certo e provar para as pessoas de que filmes de game podem ser legais e diria até mesmo culturais.


Assim, o filme apresenta o mundo dos cogumelos como um lugar natural que se deve preservar, mas ao mesmo tempo fez paralelos do lugar com Hollywood, onde cenas parecem querer retratar locais realmente existentes de Los Angeles. 


Outra coisa que dá para destacar é o nível da narrativa onde eles inseriram cada detalhe. Mario e Luigi vivem no mundo real. Já o mundo dos cogumelos, fica dentro dos games, para o qual eles são dragados perante a crise. Só que sem revelar mais, o final vai mostrar os games, por seus aspectos bons e ruins, invadindo a realidade. 


A direção do filme foi feita por Aaron Horvath e Michael Jelenic, que são conhecidos por trabalhar na série animada Jovens Titãs em Ação. Eles também dirigiram o filme Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas, que foi bem recebido pela crítica e pelo público. Ele apresentou um estilo dinâmico, colorido e enérgico, que combina com o universo dos jogos da série Super Mario Bros. O resultado, foram muitas cenas de ação, aventura e humor, que exploram os diferentes cenários e personagens do mundo dos cogumelos.


A direção do filme também parece ter um cuidado especial com as referências aos jogos da franquia, buscando agradar aos fãs de longa data. Há não só elementos e personagens nostálgicos, mas momentos nostálgicos dos games. Vários elementos icônicos dos jogos, como os cogumelos, as moedas, os canos, os blocos, os itens, os inimigos e as fases, mas também as mecânicas, por exemplo, de dupla com Luigi, muito similar aos jogos.


O filme também parece ter uma preocupação em adaptar os personagens de forma fiel e carismática, respeitando suas personalidades e suas vozes. Assim, a atuação apesar de ser só da voz foi muito boa e convincente. O dublador oficial de Mario nos jogos, Charles Martinet, faz uma ponta como Rei Pinguim. Os outros dubladores também parecem ter se esforçado para captar a essência dos personagens que interpretam.


A atuação do filme foi feita por um elenco de dublagem de peso. Chris Pratt como Mario está bem, mas Anya Taylor-Joy como Princesa Peach está sensacional. Charlie Day como Luigi foi engraçado, mas de novo Jack Black como Bowser foi sensacional. O filme possui um tom divertido, expressivo e animado, que combina com o clima do filme e dos jogos da série Super Mario Bros. Os dubladores parecem ter se divertido ao interpretar seus personagens, dando-lhes personalidade e emoção.


A atuação do filme também parece ter um cuidado especial com as vozes dos personagens, respeitando seus sotaques e suas características. Por exemplo, Mario e Luigi têm um sotaque italiano, Bowser tem uma voz grave e ameaçadora, Toad tem uma voz aguda e animada e Donkey Kong tem uma voz rouca e selvagem.


O filme está cercado de cenas divertidas e engraçadas. A cena em que Mario e Luigi são transportados para o mundo dos cogumelos por um cano mágico e ficam maravilhados com tudo o que veem, como os cogumelos gigantes, as plantas carnívoras e os dinossauros. A cena em que Mario conhece Toad, um cogumelo falante que se torna seu guia e amigo. Toad é muito engraçado e tem uma voz muito alta e irritante, que faz Mario ficar surdo em alguns momentos. A cena em que Mario usa um cogumelo (chamado pela princesa de potencializador) vermelho e cresce de tamanho, ficando mais forte e confiante. 


A cena em que Mario encontra Donkey Kong, um gorila gigante que é o rei da selva, é sensacional. Remete não só ao clássico Jumper Man, a primeira aparição do Mário ainda dentro do jogo do Donkey Kong, como remete aos jogos Smash Bros. Mario fica assustado com o tamanho e a força de Donkey Kong, mas logo Donkey Kong ajuda Mario a escapar de uma armadilha de Bowser e a chegar ao seu castelo.


A cena em que Mario enfrenta Bowser no castelo, usando vários itens que ele encontrou pelo caminho, como as flores de fogo, as estrelas e as penas também foi épica. Bowser também usa seus poderes para tentar derrotar Mario, como cuspir fogo, lançar raios e se transformar em uma tartaruga gigante. A batalha é cheia de ação e humor.


Mais de tudo o que mais gostei foi como o filme inovou em relação à princesa Peach, que nos jogos era uma donzela sequestrável e no filme é não precisa ser salva: ela organiza toda a resistência. Eu acho que isso foi uma boa escolha, pois mostra que a princesa Peach é mais do que uma vítima ou um prêmio para o Mario. Ela é uma personagem forte, inteligente e corajosa, que tem um papel ativo na história e na luta contra Bowser. Ela também tem uma personalidade divertida e carinhosa, que combina com o clima do filme e dos jogos. Um show de interpretação da Anya Joy.


E claro, Jack Black como Bowser está incrível. Todos conhece o ator e roqueiro mais conhecido pela banda/filme Tenacious D. Como Black sabe tocar cantar, esse elemento foi adicionado ao filme. Então temos um Bowser que é cantor, toca piano e todos eu seu reino ficam curtindo rock. Esse acrescimo foi sensacional. Pena que os "redpill" estão pegando o personagem como um herói injustiçado pela Peach. Sério, qual o problema de vocês? Ele só queria sequestrar ela e propor um casamento forçado. Esse talvez foi o elemento confuso do filme, pois como Jack Black é muito carismático, alguns espectadores podem ter pego que o Bowser também era. Bom, devemos pensar que, na verdade, a ideia que o filme passar é que vilões podem ser carismáticos, agradar aos seus e parecem legais para visões menos críticas. Assim, o Bowser serve como uma figura moral, como num conto de fadas, para mostrar como que o mal pode se disfarçar de legal ou como todos nós possuímos aspectos bons e maus. 


O filme é uma super homenagem aos jogos da série Super Mario Bros., mas também soube atualizar e adaptar os personagens para os tempos atuais, sem perder a essência e o charme deles. Assim, como um filme de game, cumpre seus dois maiores objetivos: diverte para atrair novos públicos e passar a sensação de diversão dos games, e adapta bem as ideais e debates do enredo do jogo para o universo dos filmes, mas sem copiar e nem forçar nada, mudando aquilo que era preciso para encaixar na trama. Esse diálogo entre a sétima arte e os games talvez seja o mais interessante do filme e o que melhor sinaliza para um novo estilo de filmes, que combina aspectos de cinema de blockbuster em geral, com elementos que buscamos do cinema, como um bom roteiro, que gere familiaridade e faça pensar. Realmente um bom filme que surpreende pela sua sinceridade, atualidade e nostalgia. 

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