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"Medicine At Midnight": álbum novo do Foo Fighters é politizado e supera últimos discos

 

Novo disco do Foo Fighters, Medicine At Midnight(2021), está vendendo mais do que todos os álbuns presentes no Top 10 britânico

E o motivo é fácil de compreender: o álbum é demais. Sendo o primeiro disco lançado pelo Foo Fighters desde 2017, quando a banda lançou Concrete and Gold, álbum supera os dois últimos e o que possui maior relevância desde Wasting Lights (2011).

É o décimo álbum de estúdio da banda. Originalmente estava previsto para ser lançado em 2020, entretanto, devido à pandemia de COVID-19, foi lançado apenas em 5 de fevereiro de 2021, sendo produzida pelos membros do grupo e por Greg Kurstin através da gravadora RCA Records. O álbum foi precedido pelo lançamento de três singles: A canção "Shame Shame" (2020) foi primeiro single lançado; "No Son of Mine" (2021) foi o segundo, e "Waiting on a War" foi o terceiro.

A primeira faixa, "Making A Fire", trás uma sonoridade diferenciada, com um coro pouco comum na sonoridade da banda e deu uma rejuvenescida na banda. Na verdade, desde o nome da faixa, que na tradução seria "Criando um Incêndio", o disco possui forte pegada política nas letras e não é oculta a preferência Ghrol pelos Democratas, já que chegou a fazer shows na Casa Branca durante a gestão Obama. A letra ainda apresenta frases reflexivas sobre nosso tempo, como: "Seu novo favorito está saindo de moda. Jogou fora aqueles heróis despedaçados" e continua: "Divulgue a notícia, mas não acredite em falácias". 

A segunda faixa, "Shame Shame", foi lançada pouco antes da invasão do Capitólio dos Estados Unidos, por um grupo de apoiadores do então presidente Donald Trump, absorvendo todo clima de tensão política do momento do país. Em tradução que significaria "Vergonha Vergonha", a letra passa a mensagem de um profundo constrangimento com a democracia na América do Norte. O ritmo, que parece um arrastar de correntes, tem uma sonoridade bem diferente e moderna, sendo uma canção inovadora e que com certeza você se pegará cantando depois. 

"Cloudspotter"("Pessimista") é minha favorita do disco. Não tanto pela letra, mas sim pelo ritmo que é contagiante e lembra canções clássicas da banda.

Outra que reflete bem os tempos não muito otimistas que vivemos, é a canção "Waiting On A War", que nos seus primeiros versos afirma: "Eu venho esperando uma guerra desde que era novo. Desde que eu era um menino com uma arma de brinquedo". E continua afirmando na letra que deve haver mais do que isso na vida, sendo uma canção anti-guerra e pode ser encarada como uma canção em defesa da multipolaridade, algo não muito praticado no governo Trump. 

Canção homônima ao disco, "Medicine At Midnight", é outra canção bem interessante do disco. Também menos pela letra e muito mais pela sonoridade e ritmo diferenciado, com uma linha de baixo peculiar.

"Non Son of Mine", uma frase tipicamente conservadora nos EUA, que buscaria dizer "com meu filho não", é revertida em seu valor para dizer que nenhum filho seu contribuirá para o ódio e para a guerra. 

E para não dizer que o disco é perfeito, quero fazer uma critica a última canção do disco, a faixa 9 chamada "Love Dies Young". Primeiro pela pergunta: que mania é essa de fazer discos com menos de 10 canções? Sério, não dá para ir comprar pão na padaria e voltar ouvindo o disco, pois ele é muito curto. Segundo: é Foo Fighters ou Coldplay? Além de soar nostálgica de um período que, na verdade, nunca foi muito bom (os anos 90), ela tem uma sonoridade pop e de balada que não combina com a banda por ela já ser pop o suficiente em seu som, não precisando inovar. 

Fora esse detalhe, o álbum "Medicine At Midnight" é um grande álbum. Muito melhor sonoramente do que os últimos dois discos do Foo e representou e refletiu o cenário mundial, de pandemia, guerra comercial e disputa política, muito melhor do que a maioria das bandas, mesmo que essas mensagens sejam um tanto quanto liberais e repletas de um otimismo que dificilmente continuará nos próximos anos. Um disco que com certeza merece ser ouvido e possui canções que podem marcar a "trilha sonora" da vida em 2021.











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