O agora ator Elliot Page, que na época era ainda Ellen Page antes de sua mudança, filmaram em 2016 um episódio de documentário da Vice chamado: Gaycation - um travel guide, feito em conjunto com Ian Daniel em vários destinos, e um dos episódios do programa é no Brasil, o episódio é de estilo de programas de viagem. Vale a pena conferir.
O episódio sobre o Brasil retrata uma visão de realidade do que o turista avalia instantaneamente do país. Eles entrevistam Jean Willys e Jair Bolsonaro. Como também personagens locais da pauta LGBT, como a Luana Muniz da Lapa, ou a vocalista da banda "cansei de ser sexy", Ana Rezende, com quem curtiu uma balada quando passou pro aqui.
Apesar do clima festivo, o documentário busca levantar fontes e informações sobre o contexto de violência e repressão e desaparecimento de pessoas.
O doc também demonstra liberalidade sexual da cultura brasileira através do carnaval, uma data comemorativa, em face ao autoritarismo, homofobia, e transfobia dos dias habituais, como também registra como é ser homossexual no Brasil. O documentário entrevistou e abordou a opinião de Jean Willys que argumentou sobre o discurso anti gay de Bolsonaro, na época, apenas um deputado federal. Jean Willys também culpa o fundamentalismo religioso no Brasil.
O que podemos tecer de crítica ao documentário seria essa visão etnográfica sobre o Brasil, mas ao mesmo tempo, o documentário se salva ao ser educativo sobre a evolução dos direitos LGBTs no Brasil e sua cotidianidade.
Visto como país de vanguarda jurídica dos direitos da população LGBT, ao mesmo tempo que a cultura cotidiana é existam inúmeros casos de agressão e violência contra homossexuais.
O ritual anual no carnaval de homens se vestindo de mulher, mesmo aqueles que não são gays. Foi explicado para eles, que esse comportamento era geral, visto como uma catarse coletiva cultural. O interessante do doc é mostrar um Rio de Janeiro coletivo, pulsante ainda, um Rio de Janeiro antes da crise econômica e da pandemia.
Foram então conhecer a fundo o carnaval experimentando toda essência da cultura carioca, onde quem aproveita a festa e se sente mais por dentro é sempre o estrangeiro, a essência antropológica da cultura carioca mexe com o valor etnocêntrico de que tudo que é estrangeiro é melhor, analisando os documentários do estilo "conheça isso", como uma guia de viagens é uma interessante maneira de demonstrar como a imagem sobre o Brasil é dificilmente entendida em toda sua complexidade cultural.
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