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Os Bridgerton: Nova série misturou fantasia e romance para inovar o gênero de época

 



Inspirada em coletânea de livros da autora Julia Quinn. e em pesquisas sobre a árvore genealógica da rainha Carlota de Mecklemburgo-Strelitz, avô paterna da rainha Vitória, era esposa do Rei George III, uma rainha com raízes africanas e que é parente da rainha Elizabeth II.



Quando Bridgerton estreou no natal de 2020,  acabou chamando a atenção pelos detalhes, e pelo carácter de fantasia pela história que tentavam inovar,  escolheram de atores e no aspecto literário e fantasioso, que usam da história como uma inspiração.  

A premissa era retumbante, uma forma de criar uma narrativa sobre os antepassados da família real atual inglesa, e perguntar a origem para além dos clichês dessas linhagens. Assim como a Europa tendia a esconder  sua miscigenação, o mesmo podemos dizer sobre a Inglaterra. O interessante é indagar sobre o carácter multicultural do império. 

A Netflix confirmou a realização da segunda temporada ainda essa semana, focada dessa vez não mais no romance de Daphne e Simon, mas em Anthony Birdgerton e sua nova namorada e a antiga, a cantora de ópera, Siena. 



A série foi inspirada na coletânea de livros: Regência Inglesa, e o primeiro livro se chama: O duque e eu, de Julia Quinn e demonstração dia-a-dia, intrigas palacianas, e negociatas de casamento e debutantes em meio a bailes e festas da alta sociedade, e como era o traje para manter a tradição dos nomes e das grandes fortunas. A série é narrada pela veterana Julie Andrews que comenta as crônicas de Lady Whistledown, que tem sua identidade aparentemente revelada no fim da temporada da série. 

As intrigas palacianas na série contam a presença de uma comentadora especial, as crônicas de "Lady Whistledown", um pseudônimo de uma escritora que mantém seu anonimamente, e que é imensamente  consumida ao contar os casos da corte.  Na trama por toda a corte, que ao mesmo tempo que consume seus escritos, a persegue e tenta descobrir sua identidade, por desonrar as famílias mais poderosas. A identidade da nossa escritora é o principal segredo da primeira temporada, sobre a vida privada das famílias mais importantes do reino. 


Para quem curte um clima "orgulho e preconceito", de Jane Austen, a série é perfeita para retomar esse ambiente. A produção inova ao trazer o clima de romance inglês para a atualidade ao trazer também atores negros para papeis de protagonismo na trama, como Lady Danbury, a própria rainha Sofia Carlota de Hanover, interpretada por Golda Rosheuvel, rainha Charlotte era uma princesa alemã, com ascendência portuguesa e mulçumana, portanto, não branca. Apesar de ser apenas uma referência simbólica, esse revisionismo pareceu encantar o público. A série é a nova aposta da Netflix. 



Os registros apontam que essa rainha era de um ramo português e Saxão das famílias reais, e que a parte portuguesa, havia uma ligação mulçumana na rainha, que também era patrona das artes, e amiga de nomes como Mozart.

Primeiro, era uma série da Shondaland, produtora de conteúdo americana, criada pela roteirista Shonda Rymes, famosa por Greys Anatomic, Scandal, and How To Get Away With Murder. Com criação de Chris Van Dusen, um produtor americano. Uma série estreou no Natal de 2020 e virou febre.   Uma série de  inovação ao trazer o clima de romance inglês, ao estilo de séries como Outlander, ou The Crown, para dar atualidade ao drama e inserir novidades que tiram a série do lugar clichê e enfadonho que séries do tipo costumam depois. 


História como inspiração:

 A série é ambientada no século XVIII por conta da história de pano de fundo, que é sobre a rainha Sofia Carlota de Mecklemburgo-Strelitz, rainha da Grã Bretanha e Irlanda, e esposa do rei George III. Na corte da rainha Sofia Carlota,  conviviam boatos cada vez maiores de sua senilidade, o que deixava seu filho e os verdadeiros poderosos da época. É importante saliente, que não é um debate sobre a realidade história em voga, mas sim inspiração na história de Sofia Carlota.  O que ambienta a história no início dos anos 1800.




Em certa parte da série: A lady Dunbury, uma figura importante na narrativa,  que criou o Duque Simon, depois da morte da mãe, é uma mulher também negra, que é influente nas rodas da sociedade alta, e que em certo momento, ela comenta sobre racismo , dizendo que antes da rainha Charllote Sofia Carlota havia um mundo para negros e outro para brancos, e que o casamento dos dois, possibilitou a ascensão social de certo grupo de pessoas.

Assim que sabemos que não é uma forma estética moderna de colocar atores negros em papeis de pessoas brancas. É uma reflexão profunda sobre o senso comum histórico.  Apesar de algumas liberdades anacrônicas foram reiniciadas. Com exceção dos espartilhos, que são usados ​​na trama, mas só se transformam à moda feminina na Era Vitoriana, no século XIX.  


Como foi comentado na maioria das reportagens e matérias sobre o Bridgerton.  Na verdade, como eu esperava, era um debate mais profundo sobre como que a mentalidade comum posiciona o surgimento do racismo, que se tornou "científico" em teoria no século XIX na Alemanha e na Inglaterra.  

A Série não se propõe um ser exatamente fiel a realidade da época, mas ajuda a indagar sobre o caráter "moderno", após o século XIX, que o racismo poderia ter, uma forma de debate sobre evolução dos costumes.  Também refletido sobre herança mestiça, muito antes de Megan Markle na família real inglesa.  Servir para indagar sobre o carácter total de uma sociedade.
Muitos sites comentaram sobre   trazer também atores negros para papeis de protagonismo no trama, como no caso de Simon, o duque de Hastings na trama, que é interpretado pelo ator René Jean Page, atualmente muito comentado como atual galã, que também está cotado para viver o novo James Bond. A comoção chegou até a famosas e anônimas que passaram a acompanhar a série por conta de Simon, ou seja, "Vossa graça", como brincam as fãs. 



Alguns personagens extras são marcantes na trama, como a irmã de Daphne, Heloise, que é uma proto feminista, traumatizada e horrorizada com as poucas possibilidades de futura para mulheres. Ela não quer que seu futuro dependa de seu "debute", e fuma escondida no jardim. Heloise é uma gracinha.



Heloise admira e tenta descobrir a identidade de Lady Whistledown, chegando a desconfiar da modista, a senhora Genevieve Delacroix, e ao descobrir o plano da rainha para prender e censurar a senhora Whistledown ao descobrir onde imprimia seus folhetos. Dessa forma, Heloise abandona o baile e salva a narradora da história no fim da primeira temporada. 

Entregando enquanto entretenimento, por sua vez, um grande resultado em termos de figurinos, estética e também inovando no conteúdo, provando que é possível pensar novos modelos de produções históricas com mais diversidade no elenco.



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