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Escravas de Cartago (The Sword and the Cross, 1956): Clássico do cinema italiano aborda a História da Roma Antiga, quando o cristianismo primitivo ainda era perseguido


Duas escravas de origem cartaginesa são vendidas na província de Cilícia, 120 depois de Cristo, duas irmãs são vendidas como escravas e compradas pela filha do governador de província local, Julia Marcia. Ela é apaixonada pelo tribuno Marco Valério e quer se casar com ele, mas  como não é correspondida, ela acaba aceitando se casar com Flavius Metellus, que dá um golpe de Estado com ajuda do senado. Assim ela manda perseguir e crucificar os cristãos da província por ódio pessoal contra a religião de uma das escravas, que é letrada e acaba por Marco Valerio. Filme dirigido por Guido Brignone


Assista ao filme no final do artigo


Julia achou que uma das escravas que comprou se tornou amiga de Marco Valerio, ela aceitou o boato de que havia sido assassinado por um cristão, por isso que Flavius, agora marido de Julia Marcia, aceita ser comandado por ela e persegue os cristãos. Um filme poderoso, litúrgico e que aborda a época de perseguição contra os cristãos na Roma Antiga. Filme dirigido por Guido Brignone e estrelando Gianna Maria Canale, Jorge Mistral, Marisa Allasio e Ana Luisa Peluffo; em uma coo produção entre Itália, Espanha e México.



Uma jovem muito bonita, e orgulhosa, filha das mais poderosas famílias patrícias romanas da província da Cilicia, na cidade de Tarso. O pai de Julia Márcia quer que ela case com Flavius Metellus, um membro do senado que está enamorado de Julia, mas não é correspondido. Mas ela gosta do tribuno Marco Valerio. 



Julia Marcia é filha de Julius Tiberius, o Proconsul da província de Celicia na cidade de Tarsus. A escolha de Julia em aceitar a sucessão do pai ao casar com Flavius Metellus, o novo governador resolve fazer uma caça aos cristãos achando que eles tinham envolvimento com a morte do pai de Julia. 


Enquanto passeava com Marcus e seu amigo soldado Tullius, eles veem um leilão de escravas de origem cartaginesa e compram as duas escravas cristãs sob um alto preço.  Julia Marcia é quem dá o dinheiro, 10.000 sestêncios pelas duas escravas.




Esther, a outra irmã conhece Stephen, que também é escravo e cristão como ela, eles se conhecem e se apaixonam pelo amor que tem em comum com cristo, enquanto Marco Valerio (tributo) se encantou com a moça escrava loira. 



Publio Cornelio conspira no senado para fazer Flavius Metellus matar o proconsul, deixando uma cruz na cena da morte para acusar os cristãos.  Julia chega a mandar cegar Lea (a loira), por não revelar a localização de Marco Valerio. 




Os cristãos são mandados para uma cela para esperar por uma sentença de morte, enquanto isso Marco Valerio consegue encapar do cerco ao senado e foge para as cavernas (onde realmente era onde os cristãos se escondiam, ou catacumbas).




Crítica do filme



No fim do filme, vemos um clima tenso enquanto os cristãos são assassinados em cruzes como o próprio Jesus foi, e em adição também seriam queimados vivos. Mesmo com o casamento de Esther e Stephen, todos os cristãos locais são sentenciados a morte.  


Marco Valerio resgata Julia da crucificação enquanto libertava Esther, Tullius é morto por uma flechada. Julia e Flavius Metellus tentam fugir e Marco luta com Flavius até ele admitir sua culpa. No fim, Lea e Marco se casam e a cristandade se torna aceita em Roma. 

Na época em que o filme se passa temos alguns elementos interessantes para ressaltar no filme, como o fato das escravas serem da cidade de Cartagena, uma grande cidade que já possuía um anfiteatro e era a quarta cidade em população do Império Romano da época. 


 

Primeiro podemos analisar o quanto o filme é sobre história com H maiúsculo com cuidado de abordar cada detalhe; uma produção que aborda escravidão e a mostra como eles tratados com primeiros cristãos na época da Roma pagã, como também é óbvio o quanto o filme é abertamente uma propaganda muito clara religiosa, mas também aberta a outros públicos. É o filme mais sério do gênero, já que ele passa para outras audiências. 



Conseguiram fazer uma fórmula rara onde o filme "A" encontra o filme bíblico em uma narrativa que apesar de apologética é completamente a favor do cristianismo primitivo, podemos ver uma tentativa de manter a ideia do cristianismo junto a uma ideia de humanismo, que ficou perdida na história por conta do conservadorismo dos cânones, inquisição e outras deturpações da fé, o filme lembra a época onde os cristãos eram simples e perseguidos, muito antes do Concílio de Nicéia ou de Constantino, uma época onde cristãos eram "rebeldes" e os pagãs eram os "estabelecidos" na face da maior civilização da época, Roma. 



Em uma época onde até mesmo o papa Francisco fala sobre a necessidade do cinema causar espanto, esse filme certamente se encaixa como exemplo. 


Assista o filme aqui:


 





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