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Cinema nacional está sendo prejudicado por "perseguição bolsonarista" na Ancine que atrapalha finalização de filmes, apontam cineastas


Segundo relatos de diretores, um escândalo envolvendo verbas de um edital está atrapalhando os trabalhos do novo filme do diretor André Klotzel, de A Marvada Carne (1985) e também as etapas finais do filme documentário "Jair Rodrigues: Deixa que Digam", de Rubens Rewald.


Klotzel diz que teme ser chamado de "um filme inacabado". “Não há nada que me faça pensar que tenha um elemento de perseguição bolsonarista, essa caçada desses bolsonaristas”, porque seu filme tem conteúdo político, afirmou. A Ancine também não respondeu às perguntas da reportagem sobre esse ponto.


"Sem Pai Nem Mae" é uma comédia com toques dramáticos e conta a história de Artur,  escritor e humorista que produziu um livro em que conta sobre assaltos a bancos por figuras contrárias à ditadura militar e defensores do socialismo e confisco de propriedade privada. Ao mesmo tempo, faz amizade com um morador do subúrbio de São Paulo que sonha em se tornar um famoso dançarino de funk.


O edital em questão, denominado de "0/2019", foi idealizado e produzido pela Spcine, agência  de promoção cinematográfica de São Paulo, e recebeu financiamento da Spcine e de seu setor audiovisual. A Ancine é responsável pelo recrutamento dos vencedores. 


Klotzel — diretor de “A Marvada Carne” e “Memórias Póstumas de Brás Cubas” — recebeu R$ 52 mil em edital,  que cobrirá boa parte dos retoques finais de seu filme inédito, ” Sem Pai Nem Mae”, com Alexandre Nero. O dinheiro será usado principalmente para liberar os direitos da trilha sonora, que se baseia em clássicos da MPB atrelados aos anos principais e traz consistência à história do filme, segundo o diretor. Ele arrecadou cerca de 6 milhões de reais para o longa-metragem, ao qual teria acesso. O filme ficou em produção por dois anos e meio.


Rewald, diretor do documentário sobre Jair Rodrigues, ganhou R$ 200 mil no evento público. Quando percebeu que o dinheiro não ia rolar, ele disse que decidiu ele mesmo completar o filme, "de maneira não ideal", ao preço de R$ 100 mil. "Jair Rodrigues: Vamos que Digam" foi exibido durante a edição 2020 do festival É Tudo Verdade e entrará no circuito comercial este ano.


Segundo documentos judiciais obtidos pela FOLHA, um terceiro cineasta também foi agredido, mas decidiu não falar com os repórteres. Procurada pelo jornal, a Ancine não quis comentar. A Spcine afirma ter pedido repetidamente à Ancine para assinar os filmes premiados.


O anúncio público em causa é automático, o que significa que não há júri, pelo que os filmes envolvidos beneficiam dele. No entanto, de acordo com relatórios dos diretores e documentos judiciais, a Ancine se recusou a liberar o dinheiro, argumentando que os três filmes violavam uma das regras da FSA.


A regra determina que um filme não pode receber mais de duas chamadas selecionadas para projetos financiados pela Ancine, como é o caso dos filmes de Klotzel e Rewald, vencedores dos prêmios.


Klotzel ajuizou ação contra a Ancine. Ele afirma que seu longa não viola as normas da FSA, já que o anúncio público da Spcine é automático, não seletivo e  de responsabilidade da Prefeitura de São Paulo, não da Velha. O pedido não foi aceito.


Em meio a esta história em andamento de 2019, o executivo sênior da Ancine, Rodrigo Camargo, emitiu um conselho de 5 páginas defendendo a divulgação do orçamento de consultoria pública de filmes de Klotzel. De acordo com os cineastas, tal revisão foi ignorada por Vinicius Clay e Alex Braga, administradores antigos farão a decisão final. A agência terminou o processo.


Em uma das reuniões anteriores em que escolheram o armazenamento, disponível no YouTube,  diretor Edilásio Santana Barra Junior afirmou que "a concentração de recursos reais é complicada em um projeto" menção por um longo tempo "sem pai ou mãe".


"Eu sei que ruim ou  passou de três projetos para o mesmo projeto, uma concentração no Cumulus, você pára de dar aos outros a oportunidade de fornecer a área da área", disse ele. Os comentários favoráveis ​​aos benefícios não são mencionados na reunião.


Como resultado, "Nenhum pai ou mãe" está quase pronto, mas paralisado e nenhuma perspectiva será concluída, embora tenha consumido milhões de  recursos públicos reais. O diretor não pode entrar em um novo editor e reivindicações que o medo é a popularidade do fracasso.


A SPCIE disse que "fez algum contato com a velha perguntando ao prêmio de projetos selecionados" no aviso. Ancin não apareceu.


A SpCine também mostra que o intermediário do diálogo entre empreiteiros e adolescentes e vem com o processo de compra, embora não se contraia com  filmes - isso é responsável pela entidade federal.


Os comentários e ordens de SpCine ocorreram no momento em que o conselho antigo reagiu aos processos aleatórios administrativos, na ação proposta. Além disso, A atual gestão da Ancine está sendo acusada no caso da paralisia do FSA, no qual R$ 724 milhões que seriam investidos em projetos de cinema e TV ficaram travados porque o comitê gestor do fundo não se reuniu.

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