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A história de Elza Soares: O perfil de uma cantora que foi o retrato fidedigno da História do Brasil


 

Carioca, nascida em 1930 no Rio de Janeiro em Padre Miguel, Ezra foi mãe aos 12 anos e depois ficou conhecida através da participação marcante em diversos festivais. Foi casada com o grande jogador Garrincha por 17 anos, e se estabeleceu hoje em dia como uma das vozes mais importantes do Brasil, sendo eleita em 1999 pela Rádio da BBC como a cantora do milênio. Nos últimos anos lançou uma coletânea de músicas inéditas de autoria de jovens redimensionando seu público e obtendo um novo lançamento de seu estilo com o álbum A Mulher do Fim do Mulher. 


Elza Soares faleceu, mas seu legado está longe de acabar. Sendo sua vida um relato que podemos rastrear como legítima representante do Brasil, em alma e voz e cor. Sua militância, nunca negando o movimento negro e feminista foi aumentada nos últimos tempos, que demonstraram mais ainda o carácter político de sua obra. 


Era impressionante sua voz e como ela como uma senhor idosa ainda possuía esse talento de maneira latente, o suficiente para faze ruma nova geração se encantar com sua obra, Elza morreu aos 91 anos e deu um show logo no mês passado em um festival em Berlim. 


Recentemente, fizeram um documentário chamado My name is now (meu nome é agora), disponível no Canal Curta! Ao todo, ela lançou 34 discos na vida. 


Elza nasceu em uma família muito humilde, composta por 10 irmãos na favela Moça Bonita, atual Vila Vintém, no bairro de Padre Miguel, a casa era um cortiço, sendo homenageada em vida pelo desfile da escola de samba Unidos do Padre Miguel. Elza foi obrigada a se casar com um amigo de seu pai chamado Alaordes. 


 Aos 15 anos, ela passa por um grande trauma e seu segundo filho morre de fome. Por conta da doença do marido, ela passou a trabalhar como encaixotadora em uma fábrica de sabão, ela também trabalhou em um manicômio, o Instituto Nise da Silveira em troca de comida. Ela decidiu que não ia deixar mais seus filhos passarem necessidade. Quando ela se casou com Garrincha, muitas pessoas a atacaram o casal, por Elza ter sido amante de Garrincha antes de virar esposa. Garrincha ganhou a Copa de 1958 na Suécia, sendo um outro marco nacional que Elza fez parte. Elza teve 7 filhos, e o menino que teve com Elza Garrinchinha morreu aos 9 anos de idade. 



Seu último disco foi lançado foi o Planeta Fome (referência a sua primeira aparição na televisão, foi aí que em 1953, que ela decidiu tentar a sorte mostrando sua voz em um programa de televisão antigo, do Ary Barroso. Quando ela entrou, a plateia estranhou, o normal dos festivais era de cantores brancos ou com condição financeira. Ele perguntou "De qual planeta você veio? Ezra respondeu na hora: "Do mesmo planeta que você, seu Ary. Do planeta fome". 




Conversando com Hermínio Bello de Carvalho, Ezra contou que descobriu sua vocação artística com "lata na água na cabeça e filho na barrida" ao falar sobre como foi ser mãe muito jovem. Teria sido assim que reparou na rouquidão única de sua voz, que fez dela uma cantora muito distinta. 


Lançou músicas antigas como "Devagar com a louça", "Se acaso você chegasse" e "Quero morrer no carnaval". No cinema, ela participou do filme nacional O Puritano da Rua Augusta (1965) de Amácio Mazzaropi, onde ela participa de um número musical:



Elza Soares virou um símbolo de resistência tanto ao preconceito que passou, quanto pelas tragédias que também teve que lidar na vida. Sempre foi uma mulher que emanava força, um verdadeiro retrato de talento dentro da História do Brasil.  


Regravou a música Comportamento Geral (de composição de Gonzaguinha). Nos festivais, ganhou nota máxima pela música "Lama", sua voz foi reconhecida no mundo inteiro. 




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