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CSI: Vegas - "She is Gone" (2x01): Análise e Curiosidades do primeiro episódio da segunda temporada da série


Las Vegas. Cena do crime: a sex dungeon de uma dominatrix chamada Lynn Zobrist, morta em circunstâncias misteriosas. A esperada volta de Catherine Willows aconteceu nesse episódio, onde descobrimos o que a personagem tem feito esse tempo todo. Ela também explicou o paradeiro de Sara e Grissom depois do fim da primeira temporada de CSI Vegas. O elenco ainda conta com Paula Newsome como Maxine Robin, agora contando com Ariana Guerra como a nova namorada de Josh Folsom. Mandeep Dhillon volta como Allie Rajan de sua viagem a sede do FBI para treinamento tecnológico. Foi exibido no dia último 29 de setembro pela CBS. Dirigido por Kenneth Fink, o episódio foi escrito por Jason Tracey


Crítica do episódio 



CSI: Vegas voltou! Depois de uma primeira temporada de tirar o fôlego, com a volta de Sara e Grissom, agora temos Cath de volta com novas tramas e aventuras, que em muito também elucidam o arco clássico da série. Quem quiser ver as análises da primeira temporada, clique aqui.


A nova série agora faz sua segunda temporada com a esperada volta de Catherine. A minha opinião pessoal sobre a personagem, era de não gostar dela no geral por conta de tudo que o personagem dela simbolizava de conservador na época, mas gostava dos conselhos dela para o Grissom, por exemplo. Mas parece que Catherine voltou um pouco mudada. Isso também encaixa em uma tentativa de tornar mais democrático algo que parece hoje em dia impossível: o trabalho investigativo. 



Maxine reflete sobre o que faz as pessoas morrerem em Las Vegas, dólares, sexo, vingança, motivos clássicos. Vimos a nova namorada de Folson, e vimos Allie voltando de treinamento no FBI. Gostei da personagem da Serena, por enquanto, sendo uma adição de um personagem mais latino na trama, falando espanhol em uma cena, já que Nevada tem muitos moradores latinos. 




Ficou meio que no ar que Maxine queria Sara na equipe e que Grissom percebeu e ligou para Catherine para ela voltar no lugar de Sara. Essa foi boa. O paradeiro dos dois é de volta no barco deles no círculo polar ártico. Foi comentado por Catherine. Sobre ciência e novas técnicas, ficou claro que o dinheiro que Catherine deu (através dos casinos) para o laboratório criou uma equipe com os melhores aparelhos, explicando um pouco de toda essa tecnologia nova que se vê. 


Entrevistam alguns clientes desse domínio e fica óbvio que o clima de cena dominatrix em Vegas se tornou uma coisa mais chula e de baixa cultura; Heather ainda tinha aquele respeito pelas questões de dominação, poder e psicologia, mesmo ás vezes saindo do tom. Mas esse episódio reflete a decaída desse tipo de negócio por lá, interessante. Também teve novos personagens com a saída de alguns outros.

 


O crime do episódio sendo na casa de uma dominatrix mostra uma dimensão do debate sobre o personagem clássico de Lady Heather. Penny (a menina mais nova), está também com o cabelo curtinho, todas as meninas cortaram o cabelo, repararam? Penny reflete, como alguém mais jovem que o apelo de sadomasoquismo ficou para trás e que hoje em dia, isso pode ser considerado "cringe" se pensarmos bem. 



Depois é claro dos livros infanto-juvenis de romance de 50 Tons de Cinza demonstram isso. Hoje em dia não teria aquela diferença entre dominatrix e prostituta, por exemplo, como tinha na época de Heather. 



CSI sempre tentou enfatizar o "poder intelectual" de Heather, as vezes até mesmo forçando um pouco a barra, na minha opinião. O episódio foi todo assim. Criando um "tropo narrativo". Interessante, já que seria uma dominatrix que teria tido traumas de infância e por isso virou isso. Mas isso lembra o plot de Sara Sidle por exemplo, e ela estudou e trabalho, fez tudo mais ou menos certo na vida. Acho que a mudança aqui é a observação é que as mulheres estão parando de estudar na América, ou seja, desaparecendo. 


Como Catherine agora é conselheira, da Universidade West de Las Vegas (UNLV), ela está orientando garotas sem condição financeira em situação de risco, algo que nunca foi muito a vibe de Catherine, ela sempre foi mais individualista na trama, uma loba individualista, eu diria. Mas faz sentido, uma de suas pupilas desapareceu e ela reclama no fim do episódio que não teve nenhuma investigação aberta sobre seu desaparecimento, e que ela saiu perguntando sobre a moça e que ninguém sabia dizer nada, e que ainda, ela tinha arrumado um emprego para ela como garçonete do Eclipse (casino que era do pai dela), e que ela estaria desaparecida, mostrando o motivo de sua volta. Também reclamando que não gostou exatamente da aposentadoria. 


A ciência do episódio e a forma de filmar tiveram certa sintonia, com o grupo fazendo um mapa molecular genético através da leitura da técnica da espectroscopia Raman, que é uma técnica de análise da interação da luz com a matéria para determinar a composição de um material específico, como o FTIR, que permite que a vibração entre diferentes ligações atômicas sobre os materiais poliméricos, torna capaz através da máquina de espectrômetro descobrir os materiais de uma substância determinada pela difusão da luz, enquanto a espectroscopia IR se dá pela absorção de luz. 



Eles descobrem que tem um serial killer solto que tem alguma ligação com espelhos. A edição do episódio foi diferente, "mostrando o que todo mundo quer ver", mas sobre eventos interligados entre o pessoal e o trabalho do pessoal. 



Lembrando sobre Catherine Willows, temos muita contradição aqui sobre ela. O episódio focou em dizer que ela não está no conselho e acionistas do Eclipse (que bom, senão ela seria ao estilo Adriana Belém), e que agora dá cursos de aconselhamento para alunas, como a Grace, amiga dela que desapareceu (e que também era ex-strippers, dançarinas exóticas) que queiram seguir carreira forense. Quem assina a escrita desse episódio é o Jason Tracey. 


Bem interessante a mudança aqui do personagem, que chegou a abandonar o laboratório depois de perder o posto de liderança para o D. B. Russel (Ted Danson) no fim da série clássica antiga, ela ainda foi para o FBI e voltou tentando competir com Sara pela chefia principal do laboratório, que ficou mesmo com ela depois de Sara ficar com Grissom na cena final do filme, o "Immortality" de 2016.  Os brasileiros, por exemplo, nunca viram esse final, acho que não foi nem dublado aqui. Então, muitos nem sabem o que aconteceu depois do fim da série (que não teve participação de Grissom e ele e Sara terminaram separados antes do filme de 2016). 


Lembrando que a Catherine tinha explodido o laboratório trabalhando cansada, que ela tinha contado pra um marido de uma morta que ela tinha um caso, a morte tinha sido acidental e ela já tinha contado que a mulher do cara tinha um caso, o marido achou que o amante havia matado a esposa e matou ele. Além de outras coisas que Catherine Willows tinha feito que eu reprovava. Mas é verdade que suas histórias traziam um pouco da história de Las Vegas para a cena e dos antigos donos de casino, pessoas que fundaram a cidade e tal. 


Apesar disso, sua história de mãe solteira que equilibra o trabalho com a criação de Lindsay também sempre foi um bom ponto de vista da série, diferente assim, por mostrar uma "realidade" de criação de filhos bem longe do cor-de-rosa, já que Catherine passou pouco tempo com Lindsay.


Na história da primeira temporada de CSI Vegas, Catherine estava na Europa e cuidando do neto, e havia saído do laboratório, o que abriu para Maxine ser chefe. A interação entre as duas foi boa, lembrando que se conheceram na festa de encerramento quando Maxine foi transferida e Catherine saiu para ir par a Europa. Nesse episódio também foi comentado que Folsom teve seu primeiro dia de trabalho no último dia de Catherine, outro fato interessante. 


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